Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 3
Sofia


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui gente.
espero que gostem desse capítulo, estou assumindo mais a história a partir de agora e o enredo base está se adequando ao meu. Enfim...
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282493/chapter/3

Os dias estavam correndo e realmente Damon fazia o possível pra me infernizar, nenhuma tarefa bem feita era reconhecida, e se eu fazia algo errado ele me colocava no chão com suas palavras duras e arrogantes. Eu estava chegando no meu limite. A semana foi bem longa, na manhã de sexta-feira estávamos Caroline e eu organizando algumas coisas, eu a estava ajudando, cada uma em sua mesa quando o celular dela toca ela atende e arregala seus olhos verdes pra mim.

-Que foi? – perguntei.

-Problemas a vista. – ela falou em sussurro. Damon estava na sala ao telefone, uma ligação com o tal senhor Saltzman, parecia ser o único amigo que ele tinha.

-Como assim problema? – perguntei sem nada entender.

-Um problema loiro e outro ruivo, subindo juntos. – ela disse e segundos depois a esposa de Damon cruzou a sala, atrás dela a filha dele, indo as duas direto pra Damon.

-Não precisamos ser anunciadas. – disse a deslumbrante mulher dele. Certo, ela era ainda mais linda pessoalmente. Coo poderia ser diferente? Ele é tão... Enfim.

Caroline apenas acenou, Rebekah me dirigiu um olhar de canto brevemente enquanto passava por mim. A filha dele Sofia, não parou de mexer no celular, acho até que estava alheia a tudo, apenas seguindo a madrasta. As duas entraram na sala e eu fiquei observando, assim como Caroline que se inclinava na sua mesa pra ver melhor.

-Ela vem muito aqui? – perguntei e Caroline, que acenou negativamente.

-Só quando trás problemas e se a filha vem junto é pior. – falou sem me olhar, com a visão nas três pessoas na sala diante de nós, as portas de vidros não eram nada discretas.

Damon estava de pé diante da mulher que estava em sua frente, a filha sentada na cadeira de Damon, mexendo em seu computador, Sofia tinha pouco mais de quatorze anos.

-Sua filha quer me enlouquecer. – Rebekah gritava.

-Você já é maluca Rebekah. – a menina retrucou e Damon olhou pra ela quase em... Desespero?

-Por favor, Sofia... – ele pediu com voz calma. Certo, aquilo era bem estranho, ouvir aquele tom nele. A garota olhou pro pai sorrindo e voltou a prestar atenção no que fazia. Rebekah fuzilava ela e agora Damon, que voltou-se para ela.

-O que foi dessa vez? – ele perguntou segurando o queixo da esposa, fazendo um carinho nela. Uau! Ele é carinhoso?

-Ela dispensou os músicos da festa, cancelou quase tudo que eu confirmei. – ela dizia exasperada.

- É meu aniversário, vocês estavam transformando numa festa pra velhos. – a garota falou outra vez.

-Sofia, por favor, me deixe conversar com sua mãe. – a menina bufou.

-Para com isso Damon. – ela chamou o pai de Damon? Será que a coisa do nome era até pra filha dele?

-Não me chame assim. Sou seu pai. – ele bufou me respondendo, a menina deu de ombros.

-De qualquer forma a festa é minha e eu vou fazer ela do meu jeito. A Andie vai me ajudar. – ela concluiu.

-É exatamente este o problema. Damon, quando aquela mulher vai sair das nossas vidas? – Rebekah levou as mãos a cabeça e sentou na poltrona perto dela. Certamente a ex de Damon ainda causava problemas pros dois.

-Querida, por favor. Sabe que Andie é a mãe que Sofia não conheceu. É normal esta relação entre elas. – ele falou se pondo de joelhos diante dela, acariciando sua perna.

Neste momento Stefan surge diante de nós e Caroline o adverte que Damon está ocupado. Stefan observa de longe e bufa dizendo que voltaria depois, em seguida sai. Foi bem engraçado.

-Nunca vamos conseguir ser uma família assim. Eu tenho tentado. – ela quase chorava pra Damon.

-Eu sei querida, eu... Caroline! – Damon chamou e Carol apontou pra mim, eu fiquei confusa, afinal Caroline é ela. – Caroline! – ele gritou e a loira diante de mim me engoliu com os olhos.

-É com você Elena, que droga! – ela bufou entre dentes, pra disfarçar a voz alterada. Pulei da cadeira. Mas que diabos. Me chamo Elena.

-Damon... – falei entrando na sala, sua mulher me olhou, da cabeça aos pés, a filha continuou centrada no que fazia diante do computador.

-Leve Sofia para almoçar com você. – a garota o olhou perplexa.

-Não vamos os três juntos?

-Pra vocês se matarem? Não. – disse firme. – Você vai com a Caroline e eu vou terminar esta conversa com Rebekah sem os seus gracejos e depois vou conversar com você.

-Claro, depois que ela tiver preparado a minha caveira e me deixar sem argumentos de defesa.

-Sofia. – ele soou ameaçador. – Agora. – a garota deu um pulo da cadeira e passou por mim feito um jato, quase me levando. – Caroline, - ele chamou. – leve ela pra este restaurante, -  me passou um cartão que estava no seu bolso. Nele tinha o nome do lugar. Certo, um dos melhores de New York - Nada de fritura pra ela, mesmo que ela queira e não a deixe beber. – o que? Beber? – Ela é meio insistente quanto a isso. Não faça. Traga ela dentro de uma hora, nem mais nem menos, ligue pro Alex no caminho e peça pra ele trazer meu almoço pra cá, pra dois.

-Ela não vem mais? – gritou a menina de fora da sala.

-É só isso Caroline. – eu travei. Certo o restaurante que ele indicou era caro demais e bem, eu não...

-O que está fazendo aí plantada? – ele me perguntou impaciente ainda diante da esposa, de joelhos.

-Desculpe, mas... – certo eu ia ter que fazer isto. Perguntar. Meu corpo gelou.

-Mas o que? – ele perguntou com a voz sombria. Nossa ele me dá medo.

-Como vou pagar um almoço lá? – ele revira os olhos e se põe de pé.

-Pra isto te dei um cartão de crédito. Use-o e pare de me importunar com seus questionamentos idiotas. – falou me olhando com fúria, eu engoli. – Agora vá e a faça ela comer algo, siga exatamente o que eu mandei, é pra isto que eu te pago. – eu respirei enfim, assenti e saí, me encontrei com a garota que batia o pé e acenei para Caroline, que me esnobou pra variar.

Estávamos indo em direção a saída, eu já ia em direção ao carro em que costumava sair, uma verdadeira máquina, quase não acreditei que agora eu tinha motorista e que saia por aí andando num daqueles, mas a garota virou na direção oposta indo direto pra cima de um outro, ainda mais sofisticado. Que carro! Eu a segui e mal entrei no carro ela foi logo disparando:

-Sabe, garotas como você não costumam durar num emprego com Damon. Você é muito lenta. – disse em tom esnobe, filha de Damon, com certeza.

-É minha primeira semana. –disse. Eu estava mesmo me justificando pra uma pré-adolescente?

-Entendo. – disse risonha. – Bem, você já deve saber meu nome. Me diz o seu.  Sei que não é Caroline. – seu tom mudou um pouco, mais amigável, o carro começou a se movimentar.

-Para onde senhorita? – o motorista perguntou-me e eu lhe dei o nome do restaurante. Borthon’s.

-Me chamo Elena. – disse pra garota em seguida.

-Prazer Elena. Você é bem diferente. – como assim? Sou um e.t. por acaso?

-Diferente como? – ela deu de ombros.

-Diferente das outras assistentes do Damon. – eu cerrei os olhos. – Geralmente elas são magras e bem estilosas. – certo isto outra vez? Eu não sou gorda. – Você é... – eu a olhei esperando que completasse. - Ah... Não importa! – disse e sorriu olhando pro seu celular. Ficamos em silêncio por um tempo e eu decidi puxar assunto com ela.

-Não gosta de sua madrasta? – perguntei e ela não me olhou, mas respondeu.

-Gosto. Bastante. Um dos motivos pra ela ser minha madrasta. Damon jamais casaria com ela se não fosse assim. – eu bufei por dentro. Ela escolhia as namoradas do pai? – Ele dá muita importância pro que eu penso. – ela completou respondendo minha pergunta interna.

Mais uma pro meu caderno de anotações: Damon Salvatore é vegetariano, não gosta de compartilhar elevadores, pratica boxe, tem problemas cardíacos, – arritmia, o que não me impressiona com o tipo de vida que leva, parecendo sempre estar a beira de um ataque – odeia chegar atrasado e atrasos, só tem um amigo de verdade, compartilha uma relação estranha com a ex e atual esposa, tem uma relação amena com o único irmão e sua filha tem a palavra final em sua vida. Uou! Muita coisa.

-E os problemas com a senhora Salvatore são... ? – eu continuei.

-Você é bem curiosa. – ela disse e eu travei. Que droga! Ela parece uma mulher. Sorri sem jeito. – Bem, o problema não é ela. Rebekah é legal, me trata bem.

-Não entendi.

-O problema é que ela quer fazer de nós uma família e bem, com Damon isso não funciona e toda vez que uma mulher coloca isso na cabeça, como ela está agora, acaba se decepcionando e termina tudo. Eu apenas a protejo. Não quero perder mais uma mãe. – ela ironizou a última palavra.

-Por que você diz isto? Sobre não poderem ser uma família?

-Damon não entende o sentido da palavra. – ela disse sem rodeios. – Você deve ter notado que ele não é muito sentimental. - bufou rindo pelo nariz. – Ele tenta ser o pai do ano, com seus presentes caros e mimos desnecessários, mas é extremamente ausente, alheio e não só comigo. Ele tenta, mas não consegue, ele é difícil de lidar. Em resumo ele confunde conforto e luxo com atenção e afeto. – aquilo me bastou. Entendi.

-E Rebekah sonha com piqueniques em família no parque? – perguntei meio risonha e ela me deu um sorriso lindo, fiquei imaginando de quem era este sorriso, não saberia dizer se vinha do pai, porque bem, o Damon não sorri. Pelo menos nunca vi.

-É, você pegou o sentido da coisa. Esqueceu de mencionar os feriados na praia a as viagens em família. Não rola. Nunca. – sorrimos.

-Você sente falta disso? Já sonhou com o que ela sonha?

-Depois de um tempo eu parei de esperar meu beijo de boa noite. Eu ainda lembro. Antes dele virar este bilionário famoso, antes da Salvatore ser o império dele. Ele era terno, me contava história pra dormir, ficava comigo até eu pegar no sono. Depois dos oito anos isto acabou. Sinto falta, mas não tenho mais ambição de ver aquele Damon de volta.

-E quando ele virou Damon pra você? – perguntei e ela me olhou, olhos gentis.

-Não sei bem. Acho que quando ele esqueceu de como ser meu pai.

Ficamos o caminho inteiro conversando, ela me falou sobre sua festa e o motivo da discussão. Rebekah queria uma celebração de debutante, tradicional, Sofia queria apenas chamar os amigos pra uma discoteca em sua casa. O conflito era bem divertido.

Chegamos ao restaurante, logo pedimos a comida e eu fiquei atenta as ordens de Damon, por sorte sua filha pareceu simpatizar comigo e não conflituou sobre a bebida ou frituras.

-Pensei que seu pai te desse tudo o que você quer. – perguntei, continuando o assunto sobre sua festa.

-Bem, o problema é que ele está nesta com a Rebekah. Quer valsar comigo. Um saco. Ridículo – eu sorri.

-Meu pai também me fez pagar este mico. Eu odiei.

-Pois é.

-Mas não daria pra, sei lá... Fazer os dois lados? Você valsa, deixa ele te apresentar pra sociedade como se deve e depois você troca de roupa e curte a festa com seus amigos.

-Um meio termo? – eu assenti. – Andie também me propôs o mesmo. Ela me entende melhor que o Damon. Eu posso pensar sobre isto. Vou tentar argumentar com ele mais tarde.

-Faça isto. Garanto que se você disser que é o que quer, que te faria bem, ele irá ceder.

-Eu também. – disse risonha. – Gostei de você Elena. – ela falou sorrindo. – Realmente você é diferente, as outras assistentes mal me olhavam no rosto. O medo pelo Damon se estende a mim, eu acho. Eu espero sinceramente que você não desista do trabalho, nem seja demitida.

-Não quero isto. – falei.

Continuamos o almoço e foi muito bom conversar com Sofia. Uma garota inteligente, sagaz, não fugia ao nome que tinha, e tinha muito da altivez do pai, com um toque mais sutil de autoestima. Paguei a conta assustadora com meu cartão de crédito, que enfim usei, como Damon falou. Voltamos pro escritório na hora que Damon estipulou e ele nos esperava sozinho na sala. Caroline não estava lá, nem na entrada. Certamente estava fazendo algo para Damon pelo prédio ou fora dele.

-Ei! – Damon falou assim que chegamos e levantou vindo na nossa direção. – Ela comeu? Você não deixou ela comer frituras não é? Nem deu vinho? – eu nem pude abrir a boca.

-Eu estou aqui Damon. – Sofia bufou. – E Elena fez muito bem seu trabalho. – ela disse e virou pra piscar pra mim que sorri discretamente em resposta.

-Certo. – ele disse sério. – Vamos conversar. – disse olhando pra filha e me olhou – Ligue para o senhor Mikaelson agora, diga que quero vê-lo em meia hora.

-Uau Damon, meia hora com sua filha. – Sofia bufou. Damon revira os olhos.

-Diga em uma Caroline.

-Elena Damon. – ele fuzila a filha após o corrigir.

-É só isso Caroline. – a garota bufa e se joga na cadeira.

-Sim Damon. – eu digo saindo e vou fazer o que ele me pediu, em seguida volto a ouvir a conversa dos dois.

-Onde está Rebekah?

-Ela estava se sentindo mal. Você está deixando ela maluca. – a voz dele era dura.

-Claro que estou. Acredite é pura retribuição. – ela fala.

-Não tem graça Sofia.

-Não Damon, não tem.

-Pare de me chamar assim. – ele rosna.

-É minha festa, eu só quero que seja do meu jeito.

-Por que é tão difícil fazer como manda o figurino?

-Por que é chato.

-Eu quero que você tenha um baile de debutante.

-Eu quero uma festa legal.

Silêncio se estabeleceu, depois de um tempo foi a voz de Sofia que resurgiu.

-Eu não quero te aborrecer Damon. – ela para por um tempo, e depois de um suspiro bem audível se corrige. – Pai. – falou com voz emburrada, eu sorri. – Nem você, nem a Bekah, eu gosto dela, como gosto da Andie.

-Você demonstra isto estranhamente Sofh. Chamar ela de louca não foi legal. Não quero a Rebekah como no final do ano passado, você sabe o que nós passamos e você ficar citando a Andie toda hora não ajuda. Sei que você gosta dela, mas por favor, evite sim. Eu não quero problemas com minha esposa.

-Eu sei Damon. Não quero que tenha. Eu já disse gosto dela. Só que vocês tem que entender, eu quero uma festa divertida e tudo o que ela me mostra é horrivelmente monótono.

-E o que você quer? Um bando de rockeiros sem noção gritando e colocando a língua pra fora?

-Não seria má ideia. – logo há mais silêncio, rompido pela risada de Sofia. – Brincadeira Damon. Poxa relaxa. Eu tenho uma proposta de paz.

-Que proposta?

-Eu deixo você ter o seu momento pai coruja do ano, mas depois eu terei o meu momento legal com meus amigos.

-Quer duas festas?

-Não. Quero uma com duas fases. Minha proposta final. Eu aceito toda a parte careta sua e da Rebekah e Andie me ajuda na minha.

Mais silêncio. Depois de quase um minuto ouço Damon.

-Tudo bem. – Sofia grita, eu me curvo pra olhar e vejo algo novo, ela estava abraçando Damon por trás e dando beijos e mais beijos em seu rosto enquanto ele... Oh meu Deus ele está sorrindo? De verdade mesmo. Ele sabe sorrir? Céus! Que sorriso. Credo, esta sou eu me derretendo? Elena se controla até parece que nunca viu homem sorrir. Bem, na verdade este eu ainda não tinha visto. Enfim...

-Eu já disse o quanto te amo? – Sofia pergunta o beijando outra vez.

-Todas as vezes que faço o que você quer. – ele diz ainda sorrindo.

-Te amo. - ela diz voltando a se sentar diante do pai e eles continuam a conversa até o Klaus chegar na sala e Sofia sai e deixa o pai trabalhar. Caroline já está comigo e quando a menina passa por mim e pisca divertida agradecendo-me dou de cara com uma expressão interrogativa da loira a minha frente. Apenas dou de ombros.

Minha sexta-feira foi bem produtiva, afinal. O trabalho com Damon não era nada fácil, mas eu acho que estava começando a me acostumar. Agora só faltava saber lidar com seu humor mutante, eu sabia que este seria meu maior desafio, mas estava disposta a agarrar ele com unhas e dentes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos!!!