Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 25
Capítulo 24 - O profeta, a Lança e a Placa


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpem a demora. Para quem está lá no grupo do Face sabe que eu fiquei doente essa semana. Enfim, espero que gostem do cap ;)



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24 – O profeta, a Lança do Destino e a Placa

POV Dean

Levei a garrafa de cerveja à boca sem tirar meus olhos da tela do computador. Ali marcava a data de falecimento do escritor Chuck Shurley, o profeta que escrevia a minha história e a de Sammy e publicava como livros de ficção. De acordo com Cas só existe um profeta de cada vez no mundo. Quando este morre o próximo da fila toma seu lugar e continua seu trabalho.

Então tudo o que eu tinha que fazer é achar a pessoa que estava continuando os livros de Chuck.

Segundo o fórum dos fãs da série a editora estava empenhada em uma espécie de história do mesmo gênero com novos personagens. Com a desconfiança dos admiradores a editora postou o primeiro capítulo do tal livro e qual foi minha surpresa ao ler o meu primeiro encontro com Mary. Os nomes eram diferentes, mas a história era exatamente igual a o que tinha acontecido.

Segurei o riso com a descrição de Mary.

- Cabelos longos castanhos avermelhados com o ar selvagem contrastando com a pele pálida da mulher de corpo esguio e aparentemente frágil. Seu rosto demonstrava o mais perfeito tédio enquanto em sua mão esquerda balançava o copo de whisky. Seus olhos como chocolate derretido fitavam o líquido âmbar como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Vestida com uma calça jeans escura extremamente justa ao corpo, botas pretas de salto agulha, camisa com transparência preta e por cima uma jaqueta de couro que instigava a mente da ala masculina do bar. E não foi diferente para os dois experientes caçadores. O mais velho não pode se conter e ajeitando a própria jaqueta verde ao corpo e limpando a garganta para que sua voz soasse mais rouca e sedutora que o normal...

- E nesse momento ele levou o maior fora de sua vida. – riu Sammy folheando um dos antigos livros de Bobby.

- Não teve graça. – bufei revirando meus olhos. – A boa notícia é que encontramos nosso profeta.

Rolei a tela e achei o nome do autor, ou melhor, autora.

- Jéssica Stones. É a nossa profeta. Cas! Temos trabalho! – chamei e o anjo logo apareceu ao meu lado.

- O arcanjo que a protege não é muito amigável.

Ergui uma sobrancelha para o anjo.

- E desde quando eles são?

Castiel limpou a garganta.

- Eu e Uriel tivemos alguns problemas no passado.

- O que aconteceu? Ela não te quis garanhão?

O anjo me olhou entediado.

- Não são aconselháveis esse tipo de relação entre anjos. – então ficou um tanto sem graça. – Mas de fato eu meio que quebrei seu coração.

Não consegui segurar o sorriso.

- Sammy! Nosso menino está crescendo!

Meu irmão revirou os olhos enquanto eu levantava e ia para o lado de Cas.

- Vamos logo até a profeta, te darei umas dicas pelo caminho.

- Eu não preciso de... Isso não vai acontecer Dean.

- Vamos logo Cas.

O anjo suspirou e colocou uma de suas mãos em meu ombro. Logo estávamos em frente a uma casa branca e simples. O lugar parecia pacífico dado as crianças correndo na calçada de maneira despreocupada. Então uma cadeira voou pela janela... Ok, retiro o que eu disse.

Corri em direção a porta já metendo o pé na mesma. Minha arma em punho apontando para todos os lados.

- Eu já disse para me deixar em paz Uriel! – a garota definitivamente tinha potência em sua voz.

Abaixei minha arma ao avistar duas mulheres. Uriel tinha os cabelos loiros e presos em um coque. Olhos azuis. Usava um terninho preto e tinha os braços cruzados no peito. Ela não parecia muito feliz com a outra mulher que tenho que dizer... Babei.

Uma ruiva de parar o trânsito com olhos verdes e corpo escultural. Estava vestida com um vestido floral que a deixava com ar inocente.

- Olá Dean, Castiel. – cumprimentou ela sem olhar para nós. – Você não precisava ter estourado a minha porta.

Franzi o cenho.

- Desculpe. – murmurei.

- Precisa vir conosco Jessica. – pediu Cas.

- Eu sei. Já estava os aguardando quando esse arcanjo louco começou a dar seus ataques. – Jessica não parecia muito feliz com as atitudes de sua protetora.

Uriel bufou.

- É perigoso.

- Isso quem decide sou eu. – Jessica falou apoplética. – Vamos logo.

Ok. Isso foi mais fácil do que imaginei. Castiel nos levou para a casa de Bobby.

Sentei ao sofá com uma garrafa de cerveja em mãos. A profeta estava sentada ali também com as pernas cruzadas e o braços da mesma forma. Os olhos fechados e uma expressão de poucos amigos.

- Olha... Eu sei que essa situação é... – comecei, mas fui cortado com um aceno de mão e minha cerveja roubada.

Olhei chocado para a ruiva que levou a cerveja os lábios e me fitou com intensidade.

- Olha Dean... Você não precisa dar uma de consolador. De repente comecei a ter visões de você e outros caçadores, visões que me faziam vomitar e perder o sono. Depois de três anos a gente acaba se... Acostumando. Eu caí de cabeça nessa merda e agora tenho que continuar. Não gosto disso, mas não posso fugir. Então... – deu de ombros.

- Vamos fazer de tudo para protegê-la. – garanti com certa simpatia pela garota.

- Eu sei.

- Dean! – a voz de meu irmão soou chamando nossa atenção.

Ele estava parado na soleira da porta com um livro antigo em mãos.

- Temos uma pista sobre a lança... Ao que tudo indica ela está... Você não vai acreditar, mas você se lembra das igrejas construídas por Samuel Cout?

- Aquelas em Wyoming que formão uma imensa armadilha para demônios? No mesmo lugar que terminamos com o demônio de olhos amarelos? – arregalei meus olhos.

Sammy assentiu.

- Aquele mausoléu era uma porta para sair do inferno. Levamos quase um ano para mandar de volta os demônios que escaparam. – lembrei.

- Sim, mas nunca paramos para pensar o que seria capaz de abrir caminho entre o nosso mundo e o inferno.

- Não lembro de nenhuma lança por lá.

- Mas de acordo com esse texto a Lança do Destino é uma arma tão poderosa que é capaz de abrir caminho entre os mundos. A chance de encontrarmos pistas por lá é grande Dean.

- Então vamos para lá. – levantei-me do sofá. – Se essa lança pode mesmo abrir um portal ela será de grande ajuda para destruir a placa.

[...]

POV Bella

Edward ainda estava chocado com o fato de eu ter escondido a placa no Vaticano. Mas veja bem, o lugar é consagrado. Os demônios até poderiam encontrá-la e pegá-la, mas garanto que não conseguiriam sair do país.

Há anos descobri que havia uma enorme armadilha de demônio envolvendo todo o Vaticano. Foi através de um velho sacerdote que hoje já está morto. Ele trabalhava para o papa quando eu procurava um lugar para esconder a placa. Julian o profeta que estava me acompanhando na época tinha acabado de ser morto e eu me vi sem escapatória com aquele tão valioso objeto.

Eu não poderia simplesmente ir atrás de outro profeta arriscando sua vida para fazer a leitura das palavras de Deus. Então tentei destruir a placa de todas as formas possíveis. Cas me ajudou, mas na época ele não era um anjo tão importante e não teve muito sucesso em busca de informações úteis. Resolvemos então espalhar o boato que a placa havia sido destruída.

Castiel teve que promover uma série de eventos catastróficos no planeta para que a destruição de objeto tão poderoso fosse encarada como verdade. Afinal a destruição da palavra de Deus com certeza envolveria desastres naturais.

Esse sacerdote estava com problemas quando o conheci. Havia um demônio em sua cola e eu consegui salvá-lo das garras do aprendiz de diabo. O velho estava um tanto senil depois de fugir por tanto tempo de um olhos negros, quando eu o ajudei ele se agarrou a mim como sua última esperança.

Contou-me segredos da igreja e me levou para o Vaticano para me mostrar as centenas de documentos confidenciais. Entre eles um grande mapa e logo identifiquei a armadilha de demônios. Foi então que eu percebi que ali seria o lugar ideal para esconder a placa.

- Então... Onde exatamente está a placa? – Edward sussurrou em meu ouvido.

Estávamos em frente a Capela Sistina. O vampiro tinha um de seus braços sobre os meus ombros e eu enlaçava a sua cintura. Parecíamos um casal turista observando a beleza do lugar.

- Aqui. – respondi baixinho.

Senti meu estômago revirar com a expectativa. Meu vampiro parecia um tanto nervoso também.

- Há uma passagem secreta há algumas quadras daqui. Teremos que entrar no esgoto. – fiz uma careta. – Os túneis levam até uma saleta bem abaixo da capela. É lá que está a placa.

- Tudo bem... O que precisa que eu faça?

- Preciso que seja meus olhos Edward. Há armadilhas pelo caminho. Armadilhas que eu não conheço. Somente o velho sacerdote que me apresentou esse lugar sabia como dar cada passo para não morrer. Ele quis me ensinar, mas achei mais seguro não saber. – fiz uma careta com minha burrice passada.

- Então vamos. – ele segurou minha mão com firmeza e eu o guiei até o peco onde teríamos que adentrar o esgoto.

Edward puxou a grande rodela de ferro do chão e me ajudou a descer primeiro.

- Isso me lembra os túneis secretos dos Volturi. – comentou ele.

Quando ainda estávamos nos EUA ele havia me contado superficialmente sobre a tal realeza vampiresca que deixava dona Esme de cabelos em pé por tentarem roubar seus filhos.

- O escuro me deixa nervosa. – nãol consegui evitar falar.

Era horrível ser privada dos sentidos. E nesse momento tudo o que eu via em minha frente era preto. O cheiro não era lá muito agradável. Mas imaginei que estaria pior. A mão de Edward segurava firmemente a minha me passando um pouco de segurança.

- Venha cá. – sussurrou ele me puxando para o seu peito.

Senti suas mãos subindo pelas minhas costas e se infiltrando em meu pescoço, entre meus cabelos. Então sua boca veio de encontro a minha. Meu coração disparou imediatamente e minha respiração era vergonhosamente audível e ecoava pelo escuro corredor.

Sua língua infiltrou-se em minha boca lentamente, como se testasse minha reação. Senti-me derreter em seus braços e tenho certeza que meus olhos viraram em suas próprias órbitas. Minhas pernas ficaram bambas e eu duvidada que conseguisse ficar em pé sem apoio.

Então o vampiro afastou-se lentamente.

- Eu vou te proteger. Não tenha medo. Agora acho que evitaremos alguns problemas se você ficar em minhas costas. – sugeriu.

Apenas assenti sabendo que ele me enxergaria perfeitamente no escuro.

Apalpei seus ombros e logo ele me ajudava a subir em suas costas. Agarrei-me com toda a força que possuía e entrelacei minhas pernas em sua cintura. O vento não demorou a tocar meu rosto. Os passos de Edward eram silenciosos o que me deixava apreensiva.

Então o som de algo rachando me fez apertar ainda mais meus braços a sua volta.

- Edward? – perguntei trêmula.

- Você... Você tinha razão quanto as armadilhas. – gaguejou.

- Edward? – mais uma vez aquele som.

A impressão que eu tinha era que o túnel estava prestes a desabar sobre nós.

- Edward! – gritei para que ele se mexesse e assim ele o fez.

O vento se tornou mais forte e eu senti meu corpo ser praticamente jogado de um lado para o outro com as curvas que o vampiro fazia.

- Oh meu Deus! – gritei quando ele fez uma manobra rápida para a esquerda.

Então o som parou e o vampiro também.

Eu estava ofegante. Meu coração prestes a sair por minha boca.

- Bella? – Edward me puxou para ficar de frente para o seu corpo.

Minhas pernas ainda estava a sua volta.

- Tudo bem meu amor. Abra os olhos. Vai se sentir melhor. – sussurrou ele.

Sua voz estava um tanto assustada, mas pude notar o alívio.

Puxei o ar com força tossindo em seguida. O cheiro de pós era sufocante. Abri meus olhos me surpreendendo com a claridade. Fitei meu vampiro por alguns segundos. Estava assustada não vou negar.

Lentamente ele me colocou no chão.

- Estamos bem. Não entre em pânico. – pediu ele com delicadeza.

Foi então que eu consegui olhar o caminho percorrido por nós.

- Não entrar em pânico! – gritei apavorada.

De repente o ar me faltava.

- Edward! Como vamos sair daqui? – minha voz soou morta enquanto eu avistava o corredor completamente obstruído por pedras.

- Eu acho que pisei em uma armadilha e então tudo começou a desabar. – explicou o óbvio.

Quase o xinguei.

- Sairemos daqui. Não se preocupe. Além do mais eu acho que a placa deve estar atrás daquela porta. – apontou para algo as minhas costas.

Virei-me e assenti. Ele estava certo. O problema é que não havia outra saída a não ser o longo labirinto que percorremos.

Tentando paralisar minha mente de pensar o pior segui até a porta. Edward praticamente voou para me segurar.

- Não se preocupe. Tenho certeza que você já desativou todas as armadilhas desse lugar. – murmurei azeda.

O vampiro soltou um leve bufar e então me ajudou a empurrar a grande porta de ferro.

As coisas continuavam da mesma forma que me lembrava. A grande cúpula bem iluminada pelo teto de vidro colorido. O espaço oval completamente vazio exceto pelo pequeno baú localizado bem ao centro na sala.

Caminhei lentamente em sua direção e agachei-me abrindo o baú em seguida.

Lá estava ela. Uma pequena peça de pedra toda preenchida por símbolos desconhecidos pela humanidade.

- É isso? – perguntou Edward próximo a mim.

Apenas assenti.

- É difícil assimilar que algo tão... Bobo como um pedaço de pedra pode nos trazer tantos problemas.

Ficamos em silêncio por alguns instantes para então eu me lembrar de um grande problema. Como diabos sairíamos dali?!

- Eu acho que já sei.

- Está lendo a minha mente? – estreitei meus olhos para o vampiro.

- Sabe muito bem que não posso ler sua mente. – revirou os dele para mim.

Mas então o sorriso arrebatador tomou conta de seus lábios.

- Quando estava fugindo do desabamento percebi que subimos alguns metros. E pelas mentes que eu escuto estamos próximos da superfície. Além do mais consigo sentir correntes de ar vindo dessas janelas. – apontou para o teto.

- E qual é exatamente seu plano?

- Pular. – sorriu largamente.

Arregalei meus olhos quando ele pegou a placa de minha mão e fez com que eu a abraçasse. Em seguida passou os braços ao meu redor e simplesmente pulou.

Oh meu Deus!

Fechei meus olhos com força e em seguida veio o grande estrondo.

Edward protegia meu corpo enquanto destruía as janelas. Quando percebi estávamos dentro da Capela Sistina rodeados por cardeais que faziam algum ritual estranho.

Eram cerca de 15 pessoas e a luz que iluminava lá embaixo era provavelmente das tochas que eles seguravam.

- Você poderia ter sido um pouco mais discreto, não acha? – perguntei em um sussurro.

- Desculpe. Pensei que apenas uma pessoa estivesse aqui. Só pude ouvir uma mente. – justificou-se ainda abraçado a mim.

Foi então que 14 pares de olhos se tornaram pretos como a noite e ou merda! Estávamos cercados por demônios!


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Notas finais do capítulo

Amanhã haverá mais um post ;)

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