Mulher América escrita por Lady Snow


Capítulo 17
Capítulo 17- Força.


Notas iniciais do capítulo

N/A: Aqui estou eu com um capítulo novinho =]
Enrolei bastante nele, confesso, não será emocionante nem nada, e haverão os que acharão repetitivo, mas à partir de agora tudo mudará e novos personagens se incluirão, ok? (: Nossa Chris agora será uma nova mulher, e talvez não totalmente da forma que esperam, hehe, mas farei o possível pra agradar a todos! *u*
Queria agradecer o imenso carinho de vocês, chegamos aos 23 leitores, e estamos trilhando para os 100 reviews. Se esforcem um pouquinho, por favor, adoro reviews e respondê-los *-*
Ah! Também ganhei mais uma recomendação, que foi da mandinha96 *o* obrigada meeesmo! Dedico o capítulo a você (:
Enfim, desejo a todos uma excelente leitura *-*
Beijos da tia Snow ;*
PS.: NO FINAL TEREMOS ENQUETE O// Leiam as notas finais ((:



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O lugar era escuro e um vento gelado e sombrio atravessava-a, vasculhava com os olhos atentamente, sua respiração era lenta e profunda, quando soltava baforadas, via seu hálito branco formar uma pequena nuvem e depois desaparecer diante de seus olhos, sumia tão rápido quanto aparecia. Vez ou outra um calafrio corria a sua espinha, medo...

O lugar era aparentemente inabitado, o chão era rochoso e coberto por musgos antigos, algumas paredes erguiam-se à sua volta, a pedra era fria, tal como o restante do lugar, frio e sem vida. Não havia qualquer sinal de vegetação, apenas pedras, rochedos congelantes. O mais estranho era que, ao olhar para cima, via-se um céu imenso e escuro, com um pontinho brilhante aqui e ali, e nada mais. O vento de quando em quando intensificava-se e um tremor passava em seu corpo.

Onde estou? - Pensava ela. Caminhou com passos incertos pelo local, buscando descobrir alguma coisa, como, por exemplo, como é que havia parado ali?

- Tem alguém aí? Olá? - Dizia ela para o nada, mas nenhuma resposta aparecia, sua voz tornava-se um eco, e cada vez mais longíquo, até o silêncio retornar, e nenhuma voz a respondesse. Depois de várias tentativas inúteis de despertar a atenção de qualquer coisa, um vulto negro passou atrás de si, tão frio quanto o vento do estranho lugar, quando passou, fez com que ficasse tensa e se virasse para olhar o que era, mas quando virou, já não tinha mais nada, e tudo tinha voltado a ser como era.

- Olá? Alguém? Que lugar é este? - Tornou a repetir. Com a voz vacilante, tinha um péssimo presságio quanto àquele local sombrio.

- Chris... - Uma voz sussurrou, longíqua, sedutora, a mesma voz de sempre. Persuasiva.

- Não... De novo não... Aqui? Por que aqui? Por que não me deixa em paz? Vá embora! - Disse ela, nervosa, mas ainda com medo. Gritou, os ecos retornaram, junto com uma rajada de vento uivante como um lobo nas montanhas em noite de lua cheia.

- Chris... Eu sei como se sente...

- Não, você não sabe de nada! Cale a boca! Saia daqui! Quero voltar pra casa!

- Oh, não seja rude, eu só quero ajudar... Eu quero te ajudar...

- Me ajudar? Isso é impossível. Quando se oferecem para me ajudar nunca dá certo.

- Eu sou diferente...

- Diferente?! Diferente como?! - O "vazio" riu tênuemente, fazendo-a estremecer... De medo. Novamente.

- Eu posso te ajudar, mas preciso de uma coisa em troca...

- O que quer? - Perguntou ela, mordendo o lábio, incerta. A oferta era tentadora, não podia negar.

- Preciso que odeie, sim, sinta ódio...

- Ficou louco? Ódio do quê? - A confusão tomou conta de si, o que estaria falando?

- Daqueles que te fazem mal, do que te magoa, da injustiça...

- Eu... - Não sabia o que dizer. Ele tinha razão, mas quem seria?

- Faça-o, e só assim poderei te ajudar...

- Como? Quando? - Perguntou, exasperada.

- Verá... - E os olhos verdes sumiram novamente, a voz desapareceu, o chão parecia estar sugando-a para baixo, e ela gritava de medo. Se perdendo no vazio... Se perdendo...

---

Seus olhos abriram rapidamente, e a luz branca fez com que sua cabeça doesse. Por um momento, pensou que tudo que viveu fosse apenas um sonho, e que ela estava novamente presa na cela de sua base. Permitiu-se dar um pequeno sorriso, seria então tudo um sangrento delírio? Sentou-se revigorada, embora um indício de tontura lhe ocorresse, mas era pouco comparada a sua felicidade. Quer dizer então que Rick estava vivo? Que tudo estava bem? Sem confusões e quebra de leis? Sim, ela acreditava que sim. A alegria foi tanta, que soltou uma gargalhada baixinha, nervosa, mas com qualquer pitada de humor salpicando o seu timbre. Mas foi uma alegria que durou pouco tempo...

Ao sentar-se, olhou em volta e percebeu que aquela não era sua antiga cela. Já com os nervos à flor da pele, tateou suas roupas e cabelo, sentiu uma leve umidade em pontos de sua camisa e calças, quando percebeu, o terror inundou sua voz, e baixinho, ela sussurrou como se estivesse provando a si mesma que era realmente o que denunciava ser.

- Sangue...

Levantou-se em um pulo, a cela não era a mesma, mas suas condições eram quase iguais. Embora essa fosse ainda mais antiga e umida, de modo que a água parecia ensopá-la até os ossos. Além disso, era mais espaçosa e continha mais coisas.

- Vejo que acordou... - Disse uma voz arrastada que ela já conhecia muito bem.

- Fury. - Murmurou ela audivelmente, em um rosnado, mas ainda sim de costas para as grades da cela.

- Vejo que com todas as circunstâncias ainda se lembra de mim e seu jeito feroz perdura. - Ela não fez questão de responder aquilo, seria um elogio polido? Um escárnio de sua determinação? Ela não sabia dizer, e a fúria contida em seu interior não colaborava.

- O que fez comigo? Que lugar é este? E diga-me, por obséquio, onde está Rick? Ele está bem? - Podia jurar que o viu surpreso, principalmente porque agora ela sentia lágrimas gordas e salgadas escorrendo por suas bochechas e turvando sua visão. À essa altura, ela já não se importava, afinal, pouco tinha o que fazer, já não tinha importância, era prisioneira do homem que prometera lhe ajudar. Devia saber desde o princípio que não se deve confiar tão cegamente em alguém, mas, que escolha ela tinha? A vida não dispunha delas para ela. Era sempre obrigada a trilhar o caminho de espinhos, e pelo que vivia, duvidava muito que uma hora chegaria ao belo jardim com um sol morno e reluzente simbolizando a ternura e sossego após um tormento. Não era assim. Porém, ela não daria o braço a torcer, se sua vida fosse um eterno tormento, ela iria até o final. Não seria uma cela que a impediria de sobreviver.

Ele a fitou cuidadosamente, como se escolhesse as palavras. Esperou, por mais estressada que estivesse, pacientemente a resposta dele. Até que ele soltou um longo suspiro cansado.

- Está presa, por ordens de segurança. Já devia desconfiar, até porque, não é a primeira vez que passa por isso. Este lugar é uma fortaleza situada no mar, por isso as paredes tão úmidas e corroídas, devido ao sal excessivo batendo contra as pedras. E Thompsom se encontra em óbito, Wright.

A notícia veio como um tapa em sua cara. Hesitou. Ele só podia ter feito aquilo pra atingi-la. Somente. Rick era forte e inteligente demais para se deixar morrer em uma missão como aquela. Chris soltou uma risada incrédula e nervosa.

- Acha que vou mesmo acreditar em suas mentiras? Ha. Já fui enganada por você vezes suficientes pra não acreditar mais em nenhuma palavra que você vier a proferir.

- Tudo bem, me pediu a notícia. Eu dei. Richard Thompsom está morto, e já foi enterrado, ou ao menos, foi o que o Rogers me disse. E bom, fico feliz em saber que já não confia mais em mim, porque, de qualquer forma, isso não altera em nada. Mas... Vou ter que te dar uma notícia que duvido que irá desacreditar. - Ela franziu as sobrancelhas para ele, duvidosa - Você está presa, por ordens do governo. E não há como sair. - Dito isso, ele soltou uma gargalhada cruel, mas havia prazer naquilo. Ela sentiu nojo dele, seu estômago vazio revirou, querendo expulsar o que não havia lá. As gordas lágrimas teimaram em descer novamente, e de que é que importava? Só queria ser frágil, e teria tempo o suficiente para isso. Chegava querer rir de sua situação, quantas vezes já fora presa? Duas? Três vezes? Ora, uma a mais ou uma a menos, pouca diferença faria. Seu amor estava morto, e ela não pôde fazer nada. Sequer ajudou os outros colegas, por mais indiferentes ou maus eles tivessem sido com ela, afinal, seria ela alguém como Nick Fury? Ele parecia divertir-se com seu sofrimento, e aquilo a irritava profundamente, porém, a dor era forte demais para fazê-la descontar nele.

- A comida e bebida virão três vezes por dia, e há um banheiro. E reforço: não tente fugir, isso é inexpugnável, só sairá com meu consentimento ou do governo, o que há poucas chances, só para informar. Você é acusada de assassinato, agressão física e verbal contra oficiais e também por fuga. Com todas as evidências que deixou, seu mandato de prisão foi imediato. - Ele não contou a ela que Steve Rogers tentara defendê-la, nem que ele também levou uma chamada do governo por ajudá-la, no caso, cúmplice, mesmo que não tivesse a intenção, e agora, ela era dada como morta perante documentos, e o Capitão acreditava nisso, assim como qualquer pessoa que um dia chegou a conhecê-la ou a ouvir seu nome. - Não tente fugir, é o que te digo, ou as consequências poderão não ser nada agradáveis, se é que pode compreender onde posso chegar. - Ela enrolou-se em seu corpo, largando-se em um colchonete que ali possuía, o colchonete estava frio, e não era muito confortável, mas melhor do que esperava. Chorou o quanto pôde, pensou em tudo que poderia ter feito para mudar aquilo, e no final, soube que de qualquer forma, não teria feito. Seria impulsiva novamente, e teria de trabalhar aquilo pelo tempo que lá permanecesse. Não viu quando ele se retirou, mas foi possível ouvir o som de suas botas batendo contra o chão oco de pedra. Fitou a parede branca coberta de musgos, e aqui e ali uma goteira. Sentia o sal e a umidade chegando aos seus ossos, seus lábios eram salgados e despertavam a sede por água potável em seus lábois rachados. A sensação era terrível. Mas nem aquilo despertava sua total atenção.

Pensou em Rogers, em tudo que ele deveria ter falado para livrar-se de qualquer participação de sua desobediência e dela própria. Claro que acharia isso, porque ela não o vira chegar lá e tentar tirá-la dali, supostamente, Rogers estaria deveras satisfeito com sua prisão. Apertou os punhos, pensou em todos que pouco fizeram para salvar Rick, pensou naqueles que a humilharam, pensou em Nick, o desgraçado que ajudara a colocá-la atrás das grades. Onde quer que aquele inferno úmido fosse. Um sorriso maldoso cresceu em seus lábios, ela não morreria ali. Não daria esse gosto a ninguém. Viveria para se vingar, viveria para mostrar a eles que vaso ruim não quebrava. Viveria para fazer todos pagarem. Faria justiça, por todos, por Rick, demorasse o tempo que demorasse, era uma promessa. Faria com que aquelas pedras fossem sua força, ela ficaria forte, não choraria mais, seria impiedosa com quem foi com ela, e não ligava para o tempo, o tempo seria seu amigo, para ajudar-lhe a treinar, a criar forças e desenvolver-se fisicamente e intelectualmente, aprenderia a viver da forma mais difícil, embora já tivesse prometido isso a si mesma algum tempo atrás, porém, falhou, e à partir de agora, não admitira mais falhas. Nunca mais.

É assim que começa a verdadeira história da Mulher América.


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Notas finais do capítulo

N/A: Alguém sabe quem é esse ser que visita os sonhos da Chris? Hm? Quero ver todos comentando! *o*
Então, mereço reviews? ): Não deixe de comentar, sua opinião é o que me motiva a continuar e a melhorar a qualidade da fanfic!
Até o próximo!
Lady Snow.