The Torment Of A Sacrifice escrita por Emo de Nome Estranho


Capítulo 28
Quem matamos primeiro e não nos esperem para o jantar




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P.O.V: CRIS

–Fast –chamei –Supondo que eu precise de água...Só tenho que abrir a boca e engolir?

–Se você quiser beber xixi de Elfo, sim.

Ah, merda.

Forcei um sorriso:

–Ainda bem que eu não estou com sede.

Fast riu as minhas costas:

–Suponho que nem com fome.

–Cara, sabe aquela parada de “nada é para sempre”? Eu só quero que a comida seja o meu nada.

O Fast riu.

–Você não vai durar muito tempo aqui.

–É por isso que temos que sair.

–E você sabe como?

–Eu tenho um plano.

Fast ficou em silêncio por um tempo, e então gritou:

–PELO AMOR AO PRINCÍPIO, ME MATEM!

É. Eu não esperava por essa...

–Fast, merda! Cala a boca!

–SEUS PLANOS SÃO UM ESTERCO, CRISTAL!UM ESTERCO!

–Pelo menos eu tenho planos, Fast! E eu não sei você, mas não vou ficar aqui pra morrer, ou pior.

–Tem coisa pior que morrer? Não vale dizer “seus planos”.

–Meus planos são brilhantes!

–Imagino que estava na programação vir parar aqui.

–A programação as vezes muda, Fast. Um restaurante lotado. Sem manteiga pra pipoca do cinema, claro, a sessão pode estar lotada antes que você compre o ingresso, mas a pipoca é o que mais importa. Você abre o freezer e descobre que não tem pizza em casa na noite da pizza...A programação agora é sair daqui. Então pelo amor dos deuses, cale a boca e colabore.

–Eu vou me dar mal por isso.

–Com uma pessoa de mente instável por perto...-sorri –Acredite Fast, é melhor jogar do meu lado.

Ele ficou em silêncio por um tempo:

–Qual é o plano?

P.O.V:Pedro

Eu e a Laura continuamos com a carreira desembestada dos infernos até encontrarmos o Thiago e os irmãos da Cris. Tivemos que seguir as pegadas molhadas do Thiago, ao lado das secas dos irmãs da Cris por que eles já haviam ido quando chegamos, mas nada vencia a carreira desembestada dos infernos (N.C:Nada. Só a carreira desembestada dos infernos suprema que é a que eu dou quando roubam rocambole de bacon de mim).

Quando finalmente encontramos os três, enquanto eu voava com tudo pronto pra esganar o Thiago ele gritou:

–AH, DEUSES!O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI?

–Também estamos felizes em te ver, Thiago –Laura sorriu

–MAS EU NÃO! –ele berrou –SE EU QUISESSE QUE ALGUÉM VIESSE TERIA CHAMADO!

Eu e a Laura olhamos para os irmãos da Cris.

–ELES VIERAM POR CONTA PRÓPRIA OK?E a Cris é irmã deles.

–NÓS TAMBÉM VINHEMOS POR CONTA PRÓPRIA! E A CRIS É NOSSA AMIGA! –A Laura gritou. Tão irritada que até eu tive medo. –MAS É CLARO:NUNCA CHAME A FILHA DE AFRODITE PRA BRIGA:ELA PODE PARAR PARA SE MAQUIAR ENQUANTO DA DICAS DE MODA A UM ELFO NEGRO!

–EI!-gritei –PORQUE EU, FILHO DE APOLO, FIQUEI DE FORA?

–POR QUE NINGUÉM LIGA PARA UM FILHO DE APOLO!-Baka (N.P: Até eu...)-ESSE GRUPO JÁ ESTÁ RUIM DE MAIS OK?DOIS FILHOS DE POSEIDON E UM JUMENTO DE ATENA!

–EI! –O Thiago reclamou

–TODO MUNDO LIGA PARA O FILHO DE APOLO!-GRITEI –GERAL SE LIGA NO MEU BRILHO!

–EU NÃO!-A Laura gritou –EU TENHO BRILHO PRÓPRIO!

Começamos a discutir sobre quem ia, quem não ia, se todos iam, se nos matávamos e em quem atirávamos primeiro.

–VOCÊS SÃO UM BANDO DE INUTEIS –Baka berrava –SÓ VÃO NOS ATRAPALHAR EM UMA BATALHA!

–AH, CLARO –o Thiago rebateu –POR QUE O AQUAMAN É MUITO PODEROSO!

–EU JÁ SALVEI SUA VIDA!

–E CONTRA UM ELFO NEGRO, O QUE VAI FAZER? SE UM FILHO DE POSEIDON PUDESSE COM ELES, A EMO SERIA A PRIMEIRA A ACABAR COM ELES!

–CARA, ELA DEVE ESTAR DANDO OVO DE PÁSCOA PRA ELES!

–O QUE?

–O QUE INTERESSA É QUE EU SOU MAIS ÚTIL QUE VOCÊ!

–VOCÊ FALA COM PEIXES! –gritei

–FALOU O CARA QUE “BRILHA NO ESCURO”!

–DÁ LICENÇA!-RENATO GRITOU –EU SEI QUE NINGUÉM ESTÁ PRESTANDO ATENÇÃO, MAS EU SÓ QUERIA DIZER QUE QUANDO EU TO SEM NADA PRA FAZER GOSTO DE CAVAR UM BURACO E FINGIR QUE SOU UMA CENOURA!

Olhamos para ele:

–O que?

Ele nos encarou, os olhos verdes piscando.

–...Nada...- respondeu com voz baixa, juntando as mãos e batendo os indicadores um no outro.

Nos entreolhamos e voltamos para a “briga”.

P.O.V: CRIS

Não demorou para que Loreley viesse novamente falar comigo. Exatamente como eu esperava para que o plano desse certo. Mas dessa vez, ela estava com a minha mãe, o que significava que as coisas se complicariam muito, tipo...SUA BARRIGA RONCANDO ENQUANTO VOCÊ INSISTIA QUE NÃO ESTAVA COM FOME!

Ela segurou minhas bochechas com um sorrisinho meigo like a ursinhos carinhosos(não que eu goste dos ursinhos carinhosos...Quem gosta é o Thi!) (N.T:O que?) (N.C:FICA QUIETO E ASSUME LOGO A CULPA NO MEU LUGAR!) (N.T: Que culpa? São os ursinhos carinhosos!) (N.C:Ah, é!Enfim...) e falou:

–Acampamento Meio-Sangue. Precisa nos dar autorização para entrar. Vamos para lá daqui a algumas horas.

Ok...Era a segunda coisa pela qual eu não esperava naquele dia.

Inteligência do Thi que vai ser minha pra sempre por que eu não pretendo devolver...Faça o seu trabalho...

A Mulher de Negro mencionara o Thi. “O garoto loiro”. Ele tinha alguma coisa a ver com aquela história toda. A minha personalidade. Foi o que Loreley dissera. Enquanto eu não estivesse “completa” não ia servir para eles. Não completamente. Eles precisavam do Thi tanto quanto precisavam de mim.

Eu não sabia como, mas a voz dele estava na minha cabeça, contando o fim de Tormenta: “Ele a encontraria? Sem dúvida. Ele a salvaria? Sempre.” O jegue de carga estava vindo atrás de mim. Ele não acreditaria na minha morte. Não enquanto não visse o corpo. Talvez por isso ele estava sonhando na minha ilusão com o Hotel Califórnia. O Thiago iria me achar.

E aí, seria o fim de um futuro com comida para nós, por que eu duvidava que o Hades fosse generoso a ponto de nos oferecer um jantar.

Tentei ficar calma.

No fim das férias, quando estávamos indo para o novo internato, o Thi me ensinara a montar um cubo mágico. As vezes, você precisava desmanchar um lado para montar outro.

–O Thiago não está no Acampamento.

Loreley se afastou, surpresa.

–O que quer dizer?

–Quero dizer que ele está me procurando. E ele vai me achar.

Minha mãe deu alguns passos à frente:

–Por que acha isso?

–Por que ele tem minha personalidade. Ele pode pensar como vocês.

Minha mãe e Loreley sorriram.

–Então só precisamos esperar.

–Não exatamente. O Thiago não pode chegar à Alemanha sozinho. Se quiser chegar rápido, a melhor maneira é um avião. E levando em conta as escalas, vai demorar um pouco para ele chegar até aqui. Isso se ele tiver dinheiro para as passagens. E é claro que ele não vai roubar. O cérebro de mafioso é o meu.

Minha mãe e Loreley pareciam pasmas. Ouvi quando a Mulher de Negro sussurrou para Loreley:

–Quando foi que ela ficou inteligente?

E Loreley sussurrou de volta:

–A personalidade do filho de Atena está com ela, idiota.

Agora eu entendia por que ela adorava me chamar assim...

–O negócio é o seguinte: -sorri –Vocês soltam eu e o Fast, nos deixam ir atrás dele, me dão dinheiro para a batata-frita, e eu o trago até aqui.

–Por que o Fast tem que ir junto?-Loreley perguntou

–Por que o Thi sabe que eu não conseguiria escapar sem ajuda.

Cara, como dizer aquilo doeu. Doeu mais do que ficar sem rocambole. Doeu mais do que pensar em um mundo sem chocolate. Doeu muito mais do que pensar em abrir a boca para beber água e descobrir que você estaria botando urina de Elfo pra dentro.

–Espere. –minha mãe me encarou –Me lembro bem de perceber o quanto é leal. Não trairia seus amigos.

–É melhor entregar uma vida do que muitas.

–Você gosta daquele garoto. Não vai admitir pra ninguém, mas ficaria sem comida por ele.

–Eu já estou sem comida mesmo...

Ela enterrou as unhas nas minhas bochechas:

–A liberdade pra você não passa de uma ilusão, Cristal. Você nunca vai estar livre de nós.

–Ah, claro! –bufei –Por que isso tudo é uma grande teoria da conspiração, e, um dia, eu vou acordar em uma cama de hospício e perceber que o Thi é o cara do quarto ao lado que sempre vem me contar suas paranoias, a Laura e o Pedro ,os tios que cuidam da gente, vocês um povo loucão que colocaram fogo em um lugar lotado, o acampamento meio sangue inteiro todo mundo que morreu no incêndio por que eu, que sabia de tudo, não consegui impedir vocês, e minha mãe...Bom, minha mãe seria minha mãe mesmo. Mas ela estaria morta nesse “mundo” que eu criei no hospício por que me condenou por não ter salvo ninguém. E a Tuti...A Tuti seria outra tia dorgada que acredita em alienígenas.

Minha mãe encarou Loreley:

–A sanidade acabou.

Aff!

–Mas enfim, foda-se! –balancei a cabeça –Temos um acordo?

Loreley sorriu para mim:

–Só precisamos que prove que isso não é um plano, querida.

Pensei na vontade que eu tinha de sambar em cima delas enquanto as condenava ao pior castigo do mundo: Olhar para a cara do Mir por toda a eternidade. E é claro que ele podia se vestir de pinguim do papai Noel e cantar o Harlem shake enquanto dançava a Macarena.(N.T: Quando ela não fala rena do titio Glacial é pinguim do Papai Noel...Mereço!) e torci para que aquilo desse certo e o que tinha em mim do meu lado élfico aparecesse fosse na forma que fosse.

–Acredite, tataravó. Para se obter algo, algo de mesmo valor deve ser dado em troca. E para mim, a vida do Thi vale tanto quanto a vida de todo o Acampamento. Só que eu sei diferenciar a morte de todos, da morte dele.

Loreley sorriu, satisfeita, mas eu não tinha certeza se tinha convencido minha mãe. Ainda assim, ela não impediu Loreley de nos soltar, e quando a mesma a encarou, me entregou algo que mal percebi que não estivera comigo por esse tempo.

A mecha que escondia Cristal da Lua.

Peguei e a prendi em meu cabelo.

–Como chegamos até ele?-perguntei

–Use a terra para se locomover. –Loreley explicou. –Sinta o fluxo, encontre os passos dele. E então se deixe ir.

Deixar ir. Se eu fosse boa nisso não estaria com tanta fome.

Olhei para o Fast, rezando para que ele lembrasse que eu não era boa com o lance de natureba e ele, graças aos deuses, captou minha mensagem, segurando minha mão e assentindo, como se dissesse “ao seu sinal”.

Nos afastamos um pouco da minha mãe e de Loreley.

Toquei minha testa com dois dedos e os puxei, erguendo-os:

–Não nos esperem para o jantar...Otárias!

E depois, enquanto eu ria escandalosamente, eu e o Fast afundamos na terra( que entrou na minha boca, me forçando a cuspir, tossir, e fazer uma saída nada heroica, mas abafa...)


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