Já se passaram uma semana desde que estamos na casa de Haymitch, uma semana desde que Peeta e eu ficamos noivos. Estou me contorcendo para não contar por telefone mesmo a minha mãe e Prim sobre o noivado.

–Calma Kat, ainda hoje nós iremos contar a elas sobre o casamento.- Peeta me diz pela decima vez hoje. Hoje iremos voltar para casa, Prim já está melhor e a nevasca nos deu uma trégua, estamos apenas esperando minha mãe chegar em casa para darmos a noticia para as duas de uma vez. –vai valer a pena a espera, você vai ver.

–Eu sei Peeta, eu sei. –então algo me vem a cabeça –Peeta, como eles irão reagir com a noticia? Afinal só temos 17 anos.

–Tenho certeza que nos apoiarão, assim como Haymitch. -ele diz massageando meus cabelos. –somos novos, mas somos completamente apaixonados.

–Com certeza. -digo –e a sua mãe Peeta? Como ela irá reagir?

–Não sei Kat. -ele pensa um pouco –afinal não importa o que ela ou qualquer um pensa, eu te amo e você me ama, só isso importa para mim.

–Eu sei, para mim também. -digo e tento desviar o assunto para algo bom. –e o nosso casamento, quando será?

–O mais cedo possível, eu não vejo a hora.

–Eu também não vejo a hora de ser Katniss Everdeen Mellark.

–A festa será aqui no 12 certo?

–Claro, jamais iria querer me casar na Capital. Tenho pesadelos só de ver na TV.

–Eu sei, eu também. -ele suspira. –mas terá uma cerimônia com certeza.

–Ah sim, claro. -digo feliz. Não sou muito fã de cerimonias e alvoroço, mas irá se tratar apenas se uma cerimonia tipica 12, simples e bonita, assim como gosto. Perfeita.  –já estou até imaginando Prim como daminha.

–E eu já estou imaginando você com um enorme vestido de noiva.

–Quem sabe Cinna não o desenha para mim?

–Seria simplesmente perfeito. -ele diz me beijando. -já pensou em quem vai te levar ao altar?

–Sim, eu já tinha pensado no assunto, como não tenho mais meu pai terei que escolher alguém. -digo –Eu pensei em pedir para o seu pai ou um de seus irmãos mesmo, mas também pensei em Haymitch. -digo e sorrio. –ele ficou tão feliz com o nosso convite para padrinho.

–É verdade, nós somos toda a família dele. -ele diz –acho que você faz bem em pedir para leva-la ao altar

–Também acho. Vou convida-lo ainda hoje. -digo e o beijo com carinho. -eu te amo.

–Eu também te amo. -ele fala –sabia que você é a noiva mais perfeita do mundo?

–É claro que sei, voce me diz isso todos os dias.

–É bom sempre lembrar.

–Vamos descer Peeta. -digo. –logo minha mãe já chega.

–Tudo bem, o café da manha já está pronto. Haymitch já deve estar comendo, é melhor irmos se quisermos comer algo.

–Vamos descer então. –meu estomago ainda está vazio –estou morrendo de fome.

–Desde quando isso é novidade Katniss? -ele provocou, e em resposta recebeu um travesseiro na cara. –calma nervozinha. -ele disse rindo alto

–Calma nada. –também estou rindo. –vamos logo.

Nós descemos as escadas com Peeta ainda em abraçando pela cintura, não nos desgrudamos desde o pedido de casamento. Ao chegarmos na cozinha vemos Haymitch sentado, comendo pães com uma garrafa de vinho na mão. Mas afinal, quem toma vinho no café da manha? Essa é fácil, Haymitch, só para variar. Mas apesar de tudo, Haymitch não tem estado bebado desde que estamos aqui.

–O casalzinho feliz resolveu descer. -Haymitch diz sarcástico, apesar de seu humor ter melhorado desde o nosso convite para padrinho, ele continua com o seu humor ironico.

–Pois é Haymitch.- digo com indiferença.

Ao sentar na mesa vejo toda a comida e torço o nariz enjoada. Minha fome está assim, indo e voltando constantemente nesses últimos dias, sempre enojada como cheiro de bebida e álcool de Haymitch misturados com a comida.

–Não vai comer, Kat? –Peeta pergunta.

–Perdi a fome. -digo.

–Está dispensando comida, docinho? -diz Haymitch –isso sim é uma novidade.

–Cala a boca Haymitch, ninguém te perguntou nada. -falo sem paciencia.

–Olha a agressividade, Docinho.

–Hey! Vão com calma vocês dois! Ficam sempre brigando! Hora brigam hora estãobem de novo. -Peeta se entromete

–É a sua noiva que está com o humor comprometido hoje. -ele acusa.

-Voce o compromete. -olho para o lado e vejo Peeta levantar um sobrancelha.

Dou um suspiro e volto a falar.

–Tudo bem. -respiro fundo, estou realmente bipolar esses dias, ah Haymitch também vive me provocando. Mas Peeta tem razão. Já chega. –vamos fazer o seguinte Haymitch, eu concordo em fingir que você não me irrita se voce concordar com a minha proposta.- digo

–Uma proposta sua? Vejamos então, o que voce me propõe? –ele me olha ainda com um sorriso sarcástico e curioso no rosto.

–Apesar de tudo você é uma pessoa muito importante para nós Haymitch. –digo. –e eu decidi que gostaria que você me levasse até o altar. digo e Haymitch sorri, um sorriso sincero, não sarcástico. –o que você acha?

–Será uma honra. – ele diz. -Então futuros Sr. e Sra. Mellark, não vão contar as novidades para a futura sogra e futura cunhadinha? -ele diz voltando ao tom ironico.

–Iremos sim, Haymitch. -Peeta diz. -vamos Kat, sua mãe já deve ter chegado, melhor sairmos antes que Prim vá para a escola.

–Vamos. -respondo

–Boa sorte para enfrentar as sogras. -Haymitch diz antes de sairmos principalmente pra você, Docinho. -em seguida ele cai na gargalhada. Peeta e eu ignoramos esse último comentário de Haymitch embora eu queira muito rir junto de Haymitch.

Saímos da casa de Haymitch de mãos dadas, caminhamos até minha casa, embora minha vontade seja correr até lá.

Chegando lá, dou de cara com minha mãe com uma xícara de café na mão e um pedaço de pão na outra. Prim está deitada no sofá e a TV está ligada porem está muda.

–Katniss! Peeta! –Prim sai do sofá e nos abraça. –que saudades!

–Também estávamos com saudades, Patinho. -digo –está melhor? – ela acena com a cabeça mas mesmo assim coloco a mão em sua testa para ver sua temperatura. Está normal. –queria vir te ver mas fui impedida. –digo, e brinco lançando um olhar para minha mãe. Prim e minha mãe se espantam com o meu bom humor. Peeta apenas sorri.

–É verdade. Sua irmã quase teve um treco na casa do Haymitch. -ele ria

–Engraçadinho. –digo dando um tapa de leve em seu braço, cruzando os meus em seguida, fingindo zanga. O que faz com que ele, Prim minha mãe e eu rirmos ainda mais.

–Quanto bom humor Katniss. -diz Prim –algum motivo em especial? -estou prestes a contar para elas sobre o casamento quando algo me faz parar. A programação havia sido interrompida e a imagem de Cornelius Snow, presidente de Panem, ele está falando algo. Deve ser importante.

Aponto para a TV preocupada. Esse tipo de coisa é comum apenas na época da colheita, mas o ano que vem acontecerá o terceiro massacre quaternário. O primeiro ano que eu e Peeta seremos mentores. Prim acha o controle e tira do mudo. Snow está falando:

–Como todos nós sabemos, em um mês celebraremos os 75 anos de Jogos Vorazes. Tendo assim, uma edição especial que ocorre a cada 25 anos, O Massacre Quaternario. -todos na sala ficamos pálidos, no massacre quarternario, surpresas horríveis aguardam os tributos. Além das arenas serem muito mais mortais e assustadoras, cada ano tem um “bonus”. –em nosso aniversario de 25 anos, tivemos o nosso primeiro Massacre, nesse os distritos tiveram que votar para decidir quem iria para a arena. No 2° massacre, comemorando 50 anos, foram oferecidos para a colheita o dobro de tributos, dois do sexo masculino e dois do feminino –lembro-me de Haymitch, ele foi o vitorioso desse ano, lembro-me também de minha mãe dizendo que uma amiga morreu na arena nesse ano, Maysilee. –e esse ano, para lembarmos os rebeldes que nem o mais forte entre eles é capaz contra a Capital, nessa colheita, que ocorrerá dentro de um mês, na 75° edição dos Jogos Vorazes e no 3° massacre quaternario, os tributos serão sorteados apartir o roll de vitoriosos vivos. Boa sorte tributos vitoriosos, e que a sorte esteja sempre ao seu favor. -ele finaliza e a transmição é cortada.