Love And Music escrita por Mari Scotti


Capítulo 14
Capítulo 14




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Capítulo 14

                _O que esse filho da puta está fazendo aqui? – esbravejou dando um soco no volante do carro assim que os viu arrancar com a moto.

                Edward permaneceu na porta da casa por alguns minutos antes de decidir ir embora. Ligaria mais tarde para conversar, pois  lembrava do pedido para que confiasse nela e era o que tentaria fazer, porém o ciúmes falava mais alto pela omissão que encontraria o colega de escola.

                Isabella e Jacob chegaram em seu destino após cerca de dez minutos. O local era um consultório dentro do Hospital de Forks. Bella seguiu passo a passo ao lado dele, nervosa com a Consulta, pois aquela poderia ser a mudança que estava ansiosa por ter em sua vida. O hospital era comum, publico e por isso estava apinhado de pessoas aguardando para serem atendidas, porém diferente dos hospitais a que estava acostumada, possuía infra estrutura e atendimentos de hospitais particulares, bem como a aparelhagem necessária e moderna para as melhores consultas e cirurgias do país.

                Não pararam na recepção como ela acreditou que fariam, ao contrário, Jacob a levou direto para a sala do médico no segundo andar. Ele bateu na porta e depois de ouvir a permissão, entraram.

                _Olá doutor Paul, tudo bem com o senhor? – questionou o amigo, estendendo a mão para cumprimentar o médico que estava sentado do outro lado de uma mesa simples e branca.

                O consultório era intimidador, havia uma maca atrás do médico, a mesa logo na entrada, aparelhos diversos na parede e um biombo ao fundo da sala, onde ela imaginou fosse um local para tirar a roupa e vestir a do hospital.

                _Jacob, meu grande! Estou ótimo e vejo que você continua excelente. – se levantou, contornou a mesa e se abraçaram – Essa é a sua amiga?

                Isabella encolheu-se atrás de Jacob, estendendo apenas a mão, cumprimentando-o. Olhou pela primeira vez o médico. Ele possuía um rosto novo mas tranqüilizador, estava com um óculos de haste fina e dourada, seus olhos castanhos escondidos atrás das lentes. Não usava barba e seu cabelo estava cortado bem rente, mas percebia que a cor era a mesma das sobrancelhas, de um castanho escuro quase negro. Era mais alto que Jacob por isso ela precisou erguer um pouco a cabeça para manter os olhos fixos nos dele.

                _Prazer doutor, me chamo Bella.

                _Que nome bonito, Bella. Quem escolheu? – ele apontou as cadeiras para os amigos se sentarem e tomou seu lugar do outro lado da mesa.

                _Minha mãe... ela tinha uma amiga na escola com esse nome, elas perderam o contato, mas minha mãe quis manter a promessa de que a filha se chamaria Isabella também.

                _Fidelidade é uma qualidade honrosa, parabéns pela mãe que tem. – comentou com um sorriso sincero e fez com que Bella se sentisse orgulhosa pela primeira vez em dias.

                _Ah obrigada, senhor.

                _Mas vamos ao que interessa... você quer emagrecer?

                Isabella respirou fundo olhando de um para o outro até ter coragem de responder.

                _Quero.

                _Tem algum motivo? – insistiu o médico na intenção de conhecer melhor a futura paciente e seus limites psicológicos.

                _Vários... mas um dos principais é que o peso me deixa pior da asma e ando sentindo muitas dores nos calcanhares e joelhos.

                _Você come muito? Não minta. – os três riram.

                _Não muito, mas sou viciada em coca-cola. – confessou ficando com o rosto vermelho.

                _Você sabe que com a cirurgia terá de deixar de tomar refrigerante por pelo menos um ano e sem doces também. Sua dieta será bem restrita.

                _Sei sim, o Jake me explicou algumas coisas.

                _Otimo. Tire o tênis e venha até aqui. – o medico se levantou e começou a preparar uma balança para Isabella se pesar.

                Ela olhou constrangida para Jacob que a incentivou com um sorriso.

                _Não vou olhar, prometo.

                _Não olhe mesmo e o senhor não fale alto.

                O medico assentiu e sorriu para eles. Isabella pisou na balança e prendeu o ar, ouvindo o médico mexer nas bolinhas, as afastando ou unindo para saber o peso real da garota, quando terminou ele suspirou. Pegou a parte mais fina da balança e ergueu até a cabeça dela para saber a altura.

                _Prontinho. Vira para mim e ergue a blusinha só na barriga, Jacob feche os olhos. – ordenou o medico soando divertido.

                Bella ergueu a blusa tomando cuidado para ele não ver suas costas, não queria perguntas relacionadas a seu pai e nem que o rapaz soubesse que ela tinha hematomas horrorosos nas costas. O médico examinou algumas marcas na altura do abdômen dela e abaixou a blusinha, a liberando para se sentar.

                _Pode olhar agora. – murmurou Isabella, rindo timidamente.

                Jacob ergueu o rosto e encarou o médico, estava apreensivo. O homem anotava algo em um bloco de receitas e mais outras informações em uma ficha que fez para a menina.

                _Isabella, você esta trinta quilos acima do seu peso ideal, e essas estrias na sua barriga são por causa da corticoide da bombinha. Você precisa procurar um pneumologista e trocar o remédio, se não o tratamento não vai te ajudara emagrecer.

                _Como assim? – espantou-se – Mesmo que eu faça a cirurgia, por causa da bombinha eu não vou emagrecer?

                _O corticoide incha e forma essas bolas que você possui aqui no pescoço – ele tocou o lado direito do pescoço dela com a ponta da caneta – e também da estria por causa do efeito sanfona, você incha e desincha constantemente. Entendeu?

                Isabella fez que sim com a cabeça, já estava fervilhando de pensamentos, pois teria de procurar um pneumologista agora, mais gastos, mais bombinhas e a sua estava no fim, o que também a preocupava. Mordeu o lábio esperando a conclusão do médico. Ele estendeu a receita para ela e um outro formulário, retomou a palavra.

                _Preciso que faça todos estes exames, os que não precisam de jejum você pode fazer hoje mesmo, vou encaminhá-la ao ambulatório e pedir que priorizem os resultados e me entreguem, os outros pode fazer amanhã bem cedo, em jejum. O ultrassom faremos agora se você me permitir.

                _Ultrassom do que? – ela não queria ter de tirar a roupa na frente deles e ficou com o rosto pegando fogo de tão quente.

                _Ultrassom da tireoide e do seu abdômen para sabermos se está tudo bem.

                _Ta certo.

                O procedimento era simples, mas Isabella precisaria ficar apenas de sutiã e abaixar a calça até a altura da calcinha. A vergonha e as marcas em suas costas a fizeram recuar quando ele a colocou atrás do biombo e pediu que ficasse apenas de sutiã e se deitasse na maca que a enfermeira entraria em seguida. O medico e Jacob saíram da sala para a mulher preparar Isabella.

                _Estamos sozinhas não fique tímida. – ouviu a voz da enfermeira alguns segundos depois da porta se fechar.

                _É que... – ela saiu de trás do biombo escondendo os seios com as mãos – Não quero que vejam isto. – Bella virou de costas e ouviu a enfermeira arfar – Por favor, por favor... meu amigo não pode ver, nem o médico.

                _O que aconteceu nas suas costas? Isso é marca de...

                _Está resolvido... não vai mais acontecer, mas ai que droga. – Isabella tampou o rosto com as mãos sentindo que seria a hora que alguém chamaria a policia para o seu pai.

                _Não posso denunciar sem seu consentimento, principalmente porque você não esta aqui para tratar disto, mas sim do seu peso. Mas essas marcas me deixam preocupada. Quem fez isso? – insistiu a enfermeira. Ela fez Isabella se deitar na maca, cobriu os seios dela com um papel cumprido e colocou outro ao lado do quadril dela o que tampou alguns hematomas.        

                _A pessoa que fez isso já está se tratando, não se preocupe. Mas se o Jacob ver, não vai me deixar em paz. – suspirou, agradecida por ter seus seios cobertos.

                _Não vou contar, mas se precisar de alguém para conversar, meu nome é Margarete, Margarete Sampaio. Vou chamá-los. – e deixou o local.

                Isabella tinha a respiração irregular pelo susto e se condenou por não ter pego a bombinha na mochila, quando o medico entrou, um chiado fraco podia ser ouvido. Jacob que já estava acostumado, acreditou que ela estava apenas nervosa pelo procedimento e manteve-se sentado à frente da mesa do medico onde ela não poderia vê-lo.  

                _Você está bem?

                _Só um pouco de falta de ar doutor, fico nervosa com exames. – explicou.

                _Já já te libero. O liquido é gelado... – avisou e então borrifou uma boa quantidade no abdômen dela, espalhando-o com o leitor do ultrassom. Não demorou muito para ele terminar o procedimento e fez o mesmo no pescoço dela. Quando finalizou entregou alguns papeis toalha na mão da garota e se retirou para que ela pudesse se trocar, Jacob o seguiu novamente e Margarete voltou para a salinha. 

                _Então, foi rápido. – disse a mulher, enquanto Isabella limpava o liquido pegajoso e se vestia, a enfermeira arrumava a maca para a próxima consulta, mas antes de sair ela estendeu um papel para Bella – Meu telefone, caso precise de algo.

                _Ah... obrigada Margarete, obrigada mesmo. – sem graça, a menina enfiou o papel no bolso de trás da calça e como a respiração só piorava, chegou até a mochila e usou a bombinha duas vezes, até a respiração se tranqüilizar. Pelo som fraco do ar saindo do aparelho, soube imediatamente que lhe restavam talvez menos de dez doses. Suspirou, pois faltava muitos dias para ganhar a próxima.

                _Tchau. – despediram-se e novamente o medico e Jacob entraram na sala.

                _Podem sentar. – ordenou Paulo que se sentou também – Bella, você esta com a tireoide inflamada, com os exames de sangue saberemos ao certo o quanto, porém acredito que teremos de fazer uma cirurgia na tireoide também.

                _Cirurgia na tireoide por quê? – ela respirou bem fundo, nervosa.

                _Porque está inflamada e dependendo do grau, a cirurgia é o melhor a ser feito para regular. Se for necessário será executado junto com a cirurgia de redução do estomago, não há com o que se preocupar. Faça os exames e quando retornar com eles, te informarei todos os detalhes e a dieta que terá de seguir até a data da cirurgia.

                _Ta bem... e quando o senhor acha que será a cirurgia?

                _Estamos em agosto... podemos marcar para as suas férias em dezembro.

                _Tão longe? – ela entortou os lábios.

                _Até lá, você segue a dieta e toma os remédios que vou receitar e começará a emagrecer. Este é um processo demorado mesmo Isabella, você precisará passar por um psicólogo também. Vou te indicar para a doutora Esme, ela costuma fazer estas entrevistas para mim. – ele estendeu outro papel para a garota – Marque os exames com a recepcionista aqui ao lado, ela já sabe que devem ser marcados para amanhã e eu vou ligar para a Esme e ela avisará quando poderá atendê-la. Tudo bem?

                _Quanta coisa... – reclamou Isabella, mas estendeu a mão e o cumprimentou, se levantando em seguida – Tudo bem e obrigada por isso.

                _Agradeça ao Jacob, ele sabe ser persuasivo. – riu – Até amanhã.

                _Até amanhã doutor.

                _Até amanhã Paul.

                Fecharam a porta ao saírem e encaminharam-se até a recepção ao lado onde Isabella se apresentou deixando os receituários. Em quarenta minutos estavam saindo do estacionamento do HF, os exames que não precisavam de jejum haviam sido feitos e os de sangue seriam coletados na manhã seguinte. Isabella só precisava pedir a Edward para levá-la ao hospital antes da aula. O pensamento a fez se lembrar que precisaria contar sobre as novidades assim que chegasse em casa.

                Jacob sarrista como era, começou a fazer manobras ousadas com a moto, arriscando-se entre os veículos e caminhões, Bella saiu de seus pensamentos e o agarrou com força, chocando sem querer, o capacete que usava ao dele e causando certa instabilidade do menino ao guidão. Gritaram ao mesmo tempo, mas logo ele estabilizou a moto e avançou, seguindo o caminho para a cada dela. O garoto ria alto, já Bella estava com o coração estalando no peito e a falta de ar avançando perigosamente, não via a hora de pararem para usar a bombinha de novo.

                Faltava ainda algumas quadras e mesmo forçando a respiração a se normalizar, a falta de ar ficava cada segundo mais grave. Isabella começou a perder as forças nas mãos para se segurar, mas Jacob não reparou, continuava brincando, passando muito perto dos outros carros, pois achava engraçado assustá-la. Quando estacionaram foi que ele percebeu que ela estava perdendo os sentidos. Rapidamente a tirou da motocicleta e a deitou na calçada.

                _Onde está a bombinha? – gritou desesperado, ela só conseguiu mostrar o bolso da mochila.

                Estava pálida, os lábios brancos e os olhos fundos. Puxava o ar com dificuldade extrema e o corpo tremia violentamente, era o susto e a falta do oxigênio fazendo efeito. Jacob estava praguejando pela brincadeira idiota que fez, não sabia o que fazer por ela, não se tivesse que carregá-la em uma moto. Achou a bombinha, ajoelhou-se ao lado dela e espirrou uma dose do remédio nos lábios que ela entreabriu, porém como não conseguia puxar o ar, pouco lhe chegou aos pulmões.

                Jasper e Renee ouviram o grito de Jacob e saíram da casa, presenciando a última cena. O irmão mais velho pegou Isabella no colo a carregando para dentro, sendo seguido pela mãe. Jacob primeiro ajeitou a moto para depois entrar também.

                _O que aconteceu? – questionou Renee assim que o rapaz passou pela porta.

                _A levei no HF para uma consulta, mas na volta fiz uma brincadeira idiota, acho que a assustei, me desculpa. – ele estava inconsolável e se sentindo impotente diante da cena. A menina estava largada no sofá, as pálpebras fechadas e fazia tanta força para puxar o ar que chegava a erguer o tronco e o som da respiração saia rouco e pesado.

                _Que consulta no HF? – quis saber a mãe.

                Jasper estava montando o inalador enquanto eles conversavam, olhou irritado para dona Renee.

                _Acabou o remédio para o inalador. – avisou mostrando que não saia nenhuma gota do frasco.

                A mãe correu para a cozinha, pegou água no filtro e retornou, preenchendo o frasco do inalador com água, em seguida o ligou e Jasper colocou o bocal no rosto de Isabella. Ela empurrou a mão do irmão, choramingando, mas ele a prendeu com um dos braços e manteve o bocal ali.

                _Água ajuda? – questionou Jacob, aflito.

                _Um pouco por causa do oxigênio da água, mas ela precisava fazer uma inalação.

                _Qual é o remédio? Estou de moto, volto rápido. – percebendo que ela iria protestar, acrescentou – A culpa é minha dela estar assim, faço questão de comprar.

                Jasper se intrometeu, estava preocupado e pouco se importando se ele iria pagar pelo remédio, não tinha orgulho próprio naquele momento.

                _Berotec, atrovent e soro caseiro. Obrigado cara. – acrescentou.

                Jacob anotou no celular os nomes e saiu.

                _Respira Bella. – gritou Jasper logo depois de ouvir a moto partir.

                Bella estava em uma das piores crises de asma que presenciaram. Renee se aproximou e viu que ela puxava o ar em goles curtos e que seus olhos estavam ficando ainda mais profundos.

                _Acho melhor chamarmos uma ambulância. – não esperou confirmação, agarrou o telefone e discou o numero de emergência imediatamente. Demorou um pouco até ser direcionada a uma atendente e assim que pôde explicou o que estava acontecendo.

                _Senhora, ela está deitada? – questionou a mulher.

                _Sim.

                _Eu já acionei a ambulância e eles estão a caminho, mas faremos alguns procedimentos, está bem?

                _Sim! – exasperou-se Renee, pois tinha pressa.

                _A coloque sentada e erga um pouco o queixo dela, mantendo a boca entreaberta, isso vai aliviar as vias respiratórias.

                Renee explicou rapidamente a Jasper que fez como lhe foi ordenado, Isabella estava amolecida e não protestou o movimento, mas perceberam que a respiração piorou sensivelmente.

                _Ela ta piorando! – gemeu Renee contra o telefone.

                _Em cinco minutos a ambulância estará em sua casa senhora. Por favor a mantenha assim, peça que puxe o ar calmamente e solte. Puxe e solte o ar lentamente.

                _Ela está praticamente desmaiada. – retrucou.

                A atendente calmamente repetiu o pedido, orientando que fizesse Isabella respirar, que era importante.

                Jasper que ouviu a explicação de Renee e que mantinha o inalador no rosto da menina, a fez abrir os olhos.

                _Bella, me imita oh, respira – ele puxou o ar – e agora solta. – soltou lentamente, repetindo várias vezes o mesmo procedimento, ela tentava seguir, mas continuava respirando curto e rápido.

                Ouviram a moto estacionando e Jacob adentrou a sala como um louco, já estava com os remédios fora dos pacotes, tamanho seu desespero.

                _Olha aqui Jasper, o remédio cara... como ela ta?

                _Ta mal, véi, mas obrigado. Vai ficar tudo bem. – retirou o bocal dela e começou a colocar o remédio no recipiente próprio.

                Em seguida o som da sirene foi ouvida e a ambulância estacionou à frente da casa da garota, Jasper terminava de pingar o remédio na água quando os enfermeiros entraram na sala com uma maca.

                _Boa noite senhora, como é o nome dela? – uma mulher simpática falava com Renee.

                _Obrigada moça, a ambulância chegou.

                _Espero que sua filha fique bem. – respondeu.

                Estava tão apreensiva a mãe nem ouviu, desligando o telefone e respondendo a enfermeira.

                _Isabella.

                _Isabella, me chamo Rose, nós vamos colocá-la na maca, você consegue se levantar?

                _C-cons-sigo. – respondeu com dificuldade, apoiando-se ao irmão para ficar em pé. Bella estava sisuda, chateada por ter de ir ao hospital novamente, odiava crises fortes, pois seria submetida a picadas, exames e ficar longe de casa não lhe agradava também.

                Jasper a ajudou a se deitar e logo o enfermeiro assumiu o posto, colocando uma mascara ligada a um galão de oxigênio sobre o rosto de Isabella. Ele apertava um balão forçando o ar a passar pelos lábios dela, que continuava não obtendo muito sucesso.

                _Vou na ambulância. – avisou Renee seguindo os paramédicos.

                _Para qual hospital vocês irão? – perguntou Jacob.

                _O HF. – informou Rose carinhosamente, empurrando a maca para fora da casa.

                Jasper pegou a mochila de Isabella, desligou o inalador e fechou a casa, pouco tempo depois ele e Jacob seguiam para o mesmo destino. Ele no carro do pai e Jacob em sua moto, remoendo-se de culpa pelo acontecido.

                Edward passara a tarde toda chateado pela falta de contato com a namorada, porém agora, quase nove da noite, estava começando a ficar irritado, pois ela não atendia nenhuma de suas ligações e também não respondia suas mensagens de texto. Ou ainda estava com o amigo da escola ou não queria atende-lo. Quando resolveu ligar no celular de Jasper passava das onze da noite.

                _Alô? – Jasper atendeu desanimado, sem olhar no visor.

                _Cara, é o Edward... cadê a sua irmã? – o rapaz não conseguiu esconder a irritação na voz.

                Sem notar, Jasper respondeu no mesmo tom cansado.

                _Sendo internada aqui no HF.

                Imediatamente Edward se sentou na cama.

                _Como assim? O que houve?

                _Ela teve uma crise fudida de asma, chamamos a ambulância e a trouxeram para cá. A única informação que passaram até agora, é que o quadro esta instável e que ela será transferida para o quarto para ficar em observação.

                _To indo aí.

                _Cara, não precisa.

                _É no Hospital de Forks?

                _Isso, estamos no saguão porque ainda não sabemos o quarto.

                _Chego logo.

                Desligaram.

                Sem perder tempo, Edward se trocou, pegou carteira e chaves do carro e saiu apressado de casa. No caminho avisou a mãe que estava indo até o hospital e contou sobre o problema respiratório de Isabella, a mulher prometeu ver a menina assim que pudesse, pois como médica teria acesso fácil as dependências do hospital.

                Um caminho nunca pareceu tão longo para ele, estava mais irritado por ter pensado tão mal dela, quando provavelmente ela precisou dele e ele não estava lá para ajudar.

                Estacionou no subsolo do HF e em poucos minutos adentrava o saguão da entrada principal. Foi fácil localizar Jasper e dona Renee, porém enquanto se aproximava percebeu mais duas pessoas ali, o pai de Isabella e o amigo com quem ela saiu mais cedo. Edward respirou bem fundo trancando o maxilar e se aproximou, estendendo a mão primeiro para o adversário.

                _Olá, sou o Edward, namorado da Isabella.

                Jacob estava abatido, por isso nem percebeu a alfinetada, devolveu o cumprimento e sorriu cansado.

                _Finalmente conheci o homem que virou a cabeça dela. Prazer, sou o Jacob Black. Preferiria mil vezes te conhecer em outra ocasião. – acrescentou, fazendo Edward se sentir mal pela cena de ciúmes.

                Ele apenas soltou a mão do outro e cumprimentou o restante dos familiares.

                _O que aconteceu? – questionou sentando-se ao lado de Renee.

                A recepção do hospital estava movimentada, porém ainda havia alguns lugares para se acomodarem.

                _Não sei bem, ela chegou de moto com o Jake, já passando mal. Chamamos a ambulância e cá estamos.

                _O que você fez para ela ter uma crise dessas? – perguntou Jasper aproveitando a deixa.

                Jacob gaguejou, inseguro, mas decidiu contar tudo.

                _Viemos até aqui o HF hoje cedo, ela tinha uma consulta... depois ela conta essa parte, mas quando voltamos eu fiquei assustando ela com a moto, andando rápido sabe? Achei que ela estava se divertindo, mas quando paramos na sua casa, ela estava daquele jeito. Sinto muito.

                Edward reparou que ele estava sendo sincero, mas agora havia mais algo a se pensar: ela chamou outro para leva-la a uma consulta e não seu próprio namorado.

                O rapaz se levantou e caminhou até a recepção, procurando por alguma enfermeira, se continuasse perto do rival, certamente falaria algo que se arrependeria depois.

                _Boa noite, gostaria de noticias sobre a senhorita Isabella Swan. 

                _Você é parente dela? – questionou a senhora atrás do balcão.

                _Namorado. – ela torceu os lábios e apontou para os familiares.

                _Aguarde com eles que logo o médico descerá para falar com vocês.

                _Minha mãe trabalha aqui, a senhora não pode apenas me adiantar algo? Como um favor...

                _Quem é sua mãe?

                _Esme Cullen.

                A enfermeira observou Edward por alguns instantes, e depois de um tempo revirou os olhos.           

                _Me dê sua identidade.

                Ele retirou o documento do bolso. A mulher confirmou o nome e a afiliação antes de devolve-la, em seguida consultou seu computador.

                _Então? – questionou impaciente.

                _Ela está internada no quarto andar, apartamento quatrocentos e vinte e dois, mas fará alguns exames, pois a oxigenação está muito baixa e está com taquicardia. – a mulher franziu o cenho, pegou o telefone e discou um numero – Por favor, me explique porque uma paciente com quadro asmático está sendo levada para a UTI?

                _UTI? – Edward bateu a mão com força sobre o balcão se alterando, a enfermeira o fuzilou por chamar a atenção da família de Isabella, segundos depois estava cercado.


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