Depois de um tempo caminhando Lucy percebeu que Gray não parava de olhar para cima. Ela pensou que ele talvez gostasse do céu. Era como ela. Sendo uma maga estelar obviamente amava tudo relacionado à astrologia. Finalmente pensou em algo para sua historia. A inspiração veio rapidamente enquanto ela se divertia.

Gray a levou para um "passeio". Para ele era muito mais do que isso.

Estava nervoso e tentava esconder a vermelhidão do rosto olhando para outra direção. No caso, para cima.

O festival das cerejeiras de Magnólia sempre foi animado, com musica, concursos de comida e muitas pessoas sorrindo.

– Está tudo tão bonito. - Disse Lucy com um sorriso brilhante.

– É... - "Vamos, seja confiante." Pensou ele, tentando se incentivar.

– Veja Gray. - Lucy apontou para uma das barraquinhas de algodão doce bem a sua frente e sorriu. - Que nostalgia, haha.

– Você quer um? - Ainda desviando o olhar ele retirou a carteira do bolso.

– Não preciso, eu posso pagar...

– Eu insisto. – Interrompeu e focou seus olhos nos dela. - Não se preocupe.

– Ah... Claro. "O que foi isso?" Lucy havia ficado sem jeito e desviou o olhar.

Ele comprou somente um. Algodão doce não era uma coisa que ele realmente gostava.

– Você quer um pouco? – Ainda com o grande sorriso no rosto a menina aproximou a nuvem açucarada para perto da boca de Gray, consequentemente tendo que mover-se para mais perto. – Foi você quem pagou então me sinto mal por somente eu estar comendo.

Ele pensou naquilo como uma chance e aceitou. Dividiram o doce e com o tempo até Lucy ficou um pouco envergonhada.

Caminhar enquanto as flores de cerejeira caíam, era como um sonho. Não há nada tão especial quanto querer estar cada momento com a pessoa amada.

Pararam em um lugar onde o por do sol se refletia em uma combinação de tons de laranja, vermelho e amarelo, era bem diferente dos outros dias. Tudo parecia mais bonito que o normal. Aos olhos do mago de gelo a menina que brilhava a sua frente era tão linda quanto à própria luz que ele admirava tanto.

– Poder presenciar algo como isso é realmente raro. - A loira encostou-se à pequena grade que os separava do rio. - Geralmente não temos tempo de prestar atenção nessas pequenas coisas. - Olhou para ele.

Gray assentiu.

Sem perceber, Lucy, se inclinou demais. Cair nunca foi tão assustador, talvez porque da grade para o rio tinham mais de cinco metros de altura. Normalmente quando se escorrega ou cai é possível sentir um tipo de câmera lenta. Foi exatamente assim que eles se sentiram. O cérebro de Gray não pensava em nada que não fosse “Tenho que salvá-la”.

Com um rápido movimento, ele alcançou a mão direita de Lucy. Ela estava pendurada. Ele a puxou tão forte que acabaram no chão, onde a loira estava em cima dele e seus rostos tão próximos, quase se tocando.

Eles se levantaram.

– Desculpe eu fiz você se sujar. – Ela começou a tirar a sujeira do casaco de Gray que havia se tornado marrom. – Ah!

– O que foi? – Ele perguntou. Ainda confuso sobre o incidente que acabara de ocorrer.

– Você ganhou um corte! – Com uma expressão diferente colocou suas mãos no rosto vermelho a sua frente. – Desculpe.

– Pensei que tivesse sido algo serio. – Sua expressão também mudou quando notou como a menina o olhava.

– Sabe, eu andei pensando e ando confusa. Gosto de um cara, mas não sei se ele vai me corresponder.

– E...quem seria ele?

Os rostos dos dois foram se aproximando cada vez mais.

Um leve vento fez as pétalas das cerejeiras se levantarem.

Os sentimentos, os corações, bateram ao mesmo ritmo.

“Tudo de que preciso é você, nos separar não é uma opção.”

E seus lábios se tocaram.