Tomo banho, seco os cabelos e me enrolo na toalha, disposta a procurar a minha melhor roupa, jogo todos os meus conjuntos e vestidos na cama, rejeitando cada peça que encontrava. Depois de tirar todas, olho para a minha cama, que carregava minha bagunça. Suspiro, até que ouço a campainha tocar. Confusa, vou atender.

Quando abro a porta, fico surpresa ao ver Len, que cora quando me vê.

Len? - mostro minha confusão. Este, cora mais ainda.

Mi... Mi.. Mi.. Miku. - ele põe a mão sobre o nariz e aponta para mim. Só então, percebo que estou só de toalha. Coro desesperadamente, mas pego Len pelo braço e o puxo para dentro de casa, antes que algum estranho me veja.

O que... O que faz aqui? - continuo parecendo um tomate, enquanto fecho a porta atrás de mim.

E... Erm... E.. Eu.. Eu ia lhe chamar para fazermos algo juntos... Eu... - vejo-o parar de corar, com uma expressão triste. Ele ficava fofo assim.. - Eu senti que.. Desde antes de você ser levada, nós estávamos ficando muito distantes. E eu.. Estava te ignorando por causa do seu namoro. Eu me isolei um pouco. Eu... Eu fiquei com muito ciúme, Miku. Porque... Eu...

Porque nós somos irmãos, certo? - sorrio, interrompendo-o. - Não precisa se preocupar, Len. - abraço-o. - Nós somos irmãos. Nunca vamos ficar longe um do outro.

Ei.. - ele ri - Você está levando esse negócio de "irmãos" muito a sério....

E não é para levar a sério? - olho-o, como se tivesse sido ofendida.

... Desculpe. - o loiro abaixa a cabeça, ainda corado e triste.

Ei, ei. - ponho o polegar em seu queixo. - O que é isso? - sinto um aperto no coração ao ver as lágrimas que desciam de seus olhos - Len...

Volto a abraçá-lo, fazendo-o retribuir.

Bom. - ele me larga e enxuga as lágrimas, depois de um tempo. - Aonde podemos ir?

Ah.. - sinto minha toalha ficar folgada, mas seguro-a antes que esta caia. - Len.. - sinto-me triste ao falar - Não vou poder sair com você, agora.

... Compromisso?

Sim... Eu... Vou à casa do Kaito. - desvio o olhar.

E ainda está assim? - ele aponta para a toalha e vejo que nós dois coramos.

Ah... Estava escolhendo uma roupa, quando você chegou.

Deixe-me te ajudar. - o garoto sorri.

... Tem certeza?

Sim!

Então... Tudo bem. - consigo sorrir, também.

Levo-o até meu quarto. A bagunça, que permanecera sobre a cama, assustara o loiro. Expliquei o porque para aquilo, e isso o fez cruzar os braços. Pensativo, ele revira minhas roupas. Jogando no chão, provavelmente as rejeições, ele puxa uma peça do meio da bagunça.

Vista este aqui. - cora - Vai ficar linda.

Coro também. Realmente... Era um vestido lindo. Um vestido branco, com renda da mesma cor. Era curto, mas possuía um tipo de calda, que, apesar de ser curta e nem sequer chegar ao chão, dava impressão de ser um vestido de noiva.

Não acha que é muito... Chique? Digo, acho que eu iria escolher algo mais simples... É só um jantar e...

Não é só um jantar. Len me interrompe. - É o seu jantar. Tenho certeza que é muito importante para você e que você quer que seja perfeito. Não é?

... É... - sorrio, pegando a peça. - Tem razão.

Er... Vai se vestir aqui ou no banheiro?

Ah... Vou para o banheiro. - sorrio, ainda corando.

Saio do quarto, me dirigindo ao banheiro. Lá, visto o vestido. Volto ao quarto e, ao entrar, miro um Len admirado e corado.

Fiquei bem? pergunto, fazendo uma pose sensual. Brincando.

Es.. Está linda. ele ri, um pouco. Eu acertei, hein?

Com certeza.

Bem, o resto eu não sei. Digo, cabelos, sapatos, essas coisas. Isso já é coisa de mulher.

Rio, mas concordo. Penteio meus cabelos e faço duas tranças, só com as mechas dianteiras, deixando o resto do cabelo solto e amarrando as duas, atrás da cabeça. Escolho um par de rasteiras cor-de-rosa e uma fita da mesma cor, para enfeitar as tranças. Faço uma maquiagem bem básica, rímel, blush e lápis de olho, enquanto Len me assiste. Quando termino, pego algum dinheiro e anuncio que estou pronta. Len me elogia novamente, então, saímos de minha casa.

Chego à casa de Kaito e é lá que Len e eu nos separamos. Não sem antes eles trocarem um olhar estranho. MAS QUE DROGA! AGORA TODO MUNDO SE FUZILA PELO OLHAR POR MOTIVOS QUE EU DESCONHEÇO???

Kaito me deixa entrar e me apresenta para os seus pais adotivos. Uma senhora de cabelos castanhos escuros, olhos claros, rugas e aparência madura. Acompanhada de um homem, aparentemente mais novo que a mesma, olhos azuis e cabelos mais claros. Que casal estranho.

Pai, mãe. Kaito os chama Essa é minha namorada. Eu havia falado que ela viria, lembram?

Sou Hatsune Miku. É um prazer conhecê-los, senhor e senhora Shion.

O homem abaixa os óculos e me analisa, me fazendo gelar. A mulher sorri e estende a mão para me cumprimentar, retribuo o ato e vejo que o homem faz o mesmo. Descubro que ele se chama Kido Shion e que ela se chama Sawa Shion. Logo depois de todas as apresentações, eles me levam para a cozinha, por uma porta perto dali. Só então, paro para olhar tudo. A decoração era toda em tons de azul. Azul marinho, azul claro, azul bebê e azul celeste. O lugar era espaçoso e tudo me dava a impressão de que os pais de Kaito, com certeza, eram ricos. Mas dou de ombros.

A cozinha também era decorada em tons azuis. A mesa de jantar estava preenchida por pratos de comida diversos e havia um jovem com roupas formais, ao lado do objeto.

Yuuma o Sr. Kido ordenou. Saia daqui, nós vamos jantar agora. Se precisarmos de você, lhe chamaremos.

Sim, senhor. o garoto saiu da cozinha.

Eu conheço esse cara de algum lugar... Penso, mas não tenho tempo para isso, pois todos estavam sentando-se à mesa. Repito o ato e começamos a nos servir. Enquanto comemos, os pais de Kaito me fazem séries de perguntas. Todas sobre mim ou sobre meus pais. Mas disse que morava sozinha, sendo assim, eles pararam de perguntar sobre o assunto. Confesso que nossa conversa fora bem divertida. Ao final, tive uma idéia.

Kaito. eu o chamo, ao terminar de comer Tem um violão aí?

Ele sorri.

Acho que o meu irmão tem um. vejo-o se levantar e sair da cozinha, deixando seus pais confusos. Ao voltar, ele me entrega um violão verdes, com uns adesivos punks.

Pego o instrumento e toco uma música que compus, há algum tempo atrás. Uma música, na qual, eu achei que combinava tanto comigo e que, agora, acho algo tão diferente. Romeo e Cinderela. Tento fazer uma versão mais delicada, menos agitada e mais acústica. Tocando acordes bem neutros e, ao mesmo tempo, sonoro, eu sigo cantando até o final. Acho que a música ficara mais romântica. Gostei da versão que acabara de fazer. Ao final, sorrio, me sentindo muito mais viva que antes. Vejo a surpresa no rosto dos pais do Kaito, se transformar em sorrisos e aplausos. Me curvo e devolvo o violão para o meu príncipe. Só fizera aquilo, com a intenção de causar uma boa impressão e fazer com que eles me conheçam, baseados no meu jeito de tocar e cantar. Acho que a música também pode nos ajudar nisso. E, agora que terminei, me sinto realmente revigorada.

Você canta muito bem, hein? a voz áspera do Sr. Shion invade meus ouvidos. Poderia fazer bastante sucesso. Essa música é sua?

Obrigada. sorrio. Sim. Eu que compus. Eu componho faz algum tempo.

Ela é um amor! vejo a Sra. Shion me elogiar, apoiando os cotovelos, na mesa. Eu dou minha benção. rimos.

Eu também! concorda o homem.

Bem... troco olhares com Kaito, que assente, entendendo minha mensagem. Sendo assim, eu agradeço muito, Sr. E Sra. Shion. Mas... Eu e o Kaito temos algo a pedir. seguro a mão de meu príncipe, vendo o pai dele franzir as sobrancelhas. Nós queremos pedir... Que o Kaito venha morar comigo. Por favor. me curvo, fechando os olhos.

Eu e Kaito fomos para minha casa, quando já eram 21:45 horas. A vizinhança estava silenciosa e a porta da frente jazia trancada. Destranco esta, que abre com um estalo. Então, eu e Kaito entramos no lugar. Ele larga a mala dele em cima de minha cama e eu o ajudo a arrumar tudo em meu armário. Agora, esta casa é nossa.

- Miku. - Kaito me chama, ao terminarmos e deitarmos juntos, na cama. - Sim? - ele não responde, me beija e me agarra. - K... Kaito? - fico ofegante. - Miku... Me deixe sentir seu corpo. Por favor.. Fico em silêncio. O que farei? - Erm... Kaito.. Eu... Não sei. - Você me ama? - Ah... É.. - sorrio - É claro que te amo! Vejo-o sorrir e me abraçar. - Então.. O que acha? - ele sussurra. Engulo em seco e respondo. - Me faça sua, Kaito.