Saímos do carro e vimos em nossa volta bilhões e bilhões de zumbis famintos.

- Temos que correr entre eles – falei enquanto os zumbis chegaram perto da gente.

Sam segurou a mão de Bryan, Bryan segurou a minha.

- Vamos correr – disse ele, segurando a minha mão.

Afirmei com a cabeça, era a única coisa que podíamos fazer, mas como faríamos isso? Os zumbis podiam não morder nós, mas podiam nos arranhar, que infecta do mesmo jeito.

Mas não desistimos de nossa ideia, corremos com toda nossa velocidade para a parte que menos tinham zumbis, passamos entre eles, pude sentir a textura estranha da pele deles, pude ver como eles se moviam devagar, sem direção e coordenação. Fiquei tanto tempo pensando que nem percebi que já havia saído do grupo de zumbis, que agora corriam atrás de nós nervosos. Quando corri, eu tropecei em um ferro solto e acidentalmente torci meu pé, caí no chão com dor.

- Bethy, o que houve? – perguntou Bryan.

- Acho que torci o pé – expliquei – vão, eu distraio os zumbis.

- Eu não vou te deixar aqui – ele disse e eu o encarei, mas não por muito tempo, pois os zumbis estavam chegando.

Bryan pegou um braço meu e o envolveu no ombro e Sam fez o mesmo, apesar de ser pequeno e me deixar com o lado dele menor do que o de Bryan, mas eu nem liguei, o importante era que os dois queriam me salvar. Começamos a correr para longe dos zumbis, passamos pelo corpo morto de Natasha.

Dessa vez não tínhamos mais nada, nem armas, nem comida. Entramos em uma casa abandonada de dois andares e ficamos no segundo andar, já que não dava para os zumbis entrarem.

- Temos que fazer uma atadura no seu pé, Bethy – disse ele.

- Não, eu estou bem, vai pegando algumas coisas, eu me viro.

- Bethy... – começou Bryan.

- Bryan! Eu me viro. – eu o interrompi.

Fui até o banheiro e tomei um banho gelado. Peguei umas roupas e me arrumei.

Bryan pegou uma maleta com remédios e fez uma atadura no meu pé, mesmo eu insistindo de que não precisava.

- Pronto, se precisar de alguma coisa me avisa – ele disse – se quiser eu preparo comida.

- Tá bom, pai – eu disse brincando.

Ele riu. Sam chegou perto da gente.

- Os zumbis não vão entrar não? – perguntou ele.

- Provavelmente sim – respondi – mas acho que não vão conseguir subir as escadas do segundo andar, ou vão?

Pensamos um pouco, os zumbis com certeza conseguiriam passar para dentro de casa, sem dúvidas, mas como saberíamos se eles poderiam passar para o segundo andar?

- Temos que pegar comida lá embaixo, na cozinha – eu disse.

- Eu pego, você e Sam ficam aqui – decidiu Bryan.

Eu achava um pouco perigoso ele ir sozinho, seria melhor se Sam fosse com ele, foi o que ele fez. Quando Bryan desceu para pegar comida, Sam disse para mim:

- Tem problema se eu for com meu irmão? – perguntou.

- Claro que não, eu vou ficar bem – respondi e logo depois ele foi até Bryan.

Nos momentos que fiquei sozinha, fiquei pensando em meus pais, que eu havia perdido. Vi minha mãe se suicidando e nem pude ver meu pai, ele apenas morreu e eu nem pude vê-lo. Também pensei em Sarah e Natasha, como as duas ficaram para trás para nos deixar sobreviver. Comecei a chorar, eu havia perdido meus amigos da escola, meus outros parentes e até sentia falta dos meus inimigos, que comparando com os zumbis, eram um ser pequeno. Tudo ocorreu por causa de um terremoto.

- Está tudo bem? – perguntou Bryan e eu levei um susto, eu nem o vi subir as escadas.

Assenti com a cabeça, mas pela expressão de preocupação de Bryan, ele sabia no que eu estava pensando. Ele sentou do meu lado.

- Não fique triste, eu sei como você está também sinto falta da minha mãe – ele disse.

- Ela era uma boa pessoa – eu falei.

Ele me abraçou e logo saiu de perto de mim.

- Onde está Sam? – perguntei olhando em volta.

- Ele não estava com você? – perguntou.

Antes que eu pudesse dizer algo, ouvimos os gritos de Sam lá embaixo.