O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Ainda bem que to arrumando, mds tem uns capítulos desastrosos aqui no meio KKKKKKKKK



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Sam não possuía reação nenhuma, apenas me encarava com olhos confusos e até mesmo um pouco assustados pela forma direta que aquela pergunta saíra. Talvez eu tenha me precipitado e aquela pergunta fora inadequada e Sam, com certeza, não conhecera meu pai. Eu fora uma estúpida, tinha que aprender a me controlar mais se não, ficaria como uma Lilian – com total descontrole das próprias reações e com um psicológico assustadoramente perigoso.

Credo, não acredito que me comparei a ela.

Desisti de tentar arrancar dele algo que estava claro que não existia e, constrangida, me levantei do banco pronta para ir e não precisar vê-lo rindo de mim. A pergunta fora além do inadequado, o que me fazia pensar que Sam era a pessoa que meu pai conhecera e colocara no internato para me ajudar?

Mas, quando estava a ponto de ir, Sam segurou meu pulso com muita força e resistência, deixando-me sem nenhuma possibilidade de escapatória de suas mãos.

- Melanie, espera. – puxando-me para baixo, ele me fez sentar novamente no banco. – Não achei que me perguntaria uma coisa assim, é que fiquei um pouco chocado. – ele mordeu o lábio inferior num ato de puro nervoso. – Antes que eu possa responder sua pergunta, me diga uma coisa. Como descobriu?

- Então você conheceu meu pai. – conclui sentindo um gelo no estômago. Eu estava certa, Sam era a pessoa que meu pai mandara para me proteger quando eu viesse para o internato.

Ok, então parece que não sou tão inconsequente assim como achava.

Sabendo que ele não entenderia, soltei um rápido suspiro de alívio, esperando que ele me explicasse a verdade sobre tudo, principalmente pelo fato de ter conhecido John e a me ver, nunca ter falado nada.

- Sim. – ele sorriu. – Nossos pais se conheciam, o meu era policial e grande amigo de John, seu pai. Um dia, John apareceu em minha casa, ele parecia muito aflito e dizia coisas sem sentido sobre dinheiro e sobre o internato North England. Escutei a conversa dos dois sobre John ter encontrado uma fortuna escondida no internato e por isso Liliam queria mata-lo. Não entendi muito bem no começo, mas John veio até mim dizendo que quando eu estudasse aqui, teria que proteger você não importa o que aconteceria.

Senti um arrepio intenso ao ouvir suas palavras, soaram tão verdadeiras e protetoras que, por instinto, meu coração disparou e meu rosto esquentou e provavelmente meu rosto estava num tom forte de vermelho.

– Dois dias depois, seu pai desapareceu e o encontraram morto numa espécie de porão do internato. Quando isso aconteceu, eu entendi na mesma hora o que ele queria dizer. Liliam o matou, pois John não queria dizer a ela a localização do dinheiro e nem se havia realmente encontrado, então, como não tinha certeza que seu pai já descobrira a fortuna, ela iria atrás de você, com medo de você ser igual a seu pai, e tentar achar e ao contrário dele, finalmente tê-la em mãos.

Arrumei minha posição no banco, voltando a ficar cara a cara com ele enquanto tentava me acostumar com suas palavras e a gravidade delas. Lilian era mais que uma psicopata, aquela velha era uma assassina e completamente insana. O perigo estava à espreita a cada canto do colégio interno, provando o quanto meu medo no início não fora irracional e sim, instintivo.

- Eu lembro um pouco de você quando era criança. – murmurou ele, aproximando-se lentamente de mim. – Sempre me perguntava porque meus olhos eram tão escuros e porque eu gostava mais de Charlotte. Bom, não que isso fosse verdade já que eu sempre atormentava você para conseguir sua atenção. Pelo menos até o dia em que brigou com Charlotte por causa de um bicho de pelúcia. Você era uma criança engraçada e meio desastrada.

- Ok, ok, eu era uma criança engraçada! Já entendi. – falei dando um empurrão de brincadeira nele. – Mas voltando ao assunto, por que aceitou me proteger de Liliam?

Sam, sem desviar os olhos dos meus, tocou gentilmente a ponta de seus dedos em minha bochecha esquerda, deixando a mão cair no colo antes de continuar com a voz em apenas um sussurro.

- Bom... talvez seja porque eu já gostava de você desde aquela época

Minha voz falhou antes mesmo que eu tentasse dizer algo. Avancei em sua direção, engolindo um seco, porém acabei recuando até encontrar a ponta do banco e, por pouco, quase cair. Sam observou minhas reações com um olhar de quem estava achando aquela cena mais do que engraçada.

Ficamos ali, parados ali por alguns momentos. Sentia minha pulsação latejar a medida que ele se aproximava de mim no banco, chegando perigosamente próximo de meu rosto. Senti que uma de suas mãos deslizou por meu pescoço até que ele o segurou com firmeza.

- Eu sei que sou direto demais, desculpe.

- Não era bem isso que eu esperava.

- Então, Melanie, o que você esperava?

Agindo completamente por impulso, toquei meus lábios contra os de Sam sentindo-o num misto de confusão e surpresa. Eu mesma não conseguia entender o motivo de estar fazendo aquilo, mas depois de dias tentando esconder o desejo tomando conta de minha mente, finalmente havia tomado coragem de esquecer o medo e simplesmente enfrenta-lo. O beijo de Sam era doce, como uma chama que crescia a medida que nossos lábios se chocavam sem nenhum obstáculo.

Estando sentada da forma que eu estava, senti as mãos dele descendo vagarosamente por minhas costas e logo depois subindo de volta até alcançarem os fios de meu cabelo. Os lábios de Sam eram macios, quentes e me passavam uma sensação boa, quase que de acolhimento. Corri minhas mãos por seus ombros largos, aproximando-o mais de mim, sentindo seu sorriso maroto por cima do beijo.

A sensação de tê-lo tão próximo a mim era de puro êxtase, algo de tirar o folego e simplesmente implorar por mais. Todos os pensamentos que corriam pro minha mente naquele instante estavam voltados a Sam e tudo que era relacionado a ele. Ainda havia o medo que eu sentia por ele ser quem fora no início, mas com aquele beijo, fora como se o mundo inteiro saísse de eixo ou evaporasse de minha visão. Em cada carícia, em cada toque de seus lábios fervorosos sobre os meus eu sentia algo que escondi por aqueles míseros dias.

A verdade, era que quando coloquei meus olhos no rosto de Sam, deixei imediatamente de pensar sobre meu pai ou qualquer outra coisa.

Sam era como uma droga, a qual me fazia me desconectar do mundo.

Eu já estava completamente viciada naquela droga, pronta para me jogar de cabeça numa aventura, a qual estava claro estar repleta de perigos e mistérios envolvendo o terrível North England.

Mas então, me veio em mente o fato de que tinha que descobrir ainda o que estava acontecendo. Principalmente o que faria com o fato de uma louca psicopata estar querendo se livrar de mim sem dó nem piedade.

- Sam... – falei me afastando lentamente dele, empurrando seu peito sem força alguma. Quando entendeu, Sam se afastou de mim com um sorriso quase que alegre demais estampado nos lábios. – Não acho que isso seja uma boa idéia agora. Preciso descobrir o que tenho que fazer, Liliam pode tentar me matar a qualquer momento.

- E quem disse que eu deixaria? – ele sorriu, roubando um beijo meu. - Ninguém nunca vai tentar mata-la, só por cima do meu cadáver muito bem morto, entendeu? Eu não vou deixar Lilian encostar um dedo em você e se o fizer, ela vai experimentar um pouco do inferno.

Mal conseguindo respirar com aquela situação toda, puxei-o pela gola da camiseta para outro beijo, o qual fora ainda mais doce que o primeiro.



Jes andava de um lado para o outro de forma impaciente e ao mesmo tempo, assustada. Seus olhos estavam cravados no chão e ela dizia coisas sem sentido nenhum, murmurando para si mesma enquanto caminhava pelo quarto sem me encarar nenhuma vez. Agora, quem começava a ficar impaciente, era eu, quem estava sentada sobre minha cama esperando que ela pudesse dizer “entendi” ou qualquer coisa parecida.

Bom, não que eu estivesse esperando um “topo!” logo de cara.

- Você ouviu tudo o que eu disse, Jes? Precisa me dizer se entendeu direito! – exclamei indo em direção a ela, ficando mais próxima de seu corpo que andava de um lado para o outro tentando raciocinar cada palavra do que eu disse a ela.

Nunca realmente pensei que seria fácil colocar Jesse em meio à aquele perigo todo, mas se eu fosse realmente tentar impedir Lilian de cometer outro assassinato, eu precisava de toda a ajuda possível e de preferência, alguém muito confiável como ela, minha colega de quarto. Mas, ainda sentia a insegurança por coloca-la em perigo, afinal, o que poderíamos esperar de Lilian quando soubesse que além de mim, mais três pessoas sabiam sobre a fortuna e meu pai?

Reagindo como o esperado, Jesse parou no centro do quarto e respirou fundo de olhos fechados tentando manter a calma.

- E você fala como se tudo o que descobriu fosse a coisa mais fácil do mundo! – berrou ela um pouco alto demais. – Melanie, isso é informação demais! Eu sempre soube que Lilian era alguma doente mental ou coisa parecida, mas não que já assassinou alguém e pretendo repetir!

- Eu sei que é loucura, Jes, mas achei que fosse bom ter sua ajuda, você é uma das únicas pessoas que confio aqui. Não posso confiar em qualquer um nessa tarefa, não quando envolve dinheiro e uma louca com sede de sangue.

Jesse revirou os olhos para minha comparação de Lilian a um animal assassino e voltou para sua caminhada de curta duração por entre os objetos do quarto. Seu olhar voltara a ficar pensativo e um pouco assustado.

- Mel, como soube de tudo isso?

- Minha prima, Charlotte Overton, sempre soube de tudo, só não achou que minha mãe teria coragem mesmo de me jogar aqui dentro. – suspirei. – Mas, parece que ela teve...

Jesse abaixou os olhos, sentindo que o clima que se instalara no quarto não era mais tão radiante como fora nos primeiros dias. Eu sabia que estava colocando Jes, Sam e eu mesma em risco e sem volta.

- Se Lilian fora capaz de fazer o que fez com um homem adulto e com todos as chances de revidar, ela pode muito bem conseguir fazer isso com adolescentes. – engoli um seco. – Mel, não somos apenas nós que estamos em perigo, todo o internato também está.

Mas Liliam seria capaz disso? Arrumar uma forma de se livrar de tantos alunos para conseguir a fortuna perdida por sua família? Não, ela não conseguiria, ao matar um aluno, todos se colocariam em alerta, não deixando nada acontecer. Ela não teria chance.

Ou teria?

- Ela não quer os alunos. – murmurei. – Tem algo que, se ela conseguir, sua vitória será melhor ainda?

- O que? – Jes franziu o cenho, sentando-se na cama na minha direção. – O que você está dizendo?

- Jesse, Lilian não quer os alunos. Ela quer a mim. – respirei fundo. – Eu sou o alvo.

 Jesse permaneceu em silêncio tentando engolir minhas palavras, as em que eu dissera sobre ser o alvo de Lilian. E a verdade estava dita, aquela louca não queria nenhum dos outros alunos, afinal, eles não sabiam de absolutamente nada, nem ao menos que o casarão fora da família de Lilian antes de se tornar o internato.

- E o pior não é nem isso. – falei. Peguei minhas coisas, como o papel em que anotara o que sabia e fui em direção da porta. – Ela matou meu pai e vai pagar pelo o que fez. Nem que seja a última coisa que eu faça.

- Onde você vai?

- Atrás de Sam. – falei já parada a frente da porta aberta. – Eu e ele temos uma longa investigação a fazer.


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Notas finais do capítulo

EEEEERGH NYAH! Internet lerda ¬¬
Como estão os capítulos? Todo mundo gostando?



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