Bad Guy escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 10
Vulneravel


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que estao lendo.. e comentando rs..muito obrigada pelo carinho..
Bem... espero que gostem do capitulo de hoje.. rsrs
Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/279934/chapter/10

Recomendo escutar esta musica em todo o capitulo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=9BDPbVsxCvk#at=100

Nicole abriu os olhos com um leve sorriso em sua face. Aquela era a primeira vez que acordava feliz após o seu divorcio. Olhou para o lado e ao perceber estar sozinha no quarto, estranhou. Levou o lençol ate o seu pescoço, cobrindo a sua nudez. Respirou profundamente com medo de Alec ter ido embora, deixando para ela apenas um bilhete de despedida.

-Não pense demais – disse a si mesma ao enrolar o lençol em seu corpo e caminhar pelo quarto a procura de suas roupas. – onde elas estão? – olhou com calma para o quarto, não conseguindo exprimir um semblante de surpresa. No dia anterior não conseguia ver nada que não fosse o homem a sua frente, entretanto agora percebia coisas que antes havia lhe passado despercebido. O quarto que outrora lhe parecia tão quente possuía um ar frio e gélido. As paredes possuíam um tom de branco gelo, os moveis eram negros e o piso branco. Não havia objetos pessoais com exceção de um notebook, aparelho celular próximo da cama e um molho de chaves. Estava tão distraída que não reparou na chegada de Alec. Ele permaneceu na soleira da porta, observando Nicole atentamente. Começava a sentir uma ponta de culpa, mas ao recordar-se de sua dor e do quanto havia sofrido, o sentimento sumia rapidamente.

-Vejo que acordou – Alec disse o mais amoroso que conseguiu apesar de sentir nojo de si mesmo naquele momento – dormiu bem?

-Sim, obrigada – disse com as faces meio avermelhadas – onde..estão minhas roupas? – indagou sem conseguir evitar de olhar para Alec de cima a baixo. Ele trajava uma calça jeans e uma blusa polo branca.

-Mandei para a lavanderia, elas devem estar chegando daqui a pouco – sorriu ao caminhar ate o seu closet. O abriu, retirou umas peças de roupas e entregou a ela – ficará um pouco grande, mas servirá.

-Obrigada – agradeceu ao pegar as roupas – onde..fica o banheiro?

-Logo ali – apontou para uma porta no canto do quarto – se precisar de algo basta me chamar – antes que ela pudesse falar alguma coisa, ele depositou um delicado beijo em sua testa – vou preparar o café enquanto toma banho – afastou-se deixando-a inebriada ainda mais por ele.

-Cada ação dele... tem um poder incrível sobre mim – sorriu consigo mesma ao ir em direção ao banheiro.

Alec fechou a geladeira após pegar os ingredientes. Cortou o queijo com o semblante sério, por mais que não quisesse imaginava destruir Elena o quanto antes para poder continuar a sua vida.

Flashback on

Sete anos atrás

As viaturas estacionaram em frente a casa de Anthony. Todos os vizinhos saíram curiosos pelo o que estava acontecendo. Anthony caminhava lentamente segurando duas sacolas com um sorriso na face, pois naquele dia Elena havia prometido cozinhar para ele. Por algum motivo, ela havia o feito prometer chegar cedo. Ao se aproximar de casa estranhou o barulho de viaturas e assim que parou próximo de sua residência, viu os policiais olharem em sua direção.

-Anthony O’Brien? – um dos policiais perguntou ao olhá-lo de cima a baixo. Ao vê-lo assentir com a cabeça, sorriu – Peço para que coloque as sacolas no chão, erga as suas mãos e coloque-as atrás da cabeça.

-Do que..esta falando? – Anthony indagou confuso.

-Não resista a prisão, senhor. Faça o que lhe foi dito.

Anthony olhou em volta buscando apoio, mas viu apenas medo nos olhares de seus vizinhos. Relutante, fez o que lhe foi mandado tendo em mente que logo seria liberado. Não demorou para ser revistado pelo policial e ter suas mãos presas por uma algema. Foi colocado no carro da policia e logo estava indo em direção à delegacia. Assim que chegou foi colocado em uma sala de interrogatório. Ele se sentia humilhado, fraco e preocupado com Elena.

-Muito bem.. Anthony – um policial aparentando quarenta anos disse ao entrar na sala. Depositou uma pasta em cima da mesa e o encarou – vou ser direto... Temos provas contra o senhor e se confessar, a sua pena poderá ser reduzida. O que acha?

-Provas? Provas de que? Não entendo do que estão falando.

-Acha que agir assim irá te inocentar?

-Estou lhe dizendo que não sei sobre o que esta falando. Não lembro-me de ter feito nada de errado. Sequer joguei lixo no chão. O que está havendo afinal? – indagou com o semblante em desespero e preocupado.

O policial o olhou de forma compreensiva. Suspirou, sentou-se na cadeira em frente a Anthony e o encarou.

-Não sabe mesmo do que estou falando? – ao vê-lo negar com a cabeça, passou a mão pelos seus cabelos – está sendo acusado de desviar uma grande soma monetária da empresa Piattis.

-Como posso ter desviado alguém dinheiro se nem lá trabalho?

-É essa a nossa pergunta.  Nossa suposição é que tenha se infiltrado no sistema utilizando a senha de sua conhecida, Elena Scott. O que nos diz? Lembre-se que sua pena pode e será reduzida se cooperar.

-Elena é minha namorada. Do que estão falando afinal? Eu nem sei mexer direito em um computador.

-Senhor Obrien, quero que compreenda a sua situação, a qual não é boa. Se nos disser o nome da pessoa que o ajudou ou como realizou tudo isso...

-Não posso dizer algo que não sei – disse nervoso – chame-a aqui. Elena ira desmentir tudo, sei que sim.

-Elena... – murmurou ao pegar a pasta e o olhar inexpressivo – Elena Scott?

-Sim, ela mesma.

-Ela esta aqui como testemunha contra você.

-I..Isso não é possível.. – murmurou desorientado – ela.. ela nunca faria isso.

-Acho que esta enganado. Ela mesma se prontificou a testemunhar contra o senhor se precisar.

-Tem algo errado.. isso..isso esta errado. Devo estar sonhando, é isso – falou confuso ao olhar em sua volta – eu... isso tudo é um pesadelo.

-Senhor, creio que ainda não se deu conta da situação em que esta. Lhe deixarei sozinho por alguns minutos. – levantou-se e o olhou com pesar – tem algum advogado?

-Não.

-Irei providenciar algum – falou antes de sair, deixando Anthony solitário em seus pensamentos e inseguranças.

Atualmente..

Não importa o quanto eu esperei ou continuarei esperando. Você irá pagar por ter feito isso comigo, Elena. Irei fazê-la sofrer amargamente”  Alec pensou ao colocar o queijo cortado dentro do pão. Estava tão absorto em sua vingança que não percebeu a presença de Nicole logo atrás de si. Ela chegou sorrateiramente, e o abraçou pela cintura, apoiando a sua cabeça nas costas dele.

-Porque tenho a sensação que me esconde algo? – murmurou com a voz distante – vamos nos conhecer melhor. Vamos nos dar uma chance.

Alec olhou para o nada ao escutar as palavras sinceras de Nicole e por mais que não quisesse, sentia compaixão por ela.

-Não é a minha intenção, Nick. Iremos fazer como disse. Vamos nos conhecer cada vez mais – afrouxou o abraço dela, virou-se para ela e sorriu antes de beijá-la suavemente – está com fome?

-Sim – sorriu.

-Estou fazendo o café, porque não vai para a sala e..

-Eu lhe ajudo. Sou boa na cozinha – disse otimista ao afastar-se dele e começar a preparar o suco, tudo sobre o olhar frio e questionador de Alec.

***
Elena olhou para si mesma no espelho. Admirou o seu reflexo ficando impressionada consigo mesma, da forma como havia melhorado com os anos. Ajeitou o seu vestido em seu corpo e logo saia do quarto decidida a encarar Alec Lorenzi. Assim que saiu do quarto deparou-se com Jacob na soleira da porta, a esperando.

-Não faz mais nada? – Elena disse provocando-o – a essa hora deveria estar na faculdade, estou errada?

-Precisava falar com você – tornou sério ao se aproximar dela, segurando em seu pulso – vamos para o meu quarto.

-Isso não é necessário. Diga aqui o que deseja.

-Não seja assim.

-Jacob, estou ocupada, fale de uma vez.

-Você que pediu – falou antes de a puxar, apesar de seus protestos, em direção ao seu quarto, o qual ficava próximo ao dela. Abriu a porta, empurrando-a para dentro com agressividade – Sabe o quanto senti a sua falta? – falou ao fechar a porta. Avançou ate onde ela estava e a beijou demoradamente – porque me trata assim? Sabe que eu faço qualquer coisa por você, minha querida.

-Jacob.. não precisa mentir para mim – sorriu levemente ao ver o seu semblante – estamos apenas...aproveitando. não sentes nada por mim, assim como eu não sinto nada por ti.

-És tão cruel – murmurou ao beijar o seu pescoço. Suas ações apesar de transparecer sentimentos estavam repletas de frieza e ambição. Ele desejava ardentemente que ela sucumbisse a ele de uma vez por todas para poder reaver tudo que era seu por direito.

-Sou cruel.. sou realmente má – Elena disse consigo mesma com o olhar envolto em uma sombra negra, ao sentir as mãos de Jacob em seu corpo, despertou de seus devaneios. – É melhor parar.

-Porque? Você também quer.

-Não, meu corpo quer e não eu. – colocou as mãos em seu tórax, afastando-se dele – tenho um compromisso.. então porque não vai fazer o que faz?

-Elena, estais sendo muito cruel comigo.

-E você não está sendo comigo? – colocou a mão em seu rosto delicadamente – nós dois sabemos porque esta fazendo isso. Não vá me dizer que é por paixão, porque é mentira.

-Sou um homem e você uma mulher, então como poderia mentir ao dizer que te amo?

-Não seja ingênuo e nem ache que eu sou. O amor.. isso não existe, neste mundo o que prevalece é o poder. Quanto mais poder se tem.. maior será os sentimentos que terá.

Jacob ficou em silencio a observando. Aquela era a primeira vez que jurou escutar um tom de sinceridade em suas palavras.

-Vou sair..mais tarde eu retorno e podemos continuar com esse seu jogo – ironizou – o amor. – afastou-se rapidamente deixando Jacob parado, no meio do quarto, pensativo.

Assim que saiu de casa, Elena suspirou aliviada. Esperou o motorista chegar e logo encontrava-se a caminho da empresa de Alec. Ela desejava vê-lo o mais rápido possível. Suas lembranças estavam mais fortes desde a ultima vez que o virá. Elena não conseguia parar de pensar no que havia feito anos atrás.

-Eu realmente sinto.. sinto de verdade – murmurou consigo mesma ao olhar pela janela.

***
Nicole entrou na galeria com um sorriso em sua face. Tudo estava indo melhor do que ela havia imaginado. Após o café da manhã, Alec a levou ate em casa, a esperou trocar de roupa e a trouxe ate o trabalho. Sempre se mostrando atencioso e gentil.

-Talvez não seja uma má ideia levá-lo a festa de família – falou consigo mesma ao imaginá-lo ao seu lado.

***
Assim que Elena adentrou no saguão da presidência, a secretaria de Alec a olhou com curiosidade. Esperou que ela se aproximasse da mesa e sorriu.

-Em que posso ajudá-la?

-Vim ver Alec, tenho hora marcada – anunciou com um sorriso no rosto.

-Qual o seu nome?

-Elena.. Elena Scott.

-Muito bem, vou apenas informá-lo e poderá entrar – a secretaria disse misteriosa. Discou para um numero e logo anunciou o nome de Elena, após alguns segundos desligou e a mandou entrar na sala em frente.

Alec apertou a caneta que encontrava-se em sua mão com força. Ele não imaginou que ela teria a audácia de ir ao seu encontro daquela forma, ainda por cima, usando o seu nome de outrora, nome este que ele não cansava de lembrar-se todas as noites de sua vida. Começou a respirar fundo, a fim de se acalmar quando ela adentrou em sua sala. O seu perfume continuava o mesmo da ultima vez que a tinha visto, sete anos atrás. Percebeu o quanto ela havia mudado, sem conseguir sentir raiva. Raiva de si mesmo e dela.

-O que posso fazer pela senhora? – perguntou tentando aparentar frieza quando na verdade emanava raiva em seu olhar.

-Não deveria ser tão cruel e frio com uma velha amiga.

-Velha amiga? Deve estar me confundindo com alguém, senhora Piatti.

-Scott, mas me chame de Elena. Como nos velhos tempos.

-Velhos tempos, estes que não existiram. Não para mim.

-Eu sei que você é você. Não adianta mentir ou tentar me enganar – declarou sorrindo ao se aproximar cada vez mais de sua mesa – porque não admite de uma vez e vamos festejar o nosso reencontro?

-Acho que esqueceu-se do que eu disse na festa – sorriu friamente ao encará-la – para mim... o que há apenas entre nós dois é apenas o nada. Assemelhasse a um branco em uma parede, muitos podem ver algo, apenas o que querem, mas a verdade é que não há nada ali e nunca irá ter. É isso que somos.

-Que cruel – sorriu – não me lembrava disso em você.

-E nem eu me lembrava de você ser tão promiscua, mas as coisas mudam.

-Promiscua? Alguém ainda usa tal palavra? -  gargalhou divertida ao tocar na mesa de vidro e ir em direção a sua cadeira, parando em frente a ele – sabe que senti sua falta, não sabe?

-Sabes o significado da palavra saudade, por acaso?

-Sei.. sei tão bem que se eu pudesse..voltaria no tempo e...

-Não seja idiota, Elena. Diga-me de uma vez o que está pretendendo ao vir aqui.

-Apenas você. – falou ao colocar a mão sobre o rosto dele e o beijar. Alec tentou resistir, mas foi inevitável. Fechou os olhos e retribuiu ao beijo que conhecia tão bem. Deixou-se ser levado pelas recordações e logo sua mão pousava em sua cintura. Apesar da vingança estar rodeando seu coração, seus sentimentos antigos e o desejo falaram mais alto, por apenas alguns segundos, mas falaram, e estes segundos foram o suficiente. O suficiente para que Elena ficasse mais vulnerável a ele. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora.. o que será que vai acontecer?