O Livro do Universo escrita por Ana Julia


Capítulo 8
Roubamos algumas coisas




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E eu fui, vagarosamente andando para a minha cabine, eu caminhava e meus passos se tornavam mais leves, eu olhei para trás, e aquele céu estrelado que fazia tudo nele ficasse com um ar mais, iluminado, apaixonante.Ele olhou pra trás e sorriu, e aquilo me fez sentir ser atingida, por uma felicidade, um calor, milhões de sentimentos calorosos e só descritos em um sorriso.Sorri de volta e ele sussurrou

-Vá.

Katherine e Susi estavam tirando suas maquiagens.Elas começaram a ficar pálidas de tantos cremes para pele, para evitar espinhas, para não ter marcas de expressão. E eu, deitei na minha parte da cama e, dormi; apenas isso.

Tive um pesadelo horrível, em que o livro fora soprado por uma ventania horrível, O livro além de velho, estava solto, como entregue a mim, apenas amarrado por um barbante velho. Partes e mais partes iam se perdendo com o vento.Eu corria para pegá-las mas, quando eu ia pegar uma, ela escapava ou desaparecia.E em um momento, eu fui soprada para um cemitério, em que haviam números nos túmulos, que não faziam sentido algum, um chão incendiado, e a cada passo que eu dava, aquilo mais parecia que eu entrava num corredor, e de repente eu estava em um.Um corredor branco e vazio com luzes falhas.Aquilo me percorreu um arrepio na espinha, e eu continuei, um cano pingava água, e começou a sair uma névoa de uma sala; eu a abri, e não era uma sala agradável, era uma sala de necropsia. De onde havia uma maca bem no centro, com um cadáver coberto com um pano branco.Eu me aproximei do cadáver.Cheguei bem perto, estava pronta para tirar a coberta de cima do corpo, quando uma pessoa com mãos gélidas segura em meu pulso.Era John, ele era o dono das mãos gélidas, ele apenas fala para que eu saia de lá correndo com ele.Ele me leva me puxando pelo pulso e eu tento olhar para trás, para o cadáver e o pano que o cobre está aumentando para nos pegar.Ele entra numa sala, e de repente estamos em um castelo, detonado, com poeira em todos os móveis, as paredes que tinham tiras arrancadas de ouro e joias, as cortinas rasgadas e sujas de lama, e apenas uma coisa parecia estar em ordem.Um retrato, cujo eu não consegui ver o que era.

Eu acordei, pensativa e com o coração disparado como se tivesse corrido mesmo.Apenas Susana está no quarto comigo, Katherine está trancada no banheiro.Susana me fita com os olhos e pergunta

-O que há ? você está passando bem ?

-Sim, só tive uns pesadelos.

Ela tira uma coisa da nécessaire e pega uma outra da cabeceira do lado dela.Era um corretivo facial e uma pera.

-Tome, você está com olheiras, alguns anos roubei ele, mas não era do meu tom de pele, deve ser o seu, e coma isso, talvez melhore.Mas eu disse talvez.

Ela era simpática; um pouco.Tirando aquele cabelo, diferente; ela tinha olhos castanhos acolhedores, e que te faziam falar sempre a verdade, e ela também tinha uma cicatriz no rosto.Uma cicatriz bem clara, que cortava desde a ponta da sobrancelha direita até a bochecha, numa paralela com o canto da boca.

-Obrigada, posso perguntar sem ofensas, como fez essa cicatriz ?

-Em uma luta, com facas.

Ela tirou do pescoço um colar com uma esmeralda bem clara do tamanho de uma cereja, e mostrou a mim.

-Era da minha mãe, e eu impedi que ele fosse roubado.Mas antes que eu soubesse, uma outra coisa dela foi roubada, e até agora, eu mantenho isso como lembrança.

-Posso perguntar o que foi ?

-Mais tarde, pode ser ? acho que Tess está me chamando.

Ele não estava, mas aquilo parecia ser difícil demais para dizer, ou algo assim.Katherine sai do banheiro com o cabelo molhado, olha pra mim e fala

-Pode me dar essa escova de cabelo ?

-Ah, posso.

-Vai ficar aí parada ?

Entrego a escova de cabelo laranja à ela e ela volta ao banheiro.Quando ela sai, eu entro e penteio meu cabelo com a minha escova azul, e escovo meus dentes.Eu me sentia tão preguiçosa que sentei na cama, mas eu tinha de me manter de pé.Eu me espreguiço e quando olho a porta está aberta, e John está sorrindo.Sorrio de volta, e ele tira algo do bolso.Era uma pulseira de ouro, com pingentes de mini avelãs, esquilinhos, que juntos pareciam dar um beijo, uma folhinha de carvalho, e um coração, com meu nome nele.Era lindo.Ele pegou delicadamente meu pulso e colocou a pulseira; e me deu um beijo.Os lábios dele eram quentes, ele fechou os olhos quando fez aquilo, mas o fato dele estar tão perto fazia com que eu quase pudesse ver a cor intensa dos olhos dele.Quando ele abre os olhos, eu estou olhando para baixo, e ele passa minha mecha rebelde de cabelo para trás e segura meus pulsos.

-Helena, prometa que será eternamente  a Helena mais desejada de minha Tróia mesmo que não seja mais minha ?

-Sim, eu lhe prometo.

-Agora vamos, Luke teve problemas no tanque, ele está com um pequeno furo causado por uma das invenções perdidas que foi amaldiçoada.

-Você sabia algo sobre aquelas coisinhas aterrorizantes ?

-Sim.Aquilo era um dos projetos que nunca dariam certo de da Vinci, uma parte dos projetos dele estavam escondidos e parece que algo os achou, e os amaldiçoou.

-Dríades, talvez ?

-Não, não sozinhas.Elas fizeram uma aliança com algumas forças ocultas.

-Oh meus Deuses !

-Vamos, precisamos atracar.

Assim que saímos o porto não estava tão cheio quanto imaginava.Luke nos dividiu em grupos, John, Tess e Zack tirariam as tesouras que se fincaram na bochecha do navio (para quem não sabe, são as laterais do barco).Eu, Ethan, Susana e Katherine iríamos para a loja de conveniência.E Luke e Amandla iam comprar o necessário para o tanque quebrado, pois ela era maior de idade e Luke iria orientá-la. Susana recita umas palavras para o bolso de nossos casacos e, eles pareciam que ficaram maiores, não mais pesados; apenas maiores, com uma capacidade de aguentar mais sem peso.

-Isso é um feitiço de que aumenta a capacidade.Vou demonstrar.

Ela pegou um peixe bem grande de um barril que estava perto de nós, sem que ninguém a percebesse e colocou aquilo no bolso de Ethan.

-Viram ? esse peixe era maior que o bolso dele, e no entanto está no fundo do bolso e menor que um peixe dourado bebê.Sente alguma coisa ?

-Não sinto o peso do peixe !

-É... ele deve pesar uns 9 quilos.

-Não vai devolver ?

-Não.Porquê ?

-Por nada.

-Agora, vamos ter de “aliviar” um pouco aquela loja.Por favor, não sejam filmados, pegos ou algo do tipo.De acordo ?

Assentimos.Andamos até a loja, lá tinha de tudo.Brinquedinhos, salgados, bebidas, higiene pessoal, esmaltes, revistas, livros, um monte de coisas.Comecei a colocar alguns livros no bolso sem que a atendente, que estava folhando uma revista, me visse.O morro dos ventos uivantes, A mulher do viajante do tempo,  Querido John .... peguei alguns muffins de chocolate, alguns chocolates, revistas,  oito esmaltes, um brinquedinho que balançava a cabeça, alguns ventiladores portáteis, lanternas, pilhas, lencinhos, alguns salgados, xarope pra gripe, analgésicos , velas até absorventes.Quando fui pegar algumas coca-cola a moça do balcão me viu.Levei as cocas até o balcão e ela disse

-Só as cocas ?

-Sim.

-dezenove e cinquenta.

Paguei ela e saí.Fiquei esperando Susana e Ethan.Enquanto isso Katherine olhou pra mim e perguntou

-O que você pegou ?

Falei todos os itens e ela me fitou

-Só isso ?

-Só.

-Peguei muitos itens de higiene pessoal e tudo em dobro de maquiagens, esmaltes, revistas, salgadinhos, chocolates e alcaçuz vermelhas.

Ethan sai depois de alguns minutos, e perguntamos o que ele havia pego.

-Muitos salgadinhos, doces, alguns chaveiros, refrigerante, suvenires , remédios, curativos, sorvetes, chocolates ....

-Pegamos quase o mesmo.

-Mas uma coisa, Susana disse para chamarmos a atenção da balconista para fora.

Dei uma olhada em volta, mas não percebi nada que chamasse a atenção.Katherine teve uma ideia.

-Vamos quebrar aquelas garrafas de vidro ali perto do estoque da loja.

Começamos a quebrar, em cerca de 2 minutos, lá estava a balconista.Furiosa, estava até vermelha de raiva, o que acentuava os cabelos ruivos e as sardas dela.Ela começou a gritar perguntando o que estava acontecendo.Antes que eu e Ethan pensássemos em responder , Katherine olhava para as caixas de garrafas e gritava

-Ratos ! ratos ! muitos ratos !

Antes que a balconista achasse mentira começamos a gritar junto com ela.E a balconista até começou a procurá-los conosco.

-Aonde ? aonde ?

-Ali, bem ali. Você viu ?

-Vi sim.

E sem que ela percebesse saímos de fininho.Encontramos Susana ali e ela apenas disse

-Corram ! vamos voltar para o Bones antes que ela perceba que não há ratos !


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