War Of The Union escrita por GreenTop


Capítulo 2
Apresentações. Por que você sorri?!


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna-san, segundo capítulo da fic, não sei se ficou bom, mas acho que vocês vão gostar, espero, estou torcendo por isso. Ficou um pouquinho longo, então, boa leitura.



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Eu me perguntava qual era problema daquele garoto, tentando encontrar uma explicação do que por quê dele sorrir estando nós em um período de guerra? Eu realmente não achava que conseguiria me adaptar àquele lugar. Ninguém se parecia com o tipo de pessoa com as quais eu costumava conversar, especialmente aquele garoto de cabelos rosados.

A garota ruiva, Erza, se preparava para falar. Antes dela começar, mais três pessoas chegaram. Um garoto ruivo, que se sentou ao meu lado; um loiro que possuía uma estranha cicatriz em forma de raio no olho direito; e uma mulher de cabelos castanhos. Quando teve certeza de que não seria interrompida novamente, Erza iniciou seu discurso.  

― Olá a todos, meu nome é Erza Scarlet. Eu, assim como vocês, sou uma sobrevivente. Irei liderar esse grupo, juntos vamos conseguir sobreviver a esse período. Eu sei que será difícil, os tempos atuais estão sendo difíceis; mas tenho certeza de que iremos conseguir. Agora, gostaria que vocês se apresentassem, um por vez. É necessário nos conhecermos para promover a união.

Eu realmente não queria contar o que aconteceu comigo, reviver aquelas lembranças era horrível. Erza parecia um tipo de pessoa amigável, rígida, mas amigável, o que era bom.

O primeiro a falar foi o garoto que havia chegado por último, o loiro com a cicatriz.

― Meu nome é Laxus Dreyar. Eu morava com o meu avô. Ele foi morto pelos soldados do país do Norte ― fechou os punhos sobre o joelho quando disse isso, demonstrando sua raiva ―. Soube do acampamento e vim para cá. Isso é tudo que devem saber sobre mim, não gosto de conversar então não tentem forçar uma amizade, eu provavelmente os ignorarei. Não conheço ninguém aqui.

Laxus parecia ser do tipo solitário, frio, grosso e arrogante, não gostei muito.

O segundo a se apresentar foi um outro homem, talvez o mais velho dali. Possuía cabelos brancos, era bem forte e, assim como Laxus, possuía uma cicatriz no rosto.

― Meu nome é Elfman Strauss. Vim para cá com minhas duas irmãs ― apontou para as duas garotas ao seu lado ao dizer isso ―. Nossos pais morreram quando éramos pequenos, desde então vivemos sozinhos. Quando soubemos que esse abrigo era um lugar seguro viemos para cá. Fugir da guerra e proteger as irmãs é coisa de homem.

Não entendi a parte do “coisa de homem”.

A próxima foi uma mulher de cabelos brancos que desciam até sua cintura. A irmã de Elfman. Era uma mulher muito bonita, de aparência gentil.

― Olá, meu nome é Mirajane Strauss. Meu irmão já contou nossa história, então não tenho muito a dizer.  

A última dos três irmãos se apresentou logo depois de Mirajane.

― Eu sou Lisanna Strauss. Conheço apenas o Natsu e meus irmãos, obviamente.  

Ela não disse quem era esse Natsu, mas eu imaginei que se conheciam bem. Elasorriu ao dizer o nome dele, devia ser uma pessoa legal.

A próxima foi uma garota de cabelos azuis. Chorava muito, devia ter uns doze ou treze anos. Senti pena dela. Tão jovem para estar passando por tudo aquilo, devia ser muito difícil. Quis ajudá-la, mas isso não era possível, já eu mesma não conseguia me consolar, como se conseguisse resolver as tristezas de outra pessoa.

― Meu nome é Wendy Marvell. Minha mãe foi morta enquanto me trazia até aqui, ela mandou que eu seguisse o caminho e encontrasse o acampamento.

― Eu sou Romeo Conbolt ― Disse o próximo garoto, que antes consolava Wendy ―. Meu pai se alistou para lutar na guerra e por isso eu tive que vir para cá. Quando tiver idade suficiente também irei me juntar ao exército, como ele.

O garoto parecia bem determinado a seguir os passos do pai. Trazia um olhar confiante em seu rosto. Havia chegado a vez do garoto de cabelos rosas se apresentar.

― Meu nome é Natsu Dragneel – O que?! Aquele garoto estranho era o tal Natsu?! Não é possível! ― Meus pais me abandonaram quando eu era um bebê. Fui encontrado por um homem chamado Igneel, ele cuidou de mim a vida inteira e morreu me protegendo dos soldados. Igneel foi um grande homem, seu último pedido foi que eu viesse para esse acampamento e foi por isso que eu vim. Queria me vingar dos homens que o mataram, mas ele não permitiu.

Eu continuava achando aquele garoto um idiota, não o conhecia ainda, mesmo assim não gostava dele. A próxima a se apresentar foi a mulher de cabelos castanhos e óculos.

― Eu sou Evergreen, o único motivo de estar aqui é por que aqueles machistas não deixaram que eu me unisse às tropas. Não precisam saber mais nada sobre mim, não gosto de revelar minha vida para estranhos.

― Meu nome é Gray Fullbuster, não aconteceu nada de diferente comigo, assim como no caso de muitos minha cidade foi destruída e meus pais mortos.

― M-Meu nome é Juvia Loxar. Juvia nunca teve pais, nem amigos, nem ninguém. ― Disse a garota sentada ao lado de Gray.

Havia chegado o momento que eu mais temia: A minha vez de me apresentar. Estava com medo, não queria mesmo reviver aquelas lembranças recentes e dolorosas. Também estava com vergonha, todos olhavam para mim, aquilo me deixava nervosa.

― Não precisa ficar com medo. Todos aqui tem lembranças dolorosas, mas acreditam que as dividindo se sentirão melhor, bom, pelo menos eu acho que eles pensam isso. Fique tranquila, abrir seu coração irá ajudá-la. ― O garoto ruivo, sentado ao meu lado, tentou me confortar. Ele sorriu e eu retribui. Talvez estivesse certo.

― Eu sou Lucy Heartfilia. Meus pais foram mortos pelos soldados em um ataque ao meu antigo bairro. Eles me protegeram e por isso estou viva, meu pai pediu para que eu viesse até o acampamento e foi isso que fiz.

Não me sentia melhor depois de falar o que aconteceu, pelo contrário, as lembranças voltaram a fazer meu coração doer, mas ainda estava agradecida por aquele garoto ter tentado me ajudar.

Era a vez dele se apresentar.

― Meu nome é Loke, não tenho sobrenome, se quiserem podem me chamar de Léo, não quero contar meu passado, se me permitem.

Não entendi. Ele mesmo havia dito que era bom dividir sua dor com outras pessoas, por que então não o fez?

Voltando às apresentações, era a vez de um garoto forte, alto, cheio de piercings e cabelos pretos e compridos.

― Meu nome é Gajeel Redfox, gostaria de ter me juntado ao exercito de Fiore, porém eles não permitiram por eu ser menor de idade, mas assim que puder irei sair desse lugar e me juntar às forças de Fiore. Eles são idiotas por não me aceitarem, estão perdendo um grande soldado.

Só faltavam duas pessoas se apresentarem: Uma garota e um garoto. Ambos possuíam cabelo azul

― Meu nome é Levy McGarden. Minha mãe e meu pai me mandaram para este acampamento por achar que seria mais seguro, apenas isso.

Finalmente havia chegado a vez do último.

― Meu nome é Jellal Fernandez. Eu era um escravo do país do norte, consegui fugir recentemente e vim para cá.

Erza o fitou tristemente. Não sei como ele a conhecia se era um escravo, mas vê-lo com certeza foi um choque para ela. Estava quase chorando após ouvi-lo falar.

Isso era mesmo surpreendente, nunca se soube de alguém que conseguiu escapar do país do norte. Era algo muito difícil, em questão de armamento eram extremamente preparados, tinham os melhores radares, era muito fácil para eles detectar um fugitivo.

― Agora todos já se conhecem ― Erza voltou a falar ―. Por hoje não iremos fazer nada, aproveitem o dia para se conhecerem melhor, a tenda do nosso grupo é a de número oito.

Todos começaram a se levantar, indo para direções diferentes ou conversando com outros do grupo. Eu queria falar com Loke e questioná-lo sobre o que havia dito e feito, mas o garoto sorridente veio falar comigo.

 ― Oi. Seu nome é Lucy não é? Prazer em te conhecer, eu sou o Natsu. ― Ele disse com aquele pequeno sorriso no rosto.

― Eu sei, ouvi quando você disse. ― Natsu começou a bagunçar o cabelo, desviando o olhar, parecendo envergonhado. ― Posso fazer uma pergunta? ― voltou a me olhar e assentiu ― Por que está sorrindo?

Não consegui aguentar. Aquele sorriso me irritava. Como ele podia ser tão egoísta? Estávamos em uma guerra! Não havia motivos para sorrir!

― Como assim? ― Perguntou, fazendo-se de desentendido.

― Estamos em uma guerra. Pessoas estão morrendo, pessoas queridas. Estamos perdendo tudo! Cidades, bairros, tudo está sendo destruído! E mesmo assim você está sorrindo, mesmo com todas essas tragédias! Por que você insiste em manter esse sorriso no rosto se não há motivo para sorrir?!

― Estarmos vivos já não é motivo suficiente? ― Ele respondeu sério, parando de sorrir. Sua resposta me surpreendeu, assim como sua seriedade ― As pessoas que amamos deram suas vidas para nos proteger, nós estamos vivos graças a elas. É claro que a dor por causa dessa guerra é muito grande, também estou sofrendo por ter perdido o Igneel; mas do que vai adiantar ficarmos de mau humor, chorando e tratando os outros mal? Isso não vai acabar com a guerra, só irá nos prejudicar. A dor nos fará apenas ficar mais fracos. Mesmo com ela temos que seguir em frente, pensando no futuro e fazendo o possível para sobreviver, honrando aqueles que morreram por nós, familiares, pessoas queridas ou soldados que perderam a vida enquanto tentavam acabar com essa maldita guerra. O melhor jeito que encontrei para conviver com tudo isso é sorrindo.

Natsu me fez perder a voz. Ele tinha razão. O tempo todo quem estava sendo egoísta era eu, pensando somente em mim, como se os outros não tivessem o direito de superar a dor somente porque eu não conseguia fazê-lo. Não sabia o que falar, o que fazer, eu havia sido completamente idiota por pensar que ele era um idiota por estar enfrentando tudo que estava acontecendo da melhor maneira possível.

― Tudo bem, eu entendo ― voltou a falar ―, você deve estar confusa com tudo o que está acontecendo, é muita coisa. Eu acho que tive de aprender a lidar com a dor. Quando eu era pequeno estava completamente sozinho, só tinha o Igneel. Eu o odiava ― ele riu tristemente com a lembrança ― Não entendo o porquê, acho que era por causa dos meus pais terem me abandonado. Igneel me mudou. Eu chorava quase todas as noites e mesmo sabendo que eu o odiava ele me consolava. Só percebi o quanto ele era importante depois que o perdi, mas tudo o que ele me ensinou continua aqui ― Natsu fechou o punho e o encostou no lado esquerdo de seu peito, onde ficava seu coração ―. Uma dessas coisas foi sempre sorrir, não importando o quão ruim é a situação.

O que eu sentia antes por Natsu Dragneel se transformou em admiração. Ele era incrível, e não um idiota como pensei ser. Passou por coisas muito piores do que eu e mesmo assim conseguia sorrir. Eu tentaria ser igual a ele. Queria ser igual a ele, o primeiro passo para isso parecia ser o mais simples e o mais complicado: sorrir.

― Obrigada, Natsu  ― Eu disse, forçando um desajeitado sorriso.

― Pelo que? ― Perguntou confuso, com as mãos atrás da cabeça.

― Você tem razão, talvez fique mais fácil encarar tudo isso sorrindo. Sabe, eu pensei que você fosse idiota por estar sorrindo mesmo com a guerra, mas a idiota era eu, por achar que ficar com raiva fosse resolver alguma coisa.

Ele sorriu novamente. Um sorriso que, daquela vez, achei o mais lindo possível.  

― Vamos passar por tudo isso juntos. Você não está sozinha.

Retribui o sorriso. Gostaria de conversar mais com ele, porém a garota chamada Lisanna se aproximou.

― Natsu-kun, que bom que você também está aqui, eu fiquei tão feliz com isso.

― Ah, sim. Também estou feliz por você estar aqui, Lisanna. ― ele disse.

Eu ainda tinha que achar o Loke. Despedi-me de Natsu e fui procurá-lo. Imaginei que talvez ele quisesse conversar a sós com sua amiga.

A última coisa que eu vi antes de sair dali foi Erza conversando com Jellal. Não prestei muita atenção neles. Queria encontrar logo Loke.


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― Então, você conseguiu escapar. Isso é bom ― Disse a ruiva.

― Sim, foi difícil, mas uma grande amiga minha conseguiu uma vez, então não achei que seria impossível.

Erza sorriu. Sabia muito bem quem era aquela amiga: Ela.

― Eu tive sorte, mas paguei um preço caro pela liberdade.

― Eu ainda irei matar os homem que fizeram aquilo com você, Erza. Juro que eles irão pagar um dia.

― Não é necessário, perder um olho não arruinou minha vida.

Erza quase chorava. Era muito bom rever o amigo de infância, mas ao mesmo tempo doloroso. Todas as lembranças dos dolorosos dias vividos no país do norte como escrava junto com ele causavam um sofrimento enorme. Muitos de seus amigos haviam morrido, pensava que Jellal estivesse morto também. Era aliviante saber que não.

― Quase todos estão bem. Eu não escapei sozinho, mas Simon foi morto, ele morreu nos protegendo.

― Eu pensei que você estivesse morto também. Não faz ideia do quanto senti sua falta, Jellal.  

Ela era forte, mas não quando se tratava de Jellal. Não conseguiu deter as lágrimas que rolavam livremente pelo seu rosto, causadas tanto pela alegria em revê-lo, quanto à dor de saber da morte de um dos seus amigos.

Jellal delicadamente enxugou as lágrimas de Erza com a ponta de seus dedos.

― Eu também senti sua falta ― disse, aproximando lentamente o seu rosto de Erza ― Erza, eu-

Foram interrompidas por um dos tenentes.

― Erza, precisamos de sua ajuda aqui.

 Sim, já estou indo ― a ruiva gritou para aquele que a chamava ―. Nos vemos mais tarde, Jellal.

No dia seguinte começariam os treinos de sobrevivência. Aquele dia era o início de grandes amizades, ou, em alguns casos, mais do que isso. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? A parte das apresentações foi muita chata? Comentários por favor, vou ficar muito feliz se vocês deixarem um aí, e é bom para que eu possa saber o que vocês querem que eu melhore, o que está ruim, enfim, essas coisas, então por favor comentem.



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