Rockers - Associação De Caçadores escrita por Diva


Capítulo 23
Capítulo 23




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–Pai, é Malibu, existem tubarões por aqui, aquele coitado não deve ter dado sorte. - Dominick disse descontraída.

–O que?! E você me fez surfar naquelas águas?. - Liam questionou aborrecido olhando pra ela.

–O caso, é que não havia sangue na água, não acharam nada dele, nem partes mortais, nem as roupas, só a prancha, que ficou boiando na água, que por sinal, não tinha nenhum sinal de ataque de tubarão. - Nolan rebateu.

Dominick suspirou derrotada, espalmou as mãos juntas em frente ao rosto, e elevou seu olhar até seu pai.

–Tudo bem! Então digamos que foi algo mais que isso, o que poderia ser..?.

–Eu ainda não tenho certeza, então é melhor nós irmos averiguar algumas coisas onde o garoto desapareceu. - Nolan disse se levantando da poltrona.

–Espera, eu vou com vocês. - Aaron disse tentando se levantar do sofá.

–Você não vai pra lugar nenhum. - Dominick disse séria enquanto deitava ele no sofá. - A morfina ainda ta agindo no seu corpo, e eu não quero ter que ficar carregando você pelos cantos. - Ela disse indiferente.

Aaron olhou pra ela com uma cara nada boa, mas acabou acatando, ele não poderia fazer nada de qualquer maneira do estado em que estava.

–Vão se trocar, eu encontro vocês dois na praia. - Nolan disse olhando para Dominick e Liam.

–Ok, mas que fique claro que eu não vou entrar na água. - Liam disse com a cara emburrada. - Tubarões em Malibu, e ela ainda me manda por mar. - Ele resmungou baixo.

Alguns minutos mais tarde, Liam e Dominick já estavam na praia, Liam tinha só colocado um calção simples, e Dominick tinha posto uma roupa de surf que tinha, preta, colada, que cobria seus braços, e ia até a metade de suas coxas, além de ter trazido sua prancha azul.

Nolan estava á beira do mar, segurando a sua prancha, esperando até que os outros chegassem, até que ele sentiu alguém dar um tapa leve no seu ombro, olhou para trás, Dominick.

–Vamos. - Nolan disse enquanto caminhava para dentro do mar.

Eles deitaram suas pranchas, e logo ficaram por cima delas, Nolan remou até o lugar onde o garoto tinha desaparecido, e Dominick o acompanhou.

–Eu ainda acho que isso é paranoia sua, mas.. O que vamos fazer?. - Ela perguntou impaciente.

–Espere aqui, eu vou mergulhar, e ver se encontro alguma coisa.

Nolan disse isso, e logo jogou o corpo pra o lado, saindo da prancha, e mergulhando na água. Á baixo ele não achou nada demais, os olhos dele poderiam ter uma visão melhor e mais aguçada que qualquer hora, mas o sal da água não colaborava muito.

Ele já estava para emergir, quando viu algo estranho perto de um coral pequeno, ele nadou até lá, alguns pequenos peixes se afastaram quando ele chegou, ele pegou aquilo, e logo constatou, era uma unha! Afiada, e longa, um pouco espessa também.

Quando ele levantou a cabeça, pode ver a sua prancha mais acima, e as pernas de Dominick balançando na água, ele não demorou em emergir de novo, se agarrou a prancha, e num impulso, se deitou nela.

–Por favor, me diga que o que você encontrou lá em baixo tinha barbatanas, aparentemente três metros, pesava uma tonelada, e tinha duas fileiras de dentes. - Dominick disse irônica.

Nolan olhou estreito pra ela, e com cuidado pra não perder o que tinha achado, voltou a remar para fora d'água.

–Mas vocês demoraram lá, hein!. - Liam reclamou quando viu eles vindo em sua direção.

Finalmente tinham voltado pra casa, tomado banho, e tirado as roupas da praia, eles tinham ido pra sala, conversar sobre o assunto com Samuel e Aaron

–Tá! Você encontrou uma unha, unhas caem dos dedos das pessoas, sabia?. - Dominick disse debochada.

–Unhas longas, afiadas, e espessas?. - Nolan rebateu.

–Ah, sei lá! O zé do caixão esteve em Malibu, alguma coisa assim, mas a única coisa que passou pela minha cabeça, é sem cabimento algum!. - Ela exclamou pouco exaltada.

–Você também é alguma coisa sem cabimento algum. - Samuel brincou do seu canto.

–Pelo o que parece, vamos voltar pra pista. - Aaron disse recluso no seu canto.

–Bom, seja lá o que for, deve preferir agir nas ultimas, e primeiras horas do dia. - Nolan concluiu.

–Então é melhor começarmos a agir ainda hoje se possível. - Samuel disse. - É melhor que Eu e Nolan cubramos a parte da noite, assim se ele vir alguma coisa, pode nadar rápido até o lugar.

–Certo, Eu e Liam, podemos ficar com o resto da madrugada. - Dominick disse subordinante a ideia.

–Opa, espera aí! Como assim você e Liam? Como eu fico nessa história?. - Aaron questionou exaltado.

–Você pode vir se quiser, mas eu ainda acho que você precisa repousar. - Dominick disse indiferente.

–Foi uma mordida, não foi como se você tirasse todo o sangue do meu corpo, e até agora eu não escutei um "Obrigado" de você!. - Aaron rebateu.

–"Obrigado" pelo o que exatamente, Sr. Lestrange?. - Ela questionou.

–Claro! "Ah, Aaron, muito obrigada por ter salvado minha vida, arriscando a sua, só pra não me ver morrer, aliás, o seu sangue é uma delicia, se quer saber!". - Ele disse debochado, com um sorriso sarcástico.

Bem, os nervos tinham extrapolado...

–Então, isso tudo foi uma armação sua? Se aproveitou da situação?. - Ela perguntou indignada enquanto olhava nos olhos dele.

– Não tanto quanto você se aproveitou de mim, de nada aliás!. - Ele disse.

–Oh! Mas não me diga que eu desvirginei você?. - Rebateu sarcástica.

–Não! Opa, espera aí, como você sabe que eu sou virgem?. - Ele questionou irritado.

–Tá escrito na sua testa. - Ela disse enquanto deslizava a mão pela própria testa.

Nolan, Samuel e Liam estavam apenas de expectadores no meio daquilo tudo, estavam morrendo de medo dos dois, ou melhor, da briga dos dois, não ia dar em boa coisa, nem iriam se atrever a entrar no meio daquilo, eles não eram nem malucos pra fazer isso.

–E eu me matando, com a culpa de ter pensado que era tudo culpa minha. - Ela disse sem acreditar no que tinha ouvido.

Aaron sentiu uma pequena ponta de culpa em si, ele não se arrependeu do que fez, mas talvez, só talvez, devesse ter perguntando o que ela queria antes de fazer.

–Eu não queria qu.. - Ele falou tentando se desculpar.

–Quer saber? Você pode vir até pra o inferno com a gente, eu não ligo mais pra o seu estado. - Ela disse desdenhosa. - E se quer saber, o sangue é uma delicia, sim, e se fosse você, não ficaria tão perto de mim!. - Ela disse enquanto se retirava da sala.

Aquilo deixou todos com uma cara de paisagem enorme, e ao mesmo tempo confusos, afinal, eles se quer conheciam os motivos de Aaron pra ter feito aquilo.

–Caraca, mano!. - Liam retrucou sem querer, enquanto olhava pra Aaron.

Aaron nem conseguiu dar atenção.

Dominick foi praticamente marchando pra seu quarto, cada passo que ela dava poderia abrir um buraco no chão.

Quando ela chegou ao seu quarto, ela se jogou na cama, a verdade que ela queria esconder dos outros, é que não tinha bebido mais sangue desde o dia do pequeno incidente com Aaron, porque os outros sangues depois de um tempo tiveram um gosto amargo e ruim pra ela, e ela passava mal constantemente, coisa que tentava esconder.

E como se todo mal pra hibrido fosse pouco, sempre que comia alguma coisa, vomitava.

Quando a noite chegou, Nolan e Samuel ficaram pela beira da praia, ás vezes davam uma caminhada pelo lugar para cobrir uma área maior, mas em duas horas, nada tinha acontecido, até porque praticamente ninguém estava lá.

Quando estavam perto de ir embora, para trocar de turno com os outros, Nolan escuta ruídos estranhos, como grunhidos, ou urros, só o que soube dizer, era que era um barulho perturbador, e medonho, que vinha do mar.

–Você ouviu isso?. - Nolan perguntou dando um tapa de leve no braço de Samuel.

–Isso o que? Eu não escutei nada. - Samuel respondeu.

Eles voltaram pra casa, e avisaram aos garotos que eles já podiam ir, e eles já estavam prontos, mas uma pessoa estava faltando, Dominick não tinha saído do quarto desde a hora em que entrou.

–Eu vou chamar ela. - Nolan disse.

Ele se dirigiu até o quarto dela, abriu a porta sem bater antes, e quando entrou, viu que ela estava dormindo, acendeu a luz do quarto, e se aproximou dela, ele se sentou ao lado dela na cama, e quando viu, ela estava pálida, e quando tocou sua pele, sentiu que estava fria.

Nolan franziu seu cenho, achando aquela situação muito estranha, ela não poderia ter adoecido assim, Nolan a sacudiu de leve, tentando acordá-la.

–Dominick?. - Ele a chamou de imediato, ainda sacudiu mais um pouco o corpo dela.

Custou até que ela abrisse os olhos, seus olhos abriram lentamente, e quando abriram, estavam opacos, o que fez Nolan ficar preocupado, mas ela piscou algumas vezes, e aos poucos voltaram a ficar castanhos.

Quando deu por si, ela sentiu uma tontura horrível, parecia até que o quarto estava girando.

–A quanto tempo?. - Nolan perguntou direto.

–Uns três dias, mais ou menos. - A sua resposta soou baixa.

–Está pra nascer pessoa mais teimosa que você!. - Nolan reclamou irritado.

–Não é teimosia.. - Explicou calma, ela se sentou na cama devagar, e pôs a mão na cabeça. - O meu corpo não está aceitando o sangue que você trouxe do banco.

–Era disso que eu tinha medo... - Nolan disse preocupado e apreensivo.

–Eu sinto o cheiro do sangue só de ficar perto dele. - Ela disse com o tom de voz baixo.

Nolan olhou de canto pra ela, tentando descobrir alguma coisa, tentando decifrar alguma coisa naquele enigma que era a própria filha.

–Você gosta dele?. - Nolan perguntou meio debochado.

–É um dos únicos amigos que eu já tive na vida, é claro que eu gosto dele. - Ela respondeu cansada, enquanto se jogava de costas na cama.

–Não desse jeito, sabe, o que eu quis dizer.. - Dizia, até ser interrompido pelas batidas na porta entre-aberta.

Era Aaron, adentrou um pouco mais no quarto, apenas tinha ido lá pra avisar que já fazia um bom tempo que estavam esperando por ela.

–Você não vai?. - Aaron perguntou meio sem jeito, ainda com um pouco de vergonha pelo o incidente de mais cedo.

Assim que ele entrou no quarto, ela sentiu o cheiro forte do sangue, já estava enlouquecendo a cabeça dela, num momento em que ela não podia mais dizer que respondia por si mesma, ela se levantou da cama, e andou até ele com dificuldade.

–Aaron.. - Ela pronunciou fraco.

Quando chegou até ele, praticamente se jogou em cima dele, ele a segurou pelos cotovelos, e a levou até sua cama, a deitou, e olhou pra Nolan confuso.

–O que ela tem?. - Aaron questionou preocupado.

Nolan suspirou pesado.

–Você começou isso, termine!. - Nolan disse sério e objetivo, enquanto se levantava da cama, e andava para deixar o quarto.

Aaron por um momento não entendeu, até que olhou pra ela, percebeu o quanto ela estava pálida, os olhos não possuíam mais a cor castanha de antes, e sim, pouco avermelhada, e o modo como ela olhava pra ele, ele logo percebeu.

Ele fechou os olhos lentamente, e se inclinou sobre ela, ficando com o pescoço perto de sua boca, ela pôs uma de suas mãos na cabeça dele, trazendo ele pra mais perto, as suas presas surgiram se imediato, e o mordeu.

Aaron sentiu a dor incômoda da mordida, que já não era tão dilacerante e horrível quanto a primeira, ele não pôde evitar franzir o rosto, e grunhir pela dor, mas felizmente, não sofreria os mesmos danos de antes.

Aaron poderia até dizer que estava até um pouco acostumado com aquilo, afinal, a primeira vez sempre vai ser a que vai doer mais.

Enquanto isso, Nolan chegou até a sala, onde Liam esperava pelos outros, praticamente dormindo, abrindo e fechando os olhos, se controlando ao máximo pra não cair no sono.

–E então, eles já vem?. - Liam perguntou enquanto se espreguiçava e bocejava.

–Não, hoje não, pode ir dormir Liam. - Nolan falou simpático.

Liam bocejou mais uma vez, se levantou do sofá, passou por ele, e quase já que dormindo, disse.

–Obrigado.

Nolan deu um sorriso, achava engraçado o jeito daquele garoto.

Enquanto isso, na praia, dois amigos se preparavam para sair com seu pequeno barco para pescar, para aproveitar a pesca das primeiras horas do dia, que era o melhor horário.

Eles colocaram o barco na água, e logo foram para o mar á dentro, quando chegaram até um ponto agradável, lá pararam, e prepararam suas varas.

Tinham algumas cervejas no barco, e o clima estava gostoso, eles viram muitos peixes pulando da água mais á longe.

–Parece que a pescaria vai ser boa. - Um deles disse animado, com um sorriso no rosto.

Talvez se não estivessem tão animados, e alegres, tivessem se lembrado que peixes só se comportam assim quando á um predador maior por perto.

Enquanto esperavam que os peixes mordessem as iscas, bebiam suas cervejas, e sem esperar, sentiram o barco balançar de um lado para o outro, depois de algo ter passado rapidamente por baixo dele.

–O que foi isso?. - Um deles perguntou apreensivo.

Eles se entre-olharam preocupados, mas logo tentaram esquecer, se viraram para suas varas, e voltaram a se centrar na pescaria, até que a vara de um dos amigos começou a se mexer, algo tinha agarrado a linha.

–Parece que o primeiro do dia foi meu, Wilbur. - Um deles disse animado. - Esse é um dos grandes!. - Disse ao sentir o peso sobre a linha.

O que tinha agarrado a linha nadava rápido de um lado pra o outro, até que a linha foi para baixo do barco.

–Ah não.. - O homem disse desanimado, ele colocou a vara num suporte, e tentou puxar a linha com as mãos.

Até que viu um vulto escuro se aproximar, e sem que esperasse, uma mão escamosa, com unhas grandes, e com membranas entres os dedos, o puxou com força do barco, e o levou para baixo no mar.

O homem conseguiu gritar antes de cair no mar, e antes disso, tudo o que foi escutado depois, foi o barulho do choque do corpo no mar, o seu amigo se levantou no barco rapidamente, e foi até onde ele estava.

–Wilson!?. - O outro o chamou desesperado, enquanto procurava por ele no mar, tudo o que viu, foram poucas bolhas em cima da água. - Wilson!?. - Tornou a chamar.

Nesse momento, algo bateu no barco, fez o barco balançar bruscamente, o que foi o bastante para o homem cair na água.

Depois disso, muito sangue água, e bolhas que emergiam...


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