Bad Guy escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 9
1º Batalha vencida




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Sete anos atrás....

Elena sorriu ao acessar a conta da empresa. Há dias que ela tentava entrar nos arquivos da empresa sem sucesso, pelo menos ate aquela tarde. Estava tão concentrada que não percebeu a entrada de alguém na sala.

-O que está fazendo, senhorita Scott? – o gerente do departamento financeiro perguntou ao ver Elena sentada em sua cadeira, olhando algo em seu computador – espero que tenha permissão para estar ai.

Elena empalideceu ao ver a expressão fria em seu rosto. Tentou sorrir, mas percebeu que aquilo não teria reação. Ergueu-se lentamente sorrindo de forma maliciosa para o homem a sua frente.

-Estava te esperando – falou com a voz baixa, aproximando-se dele.

-Me... me esperando?

-Sim – assentiu vitoriosa ao vê-lo afrouxar a gravata em sinal de nervosismo. – estava me distraindo enquanto lhe esperava – parou em sua frente e passou a mão pelo rosto dele – Não consigo mais fingir para mim mesma e muito menos para você, estou... acho que estou.. sentindo algo por você.

O gerente financeiro a encarou perplexo. Ele já havia reparado em sua beleza como tantos outros homens da empresa, mas ao vê-la de conversa com o senhor Piatti imaginava o tipo de relação que teriam.  

-Do que está falando? – perguntou nervosamente – tens... não pode dar em cima de mim, quero dizer, a senhorita esta com..

-Alexander Piatti? – indagou sorridente – talvez, mas hoje.. é você que não consigo tirar da cabeça. – aproximou-se do homem tentando reprimir a sua ânsia de vomito. Ela sentia nojo de si mesma e do homem a sua frente, mas sabia que seria o único caminho a seguir.

“Isso não é nada.”  pensou com firmeza ao colar os seus lábios sobre os dele.

Atualmente...

Jacob andou de um lado para o outro em seu quarto com a mente conturbada. Toda a situação começava a sair de seu controle. Por alguns momentos imaginou ter conseguido a atenção e o domínio sobre Elena, mas percebeu ser uma ilusão de sua mente. Passou a mão pelos seus cabelos, em desespero. Há dias que tentava alguma coisa com ela tendo apenas a frieza como resposta. Pegou o seu aparelho celular em cima da cama, discou para um numero e logo escutou uma voz masculina do outro lado da linha.

-Temos um problema. Até agora não consegui nada, vamos precisar usar outro plano. – disse friamente – não me importo qual seja, portanto que eu consiga a sua confiança ou forçá-la a assinar os documentos. – após escutar algumas palavras desligou pensativo. – Eu estou fazendo o que é preciso. Não posso me sentir culpado por nada.

Flashback

Jacob levou mais um copo de uísque a boca, sorvendo o liquido de uma só vez. Ele não conseguia acreditar que uma mulher como Elena havia conseguido toda a herança, a sua herança em tão pouco tempo. O bar já estava prestes a fechar quando viu um homem sentar em sua frente. Ergueu a cabeça, olhando para o desconhecido com um sorriso zombeteiro na face.

-O que quer? Dinheiro? Essa é a única coisa que não tenho – disse antes de colocar mais uísque em seu copo e beber.

-Eu.. fiquei curioso sobre você na verdade. Há algum tempo que estou lhe observando – o homem misterioso acrescentou o olhando.

-És algum perseguidor? Hoje deve ser meu dia de sorte – ironizou ao tentar se levantar com dificuldade da mesa.

-Não deveria ir, sabia? Posso ser a solução dos seus problemas.

-Meus problemas? Só tenho um e ele tem nome.

-Elena Scott Piatti, presumo.

Pela primeira vez desde que o homem apareceu para ele, Jacob ficou curioso e intrigado. Observou o desconhecido de cima a baixo sem conseguir esconder a sua curiosidade.

-Quem é o senhor? Como sabe dela? Ou melhor.. o que sabe de mim?

-O necessário, aconselho a se sentar novamente.

-Não manda em mim.

-Estais certíssimo, entretanto, Jacob, o único modo de conseguir a herança é fazer o que eu disser.

-Como?

-Conheço Elena como ninguém. Ela nunca, nunca irá confiar em você e lhe dar o dinheiro. Ela preza o dinheiro bem mais q a sua própria vida. Não a conhece como eu.

-Então a conhece? Esta tentando se vingar ou algo assim? – perguntou em tom de escárnio, mas ao ver o olhar duro do homem percebeu ser esse o motivo – não pode estar falando sério. Sabes com quem ela está casada?

-Com seu pai, Alexander Piatti. Não há nada que eu não saiba sobre vocês.

-És um louco.

-E você um desesperado. A dupla perfeita, não acha?

Jacob ponderou por alguns minutos. Pensou em tudo que havia escutado do advogado de sua família e por fim deu de ombros.

-Muito bem, irei lhe escutar, mas antes preciso saber o seu nome.

-Lorenzi. Alec Lorenzi. – disse com um sorriso frio na face ao olhar para o semblante confuso do jovem a sua frente.

Flashback off

-Desde que encontrei esse homem a minha vida tem sido uma montanha russa. Faço tudo o que ele me diz sem pestanejar. Devo realmente estar desesperado. O que um homem poderoso como ele poderia querer com Elena? Isso é loucura demais.

***
A respiração de Nicole ainda encontrava-se descompassada. Ela sentia que algo faltava em Alec, entretanto estava fazendo algo inédito em sua vida: começava a entregar-se a alguém que mal conhecia. Ela tentou disfarçar quando olhou para o homem ao seu lado, o qual mantinha-se impassível ao caminhar ao lado dela pelo parque. Alec optou por levar Nicole para um parque afastado da cidade, eles encontravam-se caminhando como dois namorados. O clima de novembro tornava toda a situação mais alenta e sensível aos planos de Alec Lorenzi.

-Diga-me Nicole – disse atraindo a atenção dela, fazendo-a encará-lo – nunca falamos de sua família, não é?

-Não há o que falar – respondeu evasiva – eu que não conheço nada sobre você. Engraçado é que busquei informações sobre você, mas não encontrei nada. É como se tivesse nascido a uns seis anos.

-Esteve tão curiosa assim por mim? – sorriu levemente – porque não tentou me procurar e tirar suas duvidas?

-Sim, eu estive – disse sincera deixando-o sem palavras – não costumo mentir, Alec. Digo sempre o que digo e como me sinto.

Alec parou de caminhar e observou a mulher em sua frente. Indagou-se pela primeira vez se estava fazendo o correto em usar alguém inocente para sua vingança.

Não posso e nem devo amolecer agora. Ninguém teve compaixão por mim ou Marcello. Devo continuar pensando apenas em mim, e em minha vingança contra Elena.” Pensou.

-És muito interessante, sabia? – Alec falou sério. Aproximou-se dela, passou a mão pelo seu rosto e sorriu em seguida – o que acha de jantar em minha casa hoje?

-Jantar em sua casa?

-Sim.. podemos conversar mais e acho que ira gostar de experimentar a minha comida.

-Você cozinha? Isso sim é uma surpresa – murmurou.

-Há muitas coisas sobre mim que desconhece – sorriu de forma encantadora – porque não começamos a desvendar os segredos um do outro? Tenho certeza que será divertido.

Nicole o olhou sem assentir ou dizer algo. Observou o homem a sua frente atentamente e sem conseguir conter-se caminhou ate ele parando bem em sua frente.

-Alec... prometa-me uma coisa.

-O que?

-Prometa-me que não irá mentir para mim. É a única coisa que lhe peço.

-Porque isso assim? Não confia em mim?

-Não – respondeu secamente – há algo em seu olhar que me deixa desconfiada. Não sei de onde surgiu ou o motivo de termos nos encontrado daquela forma.. é como se nada tivesse sido em vão.

-Talvez não seja. – ela o encarou seriamente.

-Acho que quero descobrir ate onde isso irá chegar.

Alec assentiu contente. O seu plano seguia tranquilamente. Tudo estava indo como havia planejado, entretanto existia apenas uma falha ate agora: Jacob.

****
Alexander fechou os olhos ao sentar-se na poltrona de seu quarto. Sempre que entrava ali e não via Elena sentia-se mal. Elena havia se transformado em sua força de viver desde que a encontrara. Lembrou-se do primeiro momento em que a viu e sorriu.

-Acho que nunca vou cansar de lembrar-se do seu rosto – disse consigo mesmo. Estava tão disperso em suas memórias que não percebeu a entrada de Jacob no quarto, o qual mantinha um sorriso de escárnio na face.

-Vejo que esta tão solitário agora quanto antes de casar-se – Jacob falou frio escorado na porta do quarto – onde está minha nova mamãe?

-Não seja assim, Jac. Não entendo o motivo de não gostar dela.

-Talvez seja o mesmo motivo de você estar aqui sozinho.

-Ela foi fazer compras.

-Claro que foi – ironizou – engraçado é que as compras dela devem ter nomes de homens. Imagino que a próxima loja que deseja visitar seja Alec.

-O que está insinuando seu moleque imprestável? – falou com a voz alterada- como se atreve a falar dela? Ela fez mais por mim do que você por toda a sua vida.

-Eu imagino afinal vocês dormem juntos, seria natural.

-Não irei me estressar com você. Diga de uma vez o que veio fazer aqui.

-Vim perguntar sobre o jantar em família.

-O que quer saber?

-Ainda irá acontecer?

-Porque não iria?

-Não sei... talvez acabe descobrindo coisas que o faça mudar de ideia – disse misterioso ao dar as costas e ir embora.

Alexander permaneceu inexpressivo. Ele sabia que uma hora tudo iria mudar, só não esperava que tivesse sido tão rápido.

-Vou ter que mudar algumas coisas – murmurou pensativo. – não fiz o que fiz para tê-la e receber em troca traição, minha doce, Elena.  

***
Nicole mantinha a sua postura altiva e segura ao passar pelo saguão do edifico de Alec. Eles haviam saído do parque, entrado no carro dele com o destino para o seu apartamento. Ele havia prometido fazer um jantar grandioso para ela. Passar pelo saguão e caminharam, lado a lado, ate a área do elevador. Pararam em frente a um grande espelho, onde Nicole ficou olhando ate escutar o barulho que indicava a chegada do elevador.

Ele é bonito, charmoso e misterioso. Porque tenho a sensação que esconde algo de mim? Como posso me sentir segura e ao mesmo tempo aterrorizada ao seu lado?” questionou-se em pensamento antes de adentrar no elevador vazio com ele.

-Espero que goste de massas. É minha especialidade – Alec disse assim que apertou o botão da cobertura. Ele havia comprado o apartamento há poucos dias. Preferia permanecer no hotel, pois lugares como o apartamento que comprar o lembrava do sofrimento que havia passado.

-Eu adoro, mas diga-me Alec.. quando aprendeu a cozinhar?

-Pode-se dizer que foi... quando fui obrigado a retirar umas...férias – tornou sombrio sem conseguir controlar-se.

-Sempre misterioso – sorriu ao olhar de soslaio para ele.

-E é isso que esta fazendo se interessar por mim, presumo.

-Talvez – as pesadas portas se abriram mostrando um longo corredor com apenas dois apartamentos, bem afastados um do outro. – Voces devem gostar de morar aqui. Quase ninguém vem ate aqui, um silencio absoluto e tranquilidade.

-Não há ninguém alem de mim.

-Como?

-O outro apartamento... eu também o comprei. Não gosto de ninguém vigiando os meus passos.

-Um homem que gosta da solidão.

-Todos os seres humanos são assim, não? Muitos negam, mas é inegável a sensação de bem estar que possuem ao ficarem sozinhos ainda mais quando se acostumaram.

-Então para você o ser humano não gosta da companhia de outras pessoas?

-Não, atrevo-me a dizer que eles se acostumam com as pessoas tornando-se dependentes.

-Desta forma não encontrou ninguém para ser dependente?

-Já sim. A alguns anos, mas isso só mostrou-me algo.. que devo permanecer solitário.

-E amargo – ela completou sorrindo – é assim que ficará se continuar a pensar assim.

-Mas eu tenho você agora ou não? – tornou sedutor. Passou por ela em direção a porta de seu apartamento e quando o abriu viu o semblante de Nicole mudar. Ela permaneceu quieta ate avançar em direção a entrada – pelo visto gostou.

-Estes.. são quadros de minha galeria – falou perplexa ao olhar para os cinco quatros na parede da entrada – como.. é possível? Foram os primeiros que vendi em minha galeria.

-Estamos destinados, ainda não entendeu? – sorriu misterioso.

-Isso...soa como se fosse um perseguidor – concluiu tentando sorrir – você não é um, é?

-Não fique tranquila, apenas gosto de arte. Estes quadros quem comprou foi meu secretario há algum tempo. Não tive nenhuma ligação com a compra, apenas dei o dinheiro. Nem sequer passou pela minha cabeça que tivessem alguma ligação contigo.

-Entendo – murmurou pensativa – é apenas estranho. Não me lembro de ter vendido tantos quadros a apenas uma pessoa.

-A memória as vezes nos prega peças.

Nicole assentiu ainda desconfiada. Preferiu esquecer aquela questão por um tempo, pelo menos ate poder voltar a galeria e descobrir a verdade.

Alec sorriu confiante. Não havia sido fácil descobrir os compradores das primeiras pinturas vendidas por Nicole, mas conseguiu. Procurou um por um e pagou-lhes um preço justo. Sua vingança valeria cada centavo que estava gastando.

Logo estaremos frente a frente como uma feliz família, Elena”pensou amargurado.

O apartamento de Alec possuía uma atmosfera fria. Tudo combinava perfeitamente, entretanto as cores que predominavam eram preto e branco assim como a sua alma encontrava-se. Retirou o casado de Nicole, colocou no armário e seguiu para a cozinha sendo acompanhado por ela. Nicole observava os seus passos com extrema curiosidade, reparou que não ter nenhuma fotografia pela sala de estar, não havia nenhum objeto pessoal era como se ele não morasse ali. Olhou em sua volta sem perceber a aproximação sorrateira dele. As mãos de Alec rodearam a cintura de Nicole, deixando-a assustada por alguns segundos ate perceber a intenção dele.

-Alec.. vim porque me prometeu um jantar – a voz de Nicole saiu mais languida do que imaginava ao sentir os lábios dele em seu pescoço. – Não.. Alec.. – murmurou.

-Apenas relaxe, Nick – sussurrou em seu ouvido ao virá-la para si beijando-a. Nicole surpresa pelo apelido acabou deixando-se ser envolvida pelo seu desejo. Fechou os olhos e entregou-se ao homem misterioso que invadia a sua vida a cada minuto. Alec afastou-se e a carregou no colo ate o seu quarto, ao colocá-la sobre a cama, sorriu sarcasticamente. – Esta é a ultima chance que vai ter para fugir de mim. Não sou bonzinho como imagina e nem santo. Contarei ate cinco e se ate lá não se afastar e ir embora entenderei como algo consensual e que estará optando por ficar ao meu lado não podendo voltar atrás mais a frente. Um – a olhou fixamente – dois – percebeu a alteração no olhar dela – três – a viu arfar profundamente e fazer menção de afastar-se dele – quatro – antes que pudesse terminar de contar foi envolvido pelos braços dela. Voltaram a se beijar deixando todos os pensamentos para trás.

Alec acabava de ganhar a primeira batalha contra a família Piatti. 


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Notas finais do capítulo

E ai.. mereço comentarios? rsrsr