Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 36
Por Ele: De volta a Paris - primeira parte.


Notas iniciais do capítulo

Gente do céu. Acho que fui má imediatamente depois de ser um anjo... Desculpem!
Vocês devem agradecer a Lani, por este cap e pelos outros dois que sairão amanhã,por que ela me fez sentir mal o bastante e postar kkkkkkkkkk
Obrigada a Nadyne e BiaSalvatore pelas recomendações. ^^
Espero que gostem do capítulo. Ele está do jeito que eu gosto. Com humor, ciúmes, declarações e tensão kkkkkkkk
Boa leitura!



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Desci para o salão acompanhada de Johny. Ele estava prestes a apresentar uma surpresa esta noite.

O salão estava cheio, e um filme da ultima vez que estive aqui começa a rodar em minha mente. Essas pessoas antes eram totais estranhas, agora apenas elas parecem colegas de trabalho, ao longe eu o avisto. Continua tão lindo quanto antes, o tempo só faz o deixar mais maduro. Como sinto sua falta...

-Elena, você está pronta? – a voz de meu chefe me chama à realidade.

-Sim, eu estou.

-Ótimo, vou preparar a equipe para a apresentação. Encontro você na mesa em breve. – ele se fasta e antes de ir beija minha mão. É um galanteador incorrigível.

Volto a encarar o salão e ir até a mesa reservada às indústrias Stark. Mal sento nela e já sou abordada.

-Elena! – reviro os olhos ao reconhecer a voz.

-Elijah.

-Posso sentar? – me pergunta acenando pra cadeira.

-Não. – respondo seca e ele me ignora sorrindo sinicamente e sentando diante de mim.

-Que bela noite não?

-Ela estava até você aparecer.

-Ora vamos lá Elena.

-Elijah, você destruiu minha vida. E sabe o pior? Você realmente acredita que tudo pode se justificar pelo o que diz sentir por mim.

-Eu gosto de você Elena.

-Você não gosta de ninguém. Só consegue as coisas por meios ardilosos, eu não posso sentir nada além de asco por você. E pena. Você deve viver uma vida vazia.

-Não abuse da sorte Elena.

-Ou o que? Você não sabe o que é gostar de alguém. Tudo o que você faz é decidir que quer alguém e então fazer de tudo para conseguir, acho isso capricho, não amor ou qualquer outro sentimento.

-Tudo o que eu fiz foi por achar que ele não te merece.

-E você sim? – ele é inacreditável. – Damon pode ter seus defeitos, mas ele nunca seria capaz de fazer o que você fez. O que você queria? Que após tudo terminar eu fosse até você? Você foi tão burro assim? Só o que conseguiu de mim foi desprezo.

Ele me encara de forma sombria e se aproxima de mim prendendo minha mão na dele.

-Leve o tempo que for, você virá até mim. Pode esperar. – sua mão começa a machucar a minha.

-Vai pro inferno. – falo e tento me soltar e ele aperta mais. -Me solta!

-Algum problema aqui? – eu olho imediatamente para a direção da voz e meu coração dispara. Damon! Elijah solta minha mão e eu a recolho de imediato.

-Boa noite Damon! – Elijah fala sínico.

-Boa noite! – responde secamente e me olha. – Está tudo bem? – ele pergunta e toca meu ombro com sua mão, eu tremo.

-Está tudo bem sim. Elijah estava apenas desejando boa noite. – Digo olhando para Elijah como uma deixa. Quero que ele suma antes que Damon faça algo ruim.

-Sim. E eu já dei. – ele diz esnobe e se põe de pé. – Vejo vocês por aí. – fala e finalmente se vai.

Eu me permito respirar e Damon assume o lugar onde ele estava na mesa.

-Ele não é de desistir facilmente. – me fala com voz calma, eu o encaro confusa.

-Como? – pergunto aturdida.

-Elijah. Ele é insistente. – ele sorri fracamente e eu estou totalmente atordoada com este homem. Ele não falou nada do tipo idiota nem cretino no meio da frase dele.

Ele está me olhando de forma especulativa e ansiosa.

-Está bem Elena?

Eu estou o olhando, ele é lindo e está tão gentil, falando comigo, me defendeu. Meu coração está a mil.

-Você tem que falar comigo agora, por que estou assustado. – ele sorri sem jeito e eu pisco.

-Estou bem. Me desculpe.

-Você está muito bonita. Está diferente. Seu cabelo. – ele aponta sorrindo pros meus cachos bem feitos.

-Obrigada! – será que estou sonhando? Ele sorri e fica vermelho. Como pode ser assim? Tão... Nossa!

-Damon! – saltamos com a voz de Johny. Damon se põe de pé pra cumprimentar seu amigo.

-Johny.

-Você está tentando reaver sua funcionária? – eles sorriem e eu também.

-Ela está muito bem, eu suponho. Apenas vim desejar uma boa noite. Estou curioso sobre seu e-mail.

-Você vai adorar o meu lançamento, sei disso.

-Bem, então é isso. Tenham uma boa noite. – Damon fala e sorri me olhando até que se vai. Eu ainda estou paralisada.

Johny senta diante de mim sorrindo. Eu nunca escondi tudo o que sinto por meu ex chefe.

-Ele não vai desgrudar de você um só segundo nesta viagem. – ele fala em tom esnobe e risonho.

-Nem comece. – sorrimos e logo silenciamos, por que o cerimonial inicia os trabalhos da noite.

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Logo quando cheguei no salão eu não parava de procurar por ela.

-Ela não está por aqui ainda.

-Hein? – olho pra Ric que me olha sorrindo.

-Ela ainda não chegou. – ele diz e eu retorno à terra.

-Ah. É estou vendo.

-Vamos pra mesa. – ele fala e nos dirigimos até a mesa da Salvatore. – O que você acha que o Stark vai aprontar hoje?

-Algo grande. O e-mail era cheio de mistérios. Ele só faz isso quando tem uma boa na manga. – novamente estou rodando o salão com o olhar, mas nada dela. Alaric apenas sorri e tenta me desviar a atenção.

Mais alguns minutos e eu finalmente os vejo entrar no salão. Ela caminha elegantemente ao lado do chefe e eu desvio o meu olhar.

-Chegaram. – Digo a Ric que procura ao redor e os encontra.

-Nossa! – ele diz.

-Eu sei.

-Ela olhou pra cá. – Ric me fala e tento arrumar minha postura.

Eu não olho mais para a direção dela.

-Johny deixou ela e saiu. Ela está na mesa sozinha. – ele faz uma careta. – Ou estava.

-O que foi? – ele apenas acena pra que eu veja e me viro.

-Elijah. – cuspo o nome e volto a encarar meu amigo. – Claro que eles estão juntos.

-Fala sério Damon.

-Isso explica por que ela foi tão seca comigo no elevador.

-Bem, pra mim eles parecem estar discutindo.

Eu me recuso a olhar.

-Ele está fazendo aquela cara. – Ric fala meio inquieto.

-Que cara?

-Aquela de ‘agora você vai me ouvir’. – olho imediatamente para eles e vejo Elijah prender a mão de Elena, ela parece querer esquivar.

-Ela não quer falar com ele. – Digo hesitando.

-Faz alguma coisa. – Ric rosna.

-O que quer que eu faça? – ele me olha sugestivo. – Entendi. – Me coloco de pé e praticamente corro até eles. -Algum problema aqui? – falo olhando para o mal amado do Mikaelson.

-Boa noite Damon! – ele responde com cinismo.

-Boa noite! – o respondo e desço o olhar para Elena.  – Está tudo bem? – a pergunto e ao tocar em seu ombro a sinto tremer. Ainda a afeto.

-Está tudo bem sim. Elijah estava apenas desejando boa noite. Ela usa seu tom mais sugestivo. Elijah confirma esnobe e se põe de pé.

-Vejo vocês por aí. – fala e finalmente se vai.

Fico o olhando até que ele some de minhas vistas então eu sento na mesa e fico de frente pra Elena.

-Ele não é de desistir facilmente.

-Como? – ela parece assustada e confusa. Ele deixou ela assim tão alterada?

-Elijah. Ele é insistente. - Tento ser agradável, lembrando do que Maximus me ensinou. Só quero saber que ela está bem. Maximus tem razão. Eu sempre vou precisar saber disto. Ela não me responde. Droga! -Está bem Elena?

Certo. Ela definitivamente não está aqui. Está pensando em que? Nele? Por que não me resonde? Não me quer aqui? Vamos responda!

-Você tem que falar comigo agora, por que estou assustado. – estou me agitando, isso sim. Desde quando ela perde a fala assim?

-Estou bem. Me desculpe. – fala finalmente.

Que susto!

-Você está muito bonita. Está diferente. Seu cabelo. – as palavras saem antes que eu possa evitar.

-Obrigada! –ela não reage muito bem, parece se incomodar com o que eu disse. Não devia ter falado isso. Estamos brigados. O que deu em mim?

-Damon! – é a voz de Johny. Mentalmente agradeço a intervenção dele.

-Johny.

Ele solta um gracejo habitual ao estilo Johny e eu tento desviar a sair dali o mais rápido possível. Estou agindo estranhamente e sem pensar direito.

-Você vai adorar o meu lançamento, sei disso.

-Bem, então é isso. Tenham uma boa noite. – falo praticamente saindo corrido de lá e volto pra mesa.

-E aí? – Alaric mal me deixa sentar.

-E aí o que? – falo me acomodando na cadeira.

-Eu não tenho a audição do super man. O que houve lá?

-Vai começar. É melhor eu te dizer depois. – ele cerra os olhos pra mim e eu ignoro.

-Nem pense que vai conseguir escapar dessa.

Voltamos a prestar atenção no evento que acabava de ser iniciado. Eu involuntariamente me via olhando Elena e Johny. Eles pareciam bem cúmplices. Durante toda a noite ele falava ao seu ouvido.

-Cara, para com isso! – Ric fala pra mim.

-O que foi? – falo aborrecido.

-Para de encarar assim.

-Assim como?

-Você está quase engolindo os dois. Controle-se!

-Eles estão bem próximos.

-Devem estar combinando as coisas pra apresentação da Strak Damon.

-Ou devem ter algo melhor a falar.

-Você não muda mesmo.

Ignoro ele e continuo a olhar os dois rindo e se divertindo até que eles se levantam e deixam o salão por um tempo e quando volto a ver Elena ela está no palco.

-Senhoras e senhores, boa noite! Foi com muita satisfação que as indústrias Stark escolheram o encontro dos empresários para o lançamento de seu mais novo programa e é com muita admiração que eu convido agora o presidente da companhia e mentor de tudo isso para compartilhar com vocês mais esta grande realização das Stark. Senhor Johny Stark! – ela termina e todos batem palmas.

-Grande admiração... – falo e Alaric me olha sorrindo. – Que? – ele revira os olhos e continua aplaudindo. Estou de braços cruzados. Johny chega até o palco e beija o rosto de Elena, ela por sua vez acena para o microfone e continua com os aplausos.

-Obrigada pela apresentação senhorita Gilbert. – ele diz.

-Obrigada pela apresentação senhorita Gilbert. – eu repito e Alaric me bate no ombro.

-Para com isso! – ele diz, eu o olho de cara feia, mas a dele está pior.

-Boa noite a todos! É com imensa alegria que estou hoje aqui realizando um sonho. A muito tempo meu pai sonhou algo impossível, mas com a avanço da tecnologia e com anos de estudos e testes eu finalmente consegui dar vida a sua iniciativa. Senhoras e senhores, apresento a vocês o programa ‘Iron Man’.

Ele termina e um vídeo começa a passar no fundo do palco. Caramba!

-Agora ele realmente superou minhas expectativas. – Alaric fala.

-As nossas. – respondo quase sem fala.

Ao final do vídeo acho que todo salão está em choque.

-Estaremos disponíveis para perguntas e dúvidas a cerca do programa nas entrevistas de amanhã. Estejam a vontade. – Elena fala terminando a apresentação.

-Cara o que foi isso? – Ric me olha quase que assustado.

-Ousadia total. – eu estou sem fala.

-Você acha que ele vai fornecer ao governo?

-Acho que é a ideia inicial sim. Só espero que seja pro nosso governo. – Alaric sorri.

-É eu também. – ele diz mais abobado que eu.

A noite não será mais a mesma depois dessa. Nem o resto da semana.

Ao final de todos os trabalhos finalmente estamos liberados para o coquetel e dança.

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Depois do lançamento inicial do programa Iron Man, Johny se tornou a celebridade local. Estamos cercados de fotógrafos e perguntas, mas ele se recusa responder, enfatizando o que eu falei ao final da apresentação: apenas nas entrevistas.

Finalmente conseguimos um pouco mais de espaço e podemos sentar.

-Você ficaria bem por uns minutos? Eu preciso falar com meu agente.

-Claro Sr. Stark. – sorrio pra ele.

-Já volto. – ele se vai.

-Que tal uma dança? – olho por cima dos ombros e encaro Alaric risonho pra mim.

-Seria um prazer. – falo e seguro a sua mão erguida.

Caminhamos para a pista de dança. Começamos a nos mexer.

-Vocês fizeram uma grande coisa.

-Bem, acho que você está equivocado na colocação. – ele sorri.

-Mesmo senhorita? E porque?

-Por que eu não tenho nada a ver com isso. – ele sorri.

-Você me entendeu. – ele fala risonho.

-E então... Você veio de vítima outra vez? – pergunto.

-Parece que sim.

-Mas e os outros? Caroline, Stefan?

-Eles tinham coisas a fazer. O próprio Damon pretendia faltar. Há muita coisa sendo feita na Salvatore nesta temporada.

-Imagino, mas achei que Caroline viria. Como assistente dele.

-Não. Quem pode chegar amanhã é a Sofia, mas Damon está resistindo a isso.

-E por que?

-Por que foi ideia da Rose e ela quer vir junto. – eu meio que travo na dança e Ric me encara.

-Ela queria vir é?

-Damon está a evitando.

-Evitando? – me faço de desentendida e ele sorri.

-Sim Elena, ele tem feito isso.

-Muito me admira ele ainda falar com ela depois de tudo que eu falei. Mas enfim, ele sabe o que faz.

-Nossa! Isso foi meio agressivo, até pra você. Seriam ciúmes? – o olho feio e ele dá de ombros sorrindo. - Damon está tentando.

-Tentando?

-Ele tem tentado não estrangular ninguém. – sorrimos.

Continuamos a dança e Alaric como sempre continua com o seu dom estranho de ser esse amigo ideal. Quer dizer, não é dom estranho. É raro e admirável. A música para.

-Será que eu posso? – me viro e lá está ele e seu sorriso torto. Alaric me olha.

-Vou pegar uma bebida. – fala e sorri. Me volto pra Damon.

-Posso? – ele repete, eu engulo e seguro sua mão, quando ele envolve minha cintura parece que vou gritar. Começamos a dançar a nova música. – Foi impressionante. – ele fala bem perto de meu ouvido, não sei se estou concentrada o bastante. O seu cheiro, seu calor. Senti muita falta disso, mas eu tenho que falar. Tudo isto está ma matando.

-O que está fazendo Damon? – ele trava com minha pergunta, mas logo volta a si.

-Do que está falando?

-Não banque o obtuso comigo. Ficamos anos sem sequer manter um dialogo com mais de três frases e agora você assume essas postura nova.

-Apenas eu decidi que é melhor manter uma relação amistosa com você. Tentar ser menos hostil. – ele fala devagar, testando cada palavra.

-Menos hostil? – pergunto buscando seu olhar e ele se mexe desconfortável.

-É Elena. – fala seco.

-E o que isso significa? – meu tom assume mais força.

-Significa que podemos nos encontrar civilizadamente e conversar normalmente. Significa que quero tentar ser seu amigo. – ele me encara firme.

-Você está brincando não é? – eu quero bater nele. Eu o faria...

-De maneira alguma. – fala sem me olhar.

-Damon, da ultima vez que conversamos você me chutou da sua vida, não me deu chance alguma, sequer acreditou em mim. Eu sofri muito estes anos e você agora não pode surgir do nada com essa conversa de ‘vamos ser amigos’.

-E por que não? – ele me encara outra vez, aperta seu braço ao meu redor.

-O que?  - estou prestes a lhe matar, cerro os olhos pra ele e inspiro.

-Por acaso nem pra isso eu sirvo mais pra você? Já encontrou opção melhor eu suponho. – eu paro de dançar, se é que estávamos fazendo isto.

-Você não está fazendo isso. – falo me afastando e ele me olha confuso -  Você é inacreditável, sabia? – dou as costas a ele.

Me afasto e vou em busca da saída. Claro que o velho Damon ainda continua lá. Em carne,  osso e prepotência. Agora eu entendi o ‘tentando’ de Ric.

Corro pra fora do salão.

-Elena, espera!

-Fica longe de mim. – falo sem olhar pra trás enquanto ele me segue.

-Desculpa, eu não quis dizer aquilo. Vamos conversar, por favor.

-Não quero conversar Damon. Me deixa! – eu vou em direção aos elevadores do hotel. Esquecendo de tudo, meu chefe certamente irá sentir minha falta. Direi que me senti mal, ou sei lá. Sinto a mão dele no meu braço.

-Espera! – ele me vira pra ele e seus olhos arregalam. Ele faz uma expressão de dor. – Não chore! – eu estou? Nem notei. Levo minha mão pro rosto e tento limpar as lágrimas.

-Estou cansada Damon.

-Me desculpa!

-Pelo que? Por ser você? Você é assim! Fala o que não deve, age sem pensar, machuca quem te ama, é orgulhoso, teimoso, vingativo, egoísta e acima de tudo fraco e covarde. Foge do que senti. – eu falo tudo tão rápido e com tanta coragem. Depois puxo meu braço de sua mão e caminho pros elevadores. Aperto o botão e o sinto atrás de mim.

-Apenas me desculpe.

-Não é muito fácil quando é você que tem que pedir perdão não é? É mais fácil não perdoar que pedir perdão. Bem vindo ao meu club. – a porta se abre e eu entro.

-Elena...

-Me deixa Damon! – antes que as portas consigam fechar, ele as detém e entra no elevador e lá estamos nós dois outra vez.

-Eu não quis te ofender. – ele fala com voz baixa.

-Não mesmo? Queria o que? Me atingir?

-Me desculpa, eu... Eu não tinha o direito.

-Não, você não tinha. – cruzo os braços, é uma postura defensiva.

-Olha eu sei que durante todos estes anos foi tudo muito difícil e complicado, mas eu realmente quero mudar isto. Eu queria ter sua amizade de volta.

-Não sei se posso te dar isso. Eu ainda amo você. Nada mudou nestes anos, mas eu me feri demais. E eu não sei se posso ser sua amiga.

-Eu realmente queria que você tentasse. – ele se aproxima mais de mim e eu o encaro.

-Eu fiquei assistindo você todos estes anos, você passou muito bem sem mim. Restaurou sua amizade com a mãe de sua filha, se resignou pela Andie. Está muito bem no relacionamento com sua Sofia. Como nunca esteve antes. Você conseguiu grandes avanços estes anos. E eu estou feliz por você. Mas nada mudou entre nós. Você ainda pensa o pior de mim, sobre o que viu e isso nunca vai mudar. Você sempre terá palavras de desconfiança contra mim e até que isto mude, ou que você aceite e enxergue o que realmente aconteceu naquela tarde, eu não estou disposta a tentar me reaproximar de você. A pouco você me deixou claro que toda sua desconfiança sobre minha fidelidade ao amor por você está intacta.

A porta do elevador para no meu andar.

-Me deixa passar. – falo o encarando firme. Tenho que me manter firma agora.

-As aparências são enganosas Elena. Não estou tão bem assim. – ele fala com a voz hesitante.

-Damon... – eu tento ele me segura.

-Me escuta. – ele me mantém até a porta se fechar e então ele paralisa o elevador. Oh Droga!

-Me solta! – minha voz está trêmula. Não sei se me sinto segura dentro de um elevador e no meio de uma discussão com Damon. Ele me olha e franze o cenho, engole e abre a boca, mas fecha sem dizer nada, me dá as costas e leva as mãos até os cabelos.

-Eu passei este último ano me preparando pra esta conversa e bastou uma pequena aproximação pra tudo desabar. – ele está se agitando, embora a voz esteja calma. – A prática é mais complicada. –ouço seu sorriso e ele vem em minha direção. Instintivamente recuo um passo. – Você está com medo de mim? – me pergunta em tom magoado.

-Não. – ofego.

-Está tremendo, é claro que está. Não se preocupe, não encostar em você. – fala muito rápido e então mexe nos cabelos outra vez. – Me dê um tempo Elena, eu realmente quero recomeçar com você.

-Quando você diz recomeçar a que se refere? Já te dei três anos. - Ainda mantenho minha postura braços cruzados e pura irritação.

-Eu sei. Eu só não quero... Foi muito radical afastar você da minha vida como eu fiz. Eu quero ser pelo menos um amigo. Sou sócio de seu pai, me considero quase de sua família e...

-Damon, para. Eu já disse. Não posso ser sua amiga. – é quase um grito, solto meus braços e quase desfaço todo meu penteado em exasperação.

-E por que não? – ele se aproxima de mim, olhos nos meus.

-Por que eu amo você! – ele arregala os olhos e engole e desta vez é ele que recua. – Nunca deixei de amar. Senti raiva, me magoei, mas nunca parei de sentir o que sinto. E eu fiz uma promessa. Eu posso ter me rendido por um tempo, mas eu prometi que você nunca iria se ver livre de meu amor.

Avanço contra ele e seguro seu rosto, ele está paralisado, olhar assustado.

-Eu não posso ser sua amiga, por que pra mim você será sempre o homem que eu mais amei. Eu só quero que você acredite em mim. Quero que aceite que não te traí, quero que encare a verdade e que possa voltar pra mim inteiro. E o que você quer?

Ele não responde. Depois de um tempo fecha os olhos e deixa o ar sair de seus pulmões, devagar tira minhas mãos de seu rosto. E quando volta a me encarar deixa uma lágrima escapar.

-Me desculpa. – ofega e então se afasta e destrava a porta.

-Damon... – por que ele não consegue?

-Vou deixar você descansar. – está se desviando de novo.

-Fale comigo. – as portas se abrem outra vez.

-Boa noite Elena. – ele sai do elevador e segue na direção das escadas eu o sigo pelo corredor, mas ele está praticamente correndo. Meu Deus!

-Damon... – eu falo, mas ele já se foi, descendo as escadas e eu estou dispersa, meu coração palpitando, minhas pernas trêmulas e a face quente pela antecipação do choro.

Por que simplesmente não podemos nos beijar? Voltar a ser o casal que éramos? O que se quebrou nestes anos? Sei que estou ferida, ele também, mas não posso ser sua amiga. Ele não vê? Como poderia? Que droga!

Me arrasto até o meu quarto com o pensamento de que este é apenas o início desta semana.


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Notas finais do capítulo

Tem mais amanhã pessoas. Beijos!