O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

TO SUPER ATRASADA! gente, não vou conseguir arrumar todos os capítulos agora, leem só até o que ta como "Capítulo x" ok? Quando eu voltar termino sem falta!



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Ouvir a risada estridente de Liliam causou arrepios profundos em minha pele.  Minha respiração falhou por um momento e senti que poderia desmaiar, a dor era profunda e muito forte. Meus dedos tocaram o exato local em que a faca fora fincada em minha pele, a qual fora na região da costela bem ao lado do corpo, passando das costas para a frente. Olhei para meus dedos completamente em choque, o sangue deixara minhas unhas vermelhas e minha mão, um tanto nojenta para se falar a verdade. Eu não conseguia me mover além de observar o sangue entre meus dedos e do mesmo escorrendo por minha blusa.

Eu estava sobre meus joelhos no chão e meu corpo, pendia para frente pronto para desabar. Eu sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, então, cai ainda mais para frente me apoiando na mão direita, enquanto a outra segurava o sangue no local em que fui atingida.

Bem atrás de mim, eu sentia o olhar de Lilian sobre minhas costas e um sorriso vitorioso em seus lábios. Ela finalmente conseguira o que tanto queria: me atingir, me matar... se livrar de mim.

- Melanie! – berrou Sam correndo em minha direção.

Ouvir o desespero de Sam me deixou sem chão. Ele caiu ajoelhado ao meu lado, abraçou minha cintura lentamente me apoiando para que não caísse na neve. Não consegui erguer os olhos, mas pude sentir o olhar desesperado de Sam, o medo estampado em seu rosto. Meu Deus, aquilo me fez sofrer mais do que pela dor.

Minha respiração falhava e eu me sentia cada vez mais fraca, sem nem ao menos conseguir me apoiar. Meus lábios estavam entreabertos numa única forma de o ar encher meus pulmões para que eu continuasse respirando.

Foi ainda pior que a dor de um coração partido, ainda maior do que a raiva que eu sentia daquela mulher logo atrás de mim. Foi como uma ardência mais forte do que qualquer coisa. Senti que Sam tentara me erguer e assim que conseguiu, vi a expressão de Liliam me encarando como uma campeã encara seu prêmio.

Alguém soltou o ar de uma forma desesperada, gritando em nossa direção num tom de choro.

- Melanie! – berrou Jes em meio ao choro. – Eu vou te matar, sua velha maldita!  

- Jes, não. – Roman a segurou antes que ela fizesse uma besteira, pois dois seguranças se colocaram a frente de Lilian, quem não tirava os olhos de mim, praticamente a beira da morte ajoelhada sobre a neve.

- Por que não consegue nos deixar em paz? – gritou Sam com a cabeça próxima a minha.  – Pra quê tudo isso?! Acha mesmo que o dinheiro vai melhorar em algo a sua vida? Lilian, a única coisa que vai acontecer é você ser presa!

Liliam não disse nada, apenas esboçou um sorriso irônico e com o estralo dos dedos, os seguranças a levaram até um carro estacionado a poucos metros.

- Você vai pagar por isso! – berrou Sam de forma furiosa. Eu senti uma lágrima dele caindo sobre meu ombro, indicando que ele chorava irritado. – Sua maldita, você vai pagar por isso! Nem que eu mesmo tenha que te matar!

Sam gritava de uma forma dolorosa, furiosa e desesperada. Seus braços estavam ao meu redor tentando me proteger de qualquer outro movimento de Lilian enquanto eu... não conseguia me mover, estava paralisada.

- Ah, mas antes de eu ir, - disse ela ao se virar antes de entrar no carro. – cuide desse ferimento, Srta. Overton se não quiser que ocorra uma morte aqui. E Sr. Bower, quero a localização da fortuna logo. Ou tornarei a morte de Melanie ainda pior e muito mais dolorosa.



Sam rasgou um pedaço de sua jaqueta e envolveu meu ferimento com o tecido para parar o sangramento. Eu arfava, pois a dor parecia tomar conta de minha respiração restante. Ele abaixou o tronco, ficando com o rosto próximo ao meu.

- Eu vou erguê-la, está bem? – sussurrou ele. Colocou um braço ao redor de minha cintura e o outro, passou por baixo de meu joelhos.

Hesitei antes de responder, mas assenti com a cabeça, deixando com que ele forçasse os músculos para que me erguesse. Uma dor latejante tomou conta do lado esquerdo de meu corpo onde o ferimento estava, fazendo um grito tímido escapar de meus lábios. Franzi a testa não conseguindo reprimir o tal grito e nem ao menos o fato de que minhas mãos se agarraram com força no braço de Sam.

- Desculpe, Mel. – disse ele me encarando em busca de uma resposta. Ao abrir os olhos, senti o olhar de culpa dele sobre mim, aquilo novamente me fez sentir um aperto no peito. – Por favor, me desculpe.

- Eu... eu... estou bem. – gaguejei.

Ainda estava com a expressão de dor no rosto, mas consegui controla-la apenas para fazer Sam se sentir melhor.

 Escondi meu rosto no pescoço de Sam enquanto ele me levava para dentro do caminhão. Eu não sabia para onde iríamos, mas precisava ser para o internato, mesmo que não queríamos.



Sam

Mel passou um braço ao redor de meu pescoço enquanto eu a levava para dentro do caminhão onde poderíamos leva-la para o hospital mais próximo, o qual Carly também estava. Melanie não estava bem – o rosto pálido e os lábios sempre tão perfeitos, passaram a ficar púrpuros. O sangue já tomava conta de sua blusa mostrando o quanto à faca adentrara em seu corpo.

Eu só conseguia sentir a culpa tomando conta de meus pensamentos, assim como o desespero de leva-la logo para dentro do caminhão antes que algo muito pior pudesse acontecer.

Eu agia de forma desesperada. Chamava a atenção de Roman e Jesse para que ele dirigisse mais rápido, pois precisava ajudar Melanie. Minha mente não funcionava bem, tudo que se passava era que eu precisava cuidar de Mel. Ela não podia morrer.

Se isso acontecesse, eu morreria também.

Balancei a cabeça tentando esquecer tal pensamento e me concentrei nela – o rosto ainda escondido em meu pescoço e as mãos apertando minha blusa. Ela sentia dor, eu podia sentir isso na intensidade pela as que suas mãos seguravam em mim. Tentei limpar o sangue que começava a manchar seus braços e as blusas,

- Sam... – murmurou ela.  – Sam...

- O que foi, Mel? – perguntei passando os dedos em seu cabelo negro. Ela levantou a cabeça apenas um pouco para que eu pudesse ver seu rosto – estava pálida demais, os lábios roxeados e lágrimas escapavam de seus olhos.

- Está... está doendo.

Aquilo me deixou completamente sem rumo. O que eu poderia fazer para deixa-la melhor?

- Só aguente mais um pouco, Mel. – falei depositando um beijo em sua testa. Ela se encolheu ao meu toque, e por um momento, senti um sorriso pequeno escapar de meus lábios. – Eu prometi que ia protegê-la, não prometi?

Ela assentiu deixando um sorriso fraco lhe escapar.

- Nunca vou te deixar, eu juro, Mel.  – murmurei para ela. – Nunca.



O caminhão estacionou bem ao lado do internato. Os alunos desceram – correram na verdade – para dentro do prédio nem sequer ligando com o fato de que os seguranças de Liliam quem abriram os portões. Algum dos alunos hesitavam ao ver os seguranças, mas ao verem os amigos esperando, simplesmente esqueciam do resto. Segurei Melanie com mais força e descemos do caminhão em direção ao internato sendo observados pelos seguranças, quem sabiam o que estava prestes a acontecer.

Passei por eles os fuzilando os olhos, pois parte da culpa por minha namorada estar daquele jeito, era totalmente deles. Olhei para Mel, quem se encolheu ao vê-los, provavelmente assustada com o fato de estarmos justo no internato.

Tive que desviar de alguns alunos e por isso, meu braço empurrou Mel um pouco para o lado, em resposta, ela gemeu de dor.

- Desculpe. – falei.

- Vamos leva-la para o médico. – disse Roman caminhando ao meu lado. Jes estava do lado dele olhando preocupada para Mel no meu colo. – Mel precisa de pontos logo.

- Sam, ela está bem? – perguntou Jesse.

Ela mantinha o olhar assustado sobre Mel, havia uma lágrima escapando de seu olho direito.

- Ela está com muita dor, Jes. – eu disse enquanto entrávamos nos corredores de North England. – Precisamos chegar logo na enfermaria, ela está perdendo muito sangue.

Andamos por mais alguns minutos até conseguimos alcançar a sala da enfermeira. Seria muito azar se ela não estivesse lá, mas por sorte a mulher loira limpava o local. Os alunos que passavam por nós encaravam Melanie provavelmente preocupados, pois uma macha grande de sangue já cobria parte de sua blusa e começava a impregnar na minha. A enfermeira nos olhou confusa, mas ao ver o sangue, pediu para que eu a colocasse na maca.

O corpo de Mel foi esticado sobre a maca e assim, pude ter a visão completa do ferimento – o local onde a blusa fora rasgada pela faca estava ensopada de sangue e por baixo do tecido preto da blusa, pude ver o corte longo e profundo que fora feito em sua pele.

- Me ajude a tirar a blusa dela. – disse a enfermeira para mim.

Senti-me um pouco desconfortável em fazer isso, mas a ajudei. Roman e Jes saíram da sala, pois ela estava em prantos mal acreditando que a amiga estava daquele jeito.

Mel se contorcia na maca, ela segurava meu pulso com força, então tive que usar a outra mão para conseguir ajudar a enfermeira a tirar as blusas dela. Seu olhar se perdia em algum ponto cego no teto da sala, enquanto forçava o tronco para cima por conta da dor.

O tecido estavam tão fino e ensopado por causa do sangue que acabou por se rasgando em minhas mãos, mas ela não ligou. Por fim, Mel estava na maca apenas com a calça jeans e de sutiã e tínhamos a perfeita visão do ferimento, aquilo fez meu estômago virar.

- Tem que ser forte, por ela. – disse a enfermeira.

Ela inseriu a agulha com a anestesia e Mel se contorceu novamente, mas se acalmou com o tempo. A enfermeira esperou alguns segundos e iniciou a colocação dos pontos. Eu apenas observava enquanto entrelaçava seus dedos nos meus. Ela me olhava diretamente nos olhos, tentando não ver o corte.

- Obrigada. – sussurrou com uma lágrima escapando de seus olhos.

- Eu vou estar sempre aqui. – sussurrei de volta. – Não importa quando, não importa o porquê. Sempre.






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Notas finais do capítulo

Owwwwn *-* já volto, pessoas! Só leem até aqui até eu voltar ok?
Beijos xx



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