Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 24
Capítulo 23 - O esconderijo


Notas iniciais do capítulo

Quase 500 comentários e 7 recomendações! Vocês são *odas :D Espero que gostem do capítulo. Bewards de plantão vão curtir ^^



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23 - O esconderijo

POV Bella

5 dias. Se passaram 5 dias e a conversa que eu pretendia ter com Edward não aconteceu. Eu era a merda de uma covarde. Ou talvez fosse apenas... Humana. A verdade era que por mais que eu insistisse em pensar que o vampiro era o grande vilão da história por me abandonar quebrando o meu coração, eu não conseguia mais ficar longe dele. Como odiar uma pessoa que quando está ao seu lado só lhe faz bem? 

Na manhã seguinte da primeira noite em que ele ficou comigo, Edward apenas sorriu desejando bom dia. Lembro-me que senti meu coração bater tão rápido que pensei que ele fosse sair por minha boca. Ele franziu sua testa com a minha falta de resposta e se aproximou. Imaginei que ele fosse me beijar então virei o rosto lentamente indicando que eu não permitiria. 

Seu rosto entristeceu e então ele ergueu o rosto beijou minha testa. Eu sabia que deveria ter falado alguma coisa, mas eu estava apavorada. Não queria perdoá-lo, mas também não queria perder sua voz calmante em meus ouvidos antes de dormir. Eu estava uma bagunça. 

Passamos o dia inteiro afastados. Na verdade eu passei o dia afastada de todos. Meu humor não estava dos melhores e nesses momentos é melhor se manter longe mesmo. Emmett não teve a mesma percepção que os outros e acabou levando algumas invertidas. Mas ele parecia não ligar. 

Emmett era o tipo da pessoa que não se ofendia com pouco. Era um bom amigo. 

Quando a noite chegou eu pensei que passaria em claro, porém fui surpreendida por Edward que deitou ao meu lado sem nada dizer e me puxou para o seu peito. Ficou fazendo carinho em meus cabelos e cantarolando uma música animada. Acabei dormindo sem ter pesadelos. E assim seguiu-se as 3 próximas noites. Nós não conversávamos, não nos beijávamos ou fazíamos qualquer outra coisa. Ele apenas estava lá por mim. E de manhã quando o encanto se quebrava e o meu medo reinava ele apenas me dava um beijo na testa e saía do quarto. 

Meu humor ficou um pouco melhor, durante o dia conversava com os outros. Assuntos banais. Não toquei no nome do rei do inferno ou falei de qualquer coisa sobrenatural. Eu precisava ir aos poucos. Era ridículo uma caçadora com a minha carga de experiência sofrendo por causa de um episódio traumático. Mas o que eu podia fazer? Negar para mim mesma que eu não estava passando por aquilo e me arriscar sair da proteção da casa para buscar a placa. Iria acabar morrendo nas ruas e nem seria por causa de alguma criatura sobrenatural. Provavelmente eu ficaria assustada com algum bicho na estrada e bateria o carro. Patético. 

Todavia eu precisava pegar a placa. Independente se acharmos um jeito de destruí-la ou não. Precisávamos dela em mãos. E confesso que eu estava ficando com medo de Crowley descobrir aonde eu a escondi. Ainda mais agora que ele sabe que eu estou com os vampiros. 

- Você está muito pensativa hoje. - a voz de Edward soou ao meu lado. 

- Estou preocupada com a proteção da placa. - respondi suspirando e olhando para seu rosto que pareceu se iluminar com a minha resposta, ou talvez fosse por que eu estava conversando com ele. 

- Pretende buscá-la? 

- Sim... O certo é eu ir sozinha. - observei seu corpo tencionar completamente e seus olhos demonstrarem medo. 

Ele estava com medo do que podia me acontecer na estrada. Eu também tinha o mesmo medo. 

- Não seria melhor que Sam e Dean te acompanhassem? - sugeriu nervoso passando sua mão pelo cabelo o bagunçando ainda mais. 

- Eles precisam esperar por Castiel. Eu duvido que ele consiga uma arma capaz de destruir a placa, mas é preciso esperar a confirmação. Então alguém terá que procurar um profeta e protegê-lo. - expliquei calmamente.

POV Edward

Essa nova Bella me encantava tanto quanto a Bella adolescente. Por mais que ela estivesse com medo do que teria que enfrentar ela estava ali, pensativa, bolando planos para cumprir seu objetivo. Mas infelizmente algo não mudou. Ela preferia seguir sozinha a aceitar ajuda. Porra, ela estava traumatizada, eu via em seus olhos o seu medo, e via também que ela tinha consciência da sua condição. Ela não poderia ser tão irresponsável ao ponto de enfrentar uma estrada sozinha sabendo que tinha todo um inferno, literalmente, atrás dela.

Sentindo meu medo crescer cada vez mais forte segurei sua mão entre as minhas e olhei diretamente em seus olhos.

- Não vá sozinha, por favor. - implorei.

Minha voz estava baixa e amedrontada.

- Chame Jasper, Emmett, Alice... Até mesmo Rosálie para te acompanhar, mas não vá sozinha. Você não está sozinha. Não precisa fazer isso sozinha.

Seus olhos me fitavam intensamente e mais uma vez eu estava louco para saber o que ela estava pensando. Então um pequeno sorriso apareceu em sua boca.

- Quantos "sozinha" nessa sentença.

Não tinha graça. Eu estava nervoso e ela sabia muito bem disso. Bufei e ela soltou um risinho.

- Como anda o seu italiano? - perguntou.

- Bella, não mude de assunto. Estou falando sério. Você tem um alvo pintado na testa e ainda quer sair no campo do inimigo sozinha!

Ela revirou seus olhos e sorriu mais largamente.

- Edward, estou perguntando como anda o seu italiano. - sibilou lentamente como se eu tivesse algum problema em interpretar uma frase.

Segurei o rosnado. Ela ainda me deixaria louco.

- Vai bem. Fluente como sempre. - respondi de mau grado.

- Ótimo, porque alguém fluente em italiano me ajudará muito para buscar a placa. - sorriu de maneira doce.

Levei alguns segundos para entender o que ela queria dizer e mesmo assim não acreditei.

- Você está dizendo que eu...

- Sim. Você vai comigo. Não era o que você queria? Que eu não fosse sozinha? Então você vai comigo... A não ser que você não queira...

- Não. Quer dizer, sim! Eu vou com você.

- Ótimo, sairemos assim que Cas chegar.

Assenti ainda tonto de surpresa.

POV Sam

Castiel finalmente apareceu após 10 dias sumido. Porém ele não tinha a cara muito boa.

Nos reunimos na sala de jantar para ouvir as novidades do anjo.

- Existe somente uma arma capaz de destruir a placa. - arregalamos os olhos com a informação.

Não tínhamos nenhuma esperança de que Cas traria boas notícias.

- Isso é ótimo! Não precisaremos envolver um profeta na história.

- Eu não ficaria tão feliz Dean. - o anjo disse de maneira firme.

- Qual é a arma Cas? - perguntei.

- A Lança do Destino.

Arregalei meus olhos. Escutei Carlisle arfar ao meu lado.

- Você está falando da mesma lança do destino que eu estou pensando? - perguntou Mary com o cenho franzido.

- Eu não sei o que você está pensando. - Cas falou simplesmente. - Mas se você está pensando na lança que o centurião Romano chamado Longinus perfurou o Cristo. Sim, é desta lança que estou falando.

- E onde está essa lança? - perguntou curiosamente Jasper.

- Esse é o problema, a última informação que tive foi que ela estava enterrada na Síria. Mas a pista era falsa. Não tenho mais informações, ninguém no céu ou no inferno sabe onde está a lança.

- Então talvez na Terra alguém tenha essa informação. - Dean pegou o telefone e logo contava a Bobby as novidades.

- De qualquer forma eu tenho que buscar a placa.

Mary levantou-se e caminhou em direção as escadas. Não demorou segundos até Edward segui-la. Olhei sem entender para os vampiros. Quem esclareceu minha dúvida foi Alice.

- Bella pediu a Edward que fosse com ela buscar a placa.

- E onde está a placa? - perguntei curioso para vidente.

- Não sei ao certo, eu apenas os vejo seguindo para a Itália.

- Itália? Sério? - perguntei sem entender aonde na Itália Mary poderia ter deixado a placa.

- Você acha que ela pode ter deixado essa placa nas mãos dos... - Esme arregalou os olhos para Carlisle.

- Não querida, não se preocupe. Dificilmente ela faria isso. - tranquilizou Carlisle, mas acho que ele mesmo tentava acreditar nas próprias palavras.

- Não quero meu filho em Volterra! - declarou Esme se levantando.

- O que tem em Volterra? - perguntei sem entender a tensão que se instaurava entre os vampiros.

Dean terminou a ligação e olhou-me com uma pergunta clara em sua feição sobre o que diabos estava acontecendo ali. Dei de ombros tão perdido quanto ele.

- É em Volterra que fica a realeza da nossa espécie. - esclareceu Emmett. - Eles gostam de colecionar vampiros em sua guarda. Vampiros com poderes. Como é o caso de Edward, Alice e Jasper.

- O problema maior não é esse Emmett. - Carlisle o cortou seriamente. - Nossa única lei é não nos expor aos humanos. Se algum Volturi ver Edward ao lado de Bella eles os matarão.

- E as coisas só melhoram. - Dean sorriu irônico.

- Parem de fazer tempestade em copo d'água. - Mary disse enquanto descia as escadas com uma mochila nas costas e uma jaqueta de couro nas mãos, o vampiro vinha logo atrás também com uma pequena mochila jogada em um dos seus ombros. - Não vamos para Volterra.

Esme pareceu extremamente aliviada com a informação.

- E para onde vocês vão? - perguntou Dean.

- Não seja curioso paixão. - sorriu ela de maneira maldosa.

Dean revirou os olhos, mas não pode evitar um pequeno sorriso. Mary estava voltando a ser a nossa Mary.

- Se preocupem em achar a Lança do Destino e o profeta.

- Os dois? - perguntei confuso.

Achei que focaríamos na lança.

- Sinceramente Sam, eu nem sei se essa lança existe. É melhor termos um plano B em mente.

- Você está certa. - concordei.

- Sammy... Acho melhor você se juntar ao Bobby para achar a lança. Eu vou atrás do profeta.

- Porque eu?

- Porque você é o nerd. - revirei meus olhos.

- Então acho que está na hora de irmos. Esme, obrigada pela hospitalidade. Prometo que devolvo seu filho inteiro em alguns dias. - sorriu Mary enquanto abraçava a vampira.

Logo todos se despediam. Eu e Dean aproveitamos e pegamos nossas coisas. Iríamos para a casa de Bobby e de lá Dean iria atrás da primeira pista do profeta. Cas o ajudaria.

O resto dos Cullen prometeram continuar na casa. Carlisle e Jasper ficaram de contatar vampiros mais velhos para saber se algum deles tinha alguma informação sobre a lança. Muitos vampiros se interessavam por história e outros eram até mesmo religiosos. Poderiam nos ajudar de alguma forma.

Não demorou para pegarmos estrada. Dean resmungava sentindo falta de seu carro. Mas por mais rápida que Rosálie fosse ela precisaria de mais algumas semanas para consertar o bebê de meu irmão. Enquanto isso usaríamos um dos carros confortáveis dos Cullen, com aparelho de som moderno. Sorri largamente.

- Cala a boca! - resmungou meu irmão.

- Eu não disse nada. - ri.

- Pelo menos a baixinha deixou um pen drive com músicas decentes. - sorriu com a seleção de clássicos do rock.

Ficamos em silêncio apenas escutando a música. Fiz uma careta ao olhar pelo retrovisor. Mary fazia falta no banco de trás.

[...]

POV Edward

A viagem foi tranquila e extremamente prazerosa. Minha esperança crescia a cada sorriso de Bella direcionado a mim. Ela estava receptiva as minhas conversas e demonstrava com clareza sua curiosidade pelo meu mundo.

Bella contou-me que depois que descobriu ser caçadora pesquisou muito sobre minha espécie. Mas ao que parece nós éramos praticamente uma lenda. Tudo era muito fantasioso e ela logo descartava a fonte.

Ela me perguntou sobre os Volturi e espantou-se com o respeito em minha voz.

- Nada imposto merece respeito Edward. - opinou ela.

Estávamos sentados na primeira classe do avião.

- Concordo em parte. Porque querendo ou não eles são os responsáveis por manter nossa espécie fora do radar. Tão fora do radar que até os caçadores não nos conhecem.

Ela fez um bico pensativo.

- Mesmo assim... Sei lá. - deu de ombros e eu ri.

- Vai me dizer para que cidade vamos?

- Ainda não. - sorriu largamente.

Bufei. Não gostava de não saber das coisas.

- Isso é frustrante.

- O que?

- Não estar em sua mente.

- E quem disse que não está?

Suas bochechas ficaram vermelhas e eu não pude evitar sorrir com aquele ato. Mas então sua feição ficou séria.

- Nós precisamos conversar... - murmurou. - Sobre nós.

Assenti suspirando.

- Eu sinto que estou lutando a todo o momento contra o que eu sinto por você. - suas palavras eram tão sinceras que me fizeram temer o real sentimento por trás delas.

- E o que você sente? - minha voz não passava de um sussurro.

- Amor.

Se eu pudesse chorar eu estaria naquele momento. Mas tudo o que consegui fazer foi puxar seu rosto em direção ao meu. Mas antes que eu pudesse aprofundar o beijo Bella bufou contra a minha boca.

- Edward! Deixa eu terminar de falar. - sua voz soou abafada e eu a soltei.

- Desculpe.

Bella suspirou.

- Eu não queria sentir. Depois do tanto que você me magoou eu deveria te enxotar. Gritar com você. Eu deveria te cortar em pedaços e atear fogo! - sua ultima frase soou um pouco alta demais e a aeromoça que passava no corredor no exato momento quase saiu correndo dali. - Mas mesmo assim meu coração insiste em amar você. Isso sim é frustrante. - pontuou. - Mas então eu penso que minha mágoa não é mais mágoa, não depois de quase 30 anos. Talvez minha insistência em não te perdoar seja orgulho... Um orgulho que não me deixa dizer o que meu coração tanto quer.

Minha respiração estava agitada demais e minha Bella tinha os olhos fixos nos meus.

- O que eu estou querendo dizer é que meu coração já te perdoou, mas eu tenho medo... Medo de confiar de novo em você e então você me abandonar mais uma vez e destruir de vez meu coração.

Ficamos em silêncio por incontáveis minutos, apenas fitando os olhos um do outro. Até que finalmente fiz com que a voz saísse de minha boca.

- Nada do que eu disser vai afastar seu medo Bella. Não adianta eu fazer promessas e juras. Não pretendo fazê-las. Mas se você puder fazer algo por mim, algo por aquilo de mais feliz que vivemos... Porque você sempre foi o ponto alto da minha felicidade. E mesmo depois de tanto tempo, mesmo que você tenha me tratado como um canalha, que eu realmente fui, você continua sendo a minha mais pura felicidade. E sei que te fiz feliz por um tempo. Então se você puder fazer algo por isso, pelo sentimento mais puro que sinto por você, eu peço que me de a chance de reconquistar a sua confiança. Não com palavras, mas com ações... Eu amo você Bella, amo de um jeito que não fazia ideia ser possível. Tudo o que eu quero é colocar um sorriso em seu rosto por todos os dias da minha vida. Minha felicidade plena acontece quando olho para você e vejo seus olhos brilhantes de alegria, quando ouço o riso sair entre seus lábios, quando suas bochechas ficam rosadas de vergonha. Me deixa te fazer feliz.

Sua mão direita repousou em minha bochecha. Fechei meus olhos sentindo o toque suave de seus dedos que escorregaram até minha nuca e se embolaram entre meus cabelos. Então veio sua boca de encontro a minha. Doce, quente, suave... Um beijo simples e carinhoso.

Abri meus olhos quando ela afastou alguns centímetros de meu rosto.

- Não faça com que eu me arrependa. - apenas assenti completamente feliz por ter minha Bella novamente em meus braços.

[...]

Bella estava se divertindo com a minha cara. Desde o momento em que pegamos um taxi para esse lugar eu fiquei boquiaberto com a ousadia da minha garota.

- Você só pode estar brincando.

Ela soltou um risinho apertando seus dedos aos meus.

- Esse lugar é lindo tanto de dia quanto de noite. - suspirou ela olhando as estrelas.

- Você realmente guardou algo tão importante numa das cidades mais visitadas do mundo?

- E como se sente prestes a roubar uma das cidades mais visitadas do mundo? Ah! Não posso esquecer da segurança gigantesca, é claro!

- Bella, estamos no Vaticano! Eu não acredito que escondeu a... Justamente aqui! – sussurrei.

- Achei poético.  

- Você é absurda.


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Notas finais do capítulo

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