Acordo tranquilamente e logo penso em Effie e como deve ter sido sua noite. Bom, penso que não deve ter sido ruim, já que ela não veio a minha procura ainda. Decido me levantar e fazer minha higiene, afinal estou com fome e logo o café da manhã será servido. Então ligo a televisão para ver como meus tributos estão e percebo que hoje o dia será tranquilo. Praticamente todos dormem devido as picadas das teleguiadas ou sofrem o efeito delas. Peeta consegue( não sei como) encontrar uma corrente d’água e se camuflar na margem do rio. Ele é mesmo muito habilidoso, até aas câmeras demoram um tempo até localiza-lo. Ele está em estado visivelmente critico, mesmo que mal possamos ver seu rosto. Dorme, mas treme muito.

Logo sou convocado para o café da manhã, onde encontro apenas Haymitch a mesa. Estranho o fato, até notar que Haymitch está quase feliz. O que é mais que um milagre,considerando quem está sentado a minha frente. Começo minha refeição em silêncio, com medo de dizer algo errado, e perturbar sua paz.

– Onde está Effie?- pergunto inocentemente, já que imagino que ele saiba a resposta

– Provavelmente se fantasiando para o zoológico do lado de fora da porta .- ele responde, hostil.

– Liguei a TV hoje de manhã e parece que hoje o dia será tranquilo- digo

– Poisé, mereço um descanso – ele diz tomando alguns goles de sua taça de vinho- Até amanhã, estarei são novamente- ele completa.

– Bom, você quem sabe. A promessa foi feita por você, não por mim- digo, esperando que algo se desperte dentro dele.

Então Effie surge na sala. Maquiada, colorida , com metros de perucas e roupas excêntricas. Mentiria se dissesse que não me decepcionei, mas não mentiria se disesse que já esperava por isso. Effie é uma pessoa publica e um ícone de moda. Seria impensável sair naturalmente as ruas .

– Bom dia Effie – digo, naturalmente, como se nada houvesse acontecido

– Bom dia Cinna- ela responde da mesma maneira e depois diz o mesmo a Haymitch, que responde indiferente, porem noto algo a mais em seu olhar, como que estivesse sorrindo pelos olhos, algo natural, quase acidental.

Assim o café da manhã se segue e termina. Passo a tarde em meu estúdio, fabricando e desenhando algumas roupas de clientes quando começo a imaginar que, talvez, não seja só imaginação minha, talvez Katniss realmente possa ganhar esses jogos. O tempo todo ela foi a líder, mesmo entre 23 outros tributos igual ou superiormente mais competentes para a batalha.Mas algo dentro dela, talvez seu estilo rebelde natural, seu espírito lutador tenha chamado a atenção do povo. Talvez ela os representasse. Seria ela a voz que todos desejariam ter? Então talvez, a morte dela seria tão insuportável a Panem que eles finalmente se levantariam e lutariam pela voz que as representava, a voz que a Capital calou.

Então posso dizer que sim, Katniss é a verdadeira Dona de Panem, de modo o qual , ganhando ou perdendo, ela revolucionaria a nação. Portanto, a capital faria de tudo por ela, inclusive...

Saio voando de meu escritório e me dirijo imediatamente para o edificio da justiça, ao 12° andar.Vou até o dormitório da Haymitch e bato na porta sem paciência alguma, de modo o qual ele fosse obrigado a atender.

– Mais que diabos você faz aqui a essa hora?- ele atende a porta com essa educada recepção. Perdido em meu raciocínio, entro sem permissão e ignoro suas palavras e começo a despejar-lhe minha teoria.

– Deixe-me ver se eu entendi. Você sugere que posso pedir praticamente tudo o que eu quiser, em nome de Katniss que serei atendido já que qualquer postura negativa que ela possa ter em relação ao governo refletirá na população- Haymitch diz, seguindo meu raciocínio.

– Exatamente. Portanto já sei como tirar tanto Peeta quanto Katniss daquela arena- digo

– Simplesmente pedindo, já que a perda de seu amado seria tão insuportável para Katniss que talvez ela se rebele contra seu verdadeiro inimigo. A capital- ele chega exatamente onde eu o conduzi.

– Bravo! – comemoro- Só tem um porém. E se, mesmo com essa ajudinha, algum outro tributo mate um dos dois?- pergunto, percebendo que nem tudo estaria resolvido.

– Confiança. Vamos confiar neles. – Haymitch diz, e sou obrigado a concordar. Realmente não há nada que podemos fazer quanto a isso.

Então assim que o plano é traçado, tenho certeza de que logo tudo ficará bem, mas temos que esperar o momento certo, quando a maioria dos tributos estiverem mortos, assim as alianças serão menores, e as duplas menos poderosas.

Volto ao meu estúdio e continuo o trabalho até o fim as tarde, quando vou comprar mais alguns tecidos e encomendar algumas joias e apliques especiais. Depois de um longo lá na companhia do Portia, que insiste em ter crises sempre que vamos lá, finalmente voltamos a cobertura antes do jantar.

Assim que chegamos, me dirijo aos meus aposentos e relaxo um pouco, ligo a televisão e percebo que este dia é provavelmente, o mais entediante desde a primeira edição dos jogos vorazes. Acho que as teleguiadas não voltarão tão cedo a arena .

Então faço minha higiene e enquanto me arrumo para ir a sala de jantar, ouço batidas fortes e desritimadas e sei que é Effie louquinha para me contar como foi a noite anterior.

– Então, achei que tinha se esquecido de mim – digo, em tom de brincadeira

– Eu, me esquecer de você? Nunca, meu querido! Só precisava de um tempo para degerir tudo o que aconteceu ontem. Alias...- ela diz e começa a me estapear.

– Ei, Ei, EEEi! Pare de me bater sua desmiolada!- grito, ainda rindo

– Isso é por ter feito aquela brincadeira idiota de criança e por ter me abandonado com aquele louco de pedra!- ela diz- e isso...- ela completa e começa a distribuir beijos pela minha face.

– Posso saber o que aconteceu na noite de ontem? Acho que ele passou a loucura dele para você- digo, assim que a sessão carinho acaba

– Isso foi por você ter feito da minha noite, inesquecível- ela diz, com um sorriso.

– ok, agora que as punições e agradecimentos acabaram, posso saber no que eu tinha razão?- digo, curioso

– Bom, assim que ele abriu a porta, sua boca se abriu num O enorme e ele me olhou de cima a baixo e ficou calado por um tempo, então ele me perguntou o que eu fazia lá todo ríspido, como se falasse com um animal, então eu disse que queria discutir algumas estratégias dos tributos, já que eu sou a ligação entre os patrocinadores e a mídia. Então ele me perguntou porque eu queria discutir estratégias aquela hora da noite e eu disse que era pporque nenhum de nós dois conseguia dormir- ela diz apressadamente

– E então ele te convidou para entrar?- pergunto, tentando adiantar a história.

– Sim. Pois bem, então entramos e ele me convidou para sentar e quando eu estava em pânico pensando no que dizer sobre os patrocinadores, Haymitch disse que eu estava diferente, então eu lhe disse que era porque estava me preparando para dormir, e não vi necessidade de me trocar para ir falar com ele, então ele sorriu e...

– Espera, ele sorriu?- pergunto pasmo- Haymitch Albernarthy sorriu mesmo?

– Sim! Quer dizer, não foi um sorriso grande, mais quase deu pra ver seus dentes!- ela exclama, orgulhosa de si mesma.- então eu Le perguntei porque ele não conseguia dormir e ele disse que não conseguia dormir muito bem em época de jogos e tal, então começamos a conversar e as horas foram se passando e ele até me fez sorrir e fomos nos aproximando cada vez mais e então eu percebi que ele nem é tão ogro quanto parece e que eu não estava totalmente cega ao me interessar por ele.- ela exclama rapidamente e sem tirar o sorriso do rosto

– Que ótimo minha amiga,estou realmente feliz por isso, será ótimo para Haymitch alguém real para conversar, alguém que não contenha altas dozes de álcool em sua composição- digo, genuinamente feliz

– Enfim, é claro que ele foi super grosso e sempre tentava me ofender ou me contrariar, é claro que ele não disse nada bonito relacionado a mim e tudo mais, porém eu já estava praparada para isso, só queria um tempo com ele

– e conseguiu- completo

– eu consegui!- ela diz, super orgulhosa de si e de sua capacidade

– Viu como é perfeito ser imperfeita?