O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Começou a ficar agitado agora hein? Se preparem psicologicamente pros próximos caps! ushushsushush



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Carly

A corda que segurava minhas mãos estava muito apertada, tanto que eu podia sentir o sangue ter passagem interrompida entre meu pulso e minhas mãos. Meus pulsos ficariam em carne viva se continuassem daquela forma por muito mais tempo, eu tinha certeza. Pelo pequeno pedaço de vidro jogado no chão muito próximo a minha perna, pude ver que meu rosto estava coberto por hematomas e que havia um corte profundo em meu ombro direito. Tentei me mexer de uma forma involuntária para tocar o ferimento, mas a dor fora forte demais, impedindo-me de continuar. Tentei gritar pelo menos dez vezes, mas o ar em meus pulmões era pouco e minha força havia se esgotado.

Eu estava exausta.

A luz que era emitida por trás da pequena fresta da janela estava forte, mostrando que deveria ser tarde, porém não pude ter certeza, pois não via a luz do dia há alguns dias e não fazia a menor idéia das horas. Há duas horas, eu acordei vendo todos os alunos do internato sentado no chão úmido e gelado daquele lugar. Todos pareciam assustador, na verdade, apavorados por não estarem entendendo absolutamente nada. Eu me sentia da mesma forma – confusa, assustada e com dores profundas. Estava sentada em um canto do local com as pernas cruzadas na frente do corpo e as mãos amarradas para trás do corpo. Sentia sono, mas não poderia dormir.

Não era seguro.

As paredes do pequeno sótão em que eu estava eram escuras e com marcas do que deveriam ser batidas e arranhões, o qual me deixou levemente preocupada. Em uma das paredes, havia uma marca de mão e de arranhado, sendo o mesmo possivelmente feito pelas mesmas mãos. Desesperada, olhei em torno de mim a procura de algo que pudesse usar para me livrar das cordas, as quais feriam meus pulsos gravemente. O caco de vidro estava a poucos centímetros de meu pé, talvez eu pudesse empurrá-lo até minhas mãos e usa-lo para cortar a corta.

Lentamente, por conta dos ferimentos, empurrei o caco de vidro com um dos pés até conseguir move-lo para trás de meu corpo onde minhas mãos foram amarradas fortemente. Quando reparei que já estava bem ao lado de minhas mãos, abaixei meu tronco para trás até sentir meus dedos tocando o vidro gelado e um pouco molhado. Tentei pega-lo, porém a corda impediu-me e senti que um corte havia sido feito.

Respirando fundo, tornei a repetir o ato até conseguir segurar o caco de vidro entre os dedos para que pudesse cortar a corda.

Entretanto, quando estava prestes a cortar, ouvi o som de passos atrás da porta de madeira atrás de mim se aproximando do lugar. Desesperada, tentei cortar a corda mais uma vez, porém o homem entrara na sala antes mesmo que o vidro pudesse cortar. Um dos seguranças de Liliam havia me colocado ali depois que me viu pedindo socorro para Melanie com o celular, mas prometera que voltaria, significando que ele não me deixaria pagar apenas com ficando sozinha ali.

Aquele fora o mesmo que havia me dado um tapa muito forte no rosto por conta de meu pedido de socorro e por essa razão, vê-lo causava um medo intenso dentro de mim. Seus olhos frios deslizaram por meu rosto enquanto ele entrava lentamente no local onde havia me jogado horas atrás. Eu não comia faziam horas e por isso, meu estômago implorava por comida.

Eu tinha um pedaço de pano amarrado a minha boca, impedindo-me de falar, apenas murmurar ou gemer. Fechei os olhos ao ouvir a porta sendo fechada logo atrás do homem e o sol do lado de fora esquentar minha pele por baixo da blusa repleta de rasgos.  Eu deveria estar horrível, descabelada, com o rosto sujo e provavelmente com os olhos apavorados. Tendo a completa noção disso, senti-me ainda mais estranha, sabendo o quão horrível as horas seguintes poderiam ser.

- A Sra. Mean não está muito animada com sua desobediência, garota. – disse um homem grande, ele era careca e possuía olhos extremamente assustadores, tanto quanto os da própria Liliam. O homem que me jogara ali se agachou a minha frente examinando minhas feições de maneira perturbadora. Tive que morder os lábios por baixo do pano para não gritar novamente. – É uma pena estragar esse rostinho lindo...

Um de seus dedos escorregou por minha face, mas quando ameaçou se aproximar de meus lábios, desviei o rosto.

- Não vire o rosto para mim! – berrou furioso.

Não tive tempo de pensar, apenas de sentir a palma da mão daquele homem acertar com toda a força minha bochecha, fazendo-me cair sem apoio no chão úmido. Senti meus braços latejarem com a força que ele atingiu o concreto. O caco de vidro ainda estava em minhas mãos, resultando em cortes profundos pela extensão de meus braços. Quando seus dedos tocaram-me novamente, senti lágrimas escapando de meus lábios, mas ele apenas me levantara do chão.

- Jamais vire o rosto para mim, garota. – disse ele ainda furioso. Ele segurou meu rosto com uma das mãos, apertando minhas duas bochechas com os dedos de forma possessiva. – Lembre-se disso: você só está sofrendo em minhas mãos, porque a culpa é de sua amiguinha. Da próxima vez, tente ser mais cautelosa, loira. – e se aproximou de meu rosto sussurrando:  - Ou pode ser que não seja eu aqui fazendo-a sofrer.

Ele soltou meu rosto empurrando-o para o lado violentamente, fazendo-me cair pesadamente mais uma vez no chão. Irritada, consegui me levantar indo em direção a ele com o caco de vidro entre meus dedos. Porém, quando estava prestes a atingi-lo, outro par de mãos me impedira de fazer o que queria.

E assim, o pior aconteceu.

Um outro segurança de Lilian adentrou na sala, o qual segurava minhas mãos segurando o caco de vidro. Ele arrancou o mesmo de meus dedos e o jogou do outro lado da sala e assim, pude ter a visão completa do que havia em suas mãos – uma faca. A porta bem a minha frente fora fechada lentamente enquanto os últimos raios de sol se apagaram de meu rosto e eu via a luz uma última vez.




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Notas finais do capítulo

fiquei tão chateada escrevendo essa parte :/ tenho muita dó da Carly



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