Ela é Demais! escrita por Kel Costa


Capítulo 1
Capítulo 1




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Pense numa vida que você odeia. Pensou? Agora sabe como eu me sinto. Ok, eu não fui sempre assim. Eu era uma adolescente feliz até o dia que fui passar as férias na Itália com meus pais. Já tem algum tempo, mas eu lembro como se fosse ontem, nós três saindo de um teatro à noite e andando pela rua de paralelepípedos. Meu pai tinha preferido dispensar o táxi e ir a pé para o hotel, curtindo a noite italiana. Depois dali eu não lembro de muito, apenas de sermos abordados por dois caras com capas pretas e puxados para dentro de um beco. Ali nós fomos armodaçados e levados por uma passagem subterrânea, até chegar num tipo de salão de mármore com altas pliastras.

- São eles?
- Sim.
- Essa é a garota?
- Exatamente.

Um homem magro e mais pálido que os outros se aproximou de nós e tocou meu rosto. Ele sorriu de forma medonha para mim. E aí nesse ponto que tudo fica escuro.

Lembro de ter passado por um inferno nas horas seguintes. Lembro de ter desejado a morte para acalmar minha dor. Lembro de ter gritado e não ter sido socorrida. E então abri os olhos, vendo tudo de um jeito... totalmente diferente. A primeira coisa que notei, foi que eu senti o cheiro do meu pai, mesmo sem saber que ele estava ali, deitado numa cama atrás da minha. Quando dei impulso para levantar, fui parar do outro lado do quarto.

- Pai!

Ele ainda estava sentado na cama, sem saber o que tinha acontecido e eu o via de um jeito estranho. Ele estava tão pálido quanto os outros homens. Quando ele me olhou, eu bati as costas na parede de medo. Seus olhos eram de um vermelho vivo e ele me olhava tão medroso quanto eu.

- Bella, o que... Você está bem?

Ele correu para minha direção e veio tão forte que bateu de encontro ao meu corpo e nós dois caímos.

- Bella, você está pálida!
- Olá.

Um dos caras que nos pegou na saída do teatro apareceu na porta do quarto e abaixou-se para nos pegar pelos braços. Fomos levados novamente para o mesmo salão, onde o cara alto e magro encontrava-se, agora com mais dois homens de aparência parecida.

- A garota... É essa aí?
- Ela.

Ele se aproximou e alisou meu rosto.

- Ela é nossa nova arma...
- Quem são vocês e o que nos fizeram?

Meu pai se debatia, sendo segurado por três homens. Eu dei falta de minha mãe e achei que meu coração fosse acelerar de medo, mas ele não deu sinal de vida.

- Vocês, são vampiros. Que nem nós. Eu mesmo os transformei. Infelizmente a mulher... não teve a mesma sorte, já que eu a deixei por conta de um dos meus irmãos e ele se animou demais. Ela morreu.

Meu pai gritou e eu... Bem, eu fiquei imóvel, querendo chorar e não consegui. Eu sentia apenas um vazio dentro de mim.

- Você disse... vampiros?

Perguntei sem olhá-lo nos olhos, sem mover um músculo, sem força de viver.

O homem deu uma risada alta, olhando para os outros dois lá atrás e voltou para perto deles.

- Sim! Vampiros! E antes que perguntem, não! Isso não é apenas lenda! Nós somos reais, nós somo fortes, nós somos a realeza! E você, Isabella, foi convidada para juntar-se a nós!
- Se você encostarem um dedo sequer na minha filha...

Meu pai foi mais imobilizado ainda, quando uma garota pequena, loira e branca como a neve, o olhou friamente. Eu apenas o vi cair ao chão e sofrer.

- Deixem-o em paz! O que querem comigo?

Eu só queria me jogar no chão ao lado dele e poder sofrer a perda da minha mãe em paz. Mas ao contrário disso, eu não tive essa sorte.

- Queremos você aqui. Nos afortunando com seu incrível poder.
- Eu não tenho poder nenhum!

Eu gritei o mais alto que pude, sentindo minha garganta queimar e caí de joelhos no chão.

- Você o tem, Isabella! O poder de mover objetos com a mente!
- Não... eu não os movo...

Eu falei baixo, apenas para mim. Era minha frustração pessoal, saber que eu apenas conseguia fazê-los tremerem num mesmo lugar. Porém, eu nunca consegui mover nada.

- Agora, você pode.

Fechei os olhos pensando naquilo, no porquê de estar ali, no motivo para eles terem feito tudo isso e cogitei a hipótese de estarem falando a verdade. Levantei rápido a cabeça e olhei em volta. Antes deles entenderem, eu fiz todas as espadas penduradas nas paredes, pararem próximas às gargantes de cada um deles.

- Bom saber disso. Eu acho que não vão querer que eu fique, certo?

Daquela sala eu saí com meu pai e sem minha mãe, que eu não veria nunca mais. Fizemos um pacto, eu e os Volturis. Eles não me incomodariam e eu os deixaria vivos. Eles não ficaram muito felizes quando descobriram que sua arma loira e pequena não funcionava em mim. Ela também não ficou muito satisfeita. Nós fomos para uma cidade americana, que eles nos indicaram por causa do clima. Pelo que eles disseram, era um lugar onde o sol não era forte o bastante para nos queimar. Isso me preocupou muito, já que eu sempre gostei de praia.


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