- Alô? – Abri a boca, não... como aquela vadia da minha irmã teve coragem?!

Desliguei o telefone rápido, meu coração estava a mil, eu não acredito! Eu não posso esquecer de mandar minha irmã tomar no cu quando eu ver ela de novo, guria besta! Puta que pariu!

Não demorou muito, e lá estava o telefone tocando de novo, atendi mas não disse nada, eu só escutava do outro lado da linha : “Alô?Alô?”. Desisti daquilo, e desliguei o telefone, fui direto pra cama dormir, eu tinha tido para mim mesmo que não pensaria sobre aquilo, e eu não iria pensar.

(...)

- BOM DIA! – eu gritei dando um susto na minha irmã. – QUE DIA LINDO ESSE NÃO? – eu gritava irônico, eu estava brabo. – LINDO DIA PRA ESBUFETEAR A IRMÃ!

- O que foi?! – ela disse sentando na cama, e ficando com os olhos fechadinhos quando abro as cortinas, e o sol entra com tudo no quarto.

- O QUE FOI?! – eu gritei nervoso. – O QUE VOCÊ FEZ?!

- Nada! Eu não fiz... ah! – ela disse, e arrumou o cabelo. – O número, você realmente ligou?

- Não! Imagina! Ele ligou pra mim sozinho! – eu disse, e coloquei as mãos na cintura.

- Eu sabia que você era burro, mas não sabia que era tanto assim. – ela ria debochando.

- Puta! – eu gritei, ela ficou séria.

- Cala a boca.

- Você fez uma besteira! Por que fez isso? Quer me ver machucado né? – eu falava, eu a encarava com um olhar mortal, eu não acredito que ela fez isso.

- Não! Eu só estou te ajudando! Será que você não viu isso? – ela disse se levantando.

- Vi! Só o que tu fez, é errado Julie! Poxa... – eu disse e sentei no chão. – Eu não quero ser precipitado, por que eu sei, que se eu for, eu foi com certeza me machucar, e eu não quero isso.

- Me desculpe. – ela disse, e se ajoelhou na minha frente, secando uma ou duas lágrimas que corriam em meu rosto. – Olha pra mim. – fiz o que ela pediu, ela me olhava com cara de consolo. – Tudo vai ficar bem, tá? Você não vai se machucar por causa dela. Calma, eu estou aqui pra você, e você sabe muito bem disso.

- Tá bom. – eu disse, me levantei e saí.

Tomei um café com a família toda, aquele bolo quentinho que a vó havia feito, era dos Deuses! Poxa, ela quer que eu vire uma bola! Aí eu não vou caminhando pra escola, eu vou rolando mesmo.

Pensei na praia, eu estava louco para ir, quase em êxtase! Aaah, meu...

- Mana! Vamos “a la plaia” ? – perguntei rindo, já pegando o meu calção de banho na mochila.

- Não... – ela disse, calma e me olhou com uma cara de “você sabe com quem eu vou, fique quieto e de uma desculpa!”... que olhar falador esse, meu Deus!

- Ah, não... não quero ir com você – eu disse, e fui me vestir.

Me vesti o mais rápido que eu pude, botei protetor solar, e fui para a praia correndo, de chinelo de dedo ok? Por que tem aqueles espinhos na rua, e realmente não dá pra ir de pé descalço. O bom  é que a praia é três quadras da casa da minha vó, então é perto, é praticamente um passo e você já chegou.

Eu amo essa brisa da praia, por que me lembra os velhos tempos, eu quando era bem pequeno eu vinha aqui, todo o final de semana, depois dos 7 anos nós tivemos que parar de vir, por causa do trabalho do papai, que tava complicado e tal. Eu tenho ótimas recordações daqui, eu tinha muitos “amiguinhos”, bons tempos eram aqueles.

Cheguei na praia, e haviam só alguns... bilhões de guarda-sol espalhados pela areia, mas isso não importava, o que importava era o mar... tão lindo, e azul. Era convidativo, logo fui correndo sem nem olhar por onde eu andava, claro que... se eu não tropeçasse em alguém, seria que tipo um milagre, mas como milagres não acontecem pra mim, então, eu tropecei em uma mulher.

- Ai! – a garota gritou, me dando um empurrão.

- Desculpe! – eu disse, e nem olhei para ela, larguei meu chinelo ali mesmo e fui correndo para o mar.

Depois de ficar uns 15 minutos, eu já estava cansado, que droga. Voltei ao lugar que provavelmente estavam os meus chinelos. Cheguei logo ali, e me deitei, fiquei olhando para o céu, e acabei pegando no sono.

(...)

- AI MEU DEUS! – gritei acordando num susto. Olhei para os lados, e já pareciam ser quase 5 horas da tarde, o por do sol iria começar logo, eu estava pensando... que, eu basicamente vim pra praia as 10 horas da manhã, e acabei pegando no sono depois disso... e eu não tinha passado protetor... Como eu não me queimei?

Minha pele estava normal, e tinha sim uma camada de protetor solar, eu me lembro muito bem, eu não passei. Que droga!

Comecei a analisar as poucas pessoas que estavam na praia, indo embora. Até que vi uma menina sentada na areia, olhando para o mar. Não pude segurar minha curiosidade, e fui devagar até a menina, ela estava de short jeans curto, e uma regata branca, ela segurava os chinelos, e estava com os cabelos amarrados, vi que tinha um protetor do seu lado, e aquele protetor que estava ali, é o protetor que tem o cheiro que está no meu corpo. Vish.

- Me desculpa incomodar mas... – eu disse e ela se virou pra mim. – CORINNE?!

- Oi. – ela disse calma, ela estava com a aparência mais cansada que a da ultima vez que a vi, estava com olheiras bem mais aparentes.

- Você... tem casa aqui nessa praia? – perguntei me sentando ao seu lado.

- Sim. – ela apenas me respondia, e me olhava. Sua expressão não dizia nada.

- O que tá acontecendo? – eu perguntei preocupado.

- Hãn? – ela disse com cara de dúvida.

- Tá acontecendo alguma coisa com você?