Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 12
Capítulo 11 - Os Caçadores


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Feliz Natal! HOHOHO :D Vou postar o último capítulo do ano, espero que gostem. Lá embaixo postarei minha mensagem de Natal e sobre as minhas férias.



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11- Os caçadores


POV Bella


Acordei quando o dia começava a amanhecer. Meu corpo inteiro doía e eu nem precisava olhar meu rosto no espelho para saber que ele estava completamente inchado. Olhei para os lados e notei os garotos roncando em suas camas.


Suspirei e fui para o banho. Tentei deixar que as mágoas do meu coração escorressem para o ralo juntamente com a água.


As lembranças continuavam a invadir minha mente e eu não consegui evitar bater com a cabeça na parede.

– Inferno! – grunhi em um sussurro.


Resolvi sair do banheiro já quando devidamente vestida. Fui em direção a minha bolsa e verifiquei se minha arma estava devidamente escondida entre os livros.

– Vai ir para a escola. – a voz rouca de Dean me assustou.


Virei-me para ele que estava sentado em sua cama coçando os olhos.

– Temos que acabar com esse fantasma. – respondi sem emoção na voz.

– Não vai mesmo dar nenhuma explicação. Vai continuar fugindo. – não eram perguntas e o caçador não estava no melhor dos humores.

– Olha Dean. Me desculpe pela cena de ontem. Prometo que eu vou explicar tudo para vocês, mas primeiro vamos acabar com esse fantasma ok?

– Como se eu negasse você fosse fazer o contrário. – bufou.

– Me desculpa... Eu sei que estou fazendo muita merda ultimamente. Sei que os meus segredos estão te incomodando mais do que aparenta.


Ele apenas manteve sua cara fechada. Suspirei.

– Só vejam se descobrem onde está o esqueleto da tal Trisha. – pedi e saí do quarto de hotel.


Fui andando até o colégio. Confesso que minhas pernas estavam muito mais lentas que o normal. Eu estava perdendo a coragem. Foi então que uma pequena vampira que mais parecia uma fada apareceu em minha frente.

– Eu posso te acompanhar? – perguntou com sua voz de sinos.


Dei de ombros.

– A rua é pública.

– Bella... Desculpe, acho que você prefere Mary agora, não é?

– Pode me chamar de Bella Alice... Eu só adotei meu segundo nome para tentar parar de lembrar do meu passado.

– Soubemos o que aconteceu com sua família... Eu não entendo porque eu não previ acontecer. Bella se eu tivesse visto... Eu nunca permitiria que algo assim acontecesse! – sua voz estava desesperada.


Eu sabia que ela estava sendo sincera.

– Eu acredito em você Alice. – suspirei. – Só não me peça para as coisas voltarem a ser como eram... Não sou mais a mesma. Eu mudei muito.

– Eu notei. – ela me olhou astuta. – Apesar de suas roupas continuarem fora de moda, esse estilo de nômade, estranhamente, lhe caiu muito bem.


Não consegui evitar um pequeno sorriso.

– Só estou tentando compreender sua profissão, já que te vi com uma arma na mão. – ergueu uma sobrancelha.

– Você é muito intrometida Alice.

– É o que dizem! – deu de ombros se importar.


Não pude evitar rir. Alice continuava a mesma e não posso negar que senti falta da sua amizade.


Logo avistei o prédio da escola em nossa frente. O estacionamento já estava cheio.

– Independente do que aconteça hoje Alice... – virei meu rosto a olhando seriamente. – Não interfiram.


Seus olhos saíram de foco e então voltaram assustados para mim.

– Eu vou confiar em suas palavras, mesmo que minha visão mostre que você vai se meter em problemas.


Um sorriso se espalhou em meu rosto.

– Você pode até ter mudado Bella, mas o fato de os perigos te perseguirem não mudaram nem um pouco. – sorri mais largamente.

– Isso faz parte do que eu sou fadinha.


[...]


POV Edward


Era torturante assistir Bella de longe. Mas eu merecia o seu desprezo. Eu sei que sim. Ela estava certa. Por todos esses anos me enganei pensando que a tinha largado para que ela ficasse segura, protegida. Mas isso não é verdade. Se fosse Charlie, Renné e Phill ainda estariam vivos curtindo suas vidas.


E mais uma vez minha Bella me surpreendia com tamanha astucia ao jogar na minha cara que eu fui um covarde. Eu já deveria ter aprendido a parar de subestimá-la. Porque ela tinha toda a razão. Eu tive medo. Medo daquilo que eu sentia por uma simples humana. E mesmo que minhas crenças fossem fortes no quesito inexistência da alma de um vampiro eu nunca teria certeza desse fato e esse pingo de incerteza seria o suficiente para eu transformá-la para que iniciássemos a nossa eternidade juntos. Porém eu fui covarde e preferi fugir a me entregar ao sentimento. Acabei por fazer a todos que eu amo sofrer pelo meu ato ridiculamente egoísta.


Vou respeitar seu pedido. Me manterei longe. Pelo menos por enquanto. Pelo menos pelo tempo que ela resolver o que tem que resolver neste colégio. Mesmo que eu não tenha gostado em nada da visão de minha irmã eu não me meterei nos assuntos de Bella. Como ela mesma disse a Alice mais cedo, ela havia mudado muito e não foi apenas no seu jeito de se vestir, mas em todo o seu ser.


Mesmo que sua luz jovial tenha se apagado de seus olhos eu ainda podia ver o quanto ela tornou-se forte e determinada. Sim sua alma estava cheia de cicatrizes e por ela continuar em pé depois de todo o sofrimento eu continuava a amá-la. Minha admiração só cresceu e em contrapartida eu me sentia cada vez mais um lixo por ter sido tão fraco.

– Edward! – Rosálie se estressou por eu não tê-la respondido nas três primeiras vezes que me chamou.

– Hum?

– O que leu na mente dos caras que estavam com Bella?

– Nada.

– O que? Eles são como Bella? – Jasper estava curioso e descrente.

– Não. Não como Bella. São mais como um borrão ou um zunido... É estranho... Não consegui captar nada.

– Será que eles têm a ver com o fato da Bellinha continuar gata? – perguntou Emmett recebendo um olhar enciumado de sua esposa.

– Eu não sei Emm... Já vai ser muito difícil conseguirmos trocar algumas palavras com Bella, quanto mais perguntar a ela como ela continua jovem. – murmurei sem desviar os olhos de minha humana que ignorava as inquirições de seus novos amigos.

– Lute por ela.


Eu não ficaria tão surpreso se quem tivesse falado isso não fosse Rosálie. A olhei espantado.

– Você fez besteira? Fez. Ferrou com a vida de todos a sua volta? Ferrou. Está arrependido? Completamente. Então para de chorar como um bebezinho e concerte as coisas. Você não pode mudar o que passou. O que está feito está feito. Mas você pode mudar o futuro. Bella não quer lamentações, dá para ver na sua cara que ela não aguenta mais os pedidos de desculpas. Ela não quer palavras. Ela quer ações. – discursou ferozmente.


Me surpreendi por ela estar certa.


Voltei meu olhar para os meus olhos chocolates preferidos. Ela levantou-se e foi em direção ao lixo jogar o resto de seu almoço fora. Porém fomos surpreendidos quando uma garota apareceu em sua frente.


Quando eu digo apareceu eu realmente quero dizer apareceu! Do nada! E o que já estava ficando chato... Eu também não podia ler sua mente.


Bella não pareceu assustada, apenas surpresa. Ela continuava destemida.


Mas o que chamou a atenção de não somente nós vampiros, mas também de todos os alunos do refeitório foi essa garota segurar Bella pelo pescoço e jogá-la contra o chão.

– Oh Meu Deus! É a Trisha sem coração! – gritou uma garota.


E eu me espantei ao perceber que a tão famosa lenda na escola poderia mesmo ser verdadeira e aquela garota pálida e sombria poderia mesmo ser um fantasma. E ainda por cima a responsável pela misteriosa morte de uma das estudantes.


Minhas pernas agiram sozinhas em direção a Bella que acabara de abrir os olhos após o impacto no chão, mas fui impedido pela mão de Alice.

– Eu já tinha visto isso. Bella pediu para não interferir. Vamos respeitar a sua vontade pelo menos uma vez na vida. – me encolhi com a acusação escondida em suas palavras.


Voltei meu olhar para Bella e me surpreendi quando ela alcançou uma cadeira de uma mesa fazia e jogou contra a criatura que vinha em sua direção.


O fato da garota ser um fantasma se confirmou quando ela desapareceu assim que os pés da cadeira a acertaram.


Bella levantou-se do chão com uma rapidez que definitivamente eu não lembrava dela ser capaz. Ela andou rapidamente até uma mesa e pegou o saleiro retirando sua tampa e assim que a fantasma apareceu levou um banho de sal.


Um grito macabro se fez ouvir e ela sumiu, porém Bella já pegava outro saleiro em outra mesa e a fantasma aparecia novamente. Os vidros do refeitório começaram a quebrar e o grito da fantasma começava a assustar. As luzes piscavam sem parar. E quando minha atenção voltou-se novamente para Bella o medo cresceu dentro de mim. E foi estranhamente difícil não interferir.


A fantasma tinha Bella embaixo de seu corpo e uma de suas mãos enfiada como garra sobre o peito de minha menina. O cheiro de sangue invadiu meu olfato, porém antes que eu pudesse fazer qualquer coisa o som de disparos invadiu o refeitório e a fantasma sumiu por alguns segundos.


Olhei em direção a entrada e os dois homens de ontem estavam ali. O de cabelos curtos era quem havia disparado a arma em direção a fantasma. O mais alto estava com uma marreta em mãos e correu em direção a um pilar perto do Buffett.

– As cadeiras... Dean. – Bella estava com a voz cansada e eu me preocupei por ela não ter levantado ainda.


O tal Dean pareceu entender e pegou a cadeira como arma acertando a fantasma assim que ela apareceu. Enquanto isso o outro homem demolia a parede, Emm foi em sua direção e socou a parede. Imediatamente um esqueleto caiu de lá e o homem jogou um líquido que pelo cheiro era gasolina, em seguida botou fogo.


A fantasma gritou mais forte e virou uma grande labareda vermelha e enfim sumiu. Pela tranquilidade dos dois homens ela não voltaria mais.


Sem mais me conter corri até Bella que respirava lentamente e soltava gemidos baixos de dor. Uma de suas mãos estava em seu peito.

– Bella... – murmurei ajoelhado ao seu lado.


O medo de perdê-la era grande, mas o som de seu coração batendo me tranquilizava levemente.


Passei meus braços por baixo de seu corpo e levantei. Bella aninhou-se instintivamente em meu peito e eu quase chorei ao sentir novamente seu calor contra mim. Dean me olhava seriamente e mesmo com a proximidade entre nós ele não pestanejava em me encarar como seria com qualquer humano normal. Comparando sua reação com as reações de Bella perto de mim diria que são bem próximas... Claro que sem a excitação.

– Sigam-me. – disse simplesmente carregando minha menina para o meu carro.


Eu já podia escutar Alice ligando para Carlisle.


[...]


POV Bella


Abri meus olhos e logo avistei o teto branco. Pisquei algumas vezes me situando.

– Se sente bem? – eu conhecia aquela voz.


Virei lentamente minha cabeça me deparando com os olhos extremamente dourados.

– Oi Carlisle.

– Oi Bella.


Eu via as perguntas em seu olhar, mas eu sabia que ele não as faria verbalmente.


Ele me ajudou a sentar e eu notei o pequeno curativo em meu peito.

– Não foi muito profundo. – explicou calmamente.


Apenas assenti fechando os botões da minha camisa e desci da cama.

– Esme fez um lanche para você e... Seus amigos.

– Senti falta da comida de Esme. – meu sorriso foi sincero e Carlisle retribuiu um pouco mais tranquilo.


Descemos as escadas. Antes de pisar no ultimo degrau eu já notei a tensão na sala. Emmett e Rosálie estavam sentados no sofá como perfeitas estátuas. Alice e Jasper atrás deles. A fadinha tinha a testa vincada em preocupação. Perto da janela estava Edward. Ele me olhava ansioso. Longe dos vampiros estava Dean encostado a parede com os braços cruzados no peito e os olhos fechados. Sam olhava com curiosidade os livros de uma grande estante. Faltava Esme, que imaginei estar na cozinha.

– Atirar num fantasma? Sério? – perguntei revoltada a Dean que abriu os olhos imediatamente.

– Disponha. – sorriu irônico.

– Amador. – bufei.

– Bom voltarmos nesse assunto paixão! Você poderia começar a explicar a sua tão longa experiência Mary. A começar pelo fato de você ter mais de 45 anos e continuar com carinha de adolescente! – às vezes eu esquecia que quanto mais Dean ficava bravo, mais sua ironia aumentava.


Antes que eu pudesse abrir a minha boca ele continuou.

– Porque nem o melhor cirurgião plástico conseguiria mudar tanto tempo e...

– Dean! Deixa Mary explicar. – Sam o cortou.


Ele me olhava gentilmente o que fez o irmão bufar.

– Todos aqui na sala sabem o que aconteceu com a minha família...

– Sim, sim... Vampira psicótica louca por vingança. – Dean deu um tapinha no ar para que eu fosse direto ao ponto.


Ele estava começando a me irritar.

– O que vocês não sabem Winchester. – disse seca para o caçador que revirou os olhos sem se importar com o meu humor. – É que quem matou o parceiro de Victória foi Edward. – apontei para o vampiro. – Que era meu namorado na época.

– Namoros interespécies sempre são problemáticos, não é Sammy? – Dean olhou significativamente para o irmão fazendo menção ao relacionamento que Sam teve com um demônio.

– Cala a boca Dean. – grunhiu Sam.


Olhei para os Cullen e direcionei a conversa para eles.

– E o que vocês não sabem é que eu descendo de uma família de caçadores. Eu não sei se vocês conhecem as histórias sobre os caçadores, quando convivíamos juntos eu nunca soube de algo parecido contado por vocês. Edward nunca me falou nada sobre a existência de fantasmas, bruxas, demônios...

– É porque eu nunca soube nada sobre isso. – disse ele.


Todos os Cullen tinham feições confusas.

– Vocês conhecem muito pouco a respeito de seu próprio mundo. – comentei.

– Tem razão Bella, mas a verdade é que nunca cruzamos com nada parecido. Essa foi a primeira vez em meus quase 300 anos que vi um fantasma. – Jasper disse seriamente.

– Isso deve ter alguma explicação. – dei de ombros. – O fato é que eu sou uma caçadora, assim como meu pai era, o pai do meu pai e assim por diante.

– Mas... – Edward tinha uma feição confusa. – Eu nunca li nada na mente de seu pai a esse respeito.

– Eu sei. Meu pai, quando descobriu que minha mãe estava grávida, fez um pacto com um demônio. Trocou sua alma pelas memórias apagadas: dele, de minha mãe, de Billy e de todos aqueles próximos o suficiente de meu pai para trazê-lo de volta ao mundo das caçadas. A única exceção foi meu tio Michael que eu só fui saber de sua existência um ano e meio depois que vocês foram embora.


Respirei fundo para contar a parte mais sombria da minha história.

– Meu pai fez esse acordo porque ele não queria que eu entrasse nessa vida. Mas não se pode fugir. Está no sangue. Por mais que eu não soubesse que eu era uma caçadora o meu extinto estava lá, sempre esteve. Por isso eu tentei tão havidamente descobrir o que você era. – olhei para Edward. – Tanto que descobri. Por isso eu não tinha medo de ficar perto de vocês, por isso minhas reações eram tão diferentes das reações dos humanos normais.


Suspirei.

– Se vocês notarem. Sam e Dean também não estão nem um pouco incomodados em estar no mesmo ambiente que um bando de vampiros.

– E eu também não posso ler a mente deles. O que eu não entendo é o porque de eu conseguir ler a mente de seu pai. Se essa proteção é coisa de caçadores eu não deveria conseguir ler a mente dele.

– Charlie não tinha informações para proteger. Tudo o que ele tinha em sua memória era a pacata vida que levava em Forks. – expliquei. – Ele foi o único caçador que conseguiu ter uma vida normal. Só que o preço por isso foi muito alto. – olhei para Sam. – Você me perguntou se o demônio com quem meu pai fez o acordo não apareceu para cumprir o acordo.

– E ele apareceu?


Assenti.

– Apareceu, só que depois que meu pai já tinha morrido.

– Isso é estranho. Demônios não costumam se atrasar. – pela primeira vez Dean tirou a feição irritada do rosto. – Muito menos ficar em desvantagem.


O silêncio se instaurou no ambiente e eu não encontrei maneira diferente de fazer aquilo.

– Mostre sua marca Dean... Que eu mostro a minha.


Sam arregalou os olhos e seu irmão me olhava assombrado enquanto retirava a jaqueta e em seguida a camisa. Em cada um de seus braços a queimadura em formato de mão. As marcas das mãos de Castiel quando o tirou do inferno.


Virei de costas para a sala e desabotoei minha camisa a retirando em seguida. Escutei o ofegar dos vampiros ao visualizarem as mãos em minhas costas, então coloquei a camisa novamente.

– Quanto tempo? – perguntou Dean em um sussurro.

– 12.

– Dias?

– Meses.


Com minhas palavras o caçador desabou sentado na poltrona. Olhando-me chocado.

– Você passou 120 anos no inferno? [N/a: um mês terrestre equivale á 10 anos no inferno.]

– Quando o demônio não encontrou meu pai ele resolveu me levar.

– Por isso ficou tão brava por eu não ter conseguido aguentar os 4 meses que passei lá. – soltou um riso sem humor. – Me sinto um viadinho.


Um sorriso surgiu em meus lábios.

– Não se sinta assim. Nossas histórias são bem diferentes. Você se protegeu como sabia se proteger. Seu pai o treinou desde menino. Você fez lá dentro o que você sabia fazer de melhor. E eu também teria feito isso se eu já tivesse algum conhecimento a esse respeito. Mas na época tudo o que se passava em minha mente era o quanto eu merecia sofrer por ser uma das causas da morte de minha família. Na época eu não tinha estômago para derramar sangue no inferno. Foi então que Cas me buscou.

– Quem é Cas? – perguntou Alice baixinho.

– Um anjo... Literalmente. As mãos em minhas costas e nos braços de Dean são de Castiel. Foi ele quem nos tirou do inferno. Por motivos diferentes. Ele tirou Dean para que ele concertasse o que começou. E tirou a mim porque eu não deveria estar lá. E por esse mesmo motivo eu continuo com a mesma aparência que tinha há 27 anos atrás. Eu fui injustiçada e os anjos notaram muito tempo depois o que aconteceu comigo. Como foram 120 anos no inferno eles me deram 120 anos com 18 anos, somente depois desse tempo eu voltarei a envelhecer.

– E porque eu continuo envelhecendo? Eu deveria ter 40 anos em haver.


Dean estava intrigado.

– Porque você esteve no inferno porque mereceu. A palavra mágica é sacrifício. Meu pai quando fez o acordo pensou única e exclusivamente em mim. Por isso quando morreu ele não foi para o inferno. E o demônio ficou tão furioso que me levou escondido. Os anjos só foram perceber depois. Quanto a você Dean, fez um pacto por causa do seu egoísmo. Você não aguentou viver sem seu irmão, por isso o trouxe de volta. Não estava pensando nele, estava pensando em você e quando há egoísmo não podemos chamar de sacrifício.


Ele me olhou com o ego ferido, mas o que eu poderia fazer? Era a verdade.

– Quando eu saí do inferno eu estava muito assustada, perdida e completamente sozinha. Foi nesse momento que meu tio Michael apareceu. Ele me ajudou a entender o passado da minha família e me treinou. Foi uma grande surpresa saber que meu péssimo equilíbrio era porque eu me focava demais em tudo o que estava a minha volta e esquecia do chão embaixo dos meus pés. – sorri de lado. – Depois disso minha vida tornou-se nômade e eu vivo das caçadas. Por isso eu ando armada Alice. – mandei uma piscadela para ela.

– Oh querida! Eu sinto muito! – o abraço de Esme me pegou de surpresa.


Eu não havia notado que ela estava na sala.

– Se não tivéssemos ido embora você não teria sofrido tudo isso. – abraçou-me forte.


Não tive coragem de falar nada. Eu não queria despejar minha mágoa sobre Esme. Ela era amorosa demais, bondosa demais, mãe demais... Eu não conseguiria magoá-la.


[...]


Com o seu jeito materno Esme passou o braço na cintura dos garotos e os levou até a mesa da cozinha coberta de guloseimas. Foi hilário ver a feição sem graça dos dois ao serem levados pela vampira. Mas logo Dean nos fazia passar vergonha ao enfiar tudo de uma vez na boca. Parecia morto de fome!


Eu comi um pedaço de bolo para não entristecer Esme. Enquanto isso eu sabia que os vampiros faziam uma breve reunião na sala tentando compreender tudo aquilo que eu falei.


Confesso que era estranho estar na convivência dos Cullen. E honestamente ainda não tinha ideia se era bom ou ruim. Por enquanto eu estava bem, sentia apenas um friozinho dentro da minha barriga.


Mais uma vez com seu senso materno gigantesco Esme convenceu a mim e aos garotos a dormirmos em sua casa. E foi só quando fechei meus olhos deitada na confortável cama que percebi o quanto estava cansada mentalmente. Meu sono chegou mais rápido que um piscar de olhos.


Não sei que horas da madrugada acordei com a sensação de estar sendo observada. Continuei fingindo estar dormindo e levei lentamente minha mão para baixo do travesseiro. Peguei minha arma e mais rápida do que tudo apontei na direção do invasor.

– Droga Edward! – bufei segurando meu coração acelerado quando ele ergueu as mãos surpreso.


Abaixei minha arma.

– Desculpe, escutei você chamar meu nome. Não pensei que você ainda estivesse dormindo.


Virei meu rosto envergonhada. Eu deveria estar sonhando com ele.


Edward sentou na cama, aos meus pés e eu sabia que vinha uma conversa tensa.

– Você estava certa Bella. Eu fui um covarde. Por todo tempo eu tentei me convencer de que tinha ido embora para te proteger e olha só tudo o que aconteceu. – sussurrou com seu rosto torturado.


Meus olhos se encheram de lágrimas. Toda a pressão do dia começava a cair sob meus ombros.

– Você tentou me proteger de um mundo ao qual eu já pertencia muito antes de nascer Edward. – as lágrimas caíram e logo foram capturadas pelos seus dedos.


Seu rosto estava triste.

– Nem isso eu tentei fazer Bella, eu fugi como um garotinho assustado. Me sinto o pior de todos os homens.


Encolhi minhas pernas contra o meu peito.

– O que mais me dói Edward é que você era o único capaz de impedir o meu destino. Se você tivesse me transformado como eu queria hoje eu estaria vivendo feliz ao seu lado, meus pais provavelmente estaria curtindo sua velhice e a vida continuaria o mais próximo do normal.

– Você não gosta do que faz. – afirmou com dor.

– Eu odeio o que eu faço. Odeio ter que andar armada. Odeio fazer pesquisas atrás de criaturas que causam caos aos humanos. Eu odeio o fato de não poder me apegar a ninguém, pois essa pessoas pode morrer a qualquer momento por apenas estar perto de mim. Odeio ver a morte quase todos os dias da minha vida. Odeio tudo isso.

– Você não pode simplesmente deixar para lá? Largar essa vida?

– Calisle deixa de salvar uma pessoa só porque não quer? Assim como ele é incapaz de deixar uma pessoa morrer quando possui o conhecimento para salvá-la eu também não posso ignorar todos os sinais a minha volta.


Em um ato que me pegou de surpresa o vampiro me puxou para o seu colo e me abraçou forte.

– Eu sinto tanto Bella. – sussurrou enquanto eu chorava em seu ombro.


E ali com o gelado do seu corpo contra o meu eu nunca senti estar tão no lugar certo e errado ao mesmo tempo quanto agora.





Feliz Natal, Ano Novo e FÉRIAS \O/

Primeiramente quero desejar a todos um Feliz Natal cheio de paz, saúde, alegria e união nas família de cada um. Que o papai Noel seja bem gordinho para todos xD

Desejo também um ótimo ano novo repleto de novas alegrias e emoções. E que vocês continuem comigo o ano que vem e os seguintes também!

Quanto as FÉRIAS :D

Bom minha gente, eu vou viajar agora dia 27 e volto só em janeiro. As postagens voltam ao normal apenas no começo de fevereiro. Preciso dar um tempo de escrever porque minha tendinite está ficando brava =/ Então boas férias para todos, aproveitem bastante! Responderei todos os comentários quando eu voltar de viagem.


Beijos!



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Notas finais do capítulo

http://mahfics.blogspot.com.br/