BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 34
Cravinho


Notas iniciais do capítulo

Voltei, tributos ! QUEM EXPLODIU DE EMOÇÃO DEPOIS QUE VIU O TEASER DO TRAILER DE EM CHAMAS? EEEEEEEEEEU *0* Sério, eu praticamente vomitei arco-íris e me deu uma enorme vontade de roupar o Peeta pra mim.
Pois então, aqui estou eu, com a minha internet linda de volta ! Me senti muito bem, obrigada. E aqui está mais um capítulo com um pouquinho de Cleeta (pra quem ainda não sabe, e eu nem sei se existe, é o shipp de Clove + Peeta - muahahaha eu sei, sou muito diva pra inventar um negócio desses).
Aproiveitem :)



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- FILHO DA MÃE!

- Calma, Clove!

- CALMA? Você passa anos desaparecido, me fazendo pensar que estava morto, me fazendo derramar um rio de lágrimas por você. Pra chegar e me encontrar numa situação como essas e dizer: oi, cravinho?

- Desculpe, eu não tive escolha.

Lembrei-me da vez em que ele me deu esse apelido. Clove significa cravo.

- Vai embora daqui! – gritei. Gregory Shane. O único melhor amigo que tive na vida. Ele sumiu dois anos depois que meu avó morreu e nunca mais deu notícias. Sabia o que eu estava passando, sabia o que eu e a minha família estávamos enfrentando, mas mesmo assim seus pais foram embora. Minha família e a família dele eram muito próximas, foi por isso que nos tornamos amigos. Meu pai e seu pai eram como irmãos e treinavam juntos todos os dias.

- Tudo bem, eu vou. Mas acho que vai querer saber que seu namoradinho está na Capital.

- O que quer dizer com isso? Aonde é que eu estou? – pergunto abaixando o tom de voz. Vejo que ele continua com seu jeito misterioso que sempre me fez perder a paciência.

- No Distrito 13. – disse por final, saindo logo em seguida.

- Shane! Shane! – gritei novamente. Ele fechou a porta e me deixou falando sozinha, como sempre. Distrito 13? Dever ser loucura!

Puxo com ferocidade todos aqueles negócios esquisitos que perfuravam minha pele. Eles começaram a apitar e fazer um barulho ensurdecedor. Levanto-me e cambaleio até a porta, meu olhar tentar se fixar em um ponto para que eu possa me concentrar, mas é impossível. A cada canto que olho vejo tudo duplicado. O que está me fazendo reagir desse jeito?

A maior dificuldade é encontrar a maçaneta. Até encontrá-la, percebo meu corpo balançando de um lado para o outro, na maior vontade de se esparramar no chão.

Código 1375! Código 1375!

Uma voz do além gritava um código e repetiu aquilo por várias vezes. Foi quando todo aquele alvoroço começou. Pessoas vestidas de azul corriam por todos os lados e me puxavam pelo braço.

- Venha cá, querida.

- Você não pode ficar perambulando por aí, mocinha.

- Ei, veja quem saiu da cama!

- O que? Do que vocês estão falando? – pergunto, minha cabeça gira e eu sinto algo subir pela minha garganta. Respiro fundo tentando não me apavorar – Aonde é que eu estou? Me respondam!

- Distrito 13, mas não se preocupe. Você está segura, está em casa agora. – sorriu uma mulher com as íris dos olhos roxos e os cílios amarelo fluorescente.

- Vocês estão todos loucos! Não existe essa história de Distrito 13! A minha casa não é aqui, é no Distrito 2 – gritei. Dois enfermeiros enormes vieram me segurar. Debati-me até sentir meus braços doerem.

- Acalme-se. – gritou um deles – PARE DE FAZER BIRRA.

Foi então que eu pude ver Peeta. Com um traje esquisito e correndo pelo grande corredor branco.

 – Peeta, diga á eles que eu não estou louca! - a agulha perfurou a minha pele e injetou a droga no meu sangue me fazendo sentir sono. Tudo já estava ficando escuro. Peeta estava cada vez mais perto. Eu pude ver a sua expressão preocupada, mas eu não entendi o porquê daquilo tudo. O porquê daquele alvoroço. E além do mais, o Mellark é um traidor.

[...]

Primeiramente, eu não consegui me mexer de maneira alguma. Senti meus braços amarrados em panos em volta da maca em que eu estava. Minhas pernas foram devidamente colocadas para que eu não pudesse me mexer. Aquilo me deixou agoniada, afinal, quem é que gosta de se sentir preso como um cachorro em uma coleira?

Ao meu lado estava ele. Dormia como se nada tivesse acontecido. Seus pés estavam sobre o criado-mudo ao lado do sofá marrom escuro. Uma bandeja cheia de pacotes de batatas assadas estava jogada no chão.

Socos leves foram depositados na porta e uma mulher linda adentrou pelo quarto. Meu coração disparou quando vi sua arma nos ombros. Seu cabelo castanho e escorrido estava preso em um rabo de cavalo. Estava séria e senti uma enorme frieza da sua parte em dizer:

- Odiei seu comportamento mais cedo.

- Desculpe, mais eu não sou o tipo de pessoa que agrada a todos – eu disse ríspida.  A mulher sorriu debochada.

- Oras, deixe de ser atrevida. Você devia era me agradecer por eu ter salvado a sua vidinha hipócrita de quem nem sabe se decidir entre o padeiro e o garoto da janela ao lado. – voltou a sua feição séria. O jeito como ela falava era de dar medo. – Arrume-se e vá direto para a sala de Plutarch. Ele deseja falar com você. Ah, e antes peça ao bonitão aí pra t levar para conhecer o seu novo local de convívio.

- Como eu vou sair daqui sendo que estou amarrada?

- Não sei, pergunte ao padeiro preguiçoso. – ela passou os dedos pela porta antes de abri-lá. Quando lhe chamei novamente, ela não gostou nem um pouco.

- Qual é mesmo o seu nome? – perguntei descontraída.

- Alma Coin, mas para você é Presidenta Coin. E não demore.

Eu a observei sair lentamente e pude ver por uma brechinha que dois homens enormes estavam á sua espera. Os dois estavam armados igualmente a ela. Isso só pode ser obra do tinhoso, Snow com certeza. Aquele velho rabugento deve estar manipulando a minha mente. Só pode ser isso. É mais uma das atrações desse ano.

- Psiu. Psiu.

- Hã? O que? – Mellark procurava pela pessoa que o chamava.

- Bom dia, bela adormecida. – digo, mas ele não levou na brincadeira porque viu o quanto eu estava brava – Me desamarre.

- Eu não. Recebi ordens de que só posso lhe dar comida e... olhe lá...

- Eu não estou brincando, rapaz. Me desamarre logo! Tenho um encontro com... Plutarch – digo. Ele levantou a sobrancelha esquerda e murmurou algo que não consigui entender. Mas tenho certeza que devia estar desconfiado das minhas palavras.

- Tudo bem, tudo bem. Mas tem que me prometer que não vai mais se meter em encrenca. Já é grandinha o suficiente para se cuidar, e além do mais, não quero me meter em encrenca e levar outra surra de Coin.

Um sorriso fraco foi o máximo que consegui fazer antes de fazer a pergunta que estava me deixando maluca:

- Cato está na Capital, não está? Snow o levou.

- É um assunto delicado...

- Mas é claro que é delicado, talvez seja porque eu esteja amarrada num hospital sendo tratada como louca enquanto o Cato está sendo torturado por um psicopata sádico . – gritei.

Vi Peeta engolir em seco.

Ele me ergueu uma de suas mãos e me pôs de pé. Pude ver através de seus olhos a preocupação reluzindo. Ele fez um sinal para que eu o seguisse. Apoiei uma de minhas mãos em seu ombro e ele andava com cautela. Por várias vezes cambaleei a ponto de me esborrachar no chão, mas ele sempre me erguia novamente.

Foi quando uma faísca se ascendeu e uma chama iluminou meu coração. Vi um certo  garotinho de cabelo escuro que corria em direção à mim com os braços abertos. O impacto de sentir aquele abraço caloroso do Connor fora tão grande sobre mim que senti vontade de desmaiar.

- Você está bem? Estão te tratando bem? Anda se alimentando direito?  - perguntei tão rapidamente que tenho a absoluta certeza de que o garoto não entendeu absolutamente nada.

- Sim, Clove, estou ótimo – respondeu apertando-me ainda mais.

- E mamãe e papai, onde estão?

Connor abaixou a cabeça tristemente.

Por mais que eu não quisesse admitir a mim mesma, já sabia a resposta. O garoto apenas se calou.

- Peeta? Aonde eles estão? – perguntei ao outro garoto cabisbaixo ao meu lado.

- Sinto muito. Foi tudo tão rápido e de repente o Distrito 2 estava em chamas. Snow fez isso para lhe atingir. Sabia que o seu distrito mais forte não podia ser destruído.

Lancei-lhe um olhar completamente incrédulo. Subiu-me uma enorme vontade de dizer que era algo de sua imaginação. Como o Distrito 2 poderia ser submetido à uma coisa como essa? Snow não seria maluco, nem em sonho, de mandar botar fogo em sua base. A menos que...

Um outro menino, que parecia ser da mesma faixa etária de Connor, o chamou e acenou para que ele o seguisse. Ele estava com um gato velho e com uma aparência nada agradável no colo. Antes que meu irmão corresse, eu segurei seu braço em hesitação, impedindo-lhe de correr. Eu apenas queria protegê-lo. Peeta me lançou o olhar: relaxe.

- Buttercup, o gato velho de Prim.

- Primrose?

- Achei que gostaria de saber que ela está aqui. – não preciso dizer que isso me deixou um pouquinho mais alegre, preciso?

Pensei uma, duas, três vezes antes de abraçá-lo. Ele, é claro, hesitou.

- Por favor – implorei. Foi então que ele retribui. Permiti que uma lágrima quente rolasse pelo meu rosto gélido.

Minutos mais tarde Peeta diz à enfermeira que precisava que um copo d’água fosse levado até o refeitório. Ela disse um bilhão de vezes que era proibido comer ou beber algo antes do almoço ou janta, mas o garoto sagaz insistiu até que ela cedeu.

Estávamos no refeitório quando um café completo chegou até nós. Peeta sorriu e serviu uma xícara de achocolatado para mim.

- Pensei que havia pedido apenas um copo d’água?

- Ah, sim, eu realmente havia pedido apenas um copo d’água. Mas ela deve ter descoberto que a simples bebida seria para uma vitoriosa corajosa!

Eu tenho certeza que corei, pois senti minhas bochechas queimarem e vi Peeta dar um sorriso fraco como o de quem fica envergonhado.

- Qual é o problema de se pedir um copo d’água?

- É proibido, Clove. Sabe, aqui nós seguimos regras extremamente rígidas. Coin se prontifica a nos dar surras se desobedecermos. É por isso que seguimos tudo corretamente como deve ser – ele respondeu olhando profundamente em meus olhos.

- Foi ela quem lhe fez isto? – passei as mãos sobre o enorme corte na bochecha do Mellark. Eu queria chegar a essa pergunta, mas o momento não me permitia.

- Sim – ele respondeu dando uma enorme golada em seu café, como se quisesse que a dor descesse goela abaixo junto com o líquido.

- Eu deveria perguntar o porquê?

- Eu deveria responder?

- Depende, se isso não for muito incomodo para você...

- Talvez eu não deva lhe preocupar com isso.

Um silêncio constrangedor pairou pelo ar durante minutos.

- Às vezes eu acho que seria melhor se eu estivesse morta – digo, logo depois senti o achocolatado descer rasgando pela minha garganta.

- Ei, não diga isso.

- E o que eu podia dizer? Estou me sentindo tão feliz por ver tantas pessoas inocentes morrendo por um ato egocêntrico meu. – eu disse ironicamente.

- Acho que você é a nossa única faísca de esperança. – eu queria lhe perguntar o porquê, mas foi o que ele disse por final antes de erguer a cabeça e sorrir em direção à porta.

Foi instantâneo, virei minha cabeça com tudo para olhar quem estava escorado na porta do refeitório.

- Finnick! – gritei e corri para abraçá-lo. Ele sorriu. Eu, claro, fiquei feliz, mas uma vontade de estrangulá-lo surgiu em mim repentinamente. – Desgraçado! Eu... Eu... Pensei que estava morto.

Peeta soltou uma enorme gargalhada enquanto eu surrava Finnick. Ele grunhia de dor, mas ao mesmo tempo sorria.

- Onde está a Mason Mandona?

Péssima pergunta, Clove, péssima pergunta. 


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Notas finais do capítulo

A FIC ESTÁ NA RETA FINAL , OOOOH NÃO ! Sim, está. Mas relaxem, ainda faltam uns dez capítulos (eu acho) ... Beijos do Finnick Lindo Maravilhoso Odair :)