- Rach, eu preciso contar uma coisa... – eu disse, assim que nos separamos em busca de ar. Ela estava maravilhosa usando somente  lingerie, deitada em minha cama.

Rachel Barbra Berry havia dito que me amava e agora beijava meu pescoço, ignorando o que eu tinha acabado de falar.

- É importante, presta atenção em mim – pedi, ganhando, enfim, sua atenção. Não seria fácil pra nenhuma de nós e talvez não fosse o momento certo, mas “esconder” estava me matando. – Eu me inscrevi para o programa de fotografia da New York Film Academy e eles me deram uma bolsa temporária.

Seus olhos se acenderam de felicidade, sem nem sequer imaginar o que estava por vir:

- Eu preciso estar lá em menos de uma semana para que eles me avaliem. E se eu passar nos testes, a bolsa será integral.

Me sentei na cama, tentando não pensar em como eu irei estragar meu primeiro relacionamento com sentimentos reais. Rachel ainda me olhava feliz, provavelmente ela não havia entendido exatamente o que eu estava querendo dizer.

- Isso é ótimo! Imagina nós duas indo assistir a um musical em uma noite livre... E finais de semana com direito a piquenique no Central Park – seu sorriso me fez sorrir também, pude sentí-lo formando depois de um beijo estalado que foi plantado em minha bochecha. – Mas você vai voltar logo depois dos testes, não é?!

Eu não conseguia olhá-la depois dessa pergunta. Nunca pensei que fosse doer ficar longe de alguém, muito menos doer apenas com a ideia disso.

Seria a única coisa que me faria sentir falta de Lima, de casa... Talvez o Glee Clube fosse outra, mas só porque lá eu podia ouvir meu anjo cantar com toda a paixão que seu corpo abrigava. Aquele anjo era o meu anjo. O anjo que desaprendeu a voar, mas me fez aprender tantas coisas...

- Não – eu respondi, enfim. Meus pensamentos estavam começando a ficar pesados e uma enxaqueca me pegou de surpresa.

- Oh... – ela permanecia estática, enquanto uma lágrima rolava sobre a pele de minha bochecha, até que uma mão macia a secou. – Não chora. É seu sonho, você tem que ir atrás dele. Eu faria a mesma coisa, não faria?! – assenti.

Pela primeira vez ela estava sendo mais forte do que eu. Ou talvez ela só estava se segurando pra me confortar e não me fazer desistir de ir.

Não demoraria até as Nacionais e essa era a esperança que eu tinha. Eu a veria de novo, nem se eu tivesse que fugir do alojamento!

Meus lábios escontraram os dela com desespero. Eu sentiria tanta falta que seria um crime desperdiçar um segundo que fosse.

Ela se deitou novamente e me puxou junto a si. Minhas mãos frenéticas por toques, viajando de seu abdômen à sua coxa. Cada centímetro era uma sensação melhor que a outra. Senti suas mãos em minhas costas, abrindo meu sutiã e logo a peça estava do outro lado do quarto.

- Quantos dias ainda temos? – sua voz estava um pouco rouca e meu corpo reagiu com arrepios após ouví-la.

- Cinco dias e algumas horas.

- Podemos nos divertir assim até lá? – só bastou uma mordida em seu lábio inferior para que eu perdesse o controle, me deixando levar pelo impulso de beijá-la.

- Claro que podemos – respondi entre beijos.

Seria um prazer, até. Literalmente.