Love Is All You Need escrita por Lojas PEVOAI


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Ta dã! Fui mais rápida nesta vez né? o capítulo tá pequeno, mas é necessário



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POV Annabeth

Nunca mais vou faltar nenhuma aula. Sério, no dia em que eu falto a escola o que acontece: o professor de biologia escorregou em urina de lagarto (longa história) e todo mundo foi liberado da sala. Aula de química, na aula ao ar livre, um aluno acidentalmente explodiu o carro do Sr. D. Aula de física, não aconteceu nada demais, mas eu adoro física! E finalmente aula de educação física: cada vez que o treinador chamava alguém de cupcake, caia magicamente um cupcake no treinador Hedge, graças aos irmãos Stoll. Ou seja, um dia para ficar na história.
E aqui estou eu, humildemente encostada em Doralice, a árvore, escutando Piper e Rachel me contarem do incrível dia em que eu faltei.
− ... E Annabeth, você não vai acreditar, mas o Jackson e Drew Tanaka também faltaram ontem e estava todo mundo dizendo que eles estavam provavelmente se pegando em algum lugar por aí − disse Rachel em um fôlego só.
− É mesmo? − fingi estar surpresa − que safadinhos.
Piper me encarou confusa.
− Enfim, o que você estava fazendo?
− Eu? Nada demais, assistindo um filme. Eu acordei tarde, por isso faltei.
− Acordou tarde? − perguntou Rachel levantando uma sobrancelha − o que estava fazendo altas horas da noite?
− Estava voando pela cidade no tapete mágico do Aladdin, meu namorado.
− Ha-ha, muito engraçado.
− Sabe quem não dormiu em casa? − Piper se virou para mim − Percy.
− Como você sabe disso? − perguntei.
− Ahn... − por um momento Piper pareceu hesitar − Acho que Silena me falou...
Ela parecia nervosa como se tivesse acabado de desenterrar uma bomba e não soubesse onde colocá-la.
− Mas mudando de assunto... Annabeth, você mora no mesmo prédio em que o Jason mora né? − Piper perguntou, mas foi uma pergunta retórica, porque ela já sabia a resposta.
− Sim.
− Quem é Jason? − perguntou Rachel.
− Um amigo...
− Meu futuro namorado. − disse Piper amigavelmente.
Alguns dias atrás Piper tinha me contado do estranho encontro que ela teve com o meu "vizinho muito atraente" (palavras dela) enquanto ela procurava o meu endereço. Mas eu não estava em casa e Jason foi uma ótima companhia para ela, parece que eles foram tomar um suco em algum lugar, o que eu achei muito fofo da parte do Jason, desde que ele se mudou da casa do pai para morar com Thalia e deixou sua antiga namorada, Reyna, de coração partido ele vem se distanciando de relacionamentos novos. Eu perguntei a ele o que achava da Piper mas ele ficou nervoso e disse algo sobre um coiote na janela da velha louca do primeiro andar.
− Eu não sei, desde aquele pequeno "encontro" nosso na loja de sucos...
− Não acho que o nome seja "loja de sucos". − interrompi.
− Ah que seja, depois disso eu fiquei esperando ele me chamar para um encontro de verdade, mas até agora nada...
− Hummm − murmurou uma outra voz − estou atrapalhando a hora da fofoca garotas?
Percy se sentou ao meu lado.
− Não é a hora da fofoca. − respondi.
Sim, essa era a hora da fofoca.
− Se você diz... − ele falou sorrindo para mim − e o que vocês estavam fazendo então?
− Estamos apenas comentando sobre a vida alheia e discutindo sobre relacionamentos...
Percy levantou uma sobrancelha.
− Tá estamos fofocando.
Percebi que as meninas observavam atenciosamente a nossa conversa. Rachel parecia surpresa e olhava para mim e para Percy tentando identificar o que estávamos escondendo. Só agora lembrei que ela tem, ou tinha, uma queda pelo Percy. Piper não pode esconder um sorriso ao perceber o modo de como o Percy me olhava e como sorria, sem falar que desde quando chegou, ele tinha colocado uma mão na minha perna e eu não tinha me incomodado. Odeio admitir isso, mas parecíamos um casal.
Depois desse pensamento, me levantei de uma vez.
− É... Temos que ir, o sinal vai bater.
Nesse exato momento, o sinal tocou.
− Você e o Nico tem de parar de fazer isso, é assustador. − resmungou Percy.
E nós seguimos para nossas respectivas aulas. E sabe o que de incrível aconteceu hoje? Nada. Exatamente nada. Eu tive duas aulas com Percy hoje e como ele se sentou ao meu lado em ambas as aulas e ficou escrevendo coisas fofas em seu caderno e mostrando para mim, eu comecei a receber olhares raivosos de Drew e a mensagem era bem clara "fique longe dele". Não eram olhares estranhos vindos só da Drew, era praticamente da escolas inteira, até da moça da cantina. Pelo visto era algo bastante incomum um popular sair de sua mesa para se sentar ao meu lado na hora do almoço. Eu já estava começando a evitar encontrar com Percy na escola para evitar esse terríveis olhares que julgam até sua alma. No final dia eu já estava paranoica, só queria ir para casa.
Eu estava tão esquisita que quando fomos liberados fui correndo em direção ao portão, queria ir para casa. Mas dei de encontro com algum garoto na saída.
− Annabeth! Estava procurando você!
− Nico? O que você quer comigo? − perguntei ajeitando a alça da minha mochila nos ombros.
− Ahn... Temos "aula" hoje.
− Ah! Certo, aula. Tinha me esquecido completamente!
− Não me diga.
− Então... Vamos? − perguntei.
− Vamos! − disse Percy enquanto passava cada braço envolta de mim e Nico.
− Percy... Não quero ser chata, mas o que diabos você está fazendo?
Ele franziu as sobrancelhas como se não entendesse o que eu queria dizer.
− Hoje é quarta-feira, dã!
Depois ele se virou para o Nico e deu de ombros como se dissesse "dá pra acreditar nela?"
− E daí que é quarta-feira?
− E daí, minha cara, é que hoje é dia de jogar videogame com o Nico na casa dele. Dã!
− Sério isso?
− Sim, desde que tínhamos 10 anos.
− Então durante mais de cinco anos vocês tem passado todas as quartas-feiras jogando videogame.
− Sim.
− Que desperdício.
E foi isso. Não falamos mais nada até a casa do Nico. Até hoje eu nunca me acostumei com essa casa, esse aspecto fantasmagórico me faz pensar que se eu entrar na casa de Hades [n/a: perceberam o que eu fiz?], não voltaria viva para contar a história.
Percy se jogou no sofá e ficou disposto a esperar as "aulas" acabarem. Subi as escadas atrás do Nico e o segui até a biblioteca da casa. Ainda preciso da sua ajuda para achar os cômodos da enorme mansão. Eu acho impressionante como pessoas ricas tem todas essas coisas e não chegam nem a usá-las. Nico disse que ninguém ia até a biblioteca, além de nós para as aulas, o que é uma pena porque existem milhares de livros que me prenderiam naquela sala por anos. Peguei os livros das matérias que o Nico mais tem dificuldade, ou seja, todas elas.
− Então Nico, eu estava pensando em começar com história, já que tem avaliação oral na sexta...
− Quero que tenha cuidado com Percy. − ele disse me olhando sério com seus olhos tão escuros quanto as paredes da casa.
− O que disse?
− Eu quero que você tome cuidado com o seu relacionamento com Percy.
Imediatamente eu fiquei nervosa.
− Desculpe, mas eu e Percy não temos nada.
− A por favor Annabeth. Percy me conta tudo − ele dizia calmamente enquanto girava um lápis na mesa em 360 graus, dois movimentos de cada vez − Isso pode parecer estranho, mas eu não quero que você acabe magoando ele.
− Essa é nova.
− Percy costuma entrar de cabeça em seus relacionamentos. E quase sempre ele é quem saí machucado. Pode não parecer Annabeth, mas Percy é muito inocente.
− Então, você está me dizendo que o cara que tem o hábito de se agarrar com a Drew no banheiro é "inocente"? Conta outra.
Era impressionante a inexpressividade de Nico, o garoto não demonstrava nenhuma outra reação, sempre falando com calma e seriedade como se tivesse falando sobre o tempo ou algo do tipo.
− Annabeth, eu posso ver que você é uma garota especial. Nunca vi Percy tão empolgado com qualquer outra pessoa. E eu sei que você é importante para ele, por isso que eu estou aqui falando com você. Ou você acha que eu converso com cada garota com quem ele saí?
Não respondi, nem precisava. Sabia que Nico estava preocupado com o melhor amigo e também sabia que era o Nico que tinha que consertar o "coração partido" de Percy. Se eu estivesse em uma situação parecida teria a mesma preocupação.
− O que eu quero Annabeth, é que você leve as coisas com calma e deixe bem claro para ele que as coisas não são sempre assim tão felizes e que podem acabar bem rapidamente.
O modo como ele falou isso era como se ele soubesse muito bem que a nossa relação já tinha um prazo de validade e estava apenas esperando a data de vencimento. Por um momento eu achei que Nico realmente não acreditava que podíamos ficar juntos. Nico me olhava do mesmo jeito que um domador de feras olha para um leão, analisando, entrando na sua cabeça e o obrigando a obedecer. Me sentia reprimida com o seu olhar julgador pousado sobre mim. Agora eu sentia como era intimidador encarar os olhos de alguém.
− Eu acho que seria mesmo melhor para nós dois se levássemos as coisas com calma.
− Você é esperta Annabeth, vejo porque Percy gosta tanto de você, é diferente de qualquer outra garota com quem ele já saiu.
− Obrigada... Eu acho.
Finalmente começamos a aula, mas eu não conseguia parar de pensar nas palavras de Nico. Eu provavelmente estava ensinando como cozinhar esquilos para ele. Eu não queria, mas toda vez que fazíamos contato visual, a conversa voltava e eu me lembrava automaticamente de Percy e toda a sua inocência. Então eu apenas me desligava por alguns segundos imaginando um futuro onde tudo aquilo que Nico disse aconteceria, eu magoando Percy profundamente e quando nos encontrávamos pela escola, recebia aquele olhar reprovador de Nico Di Ângelo, e eu me sentia terrível. Talvez eu nunca deveria ter beijado ele, Nico está certo.
Quando a aula terminou, desci imediatamente as escadas impedindo qualquer tentativa do Nico querer conversar de novo. Nico ainda estava lá em cima quando eu cheguei até a sala de estar apressada e encontrei Percy dormindo docemente no sofá, ele dormia tão ternamente que toda aquela história de um magoar o outro foi pro ralo. Era assim que eu me sentia quando estava com ele, os problemas apenas desapareciam. Me ajoelhei ao seu lado silenciosamente e acariciei seus cabelos negros. Ele estava murmurando coisas enquanto dormia.
− O que tem na sua cabeça... − perguntei sorrindo involuntariamente.
− Algas... − ele murmurou.
− Algas? Tem algas na sua cabeça?
Ele acordou com a minha risada.
− Eu estou sonhando ou tem um anjo do meu lado? − ele falou com um sorriso brincando em seus lábios.
− Nossa... Essa foi terrível! Você é tão...
− Charmoso?
− Cabeça de Alga...
− Hã? Por que isso?
− Acho que você sabe.
Beijei seus lábios e o deixei com um olhar confuso enquanto saia. Antes de ir embora encontrei o olhar de Nico e lembrei do que ele tinha me avisado. Alguém sairia machucado. Nico tinha certeza de que nós não duraríamos, se é que existe um "nós". Sorri para o Nico e fechei a porta da casa deles pensando "foda-se, afinal a vida é para se arriscar".

Quando cheguei em casa encontrei minha mãe assistindo televisão, se é que pode se chamar ficar mudando os canais a cada 30 segundos de assistir televisão.
− Oi princesa − eu disse me sentando ao seu lado.
− Oi filha, como foi na escola?
− Normal, e na sua procura de trabalho?
− A mesma.
Todo dia fazíamos a mesma coisa, nos perguntávamos a mesma coisa automaticamente e as respostas sempre eram as mesmas, era uma espécie obrigatória de começar uma conversa.
− Filha, cancele o almoço com seu... amigo no sábado.
Ela falou a palavra como se pudesse ter vários significados e eu poderia escolher qualquer um.
− Por que? − franzi a testa.
− Sua tia ligou, seu avó está fazendo 89 anos. Vamos ter um almoço em família.
Encarei minha mãe.
− Um almoço em família? Para ver o vovô bêbado brigando com todo mundo e dando em cima da empregada? Com meus primos esquisitos afogando o gato num balde d'água? Obrigada, mas eu já vi esse filme no ano passado e não estou interessada.
− Desculpe querida, mas temos que ir. No próximo ano seu avô pode não estar mais vivo. − olhei para ela com minha cara de coitadinha, que na verdade não era nada surpreendente, nunca consegui nada com ela − Nós vamos. Mas você pode chamar o Percy para ir junto, assim você não se sentirá tão entediada e poderá apresentá-lo como seu seja lá o que ele for para você.
− Mãe! Você deveria ser comediante!
Comecei a rir esperando que ela concordasse comigo. Mas ela estava seria.
− Eu não entendi. − ela disse.
− Apresentá-lo a nossa família? É mais fácil eu dizer que sou prostituta do que apresentar um... seja lá o que ele for para mim.
− Não pode ser tão ruim assim, pode?
− Não? Pense em meu avô falando para ele como "pegar" mulheres, meus tios super engraçadinhos fazendo um milhão de piadas e meus primos perguntando coisas constrangedoras a ele. Não! Isso está fora de cogitação!
Cruzei os braços e me afundei no sofá.
− Eu acho que você está exagerando. Acho que deveria convidá-lo.
Minha mãe continuava passando pelos canais. Ela passou pelos canais infantis e estava passando Tinker Bell. Lembrei do filme que ainda não tinha devolvido e de como Percy era bobo por ter adorado o filme. Talvez não seja um completo desastre convidá-lo para o aniversário do vovô.


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