Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 7
Capítulo 6 - Caçando em Nova Iorque


Notas iniciais do capítulo

AHHH primeira recomendação da fic! Uhuuuul! Super feliz! Muito obrigada amora! Gente adorei as teorias quanto a conservação da Bella... Saiu desde mergulhada no formou (rachei com essa) até bruxaria. Mas ninguém está próximo na verdade... Bora falar mais que eu estou adorando tudo isso! Agora quanto ao cap novo, bem: Eu amei o escrever e as cenas são bem vivas em minha mente, mas não tenho certeza se eu consegui descrever bem elas, acho que comi muitos detalhes =/ Só que não tenho certeza disso já que quando eu releio as imagens aparecem na minha cabeça claramente. Não sei se minha imaginação é fértil demais ou se a escrita está boa. Então podem descer a lenha que eu não me importo. Chega de falar né? Bora para o novo cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281065/chapter/7

6 - Caçando em Nova Iorque

POV Sam

Depois que Mary nos contou sua história ela se aproximou ainda mais de nós. Creio que a confiança cresceu. É claro que eu sabia que ela ainda escondia muita coisa de seu passado. Mas entendo que ela só não compartilhe suas memórias por ser muito dolorido para ela. 

Cas voltou para o céu, disse que ele não precisava mais de nós para evitar o apocalipse de modo que ele voltaria aos seus antigos afazeres de anjo. Dean e Mary reviraram os olhos com as palavras nem um pouco delicadas do anjo. 

- E nós achando que existia um sentimento de amizade. - murmurou a caçadora depois que Castiel desaparecera de nossas vidas. 

- Não ligue para ele, é o seu jeito. - disse sorrindo e ela retribuiu se jogando em sua cama. 

- Para onde vamos agora? - perguntou Dean.

- Hora de pesquisar paixão. - Mary piscou com apenas um olho e fechou os olhos. 

- Bom trabalho Sammy. - Dean bateu em meu ombro e deitou em sua cama. 

- Ah! Muito obrigado! - reclamei bufando quando meu telefone tocou. - Alô?

Sam? Sam Winchester?

Franzi o cenho. 

- Sim, quem está falando?

Sou eu, Jason, nós estudamos juntos o primeiro ano de faculdade.

- Hey! Como vai Jason?

Não muito bem, minha irmã desapareceu. Seu pai ainda é detetive?

Na faculdade eu dizia a todos que meu pai era detetive particular, o que não era muito longe da verdade já que ele realmente investigava muita coisa.

- Hã... Meu pai morreu há algum tempo Jason. - respondi meio sem jeito. 

No mesmo instante Dean abriu seus olhos e Mary sentou-se na cama me observando. 

Sinto muito... Ah cara o que vamos fazer?! Seu pai era minha última esperança. - sua voz era nervosa e chorosa. 

- A polícia não está investigando?

- Está, mas já faz mais de 2 meses... - segundo as estatísticas ela já deveria estar morta, pobre Jason. - Eu sei que deve estar pensando que ela já está morta, mas nesses dois meses foram 7 garotas sequestradas. A polícia não faz ideia de como aconteceu. Não há pistas! E nenhum corpo foi encontrado... 

Jason quase chorava do outro lado da linha. 

- Hey Jason! Fica calmo, vou falar com meu irmão e vou para aí te ajudar no que eu puder. 

Obrigado Sam! Toda e qualquer ajuda é bem vinda. Anota o endereço. 

Os dois ainda me olhavam inquisidores enquanto eu anotava o endereço de meu amigo. Dean não ficaria muito feliz. 

- Temos um caso? - perguntou Mary assim que eu desliguei. 

- Bem... Sim, mas não é um dos nossos. 

- Humanos... - bufou Dean. - Deixe que a polícia cuide deles. 

- Eu disse que ia ajudá-lo Dean. 

- Desdiga. 

- Essa palavra existe? - perguntou Mary com o cenho franzido. 

- Que seja! O caso é de humanos, você sabe a merda que dá quando a gente se envolve nesses casos. - resmungou meu irmão. - A polícia enche o saco, nos acabamos virando suspeitos e somos presos em seguida. 

Mary gargalhou. 

- Com medo da polícia Dean?

- Não começa garota! Vai dizer que entre uma caçada e outra você se mete em casos humanos?

- É claro que não... Mas às vezes a gente acaba se deparando com alguns. O que custa ajudar o amigo do Sam?

- Custa o meu tempo arrancando a cabeça de um monstro qualquer. 

- Você é ridículo Dean!

Suspirei e comecei a falar antes que os dois continuassem a discutir. 

- Ele era meu amigo Dean, não vou deixar de ajudá-lo a encontrar a irmã só porque é um caso de humanos. Se não quiserem ir, tudo bem. Mas eu vou.

- Eu vou com você Sam, o veadinho ali está com medo de alguns tiras. - Mary provocou sorrindo. 

Dean levantou-se furioso. 

- Eu vou te mostrar quem é o veadinho! 

Arregalei meus olhos me colocando entre os dois. 

- Hey! Sem briga! - Mary ria atrás de mim provocando meu irmão enquanto ele tentava passar por mim. 

Os dois pareciam duas crianças. 

- Chega! Que porra! - explodi. 

Dean ergueu uma sobrancelha para mim com um riso preso.

- Você não consegue ser mais gay? - perguntou ele. 

Segurei a raiva.

- Não responda! - pediu Dean.

- Porra Sam! Não me decepciona! - gargalhou Mary.

Revirei meus olhos. 

- Vocês vão comigo ou não? - perguntei de saco cheio. 

- Claro Sammy! - meu irmão sorriu sarcástico. 

[...]

- Aonde fica a casa desse seu amigo? - perguntou Dean mau-humorado. 

Limpei a garganta. 

- Nova Iorque. - murmurei.

- Onde?

- Nova Iorque. - falei alto desta vez.

- Perfeito! - ironizou Dean. 

Apenas suspirei. Pelo retrovisor avistei o olhar preocupado de Mary. 

- Teremos que agir com mais cautela, a polícia de cidade grande geralmente gosta de encher o saco. 

- Não iremos nos meter nas investigações deles, é um caso humano afinal. Só não quero deixar Jason na mão. 

Seguimos viagem em silêncio. 

POV Bella

Foram quase 36 horas de viagem, nos revezamos para dirigir e dormir. Paramos poucas vezes apenas para comer e usar o banheiro. Mas finalmente chegamos em frente ao apartamento do tal Jason. Eu me divertia com as caretas e resmungos de Dean. Ele parecia aqueles velhos que não gostam de sair de casa. 

- Relaxa paixão. - provoquei enquanto esperávamos Jason atender o interfone. 

- Relaxar? Como eu posso relaxar sabendo que nós temos dentro do meu bebê. - apontou para o Imapala estacionado do outro lado da rua. - Todos os tipos de documentos falsificados e armas suspeitas, e estamos prestes a ficar no mesmo ambiente de policiais que desconfiam até mesmo da própria sombra só para mostrar serviço e comer mais rosquinhas no final do dia. 

- Amadores... Sempre com medo de serem pegos pelas autoridades. - suspirei com falsa resignação. 

Eu estava prevendo o momento em que Dean voaria em meu pescoço. 

- Você realmente acha que eu tenho medo desses merdas? O problema é que quando somos presos acabamos atrasando nosso trabalho e é um saco ter que recuperar nossas armas e falsos distintivos. 

Ele tinha razão. Era realmente um saco ter que recuperar todas as nossas armas e refazer nossos documentos falsos. Mas eu não admitiria isso. Apenas ergui uma sobrancelha com ar superior. Dean estreitou seus olhos, mas não disse nada já que o portão finalmente se abriu e nós adentramos o prédio. 

Sam ignorava a minha discussão com o irmão. 

Subimos pelo elevador em silêncio e logo nos deparamos com um homem de cabelos loiros e olhos claros. Ele possuía olheiras profundas e aparentava extremo cansaço. 

- Sam! 

- Hey Jason. - os dois se abraçaram como velhos amigos. - Esse é meu irmão Dean e essa é Mary. 

- Obrigado por terem vindo. 

- Faremos de tudo para acharmos sua irmã. - disse solidária.

Ele assentiu com os olhos cheios de lágrimas. 

Ele nos convidou para entrar no luxuoso apartamento. Na sala estava um casal mais de idade ao que tudo indica eram os pais de Jason. Na frente deles dois policiais. Um homem e uma mulher que nos olharam desconfiados. 

Jason nos levou até um quarto. 

- Fiquem a vontade, descansem um pouco... Mais tarde nos falamos. 

Agradecemos e seguimos para dentro. 

- Er... Temos um pequeno problema. - murmurou Sam olhando a cama de casal e a cama de solteiro dentro do mesmo quarto. 

Deveria ser algum quarto de hóspedes para um casal e filho. 

- Eu durmo na de solteiro. - corri me jogando na cama. 

- Eu não vou dormir com o Sammy. - Dean fez careta. 

Revirei meus olhos. 

- O que há de mal? Vocês são irmãos! 

- Não vou dormir com ele e ponto final. 

- Mary, eu concordo com o Dean. Nós vamos acabar nos matando no meio da noite. E essa cama é pequena demais para nós dois. 

- Eu não vou dormir com nenhum de vocês. - disse emburrada cruzando os braços no peito. 

- Ótimo! Então dorme no chão. - Dean sorriu largamente. 

Olhei com tédio para ele. 

- Dean! - brigou Sam. - Nenhum de nós dois vai encostar um dedo em você Mary. Vamos no dois-ou-um, números iguais dormem na de casal. Se cair eu e o Dean a gente vê quem dorme no sofá da sala. 

- Ok. - concordei. 

Ficamos em uma pequena roda e então fizemos o jogo. Dean me olhou vitorioso e Sam segurava o riso. 

- As noites com Dean Winchester nenhuma mulher esquece. - mandou-me uma piscadela. 

Arregalei meus olhos e coloquei a mão no peito. 

- É tão decepcionante assim? - perguntei e sorri irônica me dirigindo para o banheiro, eu precisava de um banho decente, ainda pude ouvir a alta gargalhada de Sam e Dean o mandando calar a boca. 

Após nos instalarmos no quarto resolvemos trabalhar. Fomos falar com Jason sem a presença dos policiais. Sentamos a mesa de jantar.

- Aonde sua irmã desapareceu? - perguntou Dean.

- Ela estava voltando da casa de uma amiga e voltava a pé para casa. A última vez que foi vista foi no central park. 

- Você disse que tinham outras garotas desaparecidas... Foram no central park também? - perguntei com delicadeza. 

- Não. Na verdade a única coisa que há de comum entre as 7 garotas e agora 8, os policiais vieram nos dizer quem mais uma foi sequestrada, é o fato de serem jovens.

- Nada de cor de cabelo, ou profissões iguais? - perguntei confusa. 

Geralmente esses psicopatas procuram garotas com o mesmo biótipo. 

- Não. Os policiais no começo não acharam que fosse o mesmo sequestrador, pois as garotas são aleatórias. Elas simplesmente desaparecem. Minha irmã foi a primeira, depois foi uma garota no primeiro ano de faculdade, outra foi em seu trabalho, outras em diversas ruas. E agora a última foi de sua casa. O que levou a polícia a achar que era o mesmo sequestrador foram os lugares que não são muito distantes entre si. 

- Essas garotas não se conheciam? - perguntou Sam. 

- Não... Nada em comum. 

Jason estava desolado e resolvemos sair para investigar melhor. Não poderíamos nos fingir de agentes do FBI e entrar na delegacia com uma pose qualquer já que os dois policiais já tinham nos visto. 

Sam olhava as reportagens sobre os sequestros e falou de repente. 

- Essa garota que foi sequestrada em sua casa... Ela morava no vigésimo andar. 

- As câmeras de segurança não conseguiram nada? - perguntei estranhando. 

- As câmeras a filmaram entrando em seu apartamento e depois mais nada. Não há sinais de arrombamento, mas há sinais de luta no quarto da garota e a janela estava aberta. - explicou Sam. 

- Não tem como ela ter sido levada pela janela. - disse Dean incrédulo. 

- Pelo menos não por uma pessoa normal. - disse Sam. 

- Isso está virando um caso nosso, ou é impressão minha? - sorri. - Acho que devemos ir até as casas dessas garotas. Algo me diz que descobriremos uma boa pista. 

Os dois assentiram e nós nos dividimos. Cada um de nós visitaria a casa de suas garotas e depois nos encontraríamos na frente da última casa. 

[...]

Bem... Talvez eu estivesse enganada. Não encontrei nada de estranho na casa das garotas. Elas pareciam completamente normais. Seus familiares disseram que suas filhas eram muito queridas e não costumavam se meter em encrencas. Eram boas garotas. 

O entardecer já estava presente quando me juntei aos garotos em frente ao apartamento da última vítima. 

- Encontraram alguma coisa? - perguntei assim que cheguei perto o suficiente. 

Dean sorria de um jeito estranho encostado em seu carro, mas quem se pronunciou primeiro foi Sam. 

- Encontrei isso aqui... - ele ergueu a mão com um pedaço pequeno de algo preto. 

Franzi o cenho e peguei o pequeno objeto o analisando com cautela. 

- Parece... Uma escama. - falei meio indecisa e olhei para Sam que assentiu. 

- E você Dean?

- Virgens. - disse sorrindo malicioso. 

- O que? - perguntei sem entender, seu irmão franziu o cenho tão confuso quanto eu. 

Dean sorriu mais largo. 

- Virgens, todas as garotas eram virgens. 

- E como você pode ter tanta certeza? - o desafiei colocando minhas mãos na cintura.

- Simples minha cara Swan. - revirei meus olhos. - Primeiro, as garotas tinham entre 16 e 22 anos. - começou a enumerar com os dedos. - Segundo, os quartos das duas garotas que visitei eram extremamente infantis para as suas idades, Sammy também percebeu isso e acho que no seu caso também. 

De certo ponto os quartos que visitei realmente eram um tanto infantis. Paredes cor-de-rosa, camas cheias de bichos de pelúcia, dizeres extremamente românticos nos murais de fotos. E nenhuma foto um pouco mais ousada com algum namorado.  

- Isso não quer dizer que todas são vir...

- Terceiro. - me cortou e eu bufei. 

Dean sorriu largamente e puxou um pequeno caderno cor-de-rosa do bolso e o abriu, lendo em seguida.

- "...amanhã será o grande dia, entregarei meu pote de ouro ao meu doce e amado Peter..." 

- Roubou o diário da garota! - acusei. 

Ele apenas revirou os olhos. 

- O fato é que as garotas eram virgens, admita.

- Tudo bem, talvez você esteja certo... Mas antes vamos ver o apartamento da mais recente desaparecida. - indiquei o prédio ao meu lado. 

- Qual vai ser a desculpa que usaremos? O apartamento deve estar cheio de policiais. - Sam estava pensativo. 

- Usamos a mesma desculpa que usou para o seu amigo. Somos detetives particulares. - sorri e ele assentiu. 

O apartamento não estava cheio de policiais, apenas 5 na sala e mais 3 pelos corredores. Ok, estava cheio de policiais. A família estava desolada.

- O que fazem aqui? - perguntou grosseiramente o mesmo policial que estava na casa de Jason hoje mais cedo. 

- Não sei se Jason falou para vocês, mas somos detetives particulares. - disse Sam. 

- Não, não disse. Disse apenas que eram amigos seus. - o homem de meia idade respondeu com seus olhos negros nos analisando. 

- Não vamos atrapalhar o trabalho de vocês. Seremos praticamente invisíveis. - sorri levemente me aproximando. - Meu pai era policial e vivia reclamando dos detetives que atrapalhavam as investigações, não somos desse tipo. 

- Você é muito nova para isso, não acha? - perguntou desconfiado. 

Sorri largamente. 

- Comecei muito cedo, como eu disse, meu pai era policial. 

Ele assentiu ainda desconfiado e nos alertou. 

- Não atrapalhem a nossa investigação. 

- Sim senhor. - ironizou Dean. 

Revirei meus olhos. 

Seguimos para a cena do crime. Havia apenas uma mulher sentada na cama chorando copiosamente. 

- Vocês são detetives não é? - perguntou entre soluços. 

Sentei ao seu lado e segurei sua mão. 

- Vamos achar Juliet. - tentei confortá-la. - Ela é sua filha?

- Não... Mas é como se fosse. Seus pais morreram quando ela era muito nova. Eu sou sua tia e a criei desde então. Ela se apegou muito a religiosidade após aquela tragédia. Queria virar freira... Fez até voto de castidade. 

Dean sorriu provocativo para mim. Mandei-lhe um olhar duro. Isso não era hora!

Os dois olhavam discretamente pelo quarto enquanto eu distraia a mulher. 

- É um destino muito nobre. - sorri levemente. 

- Sim! Ela é um anjo em nossas vidas. Deus vai protegê-la! - apenas assenti. 

- O que é isso? - perguntou Dean com uma caixa de joias toda decorada em suas mãos. 

- É a caixa de joias da mãe de Juliet! - falou espantada a mulher. - Mas onde estão as joias? Os colares de ouro? 

- Só encontrei a caixa e ela já estava vazia. 

- Juliet costumava ficar horas sentada a cama apenas observando as joias da mãe. Não pelo valor monetário, mas por se sentir mais próxima dela. 

- Acho que devemos ir. - murmurou Sam. 

Eu e Dean concordamos. Deixamos a mulher chorando no quarto e no corredor cochichamos. 

- Eu encontrei outras escamas no parapeito da janela. - falou Sam. 

- Eu disse que eram virgens. - Dean sussurrou vitorioso. 

- Dean! - repreendeu Sam. 

Ele revirou os olhos. 

- Também tinha uma escama na caixa de joias. 

- Então estamos procurando um lagarto que voa fissurado em joias e virgens? - perguntei descrente. 

Dean sorriu largo e Sam me olhou sério. 

- A convivência com Dean está te fazendo mal. 

- Cala a boca! 

POV Dean

Voltamos para o apartamento do tal Jason e Sammy começou a pesquisar em seu computador. Concentrei-me no diário do nosso pai e Mary no do pai dela.

- Isso é estranho... – murmurou meu irmão. – Quando eu coloco no Google “voar + ouro + virgens” todos os sites que aparecem são sobre dragões.

Olhei entediado para Sammy.

- Não existem dragões.

- Na verdade... Eu acho que existem sim. – murmurou Mary olhando para o diário do seu pai. – Papai escreveu algo sobre uma caçada de um monstro que parecia um morcego gigante cheio de escamas e derretia ferro com suas mãos. Com uma força maior do que a nossa.  Ele o matou com uma espada deixada por seu avô... Há! Darei um beijo em quem me disser qual o nome da espada que ele usou para matar o dragão!

- Excalibur? – perguntou Sammy.

- Nerd. – revirei meus olhos.

Mary abriu um largo sorriso e correu até Sam dando-lhe um estalado beijo na bochecha. Revirei meus olhos... E fica de frescurinha para dormir comigo! Como se eu fosse fazer algo que ela não queira.

- E seu pai por acaso deixou para você esta espada?

- Não tenho certeza Dean, vou olhar no meu baú. Empresta a chave do Impala? – joguei para ela que saiu saltitante pela porta.

- Pela lenda dos dragões, eles protegem um tesouro, o que explica as joias roubadas. E protegem princesas enclausuradas, o que explica as virgens sequestradas. – divagou meu irmão.

- Mas não têm castelos em Nova Iorque.

- Nem cavernas...

- Mas tem um extenso esgoto embaixo da cidade.

Assentimos e seguimos para a porta, mas qual foi a surpresa ao nos depararmos com policiais nos dando voz de prisão por falsidade ideológica e outros crimes de falsificação. Ótimo!

O amigo de Sammy nos olhava com olhos esbugalhados enquanto éramos arrastados para fora. Bufei e olhei puto da cara para meu irmão.

- O que? – perguntou.

- Eu avisei... – disse bravo e ele revirou os olhos.

Moleque!

Fomos colocados no camburão, mas antes de entrar reparei que meu carro não estava do outro lado da rua onde deveria estar.

- Mary vai caçar sozinha. – constatou Sam.

Assenti nervosamente.

- Temos que sair daqui.

Fomos direto para a delegacia e separados nas salas de interrogatórios. Aquilo era perda de tempo. A noite já tinha chegado e Mary provavelmente entraria nos esgotos atrás do dragão. Eu sei que ela é capaz de matar a criatura sem problemas, mas algo me diz que ela terá problemas.

Uma palmada forte na mesa de interrogatório me chamou a atenção.

- O que fazem aqui Winchester? – perguntou o policial de cabelos escuros e olhar “amedrontador”.  – Você e seu irmão estão sendo procurados em mais de 7 estados por diversos crimes de falsificação, roubo, invasão de propriedade pública e privada, falsidade ideológica... Que tipo de lunáticos são vocês?

Revirei meus olhos e mais uma vez ele bateu com toda a força na mesa.

- Fale! Eu quero saber a verdade!

- Quer saber a verdade? Então está bem. – sorri irônico e cruzei os braços sobre a mesa. – Nós somos caçadores. Caçamos monstros, fantasmas, demônios e diversas outras criaturas. E você deveria nos agradecer por salvar essa sua bunda peluda todos os dias.

- Se fazer de louco não vai ajudar na sua defesa Winchester.

Bufei. Eu não tinha tempo para essas merdas.

- Quer saber o que viemos caçar nessa cidade? Dragão. É ele que está sequestrando as garotas virgens. É dele as estranhas escamas negras que vocês com certeza encontraram em todas as cenas de crimes. E se não nos soltarem agora, mais garotas serão sequestradas e sinceramente eu não sei o que ele fará com elas.

Algum outro policial bateu a porta chamando o que estava me interrogando. Provavelmente para avisar que Sammy tinha contado a mesma história. Não demorou muito para que um comedor de rosquinhas me levasse até uma cela onde podíamos ver tudo o que acontecia na delegacia.

Um travesti me mandou uma piscadela e meu irmão que já estava enjaulado sorriu divertido.

- Fique longe. – apontei o dedo para o cara que mandou um beijo.

Revirei os olhos.

- Você poderia ligar para o seu amigo.

- Já fiz isso. Ele já deve estar chegando.

Dito e feito ele chegou e veio diretamente para nós. Sua feição estava fechada.

- Jason, escuta antes de qualquer coisa. Meu pai não era detetive, era caçador. Nós caçamos monstros. E a polícia não consegue achar o sequestrador das garotas porque é um monstro. Um dragão para ser mais exato. Se não nos tirar daqui nós não sabemos o que poderá acontecer com as garotas.

- Minha irmã está viva? – perguntou tentando se controlar.

Era surreal demais para qualquer pessoa normal aceitar o sobrenatural. Mas Jason tentava focar no que era importante. O que ele tinha a perder? Se nos soltasse nada, se nos deixasse presos à chance de sua irmã morrer.

- A possibilidade é grande. – respondi.

Ele assentiu e se dirigiu aos policiais.

Uma correria iniciou na delegacia e a policial que estava na casa de Jason quando chegamos tinha os olhos arregalados e a roupa rasgada.

- Jessica! O que aconteceu!

- Outra garota foi sequestrada. – respondeu pausadamente.

- Você viu o sequestrador?

Ela foi colocada em uma cadeira enquanto todos prestavam atenção em seu relato.

- Eu acho que estou ficando louca. – ela já chorava.

- Acredite querida, você não está louca! – chamei a atenção para nós.

- Era um monstro... Um homem que se transformou em um monstro cheio de coisas pretas pelo corpo, como escamas, seus pés eram garras e ele derreteu minha arma com as mãos. A garota que estava com aqueles dois me ajudou a levantar e mandou eu correr. Eu ainda pude ver o monstro pegá-la pelos ombros e voar para longe. – disparou a falar.

- Vocês precisam tirar a gente daqui! Vocês não têm condições de lutar contra um dragão. – avisou Sam nervoso.

- Escuta! Mary estava com uma espada? – perguntei a policial que negou ainda chorando.

- Ela não deve ter tido tempo.

- Vocês não tem o que perder nos soltando. Mas se nos deixarem aqui 9 garotas poderão estar mortas antes do dia clarear!

POV Bella

Droga! Droga!Droga! Droga!

Grunhi batendo na grade da cela. Eu não acredito que dei um mole desses.

- Não adianta, as barras não se movem nenhum um pouco. – choramingou uma das garotas.

Só então reparei nelas. Todas estavam encolhidas em um canto. Vestiam vestidos brancos. Algumas estavam feridas e todas pareciam extremamente abaladas.

- Vocês estão bem? – perguntei me aproximando.

Algumas assentiram e outras choravam.

- Quem é a irmã de Jason? – perguntei e uma garota ergueu o braço timidamente.

Sorri.

- Seu irmão está louco atrás de você. Não se preocupem, sairemos daqui ainda hoje.

- Como?

- Meus amigos vão chegar logo.

Olhei por toda a volta tentando achar alguma arma, mas tudo o que eu encontrei foi uma pilha de joias de ouro empilhadas em um canto. O cheiro daquele lugar me embrulhava o estômago. Eu odiava esgotos.

Sentei no chão e aguardei o resgate. Infelizmente não tinha nada que eu pudesse fazer. Pelo menos não por enquanto.

[...]

O som de pegadas nos chamou a atenção. Fiquei atenta. O dragão ainda não tinha aparecido depois que me jogou para dentro da cela.

Respirei aliviada quando avistei Sam.

- Sam! – gritei.

Ele sorriu e veio em nossa direção.

- Você está bem? – assenti.

- Vocês pegaram a espada?

- Está com Dean.

- Cuidado! – berrou uma garota e só então vimos o dragão voar em direção a Sam o pegando pelo pescoço.

- Sam! – gritei querendo ser capaz de atravessar pelas grades para ajudá-lo.

Os dois começaram a brigar e pude escutar mais passos se aproximando. De repente Dean foi jogado no chão e a espada que ele empunhava caiu ao chão. Mas Dean foi rápido em pegar a espada e desviar do ataque do outro dragão, em seguida o acertou no coração. Raios vermelhos apareceram pelo corpo da criatura antes dela cair ao chão completamente sem vida.

Voltei minha atenção para Sam que conseguiu chutar o dragão em direção à cela.

Rapidamente pulei me pendurando ao topo da cela e passei meus pés entre as grades trançando minhas pernas envolta do pescoço do dragão. Dean jogou a espada para Sam que acertou o coração da criatura imobilizada por mim.

Assim que soltei o corpo me deparei com vários olhos esbugalhados de policias. Sorri.

- Olá! – cumprimentei.

Dean revirou os olhos e foi até a porta da cela atirando nas dobradiças. Ele arrebentou a porta libertando as garotas que correram em direção aos policiais. Caminhei lentamente com o olhar do caçador em cima de mim.

- O que? – perguntei confusa.

- Você é virgem. – ele parecia chocado.

Minhas bochechas ficaram vermelhas.

- Isso não é da sua conta! – respondi brava.

- Você é virgem. – arregalou os olhos tendo certeza.

- Cala a boca. – bufei.

- Você é virgem!

- Mas que porra Dean! Não quer pegar um megafone e gritar para toda a cidade ouvir?

- Desculpa, mas eu ainda estou chocado.

- Não sei por que está tão chocado. – murmurei.

Dean olhou para Sam incrédulo.

- Ela não sabe Sammy. – ele apenas riu.

- Vamos embora, estou cansada. – pedi querendo mudar de assunto.

- Hey Sam! – chamou Jason abraçado a irmã. – Os policiais não querem mais prender vocês, se quiserem ficar lá em casa para descansar.

- Obrigado Jason.

Seguimos para a casa do amigo de Sam que correu tomar banho primeiro. Suspirei e fui em direção à cama de casal. Me joguei sorrindo ao perceber que Dean imitava o meu movimento.

Ele fechou os olhos.

- Ficou cansadinho paixão? – perguntei sorrindo.

Em um movimento rápido ele se virou e ficou sobre o meu corpo.

- Ainda tenho disposição, se é que você me entende. – piscou de maneira maliciosa.

Não consegui segurar a gargalhada.

- Você está fedendo Dean. – disse o empurrando.

Ele bufou.

- Não está muito diferente de mim. – apontou ele.

Revirei meus olhos e segui para o banheiro assim que Sam saiu apenas com uma toalha enrolada na cintura. Oh meu pai! Multiplica senhor, multiplica!

- Dean você não quer trocar de lugar com o seu irmão, não?

Sam ficou sem graça com o meu olhar. E Dean bufou. Gargalhei antes de seguir para o meu banho. Até parece que eu iria fazer alguma coisa com qualquer um dos dois. Tomei um banho relaxante.

Quando saí Dean me olhava impaciente. Sorri e pulei na cama penteando meus cabelos molhados. Sam lia um livro qualquer deitado em sua cama.

- Vocês contaram a verdade para a polícia? – perguntei divertida.

Sam sorriu.

- Eles quase nos mandaram para o hospício.

Gargalhei.

- Obrigada por terem ido atrás de mim.

- Você já faz parte da família Mary, nunca te deixaríamos. – assenti e levantei indo até ele.

O abracei e sentei ao seu lado.

- É muito ruim caçar sozinha. E apesar das briguinhas bobas com o Dean, estou gostando de caçar com vocês.

- Quanto tempo ficou sozinha Mary?

- Muito tempo Sam... Muito tempo. – suspirei olhando a parede do outro lado do quarto.

Minha mente vagando ao meu passado. Estremeci com algumas lembranças e fui para a minha cama quando Dean saiu do banho. Ele não fez gracinhas, respeitou meu espaço na cama. Mas eu não dormiria bem essa noite, pois eu tinha que vigiar os meus próprios pensamentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

http://mahfics.blogspot.com.br/