As Crônicas De Aly escrita por L Snow


Capítulo 2
Capítulo 2 - Como tudo começou


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ^^



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As coisas começaram a fazer sentido (e ao mesmo tempo estranhas) em um dia de verão no Orfanato, as aulas eram dadas lá também, pela professora Helen.

Depois de Cristal, nossa professora era a pessoa que eu mais tinha raiva e temia ao mesmo tempo. Mas uma coisa eu não posso negar, ela aparentava ser uma pessoa dócil e boazinha, com seus cabelos cor de caramelo presos em um coque baixo, as bochechas rosadas, o sorriso bondoso e os vestidos beges que ela usava.

Mas ela era terrível, apenas comigo é claro, com o resto da classe ela fazia jus a sua aparência, era boazinha e meiga. Comigo ela era uma verdadeira bruxa, se alguma coisa acontecia, eu já era acusada de estar envolvida. O pior é que na maioria das vezes eu estava mesmo.

Lá estava eu, no meio de mais uma aula insuportável de Matemática. A única matéria que eu realmente me interessava era mitologia grega, não era exatamente uma matéria, fazia parte de historia, sei lá, de alguma forma eu achava que estava meio ligada a todos aqueles Deuses e historias fantásticas.

Eu estava viajando na minha mente, quando uma daquelas bolinhas de papel irritante voa para minha mesa, percorri a sala com meus olhos, tentando imaginar quem havia jogado aquilo. Sem suspeitas do atirador, abri o papel. Dentro estava escrito em uma perfeita letra cursiva:

Quanto tempo acha que pode me enganar, filhote de Deus? Hoje será seu fim, você tem um encontro com a morte as 9:30...

Quando finalmente consegui decifrar o bilhete (letras cursivas são o pesadelo de quem tem dislexia), meu coração acelerou, aquilo era uma... Ameaça? Eu estava sendo ameaçada de morte? Quem me odiava a ponto de tentar me matar?

Se eu pudesse contar isso pra algum adulto seria melhor, mais eu não tinha nenhum adulto dentro do Sweet Dreams em que eu pudesse confiar, e algo me dizia que mesmo se eu tivesse, de nada adiantaria, essa era uma das poucas vezes em que a raiva que eu tinha do meu pai era substituída por saudade e carência, eu só queria que ele estivesse ali, para me proteger.

Queria poder dizer que eu simplesmente achei que era uma brincadeira maldosa e voltei a prestar atenção na aula, mas foi exatamente o contrario, eu me desliguei completamente e comecei a pensar nas inúmeras pessoas que me odiavam ou guardavam rancor de mim. Daria uma lista imensa, mas nenhuma das brincadeiras ou confusões que eu tinha feito e metido essas pessoas, nenhuma delas parecia ser tão grave a ponto de quererem me matar.

O tempo é engraçado, normalmente as aulas da professora Helen demoram um século e meio para acabar, é finalmente quando eu preciso que demore bastante a tocar o sinal, ele toca em menos de 2 minutos.

A turma saiu como um bando de javalis em direção à porta, se empurrando e esmagando uns aos outros na parede. Eu fui a última a sair da sala.
Quando cheguei ao pátio, Cristal estava encostada na parede, olhando para mim, ela abriu um meio sorriso maligno.

– Áh, olá Alice, tenho algumas coisas para conversar com você, vamos. – Ela disse puxando meu braço, mas com uma força que não era dela.

Ela me arrastou levou para um canto do pátio, que fora apelidado de “Beco-sem-saída”, era exatamente igual a um.

Cristal me encurralou na parede e me encarou, talvez pensando no melhor modo de me matar.

– Foi você não? Você que mandou o bilhete – Eu disse com a
voz tremula.

Cristal sorriu, mostrando suas presas, espera! Cristal não tinha presas...

– Então você não é tão lerda quanto aparenta, não? – Ela rosnou.

Olhei novamente para Cristal, ela estava mudando, adquirindo uma expressão felina, os olhos azuis ficaram puxados, como olhos de gato, em todo corpo foram crescendo pelos cor de caramelo, uma longa cauda surgiu por baixo de sua saia, um par de asas rasgaram o casaco da Gucci de Cristal. Em um piscar de olhos eu estava olhando para uma estranha criatura com corpo de leoa, cabeça do que um dia fora Cristal e asas de gavião.

Eu queria correr e gritar, mas minhas pernas permaneciam no chão, pesadas como chumbo da minha boca não saia som algum.

– O... O que é você? – eu tomei coragem de perguntar.

– Ainda não sabe? – A criatura disse.

Vasculhei minha mente, pensando no nome de todas as criaturas da mitologia grega que eu tinha aprendido na aula de historia.

– Você é a Esfinge. – Eu disse mais confiante, apesar de que, saber o nome do meu inimigo apenas me aterrorizava mais.

A Esfinge assentiu e flexionou as patas traseiras. Oh-oh, eu conhecia aquela posição, a que os gatos faziam quando estavam prestes a saltar sobre sua presa.

E foi exatamente o que ela fez, saltou para cima de mim, deixando as presas a mostra e as garras afiadas prontas para paralisar sua nova presa. Eu.


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