Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 5
Capítulo 4 - A Cigana


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpem a demora. Estou meio enrolada com a faculdade. Mas aí vai o capítulo, espero que gostem.



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4 - A Cigana 

POV Sam

Logo que Dean estacionou na frente do cemitério eu entrei no carro. Mary já estava no banco de trás com os lábios roxos de frio.

Tive que segurar o riso ao ver os dois completamente encharcados e Dean bufando por molhar o Impala. 

- Vou enxugar você meu bebê, não se preocupe. - dizia enquanto Mary revirava seus olhos. 

- Eu preciso de um banho quente. - reclamou ela batendo os dentes no banco de trás. 

- Poderia ter sido mais rápido não é Sammy! Assim eu não precisaria pular no lago para salvar a donzela. - provocou meu irmão. 

- Não adianta jogar na cara paixão, para mim você sempre foi e sempre será um amador. - a garota mandou uma piscadela e gargalhou quando Dean fechou a cara. 

Tive que acompanhá-la. 

Meu irmão seguiu para a estrada rumo à cidade vizinha. Mas o bater de dentes de Mary já estava me preocupando.

- Vamos parar logo Dean. Vocês precisam de um banho senão pegarão um belo resfriado. 

- Até parece que um resfriado de merda vai me derrubar. 

[...]

- Sammy! - gritou Dean. 

- O que? - perguntei segurando a raiva. 

- Trás o controle. - ordenou. 

Trinquei os dentes e peguei o controle que estava em cima da TV e lhe entreguei. Meu irmão fez o favor de espirrar praticamente na minha cara. 

- Foi mal. - fungou. 

Fechei a cara e fui até a mesa onde Mary estava lendo um artigo. 

- Ele é pior do que criança. - comentou ela rindo. 

- Vai rindo... Daqui a pouco será você a empregadinha. 

Ela gargalhou alto. 

Estávamos há um dia e meio nesse hotel. Sem nenhum trabalho em vista, já que Dean foi derrubado por um resfriado. E eu estava pensando em uma desculpa para sair daquele quarto antes que Dean...

- Sammy! - contei até dez mentalmente antes de responder.

- O que?

- Eu quero torta. 

- Ótimo! Vou comprar! - praticamente corri para fora. 

POV Bella

Gargalhei ao ver o desespero de Sam. Nunca imaginei que Dean seria daqueles doentes carentes. 

- Pega leve com seu irmão. 

- Não sei do que está falando. - murmurou ele rindo do desenho animado que passava na televisão. 

- Não? - ergui minhas sobrancelhas. - Sammy estou com frio. Sammy estou com sede. Sammy estou com calor. Sammy eu quero meu telefone. Sammy eu quero o computador. Sammy...

- Ok! Já entendi. - me cortou com uma careta. 

Ri com pena de Sam. Dean ficou o dia inteiro pedindo coisas a ele, o coitado mal pode ir ao banheiro. Para mim ele não pedia nada, pois sabia que eu iria tirar com a sua cara. 

Continuei lendo um artigo sobre literatura e acabei me perdendo no tempo. Despertei quando escutei Dean resmungar. Ele estava com os olhos fechados e se enrolava no cobertor. 

Aproximei-me e toquei sua testa. Ele estava febril. 

Corri até o banheiro e molhei a toalha de rosto para tentar esfriar Dean. Ele resmungou um pouco e me surpreendeu ao agarrar minha cintura e me puxar para cima da cama. 

- Uou! Vai com calma Cowboy! - disse mesmo sabendo que ele não iria me responder. 

Dean se aconchegou em minha barriga e me chamou de mamãe. Segurei a gargalhada. Sua temperatura começou a baixar e seus resmungos também pararam. Não demorou muito para Sam chegar ao quarto. 

Ele ergueu uma sobrancelha para mim. 

- Não olhe desse jeito para mim, seu irmão acaba de me chamar de mamãe. - disse rindo. 

Sam riu também colocando a torta sobre a mesa de cabeceira. 

- Eu acho que tenho um caso para nós. - disse sentando-se na cama ao lado. 

- Aqui na cidade?

- Sim... Na confeitaria estavam dois policiais comentando sobre um caso. Parece que um corpo foi encontrado completamente mutilado. A explicação racional foi ataque de animal, porém que animal deixaria o corpo sem nenhum sangue?

- Chupa cabra? - sorri largamente. 

- A convivência com Dean está te estragando. 

Tive que rir. 

- Essa cidade é meio pequena para vampiros, não acha? - murmurei pensativa. 

- Também estranhei, eles geralmente andam em grandes bandos e em cidades grandes já que o alimento é farto. 

- Vai ver é um vampiro perdido... Ou abandonou seu bando. - dei de ombros. - Em todo caso podemos dar uma olhada hoje à noite. 

- E Dean?

- É melhor deixar ele descansar. Será rápido e fácil acabar com esse vampiro. 

Sam concordou comigo e foi separar algumas armas. Livrei-me dos braços de Dean e fui pegar o meu facão. 

POV Sam

Já era noite quando saímos para caçar. Dean ainda dormia profundamente, mas sua aparência parecia melhor. 

Eu e Mary seguimos pelas calçadas revistando becos escuros. Mas foi quando passávamos na frente de uma loja de artigos antigos que algo muito estranho aconteceu. 

Uma senhora estava sentada ao chão. Ela vestia uma blusa amarela e uma saia longa vermelha. Tinha muitos colares dourados e pulseiras nos braços. Os cabelos parcialmente brancos se alongavam até o chão. Só o fato dela estar ali já era bem estranho, mas para transformar aquilo num fato ainda mais bizarro ela segurou na mão de Mary que pulou de susto. 

Ela me lançou um olhar arregalado e eu iria ajudá-la a se livrar da mulher quando a velha disse. 

- Deixe que essa velha cigana leia sua mão. 

- Eu não tenho dinheiro. - resmungou Mary. 

- Não vou lhe cobrar nada. 

- Não quero. - Mary tentou puxar sua mão, mas a velha cigana a prendeu com força. 

- Isso tudo é medo do seu futuro... Oh não! Isso é medo do passado! - sorriu maliciosa a cigana. - Não pode fugir por muito tempo querida, quando menos você espera o passado se torna seu futuro. 

Mary parou de puxar o braço e olhou de modo sombrio para a cigana.

- Meu passado está morto. - puxou o braço com força se livrando da velha e me puxou para continuar andando. 

- Essa pode ser uma definição para ele! - gritou entre risos a cigana. 

- Mary. - chamei, mas ela me ignorou e continuou a me puxar pela calçada. 

POV Bella

Ele... Sim, ele estava morto, mas ainda vivo. A cigana não se referia ao passado e sim a certo vampiro. 

Tentei não olhar para Sam. Eu sabia que ele me olhava fixamente, tentando descobrir em minha expressão o que tanto me incomodava. Ele sabia que era sobre o meu passado, mas ele não fazia ideia da gravidade. 

- Mary, por favor... - Sam se colocou em minha frente. - Eu sei que algo em seu passado a machucou muito. Eu vejo isso em seu rosto, você é um livro aberto. 

Fechei os olhos sentindo meu coração doer com sua expressão. 

- Às vezes compartilhar os sofrimentos nos ajuda a conviver com eles. - Sam era um cara definitivamente muito gentil. 

- Obrigada Sam. - abri meus olhos. - Mas desta vez você está errado. Eu já compartilhei uma vez... E nada mudou, na verdade, só piorou. 

- Então a pessoa com quem compartilhou é uma completa idiota. - sorri. 

- Eu contei para o Cas.

- Castiel? - perguntou com os olhos arregalados, eu apenas assenti. 

- Quem melhor ouvinte do que um anjo? 

- Por um lado você tem razão, já por outro... Convenhamos, Cas não é o melhor com palavras. 

Ri levemente. 

- Verdade... Mas não quero mais falar sobre isso.

- Como se realmente tivéssemos falado algum assunto. - me olhou sério. 

- Não me pressione Sam, por favor. É só que... Dói demais falar. 

Sam suspirou. 

- Tudo bem... Vamos logo caçar o vampiro. 

Porém nossa caçada foi em vão. Não encontramos nenhuma pista entre as ruelas e becos então resolvemos voltar para o hotel. Minha cabeça estava girando, as palavras da cigana rondavam a minha cabeça. Nem mesmo as reclamações de Dean me fizeram esquecer aquelas malditas palavras. 

Num mundo tão grande não era possível que eu o encontrasse novamente, era? Por Deus! Será que nunca vou me livrar dos fantasmas do meu passado? Eu precisava de Cas agora. Mesmo com seu jeito bizarro ele me daria pelo menos uma direção a seguir. 

Suspirei cansada escutando os roncos dos garotos. Eu ainda estava com a mesma roupa de ontem a noite deitada em minha cama. Era quase dia e eu ainda não tinha pregado os olhos. Não vou mentir e dizer que não os escutei falando enquanto eu fingia que dormia. Sam estava obviamente preocupado, já Dean estava certo que deveriam me pressionar para falar de uma vez o que aconteceu em meu passado. 

Se eles me pressionassem eu ira deixá-los. Voltaria a caçar sozinha, já que não há jeito de sair dessa vida. Eu iria ficar mal por ficar longe dos dois. Eles me conquistaram de um jeito especial, mas não vou pensar duas vezes em tomar o meu caminho. 

POV Dean

Levantei me esticando. A gripe parecia ter passado e só meu nariz escorria um pouco. Olhei na direção da cama de Mary e percebi que ela dormia profundamente, mas sua expressão não era a das melhores. 

O que tanto aconteceu com essa garota? 

Aquele dia eu vi claramente em seus olhos o reflexo de fogo, um fogo que eu via em meus próprios olhos depois que voltei do inferno. Um fogo que me atormentava durante o sono e também durante o dia. Seja lá o que ela tenha vivido pode ter certeza que para ela foi um verdadeiro inferno. 

Sammy saiu do banheiro secando os cabelos com uma toalha. 

- Bom dia. 

- Dia. 

- Dean, eu acho melhor não falarmos nada com ela. - murmurou. 

- Eu sei... Estava pensando nisso agora. - falei baixo para não acordá-la. - Temos que arranjar um jeito de falar com Cas, ele parece conhecê-la muito bem. 

- Vou procurar alguns feitiços de invocação... Mas antes deveríamos achar o tal vampiro, escutei sirenes hoje quando acordei e tenho uma leve impressão que outra vítima foi encontrada. 

Assenti e fui até Mary acordá-la. 

- O que foi? - perguntou grogue. 

- Estamos indo até a polícia, parece que outro corpo foi encontrado e ao contrário de você e Sammy eu vim avisar e chamá-la para ir junto. - provoquei. 

Eu esperava que ela respondesse um "muito obrigada paixão" com a ironia que só ela sabia proferir. Mas ela apenas assentiu e levantou andando em direção ao banheiro. 

Franzi o cenho. Ela estava muito estranha. 

[...]

- Desculpe. - sorri sem graça enquanto o legista limpava os óculos, após meu espirro. 

- Como podem ver agentes, aí está o corpo. - falou mau-humorado. 

Mary ficou no carro enquanto nos passávamos por agentes do FBI. Ela realmente estava estranha. 

O corpo que foi encontrado hoje de manhã estava todo branco e o pescoço da mulher morta completamente estraçalhado. Ela tinha vários ossos quebrados pelo corpo. O estranho é que vampiros não costumavam fazer tamanho estrago em suas vítimas. 

Eu e Sammy voltamos para o carro pensando naquilo. Assim que narramos para Mary ela franziu o cenho. 

- Vamos dar uma olhada no lugar que o corpo foi encontrado. - sugeriu ela. 

Seguimos até o lugar. Um galpão abandonado sem nenhuma janela. Não tinha nenhum policial por ali, apenas a fita amarela indicando o local do crime. 

- Eu entro pela frente e vocês pelo fundo. - murmurou Mary. 

- Quem foi que te elegeu a líder do grupo? 

Sammy e ela me olharam como se eu fosse idiota. Revirei meus olhos e segui para os fundos junto com meu irmão. 

Entramos fazendo o mínimo de barulho possível, e fomos surpreendidos ao avistar Mary parada no meio do galpão com um homem a sua frente. Ele se aproximou lentamente. 

- Bella? É mesmo você? - perguntou ele com uma voz macia, estranha. 

Os olhos de Mary estavam arregalados. 

- Laurent. - troquei um olhar com Sam. 

Ela conhecia o cara. Mas por sua expressão eu percebia que estava longe de ser um amigo. 

- O que faz nessa cidade sozinha?

- Não estou sozinha. - respondeu muito rápido. 

- Que estranho, não senti o rastro dos Cullen por aqui. - sentir rastro?

- Só vim eu e Edward. - a voz de Mary soou estranha, como se sua garganta estivesse fechada. - Sabe, procurando uma cidade para morarmos após a transformação. 

Laurent sorriu e andou lentamente até Mary. 

- Sabe Bella... Eu acho que você está mentindo. 

- Se fizer alguma coisa eles irão atrás de você. - o tom era de ameaça, mas ela estava com medo, eu poderia ver de longe. 

- Você é um livro aberto criança. - disse ele pegando uma mecha do cabelo da garota e cheirando. - E com um cheiro... De dar água na boca. 

Definitivamente aquilo já tinha ido longe demais! Tirei minha arma do cós de minha calça e me dirigi até eles, mas antes que eu completasse o movimento senti um puxão no ombro. 

Virei-me pronto para atirar, mas era Cas. Ele segurava meu irmão também. 

- Não se metam. - disse ele sem dar brecha para argumentação. 

Voltamos nosso olhar para Mary e o tal Laurent. 

- Eles irão atrás de você Laurent, não faça nada do que pode se arrepender. 

O homem afastou o rosto para olhá-la nos olhos, neste momento eu notei que a cor dos olhos dele eram de um vermelho sangue que fez minha espinha gelar. O que diabos era ele? Demônio?

- Eu acho que você está mentindo... Se você fosse tão importante para eles, eles não teriam te deixando assim... Sozinha... Principalmente com esse cheiro doce. Eu gosto de você, não leve para o lado pessoal. Eu até estou saciado depois das minhas duas últimas vítimas, mas estou querendo uma sobremesa... - ele a segurou pelos braços e a puxou para ele. 

- CAS! - um clarão nos cegou e o homem desapareceu diante de nossos olhos. 

Mary estava sentada no chão com os olhos perdidos e Castiel em sua frente. 

- O passado se torna seu futuro. - sussurrou ela enquanto lágrimas escorriam por seu rosto de menina.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo teremos os Cullen ;)
http://mahfics.blogspot.com.br/