BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 32
Tique-taque, minha intuitiva morreu.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Bom eu não vou me animar muito porque eu sei que tem muita gente triste e chocada com o que aconteceu na boate de Santa Maria - RS, então sem enrolações... Eu não me aguentei e já postei uma nova fanfic, que estou escrevendo com uma amiga, sobre Harry Potter. Queria pedir pra vocês lerem, se puderem. Estamos no começo, mas prometo que vai ser uma leitura agradável e legal.
Sinopse: Na volta á Hogwarts, Harry, Ronald e Hermione esperavam que o com a morte de Voldemort, tudo melhoraria. Sem agonias, sofrimentos ou choros. Traçaram seus caminhos em busca de alegria e de um futuro melhor. Mas eles não precisaram nem chegar lá pra saber que não seria mais uma ida á Escola de Magia.
NEW WAR - Quando o trem não chega em seu destino.
http://fanfiction.com.br/historia/323247/NEW_WAR



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- Quer saber? Foda-se a Madge! – murmuro baixinho.

- O que você disse? – Peeta me olha incrédulo.

- Nada – digo, em alto e bom tom – Eu tenho a péssima mania de deixar as palavras escaparem. Eu falo sozinha, Peeta – dou um sorriso fraco, mas o que eu realmente estou sentindo é raiva.

- Ah, ta! Então, ta bom – ele sorri. A imagem que passa diante dos meus olhos é tão tentadora quanto a vontade de dar amoras cadeado para Madge. Me vejo pulando em Peeta e lhe dando uns bons tapas – o que na verdade, ele merece.

Johanna parece se deliciar com a quantidade de machados de laminas afiada. Finnick fica maluco a cada objeto que encontra que coincide á seu distrito. Não estou exagerando, ele realmente fica maluco. A cada coisa que ele acha fica gritando e dizendo para que cada coisa serve. Cato parece estar flutuando em pensamente, com aquela pose esquisita. Wiress canta uma canção irritante, mas não tenho coragem de mandá-la parar. Beetee permanece sentado e analisando seu fio. Eu... Vou à procura de nada menos do que minhas facas.

- Venham cá – grita Peeta. Aproximamos-nos imediatamente dele e percebo um mapa perfeitamente desenhado.

- Terminou seu projetinho de desenho? – pergunto, fria. Ele me lança um olhar furioso – O que? Estou sendo sincera!

- Quer fazer um melhor? – ele pergunta, com aquela sobrancelha arqueada. Droga!

- Não, prossiga arquiteto – digo, ironicamente.

- Tudo bem, viram como a Cornucópia está posicionada? – examinamos o mapa com olhos estreitos, completamente confusos. Peeta espera por uma resposta. Esqueça amigo! Você não vai ter respostas tão cedo. Acho que ele sabe disso, então já vai logo se apressando: - Ela está posicionada nas extremidades na direção das doze horas. Quer dizer que aqui é o topo do nosso relógio. Entenderam?

- Não – diz Madge, olho para ela e aperto sua mão, sussurro baixinho “nem eu”.

- De doze a um é a zona dos raios – ele rabisca os números do um ao doze ao redor do “relógio”. Vejo sua letrinha miúda e perfeitamente linda escrever raio e em seguida sangue, névoa e macacos nas seções seguintes.

- Letrinha bonitinha – digo a ele, e recebo um sorriso em troca.

- Continuando... E de dez a onze é a onda – ele acrescenta em seu mapa – Vou desenhar esse mapa em uma folha para levarmos e termos a noção de onde estamos e torcer para que nada aconteça.

Mas algo me chama a atenção. Meus olhos procuram desesperadamente pela minha intuitiva. Ela parou de cantar aquela canção ridícula do camundongo correndo para cima de um relógio.

- Wiress! Wiress! – grito, com a última gota de esperança que ainda me resta, eu a vejo me encarando com um imenso sorriso no rosto e o pescoço cortado. Meus olhos se arregalam e minha voz some. Tique-taque, minha intuitiva morreu. Tique-taque. A canção do camundongo está em minha mente e seu sorriso continua exposto em seu rosto. Quero gritar alto e mandá-la parar de brincar comigo e levantar logo dali, e dizer “Tique-taque, Wiress. Vai ficar tudo bem.” As lembranças da morte do meu avô passam diante dos meus olhos. Não sei porque, mas Wiress era uma pessoa importante para mim. Tanto no jogo quanto na vida pessoal. Ela era como uma avó. Bom, eu era quem cuidava dela, eu sei, mas eu gostava dela. Esse é o problema de se apegar á alguém que vai ter uma morte certeira. A lâmina de uma espada rasgando a minha bochecha me tira dos devaneios. Gloss está bem do meu lado e com o corpo pingando. Mas antes que ele dê o golpe final e eu caia morta, ele é atingido por uma flecha que atravessa sua cabeça. Fiquei surpresa por ver quem a alvejou, foi Madge. A garota que havia me dito que não sabia manusear absolutamente nada. Sinto o sangue quente escorrer pelo meu pescoço e formar uma macha vermelha em minha blusa. Sem reação alguma. É como eu me encontro. Minhas mãos vão até minha boca. E eu solto um gemido involuntário. 

- Você está bem? – olho para Peeta, que está com uma cara de assustado e bem pior que eu. Balanço a cabeça em concordância. Ele coloca as mãos em meus ombros, me guia e sou obrigada a me sentar num lugarzinho onde ninguém pode me ver, na Cornucópia, e sussurra: - Fique aqui, tudo bem?

Ao procurar pelos outros, vejo Johanna enterrar com bravura um de seus machados no peito de Cashmere. Finnick leva uma facada de Seeder. Rejeito a ordem de Peeta e me levanto, com a faca preparada para atirar. Bum! Bum! Bum! O barulho do canhão me força a parar. Fico aliviada ao ver Cato ainda vivo. Mas sei que Wiress, Cashmere e não menos importante, Gloss, estão mortos.

É impressão minha ou a terra está girando? Meus pés saem do chão e caio de cara na areia quente. A selva que antes verde e cheia de vida agora é um borrão. Seguro com toda a força que não tenho na areia. Meus olhos não sabem aonde se fixar, então simplesmente os fecho.  Até que sinto tudo parar.

Deito minha cabeça na areia e espero o momento em que meus olhos parem de ver tudo em dobro. E fico assim durante alguns segundos. Enjoada e arfando. Até que me sento e vejo os outros fazerem o mesmo. O corte na minha bochecha arde como se estivesse pegando fogo, a verdade é que ele está cheio de areia.

- O... fio... – Beetee sussurra ainda se recuperando – O... fio...

Procuramos aquele bendito fio durante um tempo, até Madge nos parar e dizer:

- Está nas mãos de Wiress.

- Eu vou ter que pular? – pergunto a ela. Ela assenti. Respiro fundo e sem pensar duas vezes, pulo na água e nada como um verdadeiro peixe. Rápido. O aerodeslizador surge no céu e me faz aumentar a velocidade e o desespero. Quanto mais perto estou da minha intuitiva morta, mais sangue se espalha na água. Tanto do meu corte na bochecha quanto o do seu corte no pescoço. A maior vontade de vomitar toma conta de mim, mas resisto e continuo as braçadas. Tento várias vezes não pensar no sangue e muito menos no aerodeslizador que se aproxima para levar seu corpo. Arranco com muita força o fio que estava em suas mãos e lhe digo um último adeus. Nado de volta e me arrasta até Beetee, lhe entregando o fio em seguida. Esqueci-me completamente do corte enorme que o Brilho Labial fez em mim. Arde e pinica.

- Está... aqui... seu...fio – digo, arfando. Beetee pega o fio das minhas mãos e agradece, logo em seguida o observa, mantendo seu óculos na ponta do nariz de modo que consiga enxergar. Me controlo o máximo para não ajeitar aquele óculos em seu devido lugar. A cada movimento, o óculos escorrega pelo seu nariz. Que agonia insuportável.

- Vamos logo, não quero ser atacada por mais ninguém – diz Johanna. Com uma faca ela rasga um pedaço seu traje e amarra em volta do ferimento da perna de Finnick e lhe oferece o ombro para que ele possa se apoiar. Beetee diz que pode caminhar sozinho, então o deixamos seguir o percurso sem ajuda. Madge está com armas até os dentes, nossa serviçal carrega as nossas armas. Os rostos baixos e os olhares direcionados para a areia quente não esconde os sentimentos e as emoções que fluem na cabeça de cada um. Tudo bem, Wiress era meio maluquinha, mas sem ela não saberíamos que arena é um relógio e que nós somos fracassados.

Caminhamos na posição de doze horas.

- A extremidade das doze horas – diz Peeta.

- Finnick, o sol indica que você está em quatro horas – diz Madge. Meus olhos se fecham em fendas e eu a fuzilo. Aonde ela quer chegar com essa esperteza toda?

Me afasto na intenção de não me envolver tanto com esse assunto de mapas, coordenadas, sol, horas e sessões de horror. Jogos minhas facas na areia e me sento no chão. Durante um tempo me vejo em devaneios novamente e olhando para a água salgada, mas a aproximação de alguém me intimida. Mesmo assim, deixo minhas facas onde estão. Fico surpresa ao ver quem está se aproximando.

- Como é que você está?

- Bem – respondo.

Cato se senta ao meu lado, e encara o corte na minha bochecha. Eu o observo sem entender o porquê dele estar olhando tanto para o corte.

- Essas coisinhas fazem um estrago e tanto – ele sorri. Há tempos não vejo esse sorriso torto – É por isso que espadas são as minhas armas favoritas.

- É desse jeito que você demonstra preocupação? – pergunto, fria.

- Desculpa, eu tinha que tentar dar uma descontraída. Sei o quanto está sendo difícil para todo mundo – seu sorriso torto sumiu por inteiro e agora aquela sua feição de sério está de volta.

- A sorte não está á meu favor – digo, sorrindo – Eu sei que você está tentando tornar as coisas mais fáceis, mas... Odeio pensar que todas essas pessoas têm de morrer... Wiress ás vezes deixava as palavras sumirem no ar e irritava com a canção do camundongo, mas ouvir a voz dela dizendo tique-taque faz falta.

Meus olhos procuram pela imagem de um garoto loiro e de olhos azuis, sentado ao meu lado e tentando me consolar. Mas a única coisa que eu encontro é areia espessa e quente. Encolho-me toda e apoio a cabeça nos joelhos. Peeta anda em direção á água com um pedaço de pano nas mãos.

- Deixe-me ver isso – ele se ajoelha ao meu lado. Seus dedinhos delicados agarram o pano com força e em menos de cinco segundos eu sinto o ardor do corte em contato com o pano molhado com água salgado.

- Vai com calma, isso arde muito – digo, esquivando-me.

- Então pare de se mexer! – ele diz. O pano já estava vermelho e creio que o ferimento já está completamente limpo, porque não sinto mais o ardo de antes. Com a coragem, que antes eu não tinha, passei levemente os dedos no ferimento e percebi que há um risco enorme desde o lóbulo da orelha até o canto da boca.

- Isso aqui deve ajudar – diz Madge, entregando á Peeta o mesmo musgo que Mags havia me dado.

- Como sabe do musgo? – pergunto.


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Notas finais do capítulo

Beijos, e comentários farão uma Thayná muito feliz :)



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