O Livro De Merlin escrita por Yuri Nascimento


Capítulo 9
O Medo perdido


Notas iniciais do capítulo

A primeira consequência do uso do livro de Merlin se mostra, e Nanrai é o primeiro a percebê-la. Mas será que ele interpretará corretamente os sinais?



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Estevam não foi morto, mas esteve mais perto disso do que gostaria. Depois de servir como cobaia para que Nanrai enviasse um Silencioso em busca de Luan, seu corpo entrou em um estado econômico de energia, no qual as funções vitais eram executadas em pianinho, beirando a completa inatividade. Naquela noite, foi arrastado por duas mãos fortes abaixo de seus braços, com os joelhos ralando o chão de pedras mal alinhadas, até a sala onde os feiticeiros estavam. Os papéis de cima da mesa foram apressadamente jogados de lado para dar espaço ao seu corpo semimorto. Nanrai entrou na sala logo em seguida, gritando para que médicos viessem vê-lo. Os olhos de Estevam reviravam nas órbitas, ele estava pálido e suava muito, um suor gélido. Os médicos feiticeiros mediram suas funções vitais, deram-no alguma coisa lilás para beber e passaram a noite ministrando poções e lançando feitiços no melhor que conseguiam.

Nanrai apenas observava apreensivo. Apesar de seus conhecimentos, a magia que executara momentos antes estava além de sua compreensão ainda, e todos os cérebros ali trabalhavam em sinergia na tentativa de desvendar o livro, de modo que todos eram necessários trabalhando para que alguma coisa desse certo. Só abriu a boca para dizer “A vida de vocês e a minha depende da vida deste rapaz”, e isso era toda a informação que os médicos precisavam. Só quando a manhã chegou Estevam aparentava estabilidade, permitindo que ele fosse levado para um hospital. Permaneceu de cama por uns três dias, sem comer ou beber, sem falar, sem se mexer. Mas seu coração continuava a bater, como tímpanos em uma orquestra, muito lentamente. Um fantasma deitado numa cama de lençol branco, um corpo hibernando com os olhos de vidro focados no teto.

Os olhos estiveram sempre abertos, vagos e sem brilho. Se dormia, fazia-o com os olhos abertos. Não tardou até uma listra roxa pintar-lhe a base destes, e sua pele estava inacreditavelmente pálida. A pele grudara no globo ocular como se não houvesse músculos entre eles, tamanha era a sua desnutrição. O cabelo caíra completamente, bem como os pelos ao redor do corpo começaram a escassear. Tinha um aspecto cadavérico, magro, inexpressivo. Depois de algum tempo, reagiu aos medicamentos que lhe eram ministrados. Vez ou outra aspirava o ar com sofreguidão num rosnado rouco, como se sua garganta estivesse tampada e a morte por asfixia fosse iminente. Um grupo de dois médicos então entrava às pressas pela porta, seguidos por cinco ou seis assistentes, para conjurar feitiços de cura na tentativa de aliviar o que quer que se passasse naquele corpo fantasmagórico.

Numa dessas sessões em que os médicos lutavam contra o desconhecido, incentivados pelas palavras de Nanrai que ainda ecoava em suas cabeças, Estevam começou a ficar roxo. Primeiro no pescoço, e então a mancha espalhou-se corpo abaixo, pintando veias roxas enegrecidas sob sua pele pálida nos braços, pernas e costas. Depois foi a vez do rosto, sua têmpora parecia uma superfície rochosa sendo rasgada por rios de água violeta escura. As artérias estavam salientes, e o pulsar fraco de seu coração parecia querer fazê-las estourar com os bolos de sangue circulando. Sua pupila dilatou até a íris desaparecer, fazendo-o parecer um tubarão sedento ao sentir cheiro de sangue. Suava bastante, e tremia tão bruscamente que caiu da cama. Os médicos correram em sua ajuda e o colocaram de volta, desesperados, enquanto mais e mais vinham na tentativa de fazer algo útil. As convulsões ficaram mais brandas, até que finalmente pararam. Algumas horas mais tarde naquele mesmo dia ele estava tão bom como sempre estivera, como se nada tivesse acontecido.

Sua pupila voltou ao tamanho normal, e suas veias não estavam mais tão salientes, embora ainda pudessem ser vistas por trás da pele quase transparente, roxas. Abriu a boca seca de lábios rachados, sentia-se como se tivesse acabado de correr cem quilômetros nas areias quentes de um deserto sem fim. Passou a língua nos lábios umas duas vezes, e não gostou do sabor que tinham, gosto de remédio. Levantou com esforço as mãos na frente do rosto para poder olhá-las, e viu que tinha três agulhas enfiadas em três pontos diferentes de cada mão, injetando uma substância verde, outra vermelha e uma laranja em seu corpo. Espantou-se com a pele cinzenta e resseca, os dedos esqueléticos e as unhas amarelas e quebradiças.

O jovem patrulheiro estava sob um feitiço de imobilização muito fraco, que era comumente usado em pacientes em estado vegetativo para que eles pudessem quebra-los ao primeiro sinal de movimento, e assim alertar a equipe médica. Três médicos entraram na sala com suas batas pretas esvoaçando atrás de si, apreensivos e ávidos, com uma prancheta na mão do lado esquerdo do corpo.

– Estevam! Como está se sentindo? – disse um dos médicos, talvez mais interessado no sucesso das prescrições que nas sensações dele.

– Com sede – Respondeu Estevam, numa voz fraca que beirava um sussurro.

– Sim, claro. Nós vamos realizar alguns procedimentos em você para saber sobre o seu real estado, e pode ser que não demore até você deixar o hospital – disse sorrindo. – rapaz forte!

– Espelho – Estevam sussurrou, e um dos médicos apressou-se em buscar-lhe um espelho na sala ao lado. Segurou-o em frente ao seu rosto, pois ele não conseguia segurá-lo com as próprias forças.

Uma lágrima silenciosa escorreu dos seus olhos enquanto franzia o cenho, tentando assimilar como aquele belo jovem de uma semana atrás tinha se transformado no monstro cinza que olhava para ele agora. Mesmo a cor dos seus olhos mudara, eram agora cinzas, e doíam-lhe. Empurrou com as mãos fracas o espelho, não aguentando encarar o fantasma que era, e o sorriso dos presentes logo se desfez.

– Voltaremos mais tarde, Estevam. Dr. Petterson vai lhe trazer algo nutritivo para beber. Por enquanto, descanse.

A manutenção de sua vida devia-se a Nanrai. Os motivos eram desconhecidos, mas o feiticeiro estava curiosamente interessado no desenrolar dessa história. Alguns médicos desconfiavam que ele soubesse mais do que deixava transparecer para a equipe que trabalhava nas páginas de que dispunham, mas ninguém se atreveria a inquirir o bruxo cinzento, ainda mais quando ele era tão próximo do rei. Visitava Estevam dia após dia, olhava pelo vidro da sala, estava atualizado do que diziam os feiticeiros médicos que cuidavam dele, só para então voltar ao seu laboratório e estudar, trancafiado com seus manuscritos raros por horas a fio.

Estevam foi para casa dois dias depois, completamente diferente do que era. Careca, magro e pálido como um morto-vivo. Seus lábios ainda estavam rachados, porém mais avermelhados, aparentando um pouco de vida naquele mar de cinzas. Olheiras ainda pintavam sua face, sua pele, ressecada. Seus olhos não tinham brilho, eram cinza e lentos, mas ainda conseguia raciocinar e articular algumas palavras pausadas. Precisou de um carregador para lidar com suas poucas coisas, pois mal conseguia se por em pé sem a ajuda de uma bengala.


Médicos foram lhe visitar em casa durante a noite – outra vez, uma obra inexplicável de Nanrai – e passou a madrugada recebendo mais agulhas, substâncias multicoloridas e mantras rodeados de livros e fumaça, velas e velhos barbudos de segunda ordem.


Quando a manhã chegou, só restou cera derretida sobre pires e papéis amassados jogados em todos os cantos da sala. As janelas estavam abertas, as cortinas balançando com as primeiras brisas da manhã. Abriu os olhos preguiçosamente ao som da sinfonia de bem-te-vis e rouxinóis. Levantou a cabeça do ninho que fizeram com os braços sobre a mesa. Seus braços já estavam mais vivos, seus dedos mais rechonchudos e menos trêmulos. Não lembrava o que tinha acontecido na noite anterior, pois toda aquela fumaça tinha tirado todos os seus sentidos. Tudo que lembra é de ter caído num sono profundo, e agora acordava vestindo uma calça surrada qualquer e uma camisa de botões branca entreaberta.

Caminhou tropeçando nos próprios pés até o quarto. Lavou abundantemente o rosto numa bandeja com água limpa e sentou de frente para o toucador. Seu rosto cinza adquirira alguma cor, e não estava mais manchado por rachaduras roxas sob a pele. Um bom sinal, pensou.

Uma preguiça inexplicável se apoderara dele, mas já neste dia precisou se reportar a Corin outra vez, retomar sua rotina como patrulheiro do rei. Falava pouco, ainda estava abatido, mas fora isso tudo parecia normal, e os conhecidos foram cumprimenta-lo normalmente, saber como estava, o que havia acontecido. Sanar os boatos. Foi mandando aos treinadores. Treinou pela manhã inteira, almoçou com seus companheiros e treinou outra vez durante o resto da tarde, voltando aos seus aposentos na noite.

Durante todo o dia, Nanrai esteve observando de longe, no topo da colina de onde se podia ver o campo de treinamento onde Estevam era, aos poucos, reintegrado à sua velha rotina. Algumas dúzias de jovens guerreiros eram treinados lá, sob a supervisão de carecas musculosos trajando uma calça preta com um cinturão de prata. Embora fosse já um patrulheiro do rei e de já ter montado um skarg, Estevam não estava em condições de voltar ao ritmo anterior. Não tão rápido. Já manejava bem a espada outra vez, embora lentamente. Descrevia trajetos circulares no ar, treinando a dança das espadas. Por um momento, seus olhares se cruzaram, então o feiticeiro virou as costas com seu manto cor de vinho rodeando atrás de si, desaparecendo entre as árvores baixas e ruínas na parte superior do campo.

O mesmo se deu no dia seguinte. Sob o sol forte que fazia, lá estava Nanrai, nas sombras, com os olhos de uma águia, atentos a cada movimento do outro. Estevam já estava mais forte, sua segunda escalada era rápida. Os olhos perderam completamente o castanho que tinham, eram cinzentos agora. As olheiras persistiam, mas fora isso sua pele já retomara o aspecto normal. Já usava um elmo negro outra vez, e uma espada mais pesada. Petrus passou para visita-lo no intervalo para o almoço, dando um abraço de urso e conversando qualquer coisa sorridente – ao que parecia, também fora duramente punido, mas não perdeu seu posto.

Os treinadores tinham um despeito antigo por patrulheiros, pois desde muito tempo havia uma rincha antiga entre eles. Apesar de ambas as classes serem igualmente fortes e bem treinadas, patrulheiros se julgavam superiores por ter contato mais próximo com o rei. Eram geralmente mais táticos e coordenados, enquanto treinadores eram vistos como brutos e mineradores. Patrulheiros lapidavam os tesouros que treinadores encontravam.

Dois treinadores ainda estavam num canto da arena. Grandes como touros, sua pele suada brilhava como se tivessem acabado de sair de um banho de óleo. Os braços eram tão grossos e os músculos tão assustadores que pareciam querer rasgar a pele. Se alguém dissesse que eles conseguiriam derrubar uma casa com um único golpe, não seria de duvidar. Petrus estava acompanhado de outro patrulheiro, Rochester, que esperava por ele para voltarem às suas funções. Os treinadores olhavam e comentavam qualquer coisa sobre eles, e Rochester cometeu o erro de olhar feio para um deles.

Um treinador de pele negra como ébano se aproximou deles com uma maça na mão, e o outro bronzeado veio logo atrás. Petrus e Estevam, que estava de costa para os dois, pararam e viraram para ver do que se tratava quando perceberam a aproximação deles. Nenhum dos três sacou suas espadas. Só querem se exibir, esses treinadores anencéfalos. Petrus e Rochester haviam deixado seus grandes escudos e elmos negros na entrada da arena, e traziam apenas as grandes espadas na cintura.

Os treinadores se aproximaram sorrindo, um com uma maça e outro com dois facões gigantescos cuja lâmina começava no seu cotovelo e se estendia até duas vezes o tamanho do seu antebraço. O punho não seguia alinhado com a lâmina. Ao invés disso, lado cortante do facão era elíptico, e o lado reto não cortante tinha o punho, perpendicular à lâmina, por onde ele segurava a arma. Tinham um sorriso zombeteiro no rosto, mas os outros, se estavam apreensivos – certamente não gostaram da situação – não demonstraram.

– Acho que já tá bom de conversa, né? Temos que lapidar esse rapazinho aqui – zombou o treinador negro, e o outro riu.

– Não chegou nenhum dos seus estudantes ainda. Fica tranquilo – respondeu Petrus, cauteloso.

– Nós queremos treinar mais com ele. Temos só até a próxima lua cheia pra manda-lo de volta pra vocês – e cuspiu no chão.

– Não esqueça que eu sou um patrulheiro. Você não me diz o que fazer. – respondeu Estevam sem a mínima cerimônia. – não quero treinar agora. Se não se importam, eu estava no meio de um assunto importante. Posso continuar ou vocês tem mais algo a comentar?

Os dois fecharam a cara para ele, não gostando da resposta que obtiveram.

– Eu já falei. A gente vai treinar agora.

E então tudo aconteceu muito rápido. Petrus, impaciente, puxou a espada. Mas antes que ela estivesse metade desembainhada, a maça do treinador negro já ia muito perto da sua cabeça. Estevam deu-lhe um chute no peito com a perna direita, tirando-o do trajeto da maça e quase perdendo a perna por isso. Girou sobre a perna esquerda e acertou a espada que tinha nas mãos no bíceps troncudo do adversário, tão fundo que o sangue jorrou como um chafariz enquanto a maça caia de suas mãos. Ele gritou, e o outro treinador avançou com os dois facões sobre Rochester, mas outra vez Estevam correu com a espada para espetá-lo.

Ele imediatamente recuou, defendendo-se com os dois facões. Rochester e Petrus alcançaram seus escudos, enquanto mais nove treinadores igualmente troncudos e vingativos entraram na arena por todos os lados, cercando os três patrulheiros. O medo transparecia no rosto de dois, mas os olhos cinzas eram a própria morte.

– Filho da puta! – gritou o negro que tentava inutilmente tapar o rio de sangue em seu braço. – matem ele. Matem os três.

– Eu não faria isso se fosse você. – disse Estevam calmamente – Lembre a sua função aqui, me recuperar. Eles são serviçais do rei, acha mesmo que pode fazer isso.

– Nós também o somos, frangote! E olhe o que você fez!

– Você quem começou – sorriu.

Os outros se aproximaram mais, fechando o círculo, o ódio transbordando por entre os dentes.

– Esse corvo miserável puxou a espada primeiro – berrou o treinador bronzeado que estava com o primeiro.

– Nada teria acontecido se não fosse a odiosa aproximação de vocês. Vamos ficar aqui discutindo méritos ou voltar às nossas atividades normais? – Estevam parecia um pouco embriagado, os outros dois pensaram, por falar assim tão imprudentemente quando eles eram três no meio de onze.

– Voltar? – o que estava ferido riu-se, e os outros acompanharam – Vou empalar você, garotinho.

– Cai dentro – soltou Estevam, e Petrus saltou contra ele enquanto ele andava em direção ao que estava ferido. Os outros começaram a andar em sua direção.

– Enlouqueceu, garoto?! – o barbudo perguntou-lhe baixo, impedindo que ele andasse mais. Rochester ainda estava trêmulo, olhando o círculo fechar-se sobre eles. – sabe contar? Perdeu a cabeça, foi?

Estevam era só olhos para o treinador negro, que agora ignorava o sangue jorrando e pegara a maça com a outra mão.

Estevam se desvencilhou de Petrus e correu contra o treinador, gritando de espada na mão. Pulou mais alto do que se esperava que um rapaz da idade e força dele conseguisse, e o treinador simplesmente afastou as pernas e abaixou um pouco, girando logo após para contemplar Estevam atrás de si, preparando o próximo bote. Três treinadores detiveram-se em Petrus e Rochester, outros seis faziam um círculo enquanto, dentro dele, o que fora ferido e o outro de pele bronzeada ameaçavam Estevam.

O de pele bronzeada saltou contra ele num ataque com o braço direito, e Estevam desviou rodopiando, embora não tenha conseguido evitar que suas costas fossem rasgadas da cintura à costela. Gritou de dor enquanto caia no chão, só para girar outra vez e desviar do próximo ataque. Tentou enfiar a espada no peito do adversário, chorando de dor, mas este abaixou-se e direcionou seu ataque com a arma do braço direito. Seria provavelmente a morte dos três patrulheiros, mas repentinamente o chão rachou, separando cada um dentro da arena em pequenas regiões, e desses desenhos subiram aos céus um vapor vermelho e extremamente veloz. O primeiro que tentou avançar fora da sua área recebeu um choque que fê-lo gritar alto o suficiente para ser ouvido duas cidades depois, e seu braço e perna direitos estavam banhados em sangue, com uma queimadura horrível.

Ninguém entendeu o que acontecera, mas todos estavam paralisados, impossibilitados de atacar uns aos outros. Das sombras no topo da colina, saiu um homem vestindo um longo manto verde musgo, alisando uma longa barba cinza e com uma boina preta no topo da testa protuberante. Na outra mão, um livro aberto. Nanrai. Descia andando e lendo ao mesmo tempo, como se estivesse casualmente caminhando pelo jardim de sua casa, muito empolgado com sua leitura. Apontou uma ou duas coisas com suas unhas amarelas na página do livro, e a velocidade com que o vapor subia desacelerou, até que era quase só mais um vapor vermelho, calmamente subindo pelas leis naturais.

A simples visão do feiticeiro foi suficiente para congelar cada um deles, menos um.

– O rei vai ficar muito feliz em descobrir quão disciplinados e colaborativos entre si são seus servos.

– Senhor, nós – começou um dos treinadores, mas o feiticeiro ergueu um dedo, e sua voz perdeu-se no meio do caminho.

– Não perguntei nada ainda.

Ele andou entre as rajadas que subiam do chão como se fossem linhas numa brincadeira de amarelinha, sem se queimar.

– Estevam. – os olhos azuis e cinzas tentaram ler uns aos outros por alguns instantes, mas ambos falhavam. – Eu vou matar vocês. Todos vocês.

Os treinadores logo entraram em pânico, mais quatro levaram sérias queimaduras tentando sair de suas zonas de aprisionamento. As rajadas de vapor ficaram mais fortes, como gêiseres. Nanrai olhou sobre o ombro esquerdo, e voltou os olhos a Estevam. O jovem patrulheiro cuspiu no chão em desdém. Os outros ainda gritavam e pediam que ele não fizesse isso, indignados.

– Vai em frente. Vai me libertar pelo menos vou vai ficar me olhando até eu morrer de fome? – e os outros enlouqueceram com a insanidade dele.

Nanrai gargalhou. Aos poucos, os desenhos no chão foram se desfazendo, e as rachaduras foram fechando-se como se nunca tivessem verdadeiramente existido. Os que estavam na arena olharam uns para os outros, sem saber o que viria em breve.

– Você não tem medo, Estevam. – suas sobrancelhas estavam lá no alto quando falou isso, como se estivesse muito surpreso. – você não tem... medo!

Estevam se resumiu a levantar e jogar no chão a espada que tinha, virando as costas e saindo da arena. Petrus e Rochester seguiram-no logo depois, e Nanrai voltou por onde aparecera, deixando aos treinadores o recado de que algo daquele tipo não deveria se repetir. Eles não eram cães de briga, e serviam a um mesmo rei.

Caminhava com um largo sorriso disfarçado por baixo da barba espessa.


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Notas finais do capítulo

Hi, people! Mais um capítulo da história :9 Obrigado pelos comentários até então. Todos eles têm me feito perceber coisas que vão melhorar o jeito que eu escrevo, e isso é muito bom! :D Sabe, eu não sei se uso as Notas do Capítulo do jeito certo... Eu sempre coloco um "resuminho", mas reparei que isso parece estranho e não lembro de ver as pessoas fazendo isso, haha. Espero que você goste desse capítulo, e em qualquer caso, poste um comentário ;D

Talvez eu demore um pouco pra postar o próximo capítulo, porque preciso conciliar as coisas da universidade com minha falta de foco e escrever alguns metadados pra história (sem contar a imagem de capa dos três últimos capítulos), mas não vai passar de um mês :D Be happy!

P.S.: MAIS ERROS (agora consertados, hehe). Preciso tomar mais cuidado...



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