Era uma manhã fria e preguiçosa quando Rony abriu os olhos com um leve sorriso lembrando-se de Ana. Espreguiçou-se e virou-se para seu lado direito onde ficava a cama de Harry. Harry estava com os braços cruzados em baixo da cabeça e mirando a velha cortinha transparente cor de vinho que cobria a cama. Pensava no que faria primeiro naquele dia que mal começava.

Poucos raios de sol adentravam o dormitório dos meninos e a maioria ainda dormia profundamente. Com a pouca luz do sol podia-se ver alguns objetos espalhados pelo chão, toalhas, sapatos, camisas e mochilas. Também se via umas penas aqui e outras ali. Nada muito arrumado. Rony que observava o amigo também acordado, resolveu perguntar-lhe em que pensava.

– ‘Dia Harry. – cochichou Rony sentando-se na cama.

–‘Dia.

– Faz tempo que está aí acordado?

– Vinte minutos.

–Hum...

– O que você acha se eu retomar a Armada de Dumbledore?

– Seria ótimo... – respondeu Rony ainda com dúvida.

– Acho que vamos então voltar com a Armada.

– Mas, ô Harry, - começou Rony – você tem certeza de que isso vai dar certo, cara?

– Vai sim Rony. Treinos nunca são demais! – riu Harry dessa vez, olhando para o amigo.

Rony riu também.

– Tá ok. E quando começamos?

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Passaram-se as primeiras aulas da manhã e a Escola voltara à sua habitual agitação. Alunos por todas as partes e corredores. Fins e inícios de aulas, intervalos, correrias, conversas e balbúrdias.

– Vamos Hermione! – puxava Draco apressado, a Hermione para a aula que teriam de Transfiguração.

– Ai, espera! – falou cansada a garota.

Harry e Rony logo atrás, conseguiram alcançar os dois e com uma discreta barroada, Harry entregou à Hermione uma moeda encantada por eles mesmos algum tempo atrás, porém agora com algumas pequenas diferenças.

Hermione observou o objeto de forma que Draco não o visse e olhou interrogativa para Harry que já passara à sua frente. Quando Harry virou-se para trás, viu a expressão da garota e com sorriso balançou a cabeça positivamente. Um brilho de ânsia percorreu os olhos de Hermione. Ela já sabia do que se tratava e na aula de Tratos, semanas atrás, haviam conversado sobre isso.

Na aula de Transfiguração, com a sala agora completa com todos os alunos da Grifinória e Sonserina, Minerva falava sobre como transformar os livros de receita apenas, em livros de instruções próprias para o momento em que se encontrasse o bruxo.

– Assim, vocês tiram suas dúvidas sobre como agir em determinado lugar, ou com determinada coisa. – falava calma a Minerva andando pela sala. – Por isso sempre digo aos meus alunos “não deixem de andar com um bom livro de receitas na bolsa”. Eles são os únicos em que podemos realizar este feitiço que não é tão simples como pode parecer... – continuava andando por toda a sala à medida que magicamente, no quadro, apareciam os passo –a- passos da aula e mais alguns feitiços.

Rony dobrava um pequeno avião de papel.

– Este está pronto Rony? – perguntou Harry muito baixo enquanto Minerva andava pelos fundos da sala.

– Sim! – respondeu Rony igualmente baixo e com sorriso no canto da boca.

– Quando ela passar por nós jogue para o Simas que eu jogo o meu para a Gina. Eles avisarão para as gêmeas Parvati e Padma e para a Cho depois.

– Beleza. – concordou Rony sapeca.- Avisarei também ao Nerville.

– Então repitam comigo: Informum... – passou por eles a Minerva e em um segundo os aviõezinhos pairavam, um na cadeira da Gina e outro na do Simas que imediatamente desdobraram-no, onde dizia em letrinhas miúdas.

“Reunião da A.D. às 17h na viagem à Hogsmeade.

Guardem a moeda com cuidado. Avisem aos outros integrantes.”

E logo abaixo havia o desenho de três pequenas vassourinhas que voavam freneticamente no fim do papel. O que indicava o local do encontro.

Ambos, Simas e Gina, olharam na direção de Rony e Harry que faziam sinais desesperados para que eles guardassem as cartas com medo de que Minerva visse. Na mesma hora, Pansy, a garota da Sonserina falou:

– Professora McGonagall, - levantou a mão – que eu saiba não é permitido nenhum tipo de bilhetinhos ou coisas que não sejam da aula.

– Claro. E o que você quer dizer com isso?

– Os senhores Potter e Weasley estão jogando bilhetes.

Rony estava roxo de raiva enquanto Harry pensava em alguma desculpa.

– Não acredito nisso! Quero ver o que têm anotado até agora senhores! – se aproximava Minerva da cadeira dos dois que já tremiam.

–Está aqui professora McGonagall – respondia Hermione que sentara perto de Draco três filas ao lado. – este é o bilhete que a Pansy se referiu – e lançou um olhar fuzilador à garota.

Hermione vendo a movimentação dos amigos e em seguida a atitude da garota da Sonserina, cuidou de imediatamente com um dos feitiços de imitação, fazer um bilhete supostamente assinado por Harry perguntando onde poderia comprar um livro de receita no beco diagonal.

Minerva pegou o papel e leu mentalmente o que dizia.

– Ora Sr. Potter! Isso são horas de fazer uma pergunta tão banal como esta? – repreendeu-o Minerva. Harry confuso, apenas baixou a cabeça fugindo de todas as vistas curiosas.

Enquanto isso, do outro lado da sala, Gina e Simas riam discretamente e giravam entre os dedos a pequena moeda que havia sido enviada junto ao bilhete.

Rony olhou em direção a Hermione e sorriu agradecido.

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–Puxa vida meninos! Será que vocês não fazem nada direito?! – falava Hermione para Harry e Rony.

– Mas assim a maioria, senão todos irão saber da reunião de hoje... – respondeu Harry se justificando.

– Ah, é verdade Mion... – começou Rony que logo se calou.

– Então voltou a falar comigo? – perguntou a garota para o amigo.

– Bem... é...

– Ah! Não aguentava mais isso Ron! – abraçou-o a Hermione em meio a um corredor.

– E onde está seu... namorado? – perguntou tímido o Rony.

– Já foi para a outra aula junto ao pessoal da Corvinal.

– Corvinal... – repetiu Rony sonhador lembrando-se novamente de Ana.

– Sim, Corvinal. – Repetiu Hermione percebendo a distração do amigo.

– Vejam bem – começava Harry – acho ótimo vocês terem acabado com essa baboseira de não se falarem, mas precisamos ainda avisar à quem formos encontrando. Não dará tempo de conversamos com todos antes de irmos para Hogsmeade. Iremos da aula de Feitiços direto para a vila.

O dia passou rápido demais, mas os três conseguiram avisar a um bom número de antigos integrantes sobre a reunião no Três Vassouras.

Já era pouco mais de 16h e todos os alunos estavam largando mais cedo de suas aulas para que houvesse a organização das Casas e das permissões para Hogsmeade. Foi quando Rony decidiu procurar pela garota da Corvinal e perguntar-lhe se também iria para a vila. Saiu então correndo para a sala de Porções, de onde estavam saindo os alunos da Sonserina e Corvinal.

– Ana! – gritou nervoso assim que avistou a garota. Em seguida pigarreou. – Ana – falou mais baixo e tentando ficar tranquilo.

– Olá Ron! – cumprimentou simpática a garota. – Você não vai para Hogsmeade?

– Érrr... Na verdade,vim te per-perguntar a mesma coisa. – gaguejou. Sentiu suas bochechas arderem.

– Ah, vou sim! Sempre gostei da vila e da DedosdeMel... Humm! – falou a garota se referindo aos doces e comidas da loja que Rony também tanto gostava.

– Você... Você vai agora...? Para a fila...? Entregar a permissão...?

– Rony, você é tão tímido! – riu novamente a garota de cabelos avermelhados. – Vamos! - E novamente enlaçou seus braços nos de Rony seguindo para o pátio, o que deixou o garoto ainda mais sem graça.

– Puxa Rony! Onde é que você estava? – perguntou Harry olhando-o apenas de relance, pois falava com Hermione.

Rony nada respondeu. Então Harry encarou-o de frente notando agora a presença daquela garota desconhecida.

– Ah... Entendi. E você não vai me apresentar? – falou Harry divertido.

Hermione apenas observava. Era estranho ver seu amigo de sempre na presença de outra garota (...)

Ana continuava quieta ao lado de Rony com seu braço ainda entrelaçado ao dele.

– Esta é a Ana da Corvinal. Uma – deu uma pausa - amiga. – Falou Rony.

Ana subiu a vista de lado encarando Rony.

– Nos conhecemos no banheiro. – continuou Rony.

– Nossa, Mas que belo lugar! - Brincou Harry. - Prazer Ana! – Cumprimentou-a Harry. – Eu sou o...

– Muito prazer Harry Potter! – Interrompeu-o Ana.

– Harry, você não precisa se apresentar à mais ninguém! – falou Hermione se aproximando de Ana e estendendo-lhe a mão. – Meu nome é Hermione Granger, amiga do Harry e do Rony.

– O prazer é todo meu Hermione. – e ambas apertaram as mãos e sorriram educadamente.

– Bem, agora vamos indo não é? Temos muito que resolver hoje. – falou Harry.

– Onde será que está o Draco? – Procurava Hermione com os olhos pelo pátio.

– Hermione! Estava te procurando meu am... – vinha falando Draco Malfoy, mas deixou a frase morrer ao ver que Rony estava perto. Aproximou-se de Hermione e continuou baixinho:

– Vou com meu grupo de amigos, está bem? – deu-lhe um beijo.

– Tudo bem. – respondeu a garota. – Também preciso resolver algumas coisas...

– Ah, e o que foi aquilo na aula de Transfiguração? Não entendi o porquê defendeu o Potter se nem mesmo sabia do que se tratava...? – pareceu confuso.

– Bem é que... Foi por impulso! Aquela Pansy é realmente insuportável Draco. – mentiu Hermione.

– É. Você tem razão. Bem, Vou me juntar ao meu grupo! Nos encontramos em Hogsmeade. – e dando-lhe uma piscadela, beijou-a novamente.

– Aham! – Concordou.

Enquanto isso, os garotos Harry e Rony e Ana, conversavam já caminhando junto aos demais rumo a Hogsmeade.