Trilhas Cruzadas escrita por Babi


Capítulo 1
Brasília




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Capítulo01 – Brasília

 

         Jennyfer e Rachelle conversavam com todos os seus amigos enquanto a música tocava. Além do aniversário de 16 anos delas, era a festa de despedida do antigo colégio e da antiga cidade.

         Elas eram gêmeas diferentes em todos os sentidos. Jennyfer era alta e com os cabelos loiros repicados na altura dos ombros. Já Rachelle era um pouquinho mais baixa que a irmã e com cabelos castanho-claros repicados também, mas um pouco mais longos e com uma franja que usava de lado.

         Moravam em Brasília desde que nasceram. Conheciam todos do bairro desde pequenas e sempre estudaram no mesmo colégio. Agora iriam para São Paulo, uma cidade muito maior e completamente diferente.

         - Mas por que vocês têm de ir? – Anita, a melhor amiga de Rachelle , gritava, tentando superar o volume do DJ.

         - Eu já te expliquei mil vezes Anny! Meu pai foi transferido pra lá e eu não posso simplesmente largar a minha família!

         -Vocês vão fazer muita falta! Te amo amiga! – Anita chorava só de se imaginar sem a garota.

         - Também te amo! – Rachelle sorriu e abraçou a amiga, já chorando também.

         De repente, ouvia-se uma voz feminina no microfone do DJ:

         - TCHU TCHU NELAAS!!! – alguém gritava no microfone e então estavam todos abraças pulando em volta de Anita e Rachelle.

         Jennyfer devolveu o microfone e desceu do palco rindo muito:

         - Não acredito que você fez isso, Jenny. Coitada da sua irmã!

         - Ah, Bob, fica quieto. Só estou brincando e a Rach sabe muito bem disso.

         Bob era um grande amigo das garotas e às vezes ficava com Jenny. Seu nome na verdade era Marcos, mas como ele é negro, usa dread e adora o Bob Marley, todos o chamam assim.

         - Ta bom, mas não vem dizer que não avisei. – respondia ele – Mas diz aí, gata, animada com a mudança?

         - Bastante! Vou morrer de saudade daqui, mas eu sinto cheiro de aventura em São Paulo.

         - Jenny, Jenny... Você não muda nunca!

         - Você prefere que eu mude? – Jennyfer chegou bem perto de Bob, deixando seus rostos com poucos centímetros de distância.

         - Nunca! – Bob a abraçou e a beijou com toda a ousadia e ternura que lhe restavam, afinal, quem saberia quando ele poderia tocar aqueles lábios novamente?

         Já eram 4 da manhã quando a festa acabou, e Rachelle e Jennyfer voltaram para casa exaustas, mas estavam agitadas demais para conseguir dormir. Em vez disso, sentaram-se na cama e passaram a madrugada conversando:

         - Você também está com medo, Jenny?

         - Um pouco. É estranho nunca ter se mudado e de repente ir para uma cidade daquele tamanho, sem um conhecido sequer. Você está?

         - Apavorada! Você pelo menos é extrovertida e atirada! Eu mal consigo dizer “oi” pra alguém novo!

         - Atirada? Você é que é lerda! – Jennyfer provocou, jogando um travesseiro na irmã.

         - Você jogou um travesseiro em mim? EM MIM? – Rachelle olhou para Jennyfer com cara de sapeca – Agora você vai pagar! É GUERRA!

         As duas começaram uma barulhenta e desastrada guerra de travesseiros. Entre travesseiradas e gritos elas caíam e derrubavam as coisas, além de arrastar as camas. Então se ouve um grito diferente:

         - Meninas, vão dormir agora! – Carlos Flecher, pai das garotas, gritou do quarto dele – Nós temos um avião para embarcar amanhã!

         Elas pararam na mesma hora, cada uma com uma pose de ataque mais bizarra que a outra. Elas se sentaram nas camas novamente, rindo baixinho.

         - Vamos dormir, Rach.

         - É, amanhã o dia vai ser realmente cheio! Boa noite.

         - Boa noite.

         No dia seguinte, ou melhor, mais tarde naquele mesmo dia, elas acordaram ansiosas e cansadas. Arrumaram o que faltava e deixaram em prantos a antiga casa. Velhos amigos os acompanharam até o aeroporto, todos chorando e se abraçando:

         - A gente volta nas férias! – Jenny falava limpando as lágrimas.

         - Voltem mesmo! Tudo vai ser muito diferente sem vocês! – Anita soluçava sem parar.

         “Atenção passageiros do vôo 7164 com destino à São Paulo, embarque no portão 10.”

         - É a nossa deixa! Adeus pessoal! – Gritava Rachelle enquanto corria atrás do pai que já havia ido, por odiar despedidas.

         A família Flecher partiu para São Paulo às 10 horas da manhã do dia 06 de dezembro de 2008, com uma nova vida à espera, cheia de surpresas.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente!! Bom, essa é a minha primeira fic original, e segunda fic que eu escrevo... Espero que vocês gostem!
Beijocas b29;
Babi