Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 18
Assume!


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui!!!!
Amando os comentários... Eu vou responder meninas, eu vou responder... kkkkkk to fazendo aos pouquinhos...
Delena é show neste cap - humildemente falando é claro...
Boa leitura!



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-Você é confuso Damon.

-Não Ric, eu não sou.

-E teimoso também. Você me liga às... Duas da manhã de um domingo, pra me falar que está se sentindo estranho perto da Elena. Daí eu falo que você está envolvido com ela, não, que você gosta dela. Você diz gosto. Depois fala que é algo de corpo, atração, mas não está apaixonado... Você é confuso.

-Eu não estou apaixonado pela Elena Alaric, que insistência...

-Como você define?

-Ela me faz bem. Confio nela, respeito, admiro...

-Não vai começar com a baboseira de novo.

-Você não me ouve!

-Porque você está errado!

-Não. É como me sinto. Quem melhor do que eu pra falar o que sinto?

-Bobagem. Assume de uma vez.

-O que Alaric?

-Que está apaixonado por ela.

-Não estou.

-Você vai me ligar outra vez, eu sei disso e quando ligar eu vou falar: eu te avisei. E você sabe que vou dizer com gosto, porque é o que amigos fazem. Agora se me der licença... Não posso ficar aqui mais ouvindo suas crises de existência, eu tenho que dormir. E você também deveria.

-Eu ligo pra você pra desabafar e você consegue bagunçar com tudo.

-Ninguém bagunça o que já é bagunçado, apenas tempera. Vai dormir!

E ele desliga... Qualidade de amigo... O melhor pra ser sincero. Eu não posso estar apaixonado por ela. É uma fase ruim, estou carente e só. Sou um homem crescido pra ficar me apoiando em mulheres, eu supero tudo isso. Não vou envolver Elena. Eu poderia perder ela, sendo tão ética, o que pensaria sobre mim? Eu perderia minha melhor assistente e uma amiga incomparável.

...

Acordo com minha cabeça prestes a explodir. Não faço a mínima ideia de como voltei pro meu quarto, ainda estou com a mesma roupa de ontem. Eu me arrasto até o banheiro e tomo um banho pra acordar. Quando termino estou bem melhor, embora a dor de cabeça permaneça.

Começo a me arrumar, coloco um vestido verde oliva, um pouco acima do joelho, é comportado, alças largas, não há decotes, apenas marca minha cintura e quadril, vou a uma missa. Seco os cabelos e faço uma trança. Maquiagem muito discreta, coloco um pouco de cor na face, estou um tanto pálida.

Terminando eu desço e encontro minha mãe na cozinha, ela está terminando de tirar a mesa.

-Onde está o Damon? Vocês já tomaram café? – ela a afirma. – Porque não me chamou mãe? Fez a vitamina dele?

-Querida, não comece com suas crises de esposa recalcada. Ele comeu muito bem, acordou bem disposto, deu uma volta com seu pai por algumas plantações e está se arrumando lá em cima, no quarto, com seu pai. Se eu fosse você comia logo, porque saímos em dez minutos. – eu a olho incrédula. Ela deveria ter me chamado. Damon fica muito sem jeito e tenho certeza que ela deve ter forçado ele a comer algo que ele não queria até ele o fazer. Suspiro e tomo um pouco de suco. Como um pedaço de bolo de milho e alguns pedaços de frutas.

Estou quase terminando quando vejo Damon descer as escadas. Papai logo atrás dele, ambos de terno, é uma cena nova que me faz sorrir, mamãe me encara e revira os olhos. Eu aceno pra ela.

-O que? – ela ignora.

-Elena, - Damon fala. – pode me ajudar nisso aqui? – ele mostra a gravata solta na sua roupa.

-Eu também preciso de uma ajuda, - papai resmunga – odeio essas coisas, - ele me olha – achei que seu chefe iria saber colocar uma. – Damon o olha.

-Nunca precisei aprender. – fala risonho e meu pai revira os olhos. Mamãe chega perto de meu pai e começa a arrumar a dele e eu vou até Damon. Ele fecha o último botão da camisa e fica parado, para que eu dê o nó. – Está tudo bem? – ele pergunta num tom reservado, apenas eu ouço.

-Sim, - estou confusa, porque não estaria? – obrigada! Porque? – ele mexe os ombros enquanto eu termino o nó.

-Fiquei imaginando que acordaria com dor de cabeça, você apagou ontem. – eu congelo e o olho em alarme. Claro! Ele me levou pra cama. Eu engulo.

-Eu estou bem, obrigada! – falo terminando de alinhar a gravata. – Pronto. – digo e ele está me olhando, eu desvio dele e me volto pros meus pais, bem as minhas costas.

-Melhor irmos. – diz meu pai. – Miranda e eu vamos na camionete. Você vai com Damon, certo? – papai diz e Damon responde.

-Estaremos bem atrás de vocês. Eu vou dar uma olhada no carro. – ele me diz – Com licença. – ele pede e se vai.

Me volto pros meus pais e eles estão me olhando.

-Mãe, pai, parem de me encarar. Estão fazendo isso de forma estranha desde que cheguei. – resmungo.

-Talvez porque você esteja agindo de forma estranha... – meu pai solta e sai da cozinha me deixando sem fala com a mamãe.

-Até seu pai já percebeu. – ela resmunga – Tem certeza que Matt terminou com você apenas pelo seu trabalho? – eu a olho confusa.

-Ele não estava conseguindo lidar com meus novos compromissos.

-Talvez, só talvez, ele tenha percebido algo diferente na sua relação com seu chefe. Você passou a o defender como uma fanática.

-Não começa mãe.

-Querida, eu vou repetir... apenas assuma que ele mexe com você, que ele lhe envolve. Ele é um homem envolvente. Jovem, bonito, respeitável. É difícil não estar envolvida, apenas quero que admita, pra não sofrer depois.

-Mãe, - eu estou respirando fundo – não estou envolvida com ele. Eu o respeito e só. Não fique jogando estas coisas pra cima de mim.

-Estas coisas já estão em sua pele Elena, você sente, treme, ofega. Acorda amor. – ela sai da cozinha, fico paralisada e depois sigo ela, sendo a última a sair da casa. Damon está perto do carro.

-Vamos? – meu pai grita e entra em sua camionete seguido por minha mãe. Damon me olha sorridente e abre a porta do carona pra mim. Correspondo o sorriso e ele dá a volta no veículo preto e assume o banco do motorista.

Quando passamos pelo portão, eu peço pra que ele pare, tenho que fechá-lo. Quando volto ele vira pra mim e começa a seguir meu pai.

-Seu pai não tem empregados na fazenda?

-Sim, ele tem, mas é feriado e ele dispensa todos.

-Quantos pessoas trabalham com ele?

-Cinco. – ele levanta a sobrancelha.

-É muita coisa e pouca gente.

-Digamos que é o que dá pra pagar. - ele franze o cenho e volta a atenção pra estrada.

Poucos minutos depois estamos na igreja, meu pai estaciona e sinaliza uma vaga pra Damon. Que acena e estaciona o seu carro, já noto olhares sobre nós antes mesmo de descermos. Ele para e se livra do cinto. Seu celular toca, ele encara a tela a descarta a ligação, em seguida desliga o celular. Eu estou de olhos arregalados, ele me olha e dá de ombros.

-Vamos a uma missa, não dá pra deixar ligado. – ele sorri no final e salta do carro, eu o sigo e depois de bater a porta ele ativa o alarme do carro. Estou parada o esperando e ele me acompanha e sigo na direção de meus pais, que estão na frente da igreja e conversam com alguns amigos.

Prestando mais atenção eu paraliso, Damon se vira pra mim confuso.

-O que foi? – eu abro e fecho a boca, mas que droga! É Kol e seu pai. – Elena! – sacudo a cabeça e olho Damon.

-Dor de cabeça. – ele acena desconfiado e oferece o braço pra mim, respiro fundo e meu pai acena pra nós, forço um riso e já sinto o olhar de Kol em cima de mim. Mal chegamos lá e ele logo se pronuncia:

-Olá Elena, faz muito tempo. – eu estou vermelha, eu sei.

-Olá Kol. – falo sem jeito, ele solta pra mim um riso malicioso.

-Elena, lembra do Finn? – papai pergunta.

-Claro papai. Como tem passado?

-Muito bem Elena, a tempos não vejo você aqui. – sorrio sem jeito, Kol está me olhando e eu o encaro de canto.

-Ah, deixe eu apresentar a você Finn, este é o chefe da Elena, Damon Salvatore. – meu pai apresenta, e seu tom é... orgulhoso?

-É um prazer. – o pai de Kol responde.

-Uma satisfação. – Damon responde cortês e aperta a mão dele.

-Você disse Damon Salvatore? – é Kol, seu tom é um espanto.

-Sim. – meu chefe responde olhando pra ele de forma estranha.

-Nossa! Uau! ... É um prazer cara. – ele está afobado e oferece a mão a Damon que aperta meio hesitante.

-De onde o conhece filho?

-O cara é o gênio da tecnologia atual. – ele explica pro pai.

-Onde está Sage Finn? – minha mãe pergunta.

-Ela ficou em Nova Iorque, tinha que resolver algumas coisas. Kol e eu não quisemos acabar com a tradição de passar a ação de graças a aqui.

-Vamos entrar? – meu pai fala, ele se adianta com minha mãe e o pai de Kol, este por sua vez decide ficar conversando comigo, ainda tenho o braço entrelaçado ao de Damon e estou desconfortável. Eu não via o Kol a anos, e bem, ele foi meu primeiro namorado, embora meu pai não saiba disso, mas minha mãe sim.

-Eu vinha todos os anos pra cá e perguntava sempre por você. Você esqueceu mesmo daqui Lena. – ele diz e Damon vira e o encara, depois ele olha direto pra mim.

-Eu vou... – Damon hesita – Falar com seu pai. – ele sorri forçadamente e se afasta, quero prender o braço dele. Oh não vá! Mas ele já está longe.

-Nossa, ainda nem acredito que você trabalha pra ele... – estou ouvindo Kol, mas meus olhos estão em Damon. – Você conseguiu mesmo o que queria, o trabalho com ele deve ser incrível.

-Sim, ele é... – eu falo em um tom mais alto do que pretendo. – E algumas pessoas na igreja estão olhando, eu me recomponho rápido e sigo para me sentar ao lado de minha mãe. Kol me segue e senta bem ao meu lado, Damon está ao lado de meu pai, que está sentado a direita de minha mãe.

Durante toda a celebração Kol puxa assunto comigo. Me pergunta como tenho passado, eu respondo e para tentar ser mais educada eu começo a perguntar sobre a faculdade dele e ele responde empolgado, vez ou outra eu olho pro meu chefe, no caminho encontro o olhar de meu pai, ou minha mãe, mas nunca o de Damon, ele parece uma estátua, olhando direto pro altar. A missa parece não ter mais fim.

Quando chega o final da celebração, estamos na saída da igreja, nos despedindo.

-Você vai hoje a noite, certo Gray? – Finn pergunta.

-Você sabe que não falto. - eles sorriem , minha mãe revira os olhos, Kol me olha e desvio pra meu chefe, Damon está afastado de nós falando ao celular. Ele logo nos alcança.

-Foi um prazer Damon. – diz Kol.

-Todo meu. – ele responde breve e frio. Bem típico.

-Vamos marcar pra nos encontrar em Nova Iorque Lena, vou pra lá na semana que vem, pesquisa de campo. Vou ficar no hotel do papai. – Kol bombardeia e me deixa sem fala.

-Claro, vamos fazer isso. - Falo o mais simpática que posso e ele sorri.

-Vamos Grayson? – minha mãe apressa.

Todos nos despedimos ao final e estou indo com Damon de volta pro camaro. Ele desativa o alarme, entra no carro, eu o sigo e ao sentar, passo o cinto. Ele não fala nada durante todo o caminho e quando chegamos em casa ele desce do carro e vai conversar com meu pai, eu saio do carro e o observo. Minha mãe vem até mim.

-O que foi? – pergunta sorrindo meiga.

-Nada.

-Você está com um olhar triste...

-Não é nada mãe. – a olho com doçura.

-Certo. – fala e me abraça. Quando me larga vejo Damon e meu pai chegam perto de nós.

-Eu vou subir para um banho Elena, vou dar um passeio com seu pai. – ele diz em tom educado, mas sua voz é séria.

-Claro, fique a vontade.

-Senhora Gilbert. – diz sorrindo e sai em seguida entrando na casa.

-Vou subir e tirar este terno, não se pode montar com isto. – meu pai rosna e entra na casa.

Minha mãe e eu nos encaramos e entramos. Eu fico na cozinha com ela e começamos a ver as coisas pro almoço antes de eu subir e tomar um banho, meu pai desce e depois dele Damon.

-Vamos Gray. – ele acena e meu pai pula o seguindo.

-Vocês estarão de volta pro almoço? – minha mãe pergunta.

-Claro que sim Miranda, vamos só andar pelas terras. – meu pai fala e sorri. Eles estão na saída, estou olhando pro meu chefe que me solta um riso fraco, de alguma maneira meu humor volta. Eles se vão.

-E só precisou de um risinho... – minha mãe fala e eu meio que acordo e a olho, ela sorri e eu suspiro. – Assuma isto Elena. Está apaixonada por ele. – ela me dá as costas e sobe, eu fico sorrindo boba e depois vou pro quarto tomar banho.

O quarto inteiro tem o cheiro dele, parece estar em tudo. Eu tomo meu banho e desço e ajudo minha mãe com o almoço, como posso, porque não sei cozinhar.

Pouco tempo antes do almoço começa a chover, uma chuva fortíssima e poucos minutos depois meu pai e Damon surgem totalmente encharcados e sorrindo.

-Vocês estão acabando com a minha cozinha. – minha mãe grita e eles gargalham ainda mais...

-Já estávamos perto de casa, é só uma nuvem, mas eu acho que vem chuva a noite. – meu pai explica. – Vamos subir e tirar essas roupas Damon. – meu chefe sorri, parece um menino com o seu pai, engraçado.

Eles passam por nós sorrindo e eu estou quase gargalhando.

-Parece o filho que seu pai nunca teve. – minha mãe comenta.

-Nunca poderia dizer que acabariam assim, achei que iam se matar. Papai estava torturando ele.

-As coisas mudam. – sorrimos.

Quando estava tudo pronto pro almoço eles desceram e começamos a comer.

-Estava apostando com o Gray... – Damon fala de repente, chamando a atenção de minha mãe e a minha. Eu encaro meu pai, que olha pra mim cheio de mistério.

-Que tipo de aposta? – pergunto curiosa.

-Ele acha que pode te fazer subir no Corcel. – eu arregalo os olhos pra Damon que está sorrindo.

-Nem morta. – eu falo.

-Vamos lá Elena, já perdi uma aposta com seu pai, não quero perder outra, você é minha funcionária. Vou ter que te subornar? – ele está me encarando, ergue as sobrancelhas.

-Já está subornando. – eu rosno e minha mãe sorri.

-Só tem que subir no cavalo, só isso. – ele fala erguendo o braço. – Vamos lá Elena...

Meu pai me encara sorrindo e minha mãe tem um olhar que diz: “o que te custa?”

-Eu não vou prometer isso. – eu aceno em negativa.

-Mas vai tentar? – Damon está com voz suplicante. Deus!

Reviro os olhos.

-isso com certeza é um sim. – minha mãe diz. Damon sorri.

-Elena... – meu pai insiste.

-Eu vou tentar. – eu suspiro.

-Isso! – Damon pisca pra mim. Oh fôlego, volte!

-Tentar Damon.

-É um começo.

Terminamos o almoço e depois de um descanso o sol está de volta, não muito forte, mas está ali. Lembrando ao Damon da maldita aposta.

-Vamos Elena?

-Você não desistiu?

-Não. – meu pai sorri.

Suspiro e subo pro quarto, colo uma bota em cima do jeans, estou de camiseta. Respiro fundo e desço. Nem Damon nem meu pai estão mais lá e minha mãe ao me ver aponta pra saída.

Eu encontro meu chefe ao lado do cavalo, é um animal enorme, parece que ele escolheu o maior de propósito. Eu lembro do Corcel, meu pai me deu ele quando tinha cinco anos.

-Olha ela aí. – meu pai fala e faz Damon me encarar risonho. Ele sobe no cavalo e estende a mão pra mim. Uau!

-Ei, era pra ela montar, isso não vale. – meu pai protesta e minha mãe surge na varanda.

-A aposta é fazer ela montar. – Damon sorri e meu pai bufa.

-Encontrou um jogador a altura Grayson. Explorando todas as brechas. – minha mãe fala.

-Vem Elena.  – Damon chama com as mãos.

-Damon...

-É apenas um cavalo, não me faça perder esta aposta...

Meu coração está a mil. Ele não podia fazer isto comigo. Morro de medo de cavalos, mas ele está pedindo de um jeito. Respiro fundo, estou tremendo... Seguro sua mão e ele me puxa, mal percebo quando estou em cima do cavalo, estou o abraçando Damon pela cintura.

-Olha, eu adoraria respirar outra vez. – é a voz de Damon sufocada, eu afrouxo o aperto. Estou de olhos fechados. – Calma agora. Se você se agitar ele vai se agitar. Sente o seu medo. – ele diz e segura as minhas mãos com uma das suas, faz um carinho gostoso. Seu toque me faz abrir os olhos devagar e uma lembrança vem em minha mente. A foto dele no chalé de sua família, com Rose. Isso me faz engolir. – Sinta o cavalo Elena, - sua voz é doce. – é um animal esplêndido. – Estou ofegante, ele tem um perfume irresistível e meu rosto está afundado em seu ombro.

-Ela subiu. Agora vamos a aposta. – meu pai diz e eu arregalo os olhos.

-A aposta era eu subir. Agora eu...

-Agora, - Damon aperta as minhas mãos em sua cintura para que eu não me mova. – vamos cavalgar. – o que???

Antes que eu possa formular qualquer reação ele está correndo com o cavalo. Santa mãe de Deus! A casa se afasta rápido.

-Damon, não... para!

-Pode apertar se quiser. – ele fala batendo em minhas mãos ao seu redor, me ignorando e pondo o cavalo pra correr.

-Damon para! – estou com voz trêmula.

-Calma, sente o vento... – estamos nos sacudindo, isso é horrível, meu corpo pula, eu quero descer. Bato em seu ombro.

-Para Damon. – estou quase chorando – Por favor...

O cavalo diminui seu ritmo, estou tremendo e quase aos soluços. Minhas mãos ao seu redor.

-Tudo bem, desculpa. Calma. – ele pede. Estou tentando respirar compassado. – Vamos voltar devagar.

-Eu quero descer.

-Não. Eu não vou correr.

Ele começa a retornar pra casa, não estamos muito longe.

-Me desculpa, de verdade. – sua voz está suplicante.

-Tudo bem...

Um pouco mais e estamos de volta. Eu estou mais calma.

-Ela chorou. – meu pai fala em tom duro. – Perdeu feio.

Damon suspira e para o cavalo, ele me ajuda a descer e eu vou direto pro meu quarto. Eu me jogo na cama, coração a mil. O que eu estava pensando? Morro de medo de cavalos. Começo a chorar e é um desabafo. Depois de um tempo eu caio no sono.

...

-Eu sabia. – Ric convencido.

-Não sei o que fazer...

-Conta pra ela.

-Não. Ela tem outros... Interesses...

-O idiota na missa? Me poupe.

-Ela estava nervosa perto dele.

-E daí?

Ele para de falar, segundos depois gargalha.

-Está com ciúmes?

-Não!

-Está!

-Vai te catar Alaric.

-Eu te avisei.

-Ah vai... – eu não termino e desligo. Estou com ciúmes. Mas que droga!

...

Quando eu acordo, não encontro mais meus pais. Está de noite. Damon na sala. Está chovendo, eu o observo do meio das escadas, ele está no computador. Vou na cozinha e me sirvo de café. Tem sempre café na casa de meus pais. Em seguida estou sem jeito, suspiro e pego outra xícara para Damon, vou até a sala. Damon me olha e não hesita em fechar o computador.

-Hey! – ele fala meio sem jeito.

-Oi. – sorrio sem graça e passo a xícara a ele.

-Obrigado!

-Disponha. – ele sorri e então franze o cenho.

-Desculpe por hoje a tarde, eu não achei que fosse tão assustador pra você. Achei realmente que conseguiria se eu... – ele para e desvia o olhar. O olho confusa.

-Se você...? – eu peço e ele acena em negativa.

-Apenas me desculpe. – ele pede e estou o olhando desconfiada.

-Você já jantou?

-Não. Seus pais saíram pro bingo. – oh, verdade o bingo. – Disseram que voltam lá pelas dez. Eu tinha que responder uns e-mails, então...

-Eu adoraria dizer que tem disk pizza aqui, mas... – ele me olha curioso. – eu não sou péssima na cozinha. - Estou corando.

-Você está com problemas então, porque eu estou com fome. – ele fala sorrindo. Oh merda!

-Podemos bisbilhotar a cozinha, minha mãe deve ter algo na geladeira. – eu ofereço, um trovão rasga o céu e estamos no escuro, a luz se foi. Droga!

...

Estamos na sala, cercados por velas, tomando vinho e comendo frutas e queijo, foi a única coisa que encontramos. Bem, tinha bolo, mas Damon não come nada doce a noite.

-Eu ainda fico olhando pro seu pai e... Cara eu tenho que contar pro Alaric. Vou ter que tirar uma foto com ele, o Ric não vai acreditar e o Stefan vai pirar. – ele dizia empolgado.

-Como você é fã do meu pai? – estou ainda boba.

-Como você é filha de Gray Dogs? – sorrimos. Ele suspende o riso e me olha sério, o olhar de Damon a luz de velas... Nossa! – Eu estou realmente muito feliz pela agência ter te mandado para aquela entrevista na minha empresa. – ele diz do nada e estou baquiada. Ele está? Não sei o que responder e ele rapidamente desconversa. – Hoje na igreja... – ele hesita, eu nunca sei o que virá depois disto, mas sempre me deixa no chão. – Você e o ... – ele está fazendo careta.

-Kol? – eu tento.

-Isso! – o que tem ele?

-O que é? – peço.

-Namorou com ele? – eu arregalo os olhos, não interessa.

-Não quero ser chata, mas certamente estou mais valente agora então... Não te interessa. – ele ergue as sobrancelhas.

-Bem, também não é da minha conta você se agarrando com o Mikaelson em Paris... – ele solta com voz petulante, eu bufo.

-Eu não me agarrei com o Elijah. – ele dá de ombros.

-Como você define? – ele está fazendo mesmo isso? Estamos fazendo isso?

-Vou repetir Damon, não é da sua conta. – eu falo e coloco a taça sobre a mesa de centro, ele está segurando a sua, cotovelos nos joelhos, ele baixa a cabeça e começa a encarar sua taça.

-Eu gostei do fim de semana. – ele é tão... Que mudança brusca de assunto.

-Que bom. – estou emburrada. Se agarrar. Isso é expressão que se use?

-Obrigada pelo convite. – sua voz está baixa e eu o olho.

-Disponha. – ele me encara. Ele olha seu relógio.

-São quase onze da noite. Não quer ligar pros seus pais? – é verdade. Está chovendo forte e eles ainda não voltaram. Eu assinto e Damon me passa seu celular. Eu disco o número da casa do Senhor Finn, o bingo é lá. Kol atende.

-Oi Kol. – Damon me olha. –É Elena, meus pais saíram daí?

-Lena eles estavam tentando ligar pra você, mas não conseguiam. A ponte está coberta por água, o rio transbordou, eles vão ficar esta noite aqui. – hein??

-Posso falar com meu pai, ou minha mãe?

-Claro. – eu ouço ele chamar minha mãe.

-Oi amor. Estava tentando te ligar.

-Aqui ficou sem luz... - Damon está me olhando – Vocês vão ficar aí?

-Sim, seu pai está bem bravo. Vocês ficarão bem aí?

-Acho que sim, tem bastante vela. – Damon sorri.

-Bem, estaremos aí antes de vocês voltarem amanhã. Seu pai fará de tudo, pode acreditar. – eu sorrio.

-Se cuida hein mãe.

-Estamos entre amigos. Se cuidem vocês dois aí, sozinhos... – eu sei o que ela vai dizer. – Juízo! – previsível.

-Tá mãe – reviro os olhos e Damon dá de ombros com cara de : o que?. Aceno dizendo que nada. – Boa noite então.

-Boa noite! Tchau! – eu desligo.

-O que foi? – Damon pergunta enquanto pega o celular de volta.

-Meus pais estão presos, porque a ponte transbordou. – ele arregala os olhos. – Eles não podem passar, vão dormir na casa do senhor Finn.

-Nossa!

-Bem, estamos sem luz e está bem frio. Eu vou subir e pegar seus cobertores. – eu me ponho de pé e sinto ele segurar minha mão, eu me volto imediatamente e encaro nossas mãos unidas, em seguida o olho.

-Me desculpe pelo comentário sobre o Mikaelson, eu... – ele se põe de pé. – Sou explosivo e metido. Espaçoso lembra? – ri sem jeito. Reviro os olhos.

-Claro. – puxo minha mão da sua, me inclino e pego uma vela. – Eu já volto. – eu dou as costas e quando chego perto da escada, me volto e vejo ele bagunçar seus cabelos, num gesto nervoso. Ele é mesmo um mutante.

Eu subo pro quarto, pego os cobertores e coloco em cima da minha cama, volto e pego os travesseiros, quando me volto pra cama Damon está no caminho.

-Ah! – eu grito, como ele chegou aqui? – Que susto Damon. – ele está sério e me encarando. O que ele tem?

-Não consigo imaginar você beijando aquele rapaz, nem o Elijah. – han? Como é que é? – Na verdade não consigo imaginar você beijando ninguém e isso está fugindo do meu controle, porque parece que todo o homem ao meu redor quer isto. – ele está tagarelando sem parar e eu estou assustada. – Stefan, - Stefan? – Alaric, - Ric? – Klaus, - Eca! – o tal Kol... – ele leva as mãos a cabeça, estou tremendo... O que diabos é isso? – Alaric tem razão, eu tenho que assumir isto de vez. – ele me olha, agonia visível nele, eu ofego.

-Assumir o que? – eu recuo um passo pra trás, respirando e falando a meia voz.

-Estou... – ele respira, aperta os olhos e meche em seu cabelo outra vez – Estou com ciúmes de você. – hein??

-Damon, o que...

-Olha, não se assusta, eu não quero que você pense coisas erradas, eu mesmo não sei o que pensar, eu te respeito, sério, não quero que pense o pior eu... – ele está quase em desespero e eu cada vez entendo menos. Ciúmes? De mim? – Elena... – ele não sabe o que falar. – Mas que droga! Eu não sei como me expressar, isso nunca aconteceu. – ele me dá as costas, estou atordoada.

-É melhor você se acalmar. – eu peço quase sem voz.

-Eu também acho. – ele diz amargo.

-Eu não estou entendendo nada Damon. – ele me encara, seu olhar fixo no meu, e mesmo no escuro, apenas com a chama de uma vela, é tão nítido.

-Eu não paro de pensar no seu riso. – nem eu no seu... – Seu cheiro ficou impregnado no meu carro, em tudo. – o seu também... – Você sorri e eu quero gargalhar, você se irrita e eu me sinto mal, você chora e eu fico sem chão, eu... – ai meu Deus. – Me diga que eu não estou maluco e você sente algo? Você vibra quando eu te toco... - ele dá um passo pra mim e eu recuo...

-Damon...

-Você perde a fala, encara minha boca... – oh droga!

-Damon, por favor.

-Me desculpa! – ele fala e então está em cima de mim e por toda parte, os travesseiros estão no chão e eu estou pressionada no armário, a boca de Damon na minha, meus olhos estão abertos enquanto ele se esforça para intensificar aquele beijo. O que diabos está acontecendo aqui? Pelo amor de Deus... Ele está me beijando... Minhas pernas vão vacilar eu sei. Ele está segurando a minha nuca. Oh meu Deus! Seus olhos fechados. Oh eu quero isso, quero seu beijo. Eu envolvo minhas mãos em seu ombro e o puxo ainda mais pra mim, estou correspondendo o seu beijo e sua língua está na minha boca, explorando cada centímetro. Jesus! É delicioso.

Damon desce as suas mãos e agarra a minha cintura, é um movimento possessivo e dominante. Tão dele, tão Damon... Ele me gira e depois eu sinto a minha cama, estamos deitados, ele está em cima de mim, me beijando com volúpia. Eu não quero parar e ele não dá sinais de que vai parar. O seu beijo... O seu cheiro... Santa mãe de Deus, meu corpo está vibrando, ele está apertando minha cintura e eu não consigo parar de puxar seus cabelos. Ele interrompe o beijo do nada.

-Estou completamente louco por você... – ele diz ofegante, me olhando nos olhos. – Droga Elena, estou apaixonado! – ele está me olhando agoniado e eu estou perdida, perdida neste homem confuso, que me confunde e me tira a razão. O que estamos fazendo?

-É errado... – eu solto e ele está beijando meu pescoço.

-Não... É imprevisível. – ele responde e volta a me beijar. Deus! Eu não quero parar, não quero parar nunca mais.

Ele está apaixonado por mim! Não sei o que pensar, mas posso sentir, sinto sua respiração, escuto seus gemidos... Ele me quer? Está apaixonado? Como? Eu o empurro.

-Não Damon... – ele está ofegante, sai de cima de mim e senta na beira da cama. Eu tento me recompor, meu coração está a mil.

-Eu estou apaixonado por você... Não é gratidão, não é carência. Você pode pensar que é isso, eu sei que pensa. Deus! Eu pensei, teimei, mas não é. Você mexe comigo desde que entrou em minha sala pra eu te entrevistar. – han??? – Com seu discurso, sua coragem, sua vontade de ganhar o emprego. – ele olha pra mim. – O brilho nos seus olhos naquele dia, você precisava se ver... – ele sorri. Jesus! – Você foi mudando, ficando forte, manteve o mesmo fogo nos olhos, eu nunca vi isso em uma mulher, mesmo depois de eu ter feito da sua vida um inferno, ele só aumentou, o fogo, só me surpreendeu cada vez mais. Você é a mulher mais incrível que eu conheço Elena Gilbert. – quando ele termina estou chorando, nem sei quando as lágrimas começaram a cair, ele se reaproxima de mim e não há porque recuar, eu não quero recuar.

-É loucura Damon... – eu respiro.

-Eu sei, sou louco. – ele segura meu rosto. – Completamente louco por você, - oh meu Deus... – e não consigo mais fingir o contrário. - Eu solto um riso. É loucura.

-Damon você é um homem bem sucedido, jamais sentiria algo assim por alguém como e.... – ele me cala com outro beijo, é doce, profundo... Ele se afasta, mas ainda estamos ligados, testa com testa. – Você é tão confuso... – eu falo e ele sorri.

-Já ouvi isto hoje.

-Então talvez devesse dar atenção. – falo, o encarando, seu olhar dentro do meu.

-Você é tão respondona.  – ele franze o cenho.

-Sou.

-Eu gosto. – eu franzo o cenho.

-Posso te beijar outra vez?

-Agora você vai pedir?

-Vou.

-Não pode. Não deveria...

-Não? Você não quer? – ele sussurra e esfrega seu nariz no meu. É torturante...

-Eu não posso.

-Por que não? – eu arregalo os olhos. Você é meu chefe!

-Por que é errado? – ele se afasta.

-Errado?

-Sim.

-Você... Oh droga... – ele está assustado. – Então não sente o mesmo? – oh não! – Eu jamais...

-Não Damon...

-Eu jamais faria isso se... Eu pensei... Eu sentia que você... Mas que droga! – ele se levanta da cama. Eu o sigo de imediato.

-Damon...

-O que? – ele grita. Eu arregalo os olhos, depois respiro fundo e avanço pra cima dele.

-Eu também tenho que assumir uma coisa. – é isso... – Todos já perceberam, mas eu não queria aceitar, porque é tão ridículo considerar que você... Minha mãe, meus amigos... – ele está me olhando, tenso e assustado. – Eu não queria aceitar que estava... Que estou loucamente apaixonada por você e... Ah que se dane, eu não gosto de falar, porque não sei o que falar... – eu me aproximo, seguro sua nuca. - Você pode me beijar. Se ainda quiser é claro... – ele está confuso, sério, paralisado, como não se move eu tenho que o fazer e minha boca está na sua e ele está correspondendo. É loucura....

...

-Eu não queria aceitar que estava... que estou loucamente apaixonada por você e... Ah que se dane, eu não gosto de falar, porque não sei o que falar... – ela está apaixonada por mim?  - Você pode me beijar. Se ainda quiser é claro...Oi??? Não reajo e ela está em mim. Sua boca está na minha novamente. Cristo! É celestial...


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Notas finais do capítulo

Beijos! ^^