O Deus Sem Nome e o Galho de Álamo escrita por Luiza


Capítulo 5
Enfrento a aeromoça com rabo de cobra


Notas iniciais do capítulo

Foi muuuuito mal não ter postado antes! sério, to super cheia de coisas pra fazer, nem consigo escrever direito, mas aí vai um capitulo bem grande :D/ Lu



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– Ah, pelas barbas de Merlin- falei- , o que é aquela... coisa?

Bom, eu não sei muito bem como explicar isso, mas era mais ou menos assim: Coisa (é assim que vou chama-la) tinha uns dois metros de altura, e duas cabeças –uma de leão, como o corpo, e outra de cabra- , e a calda era uma cobra, que sibilava sem parar. Estava soltando um fogo ácido e verde, que lembrava a coloração de pó de flú, pelas narinas e pela boca e tinha, hum... olhos injetados de chihuahua.

Era bem difícil de acreditar, mas eu pude contar algumas semelhanças entre Coisa e a aeromoça que havia nos parado antes, mas eu não tive muito tempo para considerar que as duas eram a mesma coisa/ pessoa, porque, do outro lado, alguém gritou:

– Urso!- e a correria e o desespero começaram.

– Ah, fala sério.- exclamei, dirigindo-me a Will- Urso? Mesmo?

– Quer mesmo discutir isso agora?

Ele estava certo, é claro. Coisa vinha em nossa direção sem dar a mínima para os trouxas que gritavam, apavorados.

– O que fazemos?- perguntei

Ele coçou a barbicha de bode no queixo, tão preta quanto seus cabelos encaracolados, pensando.

– Vamos- Will pegou minha mão novamente e correu de volta até o portão de desembarque, tentando não ser visto por Coisa. Acho que até deu certo, tínhamos uma multidão de gente apavorada para no encobrir.

O alvoroço ainda não tinha chegado ao portão de desembarque. Ainda bem.

– Temos que achar sua mãe!- disse Will, ofegante.

– Espera,- falei, parando de correr- vai me explicar o que está acontecendo?

– Eu prometo que sim, - ele respondeu- quando sairmos daqui.

– Então só me fale o que é aquela coisa!

– É uma quimera!- respondeu ele, se cansando das minhas perguntas- Satisfeita?

E recomeçamos a correr, procurando a meus pais.

Minha mãe era bem diferente de mim na aparência. Tinha cabelos longos, lisos e castanhos, e os meus loiros, ondulados e até os ombros. Mas, de qualquer forma, eu tinha com ela uma relação bem melhor do que a maioria das pessoas da minha idade teria com suas mães. A mesma coisa com Richard, que não era meu pai, mas o considerava como se fosse. Até porque, ele é casado com a minha mãe desde os meus dois anos, e nunca pareceu realmente se importar com o fato de eu ter sido expulsa de oito escolas em cinco anos antes de ir para Hogwarts. Como eu fui expulsa de três escolas em um só ano, não me pergunte.

– Ali!- Falei quando os avistei

Eu e Will corremos até eles, enquanto Richard cutucava minha mãe e apontava em nossa direção. Quando alcançamos eles, ela me deu um daqueles abraços de mãe, que te fazem sentir como se nada de ruim fosse te acontecer, mas eu sabia que isso não era verdade. Tinha uma quimera atrás de nós.

–Ah, Rose!- Começou ela- Eu estava tão preocupada! Onde vocês estavam

–Hum, Lauren- Falou Richard, apontando para uma multidão de gente assustada que começava a se formar- Acho que estamos meio sem tempo para sermão.

Nota mental: Agradecer Richard por me salvar do discurso eu-estava-tão-preocupada da minha mãe.

Todos nos viramos para onde ele olhava e, definitivamente, tínhamos que correr. Meus pais trocaram olhares preocupados como se dissessem chegou a hora. Surpresos pelo monstro? Nem um pouco. Recomeçamos a correr, eu com a espada, Will com uma flauta de bambu que acabara de tirar da mochila, de onde pude ver parte de suas muletas também.

Nota mental: Aprender a fazer feitiços indetectáveis de extensão.

Nos apressamos até o carro, ouvido os gritos de ‘’Urso!’’ que as pessoas davam.

Entramos, eu e Will no banco de trás, Richard dirigindo e minha mãe ao seu lado, com a mão em sua perna.

Olhei para trás. Coisa, ou melhor, a quimera estava à uns 50 metros de nós. Richard ligou o carro e começou a dirigir, mais rápido do que eu achei que seria possível, mas devia ser só um feitiço. Bom, a quimera também era bem rápida.

–Para onde vamos?- perguntei, sem tirar os olhos do monstro atrás de nós.

Minha mãe e Will trocaram olhares, mas disfarçaram.

–Long Island- disse ela- Vai ficar segura lá.

–Long Island?- perguntei- Fazer o que? O que está acontecendo?

–Querida- minha mãe suspirou. Depois do que pareceu uma eternidade, ela continuou- , isso tudo, tudo o que está acontecendo agora... tem aver com seu pai. Com que m ele realmente é.

Silêncio. Um silêncio muito, muito longo. Quer dizer, eu odiava o assunto, odiava pensar nisso e, principalmente, odiava ELE por ter nos abandonado.

Richard estava constrangido, minha mãe estava com vergonha, Will estava preocupado, eu estava com raiva e a quimera estava perto.

Foi Will que quebrou o silêncio.

–Estamos chegando- disse ele e começou a...tirar as calças?

–Will- comecei, tapando os olhos- , o que, pelas calças de Merlin você está fazendo?

Ele revirou os olhos, como se estivesse cansado de explicar aquilo, e continuou.

Caramba- falei, surpresa- E eu achei que já tinha visto de tudo.

O fato é que, hum... eu não sei bem como explicar, mas... Will tinha pernas peludas. Não, nãs estou falando peludas como as de quem tem problemas hormonais ou algo assim, estou falando peludas como as de um animal.

–Will,-falei, perplexa- você é metade vaca!

– Metade vaca?- disse ele me encarando- sou metade bode!

No banco da frente, meus pais riam sem parar.

–Mãe?- eu disse, botando a cabeça entre os bancos da frente.

–Sim, rose?- respondeu ela ainda rindo.

– Você, ou melhor, vocês- comecei, apontando para Richard- sabiam disso? Sabiam que Will é metade búfalo?

–Búfalo?- disse Will, completamente indignado- Essa é nova! Não reconhece um sátiro quando vê um?

Os três riam enquanto eu esperava uma resposta, mas acho que não a receberia tão cedo. O carro foi parando no estreito de Long Island, perto de um campo de morangos. Will se botou entre os bancos comigo e começou a falar rapidamente, para que a quimera não pudesse nos alcançar antes de sairmos do carro.

–Lauren, Richard-falou- obrigado por nos trazer até aqui. Vamos ficar bem, mas vocês precisam sair, e rápido. Façam a volta e vão para casa. Nós cuidamos da quimera.

Os dois assentiram e Will abriu a porta. Quando eu estava saindo, minha mãe me pegou pelo braço.

–Tenha cuidado, Rosie- disse ela com um olhar preocupado. Esse momento foi de quebrar o coração, porque ela só me chamava de Rosie quando queria que tudo fosse como antes, quando eu era pequena e só causava problemas nas escolas trouxas, e não tinha que ficar fugindo de monstros com meu amigo metade homem metade bode.

– Vou ter- prometi e sai do carro, fechando a porta atrás de mim. Imediatamente, o carro fez a volta em alta velocidade e desapareceu.

A quimera estava á uns 90 metros agora, então eu acompanhei meu melhor amigo-vaca até o topo da colina, um pouco acima do campo de morangos, apertando o passo.

O lugar era imenso, com um portão que parecia aqueles que se vê em museus de cultura antiga, mas antes do portão, um pinheiro enorme, com uma coisa dourada pendurada em um dos galhos era guardado por um pequeno... dragão, dormindo enroscado.

–Ele não vai machucar você- disse Will, percebendo minha expressão- tem menos de um ano, e está dormindo. Está sempre dormindo.

Eu apenas assenti. Se Will estava falando, devia ser verdade. Apesar de estar assustada, eu confiava nele 120%

–Tudo bem-disse ele-, prepare a espada. Acha que consegue?

Murmurei um ‘’uhum’’ bem baixinho, mesmo não tendo muita certeza.

A quimera nos alcançou e ficou á uns 10 metros de nós, nos estudando.

Levantei a espada e engoli em seco. Ela se aproximava lentamente, os quatro olhos (dois de cada cabeça) me observando. E então ela avançou, cortando todo o espaço entre nós. Não consegui encontrar Will em lugar nenhum, então me concentrei na quimera. Ela tinha dois metros de altura, e não me sobrou outra escolha se não golpear seu pé com a espada. Ela rugiu, furiosa, e expeliu seu fogo verde na minha direção.

Mergulhei atrás do dragão para me proteger, mas fui atingida no braço. Acho que nem a maldição cruciatos poderia causar tanta dor. Meu olhos lacrimejavam e eu mal conseguia segurar a espada

O dragão, aparentemente, não sofrera nenhum dano, e continuava dormindo. Como ele conseguia?

Respirei fundo e levantei. Não tive coragem de olhar para a queimadura, mas, segundo os meus cálculos, não podia estar muito bem. A dor era tanta que nem me passou pela minha cabecinha de vento usar a varinha! Fui até a quimera.

–Ei, Monstrenga!-gritei e a quimera ficou ‘’de pé’’, como um cavalo relinchando, e jogou fogo para cima.

Foi ai que vi minha chance perfeita. Joguei a espada certeiramente no coração da quimera.

Ela nem teve tempo de perceber, se desfez em pó, o rastro de seu fogo ainda no céu. Eu estava tonta e resolvi dar uma olhadinha na queimadura.

Era pior do que eu pensava. Estava inchado, latejando e cheio de pus. Tão horrível que fiquei enjoada. A dor tomou conta de mim e tudo ficou preto.



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Notas finais do capítulo

E ai? mereço uns reviews? Qual é, a pobre da Rose foi atingida, se vocês comentarem ela se recupera mais rápido...