Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 13
Capítulo 12 - Seguindo o extinto


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com você? Como foi o final de ano?
Primeiramente quero deixar meu carinho e minhas orações para o pessoal do Rio Grande do Sul pela tragédia em Santa Maria. Força aos familiares!
Agora quanto a fic:
Sinto que decepcionarei muita gente por que eu finalmente decidi pelo Beward. Mas a Bella não perdoou o Edward ainda, muito menos vai deixar de ser caçadora. Então sem desespero e sem choro. O pessoal que acompanha minhas fics desde o começo sabe que eu não deixo os "i"s sem pingos. Então, por favor, confiem em mim. Farei o melhor para os personagens e para a história.



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12 – Seguindo o extinto

POV Bella

Acordei com uma estranha leveza no corpo. Não estava mais acostumada a ter uma boa noite de sono, dormir bem é completamente fora do normal para mim. Minha mente arremeteu aos acontecimentos da madrugada, mas tudo estava borrado demais e eu me perguntei se minha conversa com Edward realmente aconteceu ou foi apenas um sonho.

Suspirei com vontade de voltar para a cama e ficar ali o dia inteiro, mas logo fui tirada da minha bolha de preguiça pela pequena vampira que saltitava adentrando o quarto.

- Bom dia! – cumprimentou sorridente enquanto me entregava uma toalha e uma muda de roupa.

- Bom dia... – murmurei erguendo uma sobrancelha para as roupas.

- Não me olhe desse jeito! São suas. Eu peguei na sua mala, juro que nem olhei aqueles livros com símbolos estranhos ou as milhares de facas antigas, armas e munições estranhas. – gesticulou teatralmente.

Revirei meus olhos e segui para o banheiro.

Quando desci as escadas devidamente vestida com minha calça jeans escura grudada em minhas pernas, a bota de cano longo por cima, uma blusa branca e minha jaqueta de coro preto, encontrei Sam com o jornal em uma mão e a xícara de café na outra, Dean estava sentado no sofá com a cabeça apoiada no braço com os olhos fechados.

- Qual o problema dele? – perguntei a Sam. 

- Ele ficou com receio de dormir em uma casa cheia de vampiros. – sorriu Sam.

- Ninguém o julga. – a voz de Jasper soou um tanto sombria quando ele entrou na sala. – Bella eu...

Ergui minha mão impedindo que ele continuasse.

- Não termine essa frase. Foi um acidente. Aceite isso. Não foi sua culpa. – disse séria.

Ele deixou que um pequeno sorriso espalhasse por seu rosto e uma sensação de felicidade invadiu meu coração.

- Bella querida, tome o seu café. – chamou Esme sorrindo na porta da sala de jantar.

Agradeci a vampira pelo maravilhoso café da manhã. Dean também ficou agradecido depois de acordar e encher a boca de bolachas doces.

- Dean! – reclamei sentindo vergonha por ele, afinal os vampiros estavam sentados a mesa nos acompanhando no café da manhã.

- O que? – perguntou depois de engolir.

- Pelo menos você não fala com a boca cheia. – bufei.

Dean revirou os olhos.

- Para de frescura Mary! Eu posso morrer a qualquer momento, então toda refeição pode ser a ultima. – falou como se aquilo fizesse grande sentido.

- Então morra como um ogro porcalhão. – bufei.

- Não sou um ogro!

- Chega perto!

- Eu sou lindo! – sorriu sedutor.

Gargalhei.

- Tenta de novo paixão, que o seu sorriso sedutor não surtiu efeito... Acho que o problema foi o chocolate grudado nos seus dentes.

Dean ficou sem graça desfazendo rapidamente o sorriso. Alice, Jasper e Edward que estavam à mesa conosco não conseguiram esconder o riso por muito tempo.

- Emmett e Rose chegarão em alguns minutos. – murmurou Alice fazendo uma careta.

Antes que eu pudesse perguntar o motivo Sam entrou na sala de jantar com o tablet em mãos.

- Temos um caso. – avisou.

- Qual caso? – perguntou Dean interessado.

- Carolina e David Foster, recém casados foram passar a lua de mel acampando no Colorado...

- Uau! Acampar na lua de mel... Quanto romantismo. – ironizei.

- Carolina falava com a mãe pela webcam quando uma sombra passou as suas costas, o marido gritou, ela foi atrás dele deixando a webcam ligada. Algumas horas depois ouviu-se o homem pedindo ajuda e em seguida o grito de Carolina. Depois disso nada mais. Os policiais acreditam em ataque de urso pela bagunça do acampamento, mas não encontraram nenhum corpo. – finalizou Sam nos olhando significativamente.

- Ok, só vou pegar minhas coisas. – avisei me levantando da mesa.

- Espera Bella! – chamou Alice.

- O que foi? – parei a olhando confusa.

- Você vai nos deixar? – perguntou lentamente, sua voz baixando a cada palavra.

Fechei minha cara.

- Acho que você não tem o direito de me perguntar isso. – disse seca me virando e seguindo para o quarto pegar minhas coisas.

POV Edward

- Alice! – grunhi.

- O que foi? – bufou se levantando e batendo o pé no chão. – Eu quero minha amiga de volta! E não me olhe desse jeito que eu sei muito bem que você a quer de volta também! Então levanta essa bunda magrela e tenta convencê-la a pelo menos pensar na possibilidade de passar um tempo conosco! – bateu o pé mais uma vez e então voltou-se para os dois caçadores que pareciam um tanto surpresos. – Nada contra vocês.

- Você é uma mimada Alice. – bufei, mas ela ignorou meu comentário, pois viu minha decisão de realmente falar com Bella.

- Ela está com muita raiva. Não espere uma boa recepção. – avisou Jasper.

- O máximo que ela vai fazer é te encher de balas. – Dean deu de ombros.

- Ainda bem que sou a prova delas. – murmurei segui rapidamente para o quarto.

Abri a porta silenciosamente encontrando minha Bella colocando sua arma nas costas e jogando sua pequena mala sobre o ombro. Assim que virou-se deu de cara comigo. Seu coração disparou de susto e ela grunhiu em seguida.

- O que você quer Edward? – perguntou irritada.

Quase sorri. Bella sempre ficava linda irritada, porém agora ela era uma linda irritada com uma arma na cintura.

- Desculpe Alice, ela... Sente sua falta. Não foi sua intenção se meter em suas decisões. – falei com cautela.

Ela me olhava seriamente.

- Não importa. Eu tenho trabalho a fazer. – falou seca e seguiu para a porta praticamente marchando.

O desespero cresceu dentro de mim e eu não pude conter minha mão que segurou seu braço. Em um movimento rápido que ela não conseguiu acompanhar a prendi contra a parede ao lado da porta.

Seu coração batia rápido e seus olhos estavam assustados analisando o meu rosto.

- Eu amo você. – disse.

- Você acha que suas palavras vão me impedir que eu saia por essa porta? – perguntou brava.

- Não. – mas eu amarrá-la no sótão pode ter certeza que impediria... – Não vou pedir que fique. Eu sei que não tenho esse direito. Eu só quero que saiba que eu vou estar bem aqui, esperando por você.

- Eu te esperei por meses Edward e tudo o que eu ganhei foram lágrimas e lápides. Acha mesmo que eu vou voltar correndo para os seus braços?

- Você nunca errou em sua vida? Eu recebo sua raiva, pois sei que mereço, mas não me julgue como se nunca tivesse feito nada de errado.

Bella ficou em silêncio apenas me olhando magoada.

- Eu quero você Bella, e eu não vou desistir. Não vou mais ficar implorando o seu perdão porque não há maneira com que eu possa reparar as consequências do meu erro. Me arrependo até o ultimo suspiro da alma que você sempre insistiu em dizer que eu tenho. Mas se tem algo completamente certo em minha vida é amar você. Sua presença me acalenta. Seus olhos me seduzem. – sussurrei perto de seu rosto. – Suas palavras sempre me acalmavam. – toquei seus lábios com a ponta de meus dedos. – Você sempre fez de tudo para me ver sorrir, agora eu percebo todo o esforço, percebo que você se alegrava quando eu me alegrava e também percebo que acontecia exatamente o mesmo comigo. Quando você sorri meu peito esquenta e eu não consigo impedir que meus dentes se mostrem. Seu altruísmo me cativou e seu péssimo equilíbrio só me fazia querer impedir suas quedas. Sempre com o espírito forte, sempre tomando as decisões mais problemáticas. Me surpreendendo a cada dia, me fazendo querê-la mais e mais. E agora com todo esse porte de caçadora... Deus Bella! Você está me deixando louco. – não resisti beijar seu queixo lentamente.

A respiração de minha Bella estava trêmula assim como suas mãos em meu peito. Suas pálpebras pesadas como se fosse muito difícil mantê-las abertas. Meu nariz brincava deslizando por sua bochecha. Enquanto uma de minhas mãos repousava em seu pescoço sentindo a maciez de seus cabelos entre meus dedos, a outra deslizava por seu antebraço adorando os pequenos arrepios.

- Você é como uma maldita sereia cantando, me atraindo cada vez mais, me pondo de joelhos aos seus pés, me fazendo rastejar por pelo menos um resquício de carinho, um afago qualquer ou o mais sublime beijo. – sussurrei contra a sua boca e enfim beijei-a como se devia, sem medo quebrá-la, sem medo de corresponder ao mais profundo desejo.

POV Bella

Edward nunca, e eu repito, nunca, me beijou desse jeito antes. Nunca vasculhou minha boca sem ressalvas, nunca comandou o beijo com tanto afinco, nunca segurou minha cintura com tanta energia, nunca me imprensou na parede de modo que eu sentisse cada músculo de seu abdômen e muito menos sentisse a manifestação física do seu desejo.

Ele sempre se preocupou de mais, sempre cuidando para não se descontrolar. Deus! Ele podia se descontrolar o quanto quisesse, eu morreria feliz. Meu corpo pegava fogo e se arrepiava ao mesmo tempo com a diferença de temperatura. Eu mal conseguia corresponder, entrei em completo estado de torpor apenas aproveitando o ósculo.

Mas então o oxigênio começou a faltar e a realidade retornou ao meu maldito e traidor coração. E quando o rosto letárgico de Edward afastou-se alguns centímetros eu comecei a empurrá-lo com as mãos. 

Ele deu um passo para trás automaticamente com a expressão indecifrável, mas eu tinha certeza que ele conseguia ler a minha com facilidade.

Eu estava espumando de raiva. Não sei ao certo se era direcionada a ele ou a mim mesma. Mas Edward deu mais dois passos para trás franzindo o cenho e num ato totalmente calculado, ou não, eu retirei minha pistola, que com certeza tinha provocado um belo hematoma em minhas costas pela pressão do meu corpo contra a parede, e atirei no maldito vampiro. Ou melhor dizendo, descarreguei em cima dele.

Os estampidos eram altos e contrastavam com o suave tintilitar que as balas faziam ao caírem ao chão completamente amassadas.

O resultado do meu “chilique” foi apenas uma camisa cheia de furos e uma reposição de munição antes do tempo previsto.

- Se eu disser “Au” sua raiva diminui? – perguntou lentamente.

- Tente. – disse entre respirações.

- Au.

- Não funcionou. – disse seca colocando minha arma novamente no lugar onde estava, peguei minha bolsa que nem tinha reparado que estava no chão e segui rumo à sala.

Avistei Dean me olhando com uma sobrancelha erguida e um sorriso malicioso e Sam tinha a expressão divertida.

- Nenhuma palavra. – apontei o dedo para eles que sorriram abertamente.

- O que exatamente vão caçar? Porque eu não compreendi nenhum sinal de sobrenatural na reportagem. – Jasper parecia realmente curioso.

- Wendigo. – responderam Sam e Dean juntos.

- Isso foi tão gay. – reclamou Dean.

Sam ignorou apenas revirando os olhos.

- O que é um Wendigo? – quem perguntou foi Rosálie que parecia notar que eu existia pela primeira vez em sua via.

Ela estava abraçada a Emmett que não conseguia parar de revezar olhares entre Edward e eu, ele segurava uma estrondosa gargalhada, eu tenho certeza. Já o ruivo sorria torto.  

- Diz a lenda que era um humano que foi obrigado a comer a carde de seus companheiros para sobrevier, então ele acaba virando imortal. Ele é grande, muito rápido e capaz de imitar a voz humana. – explicou Sam.

- Ainda não entendi em que ponto descobriram que era essa criatura. – frustrou-se Jasper.

- Se fosse um urso, a garota teria se salvado. Um urso não espera tanto tempo para finalizar sua presa, muito menos é inteligente o suficiente para atrair sua presa. – eu estava um pouco mais calma ao explicar sobre a criatura.

- O que provavelmente aconteceu foi que o casal estava no território do Wendigo, ao ver a oportunidade ele capturou o homem e o levou para a sua toca, depois voltou para buscar a mulher a atraindo imitando a voz do marido. – supôs Dean.

- Então esse pobre casal já deve estar morto? – Esme perguntou tristemente.

- Talvez não. – Sam sorriu esperançoso para a vampira. – Wendigos gostam de... Armazenar...

- Adoráveis. – sorri irônica.

[...]

POV Sam

Dean dormia todo torto no banco do passageiro enquanto eu dirigia e Mary pesquisava sobre o local em que caçaríamos a criatura.

- Porque atirou nele? - perguntei.

Minha língua estava coçando desde a hora em que saímos da casa dos Cullen. Pensando em Cullen, eu definitivamente nunca imaginei que existissem criaturas como eles. Era no mínimo estranho. E apesar de serem vampiros acabei por simpatizar com eles.

Mary ergueu o olhar e me olhou através do espelho retrovisor.

- Porque ele me beijou. - respondeu em um sussurro. – Apenas segui meu extinto.

- Isso eu sei... A baixinha fez uma boa narração, se não tivesse feito teríamos subido para verificar. Mas você não atirou nele porque ele te beijou, o que aconteceu para você ficar tão magoada com ele? O vampiro deve ter feito uma cagada das grandes.

- Alice é uma fofoqueira. - bufou e então suspirou. - Edward terminou comigo porque achou que me manteria longe de perigo. Ele tem toda uma neura em relação a sua alma. Ele pensa que não tem uma. Então nunca me transformaria, e me transformar era a única maneira de eu me livrar desta vida.

- Não fique brava comigo, mas eu entendo o lado dele.

A caçadora me olhou indignada.

- Hey! Não surte antes que eu explique meu ponto de vista. O que eu quero dizer é que se eu também achasse que não possuísse alma eu não condenaria a pessoa que eu amo ao mesmo destino.

- Não se trata de uma escolha dele apenas Sam, trata-se de uma escolha minha também. O que aconteceu entre nós envolveu muita gente e terminou em tragédia. Eu nunca deveria ter ficado com ele... Mas eu era um adolescente idiota e... - Mary balançou a cabeça irritada.

- O que te deixa tão irritada é o rumo que a sua vida tomou... - concluí.

Ela deixou que os ombros caíssem.

- O que me deixa irritada é que por mais que eu queira sentir raiva dele, eu não consigo. Tudo o que eu consigo é sentir raiva de mim mesma.

- É que no fundo você sabe que ele não tem culpa de você ter ido para o inferno ou de ter se tornado uma caçadora. Edward não tinha como adivinhar tudo o que você passaria.

- Mas ele deveria ter imaginado que Victória voltaria por mim.

- Mas ele foi atrás dela.

Seu olhar surpreso procurava respostas em meu rosto.

- O que quer dizer?

- Ontem... Depois que você foi dormir nós ficamos conversando. Todos estavam muito curiosos a respeito da nossa vida de caçadas. Seu vampiro...

- Ele não é meu vampiro!

- Edward, acabou comentando que caçou a vampira por meses depois que te deixou, mas acabou perdendo seu rastro. Ele imaginou que uma hora ou outra ela iria atrás dele, mas nunca imaginou que iria atrás de você.

Mary ficou com a expressão ilegível até que falou em tom baixo.

- Isso não muda o passado.

- Ele não tinha como adivinhar Mary. - minha voz soou mais alta do que eu pretendia.

- Porque está o defendendo Sam?! Você mal o conhece.

Desviei o olhar do retrovisor perturbado com as lembranças em minha cabeça.

- Porque eu cometi o mesmo erro que ele. De um jeito pior.

- Do que está falando? - perguntou lentamente.

- Eu nunca quis essa vida Mary, assim como você não a quer agora. Mas há alguns anos atrás era mais complicado. Eu deixe Dean e meu pai caçando sozinhos e fui para a faculdade. Eu queria uma vida normal. E por um tempo eu consegui. Vivia em um apartamento pequeno junto com minha namorada Jessica. Até que em um dia Dean apareceu dizendo que papai tinha sumido há um bom tempo e deveríamos ir atrás dele. Eu concordei em ir, eu iria apenas ajudar a encontrar nosso pai e depois voltaria para a faculdade. Eu deixei Jessica no apartamento e resolvi o caso com Dean. Não encontramos nosso pai, mas eu resolvi voltar para casa. Quando cheguei lá, Jéssica estava grudada no teto completamente em chamas.

- Oh! Eu sinto muito Sam!

- Você entende Mary? Eu deixei a garota que eu amava a mercê dos perigos do nosso mundo e muito pior, a deixei sem nem ao menos contar a ela sobre quem eu era. Eu fui egoísta demais para lhe dar a chance de escolha. Nota a semelhança?

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

- Eu nunca vou me perdoar por isso e Edward também não vai por ter te deixado. Sei que esse fato não muda nada. Nosso arrependimento não vai trazer Jessica ou sua família de volta. Mas a vida continua, pense nisso.

Mary suspirou.

- Faculdade do que você fez?

- Direito.

- Eu imaginei... Todo esse discurso moralista... - estalou a língua com um sorriso provocativo.

Sorri revirando os olhos. Ela era idêntica a Dean. Orgulhosa demais para admitir que pensaria no assunto.

POV Dean

Acordei com um empurrão "carinhoso" de Mary.

- Bom dia paixão! - sorriu largamente, mas eu pude notar que ela não estava no melhor do seu humor.

Ao que tudo indica o encontro com seu passado expôs muitas feridas. Eu sabia como era aquilo, definitivamente uma merda. Só espero que ela não se distraia como se distraiu no caso do fantasma do lago.

- Bom dia. - respondi sem nenhum humor e saí do carro.

Estávamos em frente a uma cabana de madeira que tinha uma imensa placa indicando a venda de diversos acessórios para acampamento. Entramos e pegamos alguns materiais e mantimentos.

- Vocês não estão pensando em acampar por aqui estão? - perguntou o atendente espinhento.

- Não! É claro que não! Nós ouvimos falar sobre o urso e do casal desaparecido. Ainda não os encontraram? - Mary se adiantou em responder.

- A policia florestal parou de procurar há alguns dias, nenhum sinal do urso, muito menos do casal. Mas recomendam que fiquem fora da floresta.

- Algum ponto específico? Estávamos pensando em acampar a leste do rio River. É seguro lá? - perguntou Sammy.

- Ah sim! Lá não tem nenhum problema. O ataque aconteceu ao oeste há 30 km do rio. - sorriu mostrando o seu aparelho dental mal limpo.

Fiz cara de nojo e peguei nossas coisas.

- Ok, obrigado pela informação.

Seguimos até o carro e fomos para o local onde ocorreram os ataques.

- É um absurdo a polícia parar de procurar o casal. Ainda mais com o vídeo. - comentou Mary.

- Já se passou mais de uma semana, eles devem acreditar que os dois já estão mortos. - comentou meu irmão.

- Veja pelo lado positivo, não teremos policiais nos atrapalhando. - sorri largo.

Deixamos o carro em um motelzinho barato perto da floresta. Pegamos facões, algumas garrafas de gasolina e isqueiros. Enfim fomos para a floresta como um grupo de campistas qualquer.

Após quase duas horas de caminha finalmente encontramos a “cena do crime”. O acampamento revirando ainda estava ali. A sua volta as diversas faixas amarelas colocadas pela policia. Não demorou para confirmarmos o que já sabíamos.

- É realmente um Wendigo. – murmurou Mary analisando uma pegada perto da barraca.

- Ele deve viver aqui por perto. Acho que seria bom armarmos algumas armadilhas por aqui. – opinou meu irmão, mas um barulho me chamou a atenção.

- Shii. – sussurrei pegando o facão e procurando qualquer sinal da criatura entre as árvores.

Nos concentramos em nos defender. Mas nos próximos minutos nada aconteceu.

- Deve ter sido um esquilo. – falou Sam.

Deixei minha postura relaxar, mas assim que o fiz uma sobra passou entre as pernas de meu irmão o derrubando.

- Esquilo meio grande esse! – grunhi forçando meus olhos a procurar o Wendigo.

- Tudo bem Sam? – ouvi Mary perguntar.

- Si... Droga! – gritou.

Me virei a tempo de vê-lo ser arrastado em alta velocidade para dentro da floresta.

- Sammy! – corri em sua direção.

- Dean não! – Mary segurou meu braço.

- Não vou deixar meu irmão nas mãos daquela criatura!

- Eu sei! E não vamos! Mas se nos separarmos agora vai ser pior. – ela estava certa.

Querer matar um Wendigo sem ajuda era suicídio.

- Socorro! Dean! – a voz de Sam soou pela floresta.

- Não é o Sam.

- Você acha que eu não sei? – grunhi.

Nossa discussão não durou muito tempo, pois Mary soltou um gritinho ao ser empurrada em cima de mim. Fomos ao chão. Tentei me levantar, mas uma dor aguda em minha nuca me fez desmaiar.

[...]

Minha cabeça pulsava como se eu estivesse a muito tempo de cabeça para baixo. Gemi ao abrir os olhos.

- Finalmente. – era Mary que falava, mas ela não estava em minha frente, tudo estava turvo.

Tentei me levantar, mas não consegui.

- Você está amarrado paixão, não vai conseguir se desamarrar tão facilmente. Confie em mim.

Minha visão finalmente normalizou.

- Mas que merda! – grunhi ao perceber que eu sentia minha cabeça pulsar porque eu realmente estava de cabeça para baixo e completamente amarrado.

Me balancei para o lado e encontrei Mary e Sammy na mesma situação que eu assim como o casal desaparecido. Estávamos em uma caverna com pouca iluminação, tudo a nossa volta era um grande paredão de pedras.

- Maravilha! – como diabos sairíamos dali?


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Notas finais do capítulo

Pessoal, estou querendo criar um grupo no facebook para as minhas fics. Por lá eu poderia fazer postagens ao vivo além de disponibilizar as fics para download, o que vocês acham?
http://mahfics.blogspot.com.br/