I Surrender escrita por QueenD, Summer


Capítulo 22
Capítulo 22 - Can We Play a Game?


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, quero agradecer a recomendação diva da GipsyHeart, sério muito obrigada :3
Capítulo tá gigante pra compensar o último.
Veremos Sophie ozada, hehe.
Comentários sobre o capítulo
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Capítulo 22 – Can we play a game?

Estou em uma rodinha entre Annie e Nate, e se tivesse uma arma em meu alcance já teria dado um tiro em mim mesma.

Meus olhos fixaram-se na garrafa de uísque no centro da roda, e ainda há uma garrafa de tequila.

Eu quero me matar por concordar em entrar nisso. Não foi como se eu tivesse muita escolha, mas mesmo assim.

A semana passou lenta e tediosa, assim que chegou sexta Annie parecia um cachorrinho querendo que seu dono a levasse para brincar, como se a última vez não servisse de exemplo para mostrar que era uma péssima ideia sairmos para outra boate. Isso sem falar que minha semana tinha sido chata, ela e Dallas tinham saído todos os dias para conhecer os pontos turísticos de Londres (Coisa que até hoje eu não tinha feito), enquanto eu ficava em casa fazendo minhas tarefas e estudando.

– Vamos pra algum lugar leeegal! – disse Annie dando pulinhos.

– Onde seria esse lugar legal? – perguntei trocando os canais da TV.

– Não sei. Você deve ter um monte de amigos aqui, nenhum deles está dando uma festa?

Claro, eu teria muitos amigos e seria popular na minha escola, se eu não tivesse caído vergonhosamente em uma piscina de tinta, mas eu ainda vou ser popular, ter muitos amigos e milhares de garotos apaixonados por mim.

– Volte, volte, naquele canal que você acabou de colocar. – Dallas estava esparramado no sofá maior, e ainda assim seus pés o ultrapassavam por conta de seus quase dois metros.

– Dallas, você deveria estar me ajudando a convencer a Sophie para sairmos.

– Não é que eu não queira sair, apenas não quero ir para qualquer lugar que tenha bebida alcoólica para depois eu ter que bancar a sua babá.

Dallas riu um pouco, concordando comigo.

– Isso são detalhes. – Annie abanou a mão em um gesto de descaso. – Prometo que não vou ficar bêbada.

Arqueei uma sobrancelha, a olhando cética. Como se prometer alguma coisa ou não interferisse nas ações de Annie.

– Que tal ficarmos em casa e fazermos alguma divertida? – Dallas propôs, fazendo com que eu o agradecesse com um olhar, não teria que gastar mais saliva tentando convencer Annie.

– Tipo o que? – Annie levantou-se do sofá, cruzando os braços em frente a televisão, impedindo Dallas de assistir o que passava no canal que ele tinha pedido para que eu colocasse. – Ver filmes?

– Isso! Poderíamos pedir pizza.

Annie fez um biquinho infantil com a boca e voltou a sentar-se no sofá.

Antes que ela pudesse voltar a falar, a porta foi aberta e por ela entraram Nate, Ruby, Ethan, Blake e Jason.

Todos eles riam de alguma coisa.

Espera, aquilo que Ethan estava segurando era uma garrafa?

– Sophie! – Nate disse acenando para mim, como se estivéssemos muito longes um do outro.

Sorri em resposta. Nate era mesmo um fofo, até hoje me pergunto como ele pode andar com alguém como o Blake.

Encontrava-me empenhada em descobrir de que era a garrafa que Ethan tinha nas mãos. Com certeza era bebida alcoólica.

Percebi que Jason também segurava uma garrafa, mas a marca era diferente. O que eles estão aprontando? Coisa boa não pode ser.

– O que vocês estão fazendo? – Annie esticou o pescoço tentando, assim como eu, mas de um jeito nada discreto, ver qual tipo de bebida era.

Ruby revirou os olhos e cruzou os braços, batendo o pé impacientemente contra o chão.

– Não podemos contar. – Nate arregalou os olhos como uma criança e depois deu uma piscadela na direção de Annie.

– Tive uma ideia! – Annie disse pulando o sofá e parando do lado em que eles estavam. – Sei como podemos usar essas garrafas.

Ela tentou pegar a que estava nas mãos de Ethan, mas ele a segurou em cima da cabeça, fazendo Annie cruzar os braços e fazer um barulho reprovador com a boca.

– Eu só ia ver que tipo de bebida era.

– Uísque. – Ethan manteve os olhos gélidos em Annie.

– E a outra? – Virou-se para Jason. Não parecia nem mesmo envergonhada por na semana passada ter dado um soco nele e ter feito um escândalo o chamando de estuprador.

– Tequila.

– Sabe o que nós podemos fazer? – Ao ver que ninguém respondeu, continuou. – Verdade ou consequência.

– Isso! – Nate sorriu. – Bem melhor do que planejávamos antes.

Coloquei a mão na testa, respirando fundo. Dê-me paciência para aguentar as ideias de Annie.

– Por mim tudo bem. – Jason disse sacudindo a garrafa.

– A cada rodada, a pessoa em que a garrafa parou tem de beber um gole.

Entusiasmada por terem aprovado sua ideia, Annie sorriu, começando a subir as escadas.
– Onde vamos brincar?

Alguém, por favor, diga a Annie o quanto ela está sendo ridícula.

– No quarto de hóspedes. – Blake respondeu, manifestando-se pela primeira vez. – Tem três aqui em casa, um deles vocês estão usando, podemos usar o ao lado do meu quarto.

Todos começaram a seguir Blake e Annie ficou para trás, junto comigo e Dallas.

Só eu achei estranho todos concordarem sem protestar? Até mesmo a Ruby não disse nada. Ou o que eles iam fazer antes não era tão interessante assim, ou a ideia de Annie tinha sido melhor do que eu pensava.

– Anda logo, Sophie. Todo mundo já deve está lá em cima.

– Eu não quero. Estou bem aqui, obrigada.

Eu não preciso ficar bêbada pra me divertir.

– Deixe de ser careta. – Annie puxou minha mão numa falha tentativa de me fazer levantar.

– Eu já disse e vou repetir – falei pausadamente. – Eu estou bem aqui.

– Vamos, Sophie. – Dessa vez foi Dallas quem disse, segurando minha outra mão.

Até mesmo Dallas estava concordando com Annie nessa coisa estúpida de verdade ou consequência. Traidor.

– Eu ainda vou me arrepender disso. - murmurei para mim mesma enquanto subia as escadas com os dois.

Quando chegamos ao tal quarto, Ruby falava alguma coisa para Blake próxima demais e quando ele ergueu uma sobrancelha a encarando, ela deu uma risadinha. Desviei o olhar sentindo alguma coisa estranha. Talvez fosse só minha mão coçando para dar um tapa em Ruby.

Todos se sentaram no carpete verde musgo, deixando a garrafa de uísque no centro e a de tequila ao lado da suposta pessoa que tinha a comprado, Jason.

Durante o tempo em que eu fiquei na escola essa semana, Jason não tinha ido falar comigo, nem mesmo tinha me cumprimentado. Fiquei com raiva por ele agir como se não me conhecesse e resolvi que se Jason queria que fosse assim, não seria eu a ir falar com ele. Questão de princípios.

No início achei que o garoto não tinha vindo falar comigo por receio de toda a confusão final de semana, depois que eu o vi com uma garota que eu não conhecia, finalmente percebi que se tratava de “já peguei, não quero mais”. Não chorei nem nada do tipo – até porque eu, tragicamente, gosto do amigo dele -, apenas fiquei com o orgulho ferido.

– Ah, só pra lembrar, as consequências podem envolver outras pessoas. – Nate sorriu animadamente.

– Quem gira? – falou Dallas depois que todos estavam sentados, formando um círculo.

Surpreendentemente Ruby foi quem esticou a mão para girar a terceira garrafa dentro daquele quarto, esta vazia, servindo apenas para usarmos nessa brincadeira idiota.

– O fundo pergunta e a tampa responde. – falou antes de girar, segurando no meio.
A garrafa parou em Nate e Dallas.

Dallas esticou a mão para pegar o uísque e logo em seguida deu um gole.

Inquieta, comecei a batucar os dedos no carpete.

– Verdade ou consequência? – Nate perguntou.

– Verdade.

Annie revirou os olhos dizendo algo como “Meus amigos são tão sem graças”.

– Hmm. – Nate sorriu maliciosamente. – Verdade que você ficou excitado quando viu a sua amiga aqui – Apontou para Annie. – de calcinha e sutiã?

Arregalei os olhos, sentindo vontade de rir quando vi Annie e Dallas ficarem vermelhos como um pimentão e não vê-la falando uma das suas piadinhas de sempre. Esse jogo pode ser até interessante.

– Sortudo. – murmurou Jason parecendo muito atraído pela garota que tinha o esmurrado, safado.

– É... – Ainda envergonhado Dallas olhou de Annie para Nate. – Não é verdade.

Discretamente (Milagres acontecem) Annie fez uma careta de desgosto, mas logo em seguida voltou para sua expressão normal.

Franzi o cenho, começando a entender melhor o motivo das atitudes que ela vinha tomando com Dallas desde que chegaram. Era impressão minha ou Annie estava gostando dele?

– Você deve ser muito atraente. – Ruby sorriu debochadamente.

– Alguém me segura, porque senão eu vou bater nessa piranha. – Annie disse a fuzilando com o olhar.

Dei um sorriso de canto pensando em Ruby com o rosto desfigurado. Não seria totalmente ruim.

– Esquece isso. – falei para Annie. – Depois de um tempo você se acostuma com essas infantilidades.

Ruby abriu a boca para falar alguma coisa, mas Blake segurou seu ombro em um pedido para ela ficar quieta.

– Sem brigas meninas. – Nate balançou a cabeça. – Eu giro agora.

– Verdade ou consequência? – Ethan perguntou para Jason assim que a garrafa parou.

– Eu quero verdade. – respondeu bebendo o uísque.

Ethan franziu a boca, pensando no que perguntar.

– Verdade que você ficou com a Lizzie antes dela e o Blake terminarem?

Franzi a testa, mais interessada na pergunta do que gostaria.

Quem é Lizzie e porque eu nunca ouvi falar dessa garota antes? “Antes dela e o Blake terminarem”, então quer dizer que eles já namoraram.

Ah, Deus, estou parecendo uma namorada ciumenta, tenho que parar com isso.

– Verdade. – disse Jason parecendo não importar-se, dando mais um gole na garrafa.

– Ei! Ainda tem muitas rodadas, não dá pra você ficar bebendo tudo. – Annie disse para Jason com o cenho franzido.

Ethan lançou um olhar significativo para Blake e este revirou os olhos.

Se essa tal de Lizzie era a ex-namorada de Blake, então o que Ruby era? Para mim ela que era a antiga namorada dele.

Quase dei um sorriso ao pensar que Ruby poderia não ter sido nem mesmo namorada dele, mas logo me lembrei de que a minha situação com Blake não era muito diferente. Mas eu morava na mesma casa que ele pelo menos.

– Que foi? – perguntou Jason quando viu seus amigos o encarando feio. – Ela era gata.

Ainda o encarando, Ethan girou a garrafa, dessa vez parou em Ruby para perguntar e Dallas para responder.

– De novo? – Fez uma expressão cansada, fazendo algumas pessoas rirem. – Quero consequência, verdade não foi muito... Interessante.

– Finalmente alguém escolheu consequência! – disse Nate.

– Sua consequência, ou tortura, como eu diria, é beijar a Sophie. – Ruby falou rapidamente como se tivesse planejado isso há muito tempo.

– O que? – Eu e Dallas perguntamos ao mesmo tempo.

Eu definitivamente não queria beijar Dallas, sendo ou não apenas uma consequência. Ele era bonito, mas era o Dallas.

Olhei para Annie, preocupada. Se ela gostava de Dallas, não tinha que ver isso. Apesar de ser uma brincadeira – que a própria tinha proposto -, ver a pessoa que você gosta beijando outra não é legal. Principalmente quando essa pessoa é a sua melhor amiga.

Além disso, seria estranho falar com Dallas, meu melhor amigo, depois de nos beijarmos.

– Vão logo. – Annie falou.

Mordi o lábio, percebendo que ela não parecia animada, mas sim irritada.

Annie encontrava-se entre mim e Dallas, o que tornou as coisas ainda mais estranhas quando eu inclinei-me sobre ela e Dallas também chegou mais perto, fazendo-a ficar entre nosso beijo forçado.

Assim que minha boca encostou-se à dele, eu me afastei, voltando para meu lugar. Não tinha durado nem dois segundos. Se me perguntassem como foi, diria que não sei, porque eu não senti nada.

– Podem ir novamente. – Ruby me olhou com raiva. – Isso não foi um beijo.

– Selinho é um tipo de beijo sim. – falei para ela, empinando o nariz. – Você quem não especificou como queria que fosse.

Desviei meus olhos para a pessoa ao lado de Ruby, Blake. Ele me encarava diretamente, também parecendo estar com raiva. Com certeza percebeu quando o olhei porque ergueu as sobrancelhas para mim no mesmo instante. Envergonhada por ter sido pega, olhei para outra direção.

– Concordo. – Dallas disse prontamente, também achando a situação toda muito estranha.

– Certo, certo. – Ruby fez um bico feio com a boca e girou a garrafa.

Jason sorriu cafajestemente quando a garrafa parou nele e em Nate.

– Verdade ou consequência? – perguntou mantendo o sorriso no rosto.

– Verdade.

– Tsc, tsc, depois diz que as pessoas só escolhem verdade. – disse Jason, os olhos brilhando de ansiedade. – É verdade que você pegou a nossa professora de história no início do ano?

– A maioria aqui já sabia dessa, - disse Nate sorrindo. – verdade.

– O que? – Não aguentei e acabei falando, surpresa. – A professora de história? A Simone Webber?

– Essa mesma.

Olhei para Nate com a mão na boca, chocada. Quem diria que uma das poucas pessoas que eu considero minha amiga em Londres faria isso? Agora entendo porque ele anda com eles.

Se bem que Simone é mesmo bonita, e deve ter por volta dos vinte e três anos, mas mesmo assim, é uma professora! Será que Nate a pegou em que sentido? Ah Deus, é nesses momentos que descobrimos como as pessoas são de verdade.

Juro que esperaria isso de qualquer um dos garotos daquela rodinha menos de Nate, – tirando Dallas que nem contava, pois nem estudava na minha escola. – Jason era o mais provável, depois Ethan, que faz aquele estilo de os calados são os piores e por último Blake.

– Ok, aquela garrafa de tequila ainda está aí, certo?

Pisquei os olhos, saindo de meus devaneios. Quanto do jogo eu havia perco?

Annie tinha um sorrisinho zombeteiro nos lábios, os olhos pareciam estar em chamas e por dentro ela devia estar rindo escandalosamente.

– Ruby, sua consequência é bancar a tequileira com o nosso amiguinho aí, Jason.

– O que seria isso? – Ruby levantou-se olhando para Annie de um jeito estranho. – Sinto muito, não entendo essas coisas de puta.

– Como? Acho que não entendi direito. – Annie cerrou tanto os olhos que eles quase sumiram de trás de suas pálpebras.

– Isso mesmo que você ouviu.

– Ótimo. – Foi a vez de Annie levantar-se. – Acho que vou ter que te ensinar, queridinha.

Observei as duas com uma terrível sensação de que aconteceria uma coisa nada boa. Isso vai dar merda.

– Alguém que conheça a casa vai até a cozinha e pegue sal, por favor. – disse Annie sem quebrar o contato visual com Ruby.

Imediatamente olhei para Blake e ele também me observava. Nós dois éramos os únicos que moravam ali, mas eu havia chego bem depois, portanto quem deveria descer e ir era ele.

Como se lesse meus pensamentos, Blake foi em direção a porta avisando que iria pegar o sal.

Enquanto isso, Annie mandou Jason deitar-se na cama e ele foi sem protestar. Na verdade, acho que estava gostando.

– Aqui. – Blake entregou um pote de vidro nas mãos de Annie.

– A garrafa de tequila. – Annie estendeu a mão para pegar a garrafa que foi dada por Ethan.

Tudo aquilo parecia tão profissional, como se tratasse de alguma coisa séria, que eu tive vontade de rir.

– Venha aqui, Ruby.

Obedecendo, Ruby ficou ao lado de Annie e as duas encontravam-se de frente para um Jason deitado na cama em posição horizontal. O restante do grupo, tinha sentado na beirada da cama, a fim de ver no que aquilo daria

– Levante a camisa dele.

– Hã?

– Ah, anda logo minha filha, não trate isso como se fosse um sacrifício, olha só pro corpo desse garoto.

Ruby aproximou-se mais de Jason e levantou a blusa dele um pouco acima do abdome. Annie tinha razão, o corpo dele era bem melhor do que eu esperava. Nossa!

Seguindo as instruções de Annie, Ruby colocou sal na barriga de Jason e depois de fazer um básico drama, inclinou-se em sua direção e lambeu a barriga de Jason. Alguns cristais de sal ficaram em seus lábios.

Sorrindo Jason, parecia se divertir com a situação.

– Agora abre a boca. – Ordenou Annie com um sorriso maldoso.

Sem dar tempo para Ruby pensar direito, Annie enfiou o gargalo na boca dela, fazendo Ruby quase engasgar e em uma fração de segundo balançou tanto a cabeça de Ruby que se fosse eu no lugar dela teria vomitado.

– Como se sente? – Annie deu um tapinha na cabeça de Ruby, com um sorriso vitorioso.

– Vaca. – disse Ruby aparentando estar meio tonta.

Jason abaixou sua camisa e a ajeitou no corpo.

Voltamos para a rodinha, dessa vez mudando de lugar, e agora eu estava ao lado de Dallas e Ruby (Eca!).

Annie sorriu maliciosamente para mim quando girou a garrafa e parou em mim e nela. Oooh, droga!

Peguei a garrafa quase acabada de uísque e dei um gole sentindo o líquido descer arranhando minha garganta e parecendo chegar violentamente em meu estômago.

– Verdade ou consequência?

A encarei, pensando. Se eu escolhesse consequência, Annie iria ferrar comigo, mas se eu dissesse que queria verdade, ela poderia perguntar o que eu tinha omitido para ela sobre a noite em que eu tinha bancado sua babá, e então eu seria obrigada a falar que Annie tinha dito que eu gostava de Blake e eu estaria mais ferrada ainda.

Engoli em seco dizendo:

– Consequência.

O sorriso de Annie tornou-se duas vezes maior e eu soube que deveria me preparar para o pior. Esperava que ela fosse mais boazinha comigo do que tinha sido com Ruby.

– Você terá de dançar sensualmente para o Blake, aqui na frente de todos.

Ok, agora eu queria mesmo ter uma arma, mas não para me matar, e sim para dar um tiro na maldita boca de Annie. Quem precisa de inimigos quando se tem Annie como amiga?

Pelo menos eu não teria que admitir que gostava dele na frente de todo mundo.

Annie fez questão de pegar a cadeira da escrivaninha e colocar no centro da roda, dando um tapinha para indicar a Blake onde ele deveria ficar. Ela continuava com aquele sorriso estilo jogos mortais.

Levantei-me, ficando no meio de todos, perto de Blake que estava sentado na cadeira, o queixo apoiado nas mãos e as sobrancelhas levemente levantadas, me observando atentamente.

– Eu não posso trocar com alguém? – Supliquei para Annie. – Tenho certeza que Ruby gostaria de ir no meu lugar.

– Acontece que a consequência é sua e não dela.

– Annie...

– Vai dançar durante toda a música que eu colocar e tem de fazer direitinho, até pra quem só está observando babar, se não vai ter que fazer de novo e serei eu a dizer passo por passo o que você vai fazer.

– Eu te odeio.

– Anda, anda.

Colocando Toxic para tocar, Annie deu um tapinha em minha canela que me fez chegar mais pra frente, mais perto de Blake.
Está tudo bem, não é nada demais, é só o Blake, o garoto que você gosta e que sempre que tem oportunidade de irrita. Nada de importante.

– Parece que você quer mesmo que eu fale o que é pra você fazer. – Cantarolou Annie.

Antes que eu pudesse me arrepender do que eu fazia, me remexi ao ritmo da música e quando fiquei mais perto do que devia de Blake, coloquei uma mão de cada lado de seu ombro, o encarando. Meu rosto estava mais vermelho que nunca e eu tive que me controlar para não desviar o olhar.

Tirei uma mão de seus ombros e com ela fui percorrendo a linha do seu braço, depois voltei e comecei a delinear com o dedo o contorno de seus músculos. Seus olhos seguiam o meu dedo e eu parecia estar fazendo a coisa certa já que ninguém tinha falado nada.

Quando cheguei perto do umbigo, voltei a mão para seu ombro e sentei-me em seu colo, passando uma perna de cada lado. Como eu estava de saia, o tecido de sua calça roçava em minha perna desnuda.
Acho que aquele gole de uísque foi o suficiente para me deixar meio solta, porque eu nunca faria algo assim, ou talvez fosse o medo de ter que fazer isso sob os comandos de Annie.

Desconfortável com a minha perna praticamente toda exposta, me mexi inquietamente, procurando achar um jeito de me sentir mais confortável. Ao sentir que Blake também fez um movimento brusco parei. Opa.

Tinha quase certeza que meu rosto estava quase roxo de vergonha.

Respirei fundo, voltando a me concentrar e só então percebi que suas mãos estavam em minhas coxas. Segurei uma delas, voltando a encará-lo. Guiei sua mão, fazendo seus dedos arrastarem em minha pele, por minha coxa, quadril, cintura, até chegar a meu ombro. Inconscientemente mordi o lábio inferior, nervosa.

Segurei seus dedos, o fazendo puxar a alça de minha regata para baixo. Foi ele quem quebrou o contato visual para olhar a alça caída.

– Acabou! A música acabou! – Esgoelou Ruby.

Inclinei-me mais para frente fazendo meu corpo ficar colado com o dele, Blake fez um movimento inquieto com as pernas, fazendo quase a cadeira cair para trás.

E foi com esse susto que eu saí do meu transe, levantando-me e ouvindo Ruby esgoelar sem parar.

Olhei para trás, onde Annie estava, ainda meio tonta com o que tinha acabado de acontecer. Ergui as sobrancelhas para ela em um gesto desafiador.

– Hmm, - Deu um sorriso malicioso. – sabia que um dia você iria revelar-se como a grande safada que é.

Corando voltei para o meu lugar.

– Cara, acha melhor você correr para o banheiro dar um jeito nisso. – disse Ethan em tom brincalhão, apontando para o meio das pernas de Blake.

Arregalei os olhos e comecei a tossir engasgada com minha saliva.

– Próximo. – disse Annie parecendo divertir-se.

– Verdade ou consequência? – perguntou Blake ansiosamente.

Será que Ethan tinha falado para ele ir para o banheiro de brincadeira ou ele tinha mesmo...?

Não. Foco Sophie, esqueça isso.

– Consequência.

– Você vai ter que correr de cueca pela rua. – disse Blake sorrindo perversamente, após pensar um pouco em qual seria a consequência de Ethan.

– Pelo menos eu estou em condições de ficar de cueca. – Ethan falou provocativamente.

Já de pé, ele começou a tirar a blusa preta e a jogou em cima da cama, depois tirou a calça jeans que usava ficando apenas de cueca.

– Aaaah, os olhos da Sophie são virgens, ela deve permanecer inocente! – Gritou Annie se jogando para cobrir meus olhos com as mãos.

– Você é ridícula. – falei rindo e descobrindo meus olhos.

Ethan preparava-se para sair do quarto, e eu era uma das pessoas que tinha pegado o celular para filmar a cena.

– Esperem! – disse Nate. – Não seria mais divertido se todos fizessem essa consequência?

NÃO! NÃO E NÃO!

– Você é um gênio, Nate. – Annie começou a tirar o casaco que usava. – E agora é o meu mais novo amigo.

Nate sorriu também começando a tirar a roupa.

O que essas pessoas têm na cabeça, pelo amor de Deus?

Jason seguiu os passos de Nate, começando a tirar a roupa e depois foi a vez de Dallas. Até mesmo meu inocente amigo estava sendo influenciado pelos delinquentes amigos de Blake. O mundo está perdido.

Blake passou a camisa cinza pela cabeça, bagunçando um pouco seu cabelo em um gesto inconscientemente sexy. Eu não tinha falado com ele desde o dia em que gritara que o odiava. Acho que depois de Jason, Blake era o que tinha o melhor corpo entre seus amigos.

Ao ver Blake tirando a roupa, Ruby também fez o mesmo. Que surpresa.

– Anda logo Sophie. Você é a única que ainda está totalmente vestida. – disse Annie que agora vestia apenas o sutiã verde limão e a calça de moletom.

Suspirei derrotada, eu não seria a careta do grupo, por isso segurei a barra da minha regata e a tirei deixando a mostra o meu sutiã rosa com um laço no meio. Fantástico.

Abaixei-me para tirar a saia, sentindo o olhar de Blake em mim. Exatamente como eu tinha feito com ele alguns minutos atrás.

Aos tropeções, todo mundo devidamente sem roupa, fomos descendo as escadas um atrás do outro.

Quando saímos, ninguém, nem mesmo eu, importou-se com o frio. A rua parecia deserta, mas mesmo assim eu fiquei olhando para os lados, tendo certeza de que não havia mesmo ninguém.

Nate começou a gritar e correr agitando os braços para cima. Sem consegui parar de rir, comecei a correr junto.


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Notas finais do capítulo

[QueenD]: Eu gostei desse capítulo, ereções e tal.
Estava eu de madrugada conversando com a Summer e umas amigas nossas pelo facebook quando ela passa esse lindo link: http://www.youtube.com/watch?v=oavMtUWDBTM
[Summer] Trololo = Sucesso mundial ok. Nate se revelando hmmmm, Jason safado e Annie vingativa haha. Blake com ciúmes da Sophie com o Dallas, Sophie ozada, mil tretas mano.