Lá estava Gray. Tomando um drink junto a Loki. Eram amigos muito próximos.

– Então, quando vai contar a ela? – Perguntou Loki, com o tom debochador de sempre. – Se não se apressar ela pode acabar sendo descoberta por outro... – Dando um leve aceno com a cabeça para onde a garota estava.

Gray virou a cabeça e se deparou com Lucy e Natsu discutindo sobre alguma coisa idiota que ele teria feito.

Todos podiam perceber seu olhar apaixonado enquanto conversava com ela.

“Então é isso que chamam de ciúmes” pensou ele.

Mesmo que sempre tivesse brigas com Natsu, eles ainda eram amigos. Gray sentiu como se o estivesse traindo.

Virando a cabeça novamente para a bebida a sua frente respondeu a Loki:

– Eu já não sei o que é certo. Mesmo se eu contasse a ela, o que aconteceria depois disso? Não acho que ela me amaria incondicionalmente.

– Vamos, não seja pessimista. – Loki sabia o quanto Gray amava Lucy e também sabia o quanto seria inútil tentar fazê-lo se sentir melhor após ficar deprimido. – Mesmo que acabe resultando em nada, você ainda tem uma chance. – Disse isso enquanto tomava um gole da cerveja. Um olhar vazio no rosto.

– Vou dar uma volta. – Olhando de novo para a loira, saiu.

Após caminhar por algumas ruas, se deparou com uma figura familiar.

– Juvia? – Surpreso por ter encontrado-a depois de três meses. Ela havia saído para uma missão.

– Gray-sama?! – Estava com um sorriso sem graça estampado no rosto. – Parece até que a Juvia não te vê por anos.

Ele sabia exatamente o porquê dela ter ido a uma missão sozinha.

Três meses atrás

– Por que me chamou aqui Juvia?

- Gray-sama, Juvia quer te dizer uma coisa. – Juvia estava mais vermelha que uma maçã e mais nervosa que qualquer outro dia. – A Juvia gosta muito de você. Na verdade, acho que se pode chamar de amor. Eu te amo.

Gray sabia disso, mas estava surpreso por ouvi-la dizer tão claramente. Ele gostava de Juvia também, mas era outro tipo de gostar.

- Eu... – Ele sabia exatamente o que dizer. – Não podemos ficar juntos.

- Por quê? – Após um breve momento tentando segurar as lágrimas, sem muito sucesso, ela correu em na direção dele e o abraçou o mais forte que podia, como se ele fosse fugir e nunca mais voltar.

- Eu simplesmente...

- É a Lucy-san não é? – Tentando esconder seu rosto no peito de seu amado, Juvia já sabia dessa verdade há muito tempo.

- Sim.

Depois disso ela foi embora. Ficou triste e decidiu fazer algo da própria vida. Ela jamais deixara de amar Gray. Não saiu da guilda é claro, mas não poderia encara-lo no dia depois daquele. Avisando apenas ao mestre, ela partiu.

***

Em uma das mesas da guilda se encontrava Lucy, estava a escrever como sempre.

– Bom dia Lucy.

– Bom dia Gray. – Toda vez que ele ouvia sua voz ficava feliz, a animação dela o contagiava. Deveria ser só por estar ao lado de quem se ama.

– O que está escrevendo? – Sentou-se ao lado da garota, nada mais que uma desculpa para chegar mais perto.

– É uma nova estória, mas acho que estou com um bloqueio. A personagem principal não faz mais sentido, nem o próprio mundo dela.

Enquanto ouvia, ele não conseguia desviar o rosto dos olhos castanhos da garota. Tão brilhantes, tão intensos, ele poderia ficar para sempre ao lado dela.

– Não precisa fazer sentido. Tudo o que precisa é que a escritora dê um tempo e saia com seu amigo aqui. – Não parecia, mas ele estava nervoso, tecnicamente ele a estava chamando para um encontro.

– Claro, porque não? – Com um grande sorriso no rosto Lucy aceitou o convite.

A felicidade dele não poderia ser maior. Apesar de tudo ela aceitou.

“A maga estelar. Sempre sorrindo. Sempre gentil. Tenho medo que o amanha chegue e eu não possa encontrá-la.”