Lágrimas de Sol escrita por Anastacia B, Kah Correia


Capítulo 9
Capítulo 9 - Pétalas de Culpa (Pov Dimitri / Rose)


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente!
Segue mais um post para vcs como prometido!
OBRIGADA pelos comentários
Vocês são 10!
Logo mais tem outro post.
Aguardo os coments para continuar!
Beijos e até a proxima.
**LEIAM AS NOTAS FINAIS**



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POV DIMITRI

O certo agora, era que eu não sabia o que dizer ou fazer. Eu apenas observava suas costas curvadas em nítida tensão, conforme Rose se movia a mais e mais passos, para longe de mim. Seus pés pisavam com força no chão, como se tentando desastrosamente evaporar algum pensamento nebuloso ou incerto. Minha cabeça girava no mesmo compasso em que meu coração oscilava. O que havia acontecido ali? E por que eu me sentia tão agitado de repente?

–Dimitri? Dimitri? – A voz de Natasha soou tão alta, que levei uma de minhas mãos até meu ouvido, que estava próximo dela.

–Ainda não estou surdo – Comentei aborrecido, enquanto mudava meu foco de visão. Natasha me olhou surpresa e eu suspirei.

–Estou apenas cansado – Forcei um sorriso. Ela então selou nossos lábios em um rápido beijo.

–Eu sei me desculpa – Natasha levou uma de suas mãos até o meu rosto, espalmando a face.

–Você deve estar se sentindo péssimo com essa roupa suja – Ela então franziu o cenho, me fazendo sentir culpado por um momento. Natasha poderia ser extravagante e até barulhenta muitas vezes, mas ainda assim, era uma mulher forte e fascinante.

–Vamos que preciso de um banho – Levei meu braço até suas costas, para que começássemos a caminhar.

–O que fazia com aquela paciente aqui? – Não demorou muito, para que Natasha começasse a perguntar.

–Estamos em uma atividade e acabamos nos desequilibrando – Dei de ombros.

–Você é maluco por ficar com essas atividades assim – Natasha deu uma gargalhada e não consegui evitar sorrir. Estava em parte aliviado por ela não ter suspeitado e começar a fazer perguntas que nem eu mesmo, era capaz de responder.

–Você sabe que aprecio a convivência de perto com meus pacientes. – Após dizer aquilo, foi como se algo tivesse entalado em minha garganta. Pacientes. Será que era isso mesmo que Rosemarie era para mim? Não tive tempo de me questionar, pois já havíamos chegado para próximo de outros funcionários do internato.

–Doutor? Preciso de ajuda com um paciente – Meg uma das enfermeiras de Santa Maria, começou a chamar por mim. Pela sua expressão não era nada muito sério, mas mesmo assim, eu era um médico e estava em serviço. Quando seus olhos passaram pelo meu corpo sujo ela ameaçou começar a falar algo, mas a interrompi.

–Claro, estou a caminho – Limpei rapidamente minhas mãos sujas na calça e comecei a segui-la mas antes, me virei para Tasha. –Te encontro em breve – Pisquei para ela mas antes que eu começasse a seguir, Natasha levou um de seus dedos a boca e logo o passou em meu rosto, tentando limpa-lo.

–Acho bom você usar um esfregão ai – Ela sorriu e logo voltou a selar nossos lábios.

Depois de eu ter atendido mais de três pacientes sem um banho, Carlo meu amigo e médico, entrou em meu escritório e logo, começou a rir de meu avental antes branco, agora sujo de marrom.

–Não fale nada – Sinalizei para que parasse, enquanto me livrava de meu avental e depositava meu estetoscópio na mesa marfim do escritório.

–Esta abdicando de banhos? – Ele insistiu

–Aconteceu um acidente mais cedo – Desviei rápido o olhar, antes que ele perguntasse demais.

–Rolou na grama molhada com algum animal? – O jeito divertido como ele pronunciava aquilo, me fez quase hesitar.

–Na verdade cai enquanto estava correndo – Tentei soar o mais desinteressado possível.

–Você mente mal Belikov – Carlo então se aproximou alguns passos, parando próximo da janela. Era uma manhã de sol fraco, mas bastante confortável para os dias frios das montanhas.

–Não estou a fim de falar sobre isso – Me defendi, me sentindo um pouco cansado. Desde que eu havia pisado ali, não conseguia pensar em nada que não fosse o que havia acontecido mais cedo entre eu e Rose. Os fatos pareciam cada vez mais embaralhados conforme os rebobinava em minha mente. Não havíamos tido nada demais, além de um contato inusitado, mas mesmo assim, aquilo parecia ser mais do que o suficiente para fazer meu coração acelerar e minha respiração descompassar a ponto de me deixar irritado.

–E isso tem haver com cabelos castanhos escuros? – Carlo me surpreendeu tanto, que não consegui evitar sorrir para ele, enquanto o encarava. Como ele havia descoberto?

–Não tenho nada a falar sobre isso também. – Desviei o olhar, para a pilha e papéis em minha mesa. –Você nos viu? – Perguntei me sentindo estranho por um momento.

–Na verdade não mas isso era de se esperar – Carlo também pareceu estar entediado enquanto falava. Como algo bastante natural para ele.

–Não entendi – Mesmo sabendo que aquele era um terreno muito perigoso, não conseguia disfarçar meu interesse pelo desconhecido. Por Rose.

–Você sabe exatamente do que estou falando. – Carlo virou os olhos, me deixando ainda mais curioso. – Não te questiono. Ela é bonita e bastante inteligente para estar aqui.

–Vou tira-la daqui – Falei automaticamente, sem pensar nas consequências. Carlo riu. Um longo e amargo sorriso.

–Meu camarada eu não duvido, mas esteja ciente de que você estava mexendo com pessoas grandes. Pessoas com muito dinheiro. – Ele pausou para olhar ao redor pensativamente. – Tem certeza que ela vale o risco? – Ele voltou a me olhar e dessa vez, tomou um longo instante antes de voltar a fazê-lo. Era como se esperasse minha análise mental. – Aproposito, vi sua noiva hoje.- E então tao como cedo surgiu, a conversa mudou de rumo novamente.

Depois de ter finalmente conseguido tomar banho e trocar de roupa, já era quase a hora do almoço no hospital. Procurei por Natasha, para que ela evitasse conversa com outros empregados. Eu não fazia exatamente ideia do por que ela estava aqui, mas de uma coisa eu tinha certeza. Natasha Ozera não poderia conviver muito, em ambientes calmos e tranquilos como aqueles. Ela logo os transformaria em um mundo de convenções e organizações a seu dispor.

Assim que a encontrei, seguimos para o refeitório principal, enquanto ela me contava pela vigésima vez, sobre os planos de nosso casamento. Eu estava assinalando pela quarta ou quinta vez, quando algo cruzou minha visão. Rose. Ela estava vestindo um moletom rosa e jeans clara. Seu cabelo longo e castanho, estava preso em um alto rabo de cavalo, que se movimentava em traços delicados, enquanto ela se locomovia rapidamente pelo refeitório.

Rose ia cumprimentando algumas pessoas enquanto passava, para a área do buffet. Enquanto ela esperava para ser a próxima, seus olhos passaram rapidamente ao redor, mas quando cruzaram com os meus, sua postura de relaxada, se tornou tensa e receosa. Naquele momento eu percebi, que as coisas entre nós assim como eu suspeitava, estavam estranhas demais e eu logo, precisaria mudar isso antes que se tornasse algo ainda pior e desastroso.


POV ROSE



Já era tarde, quando resolvi começar a guardar meus pinceis. Respirei fundo enquanto limpava o último, já sujo de tinta. O quadro antes branco, havia agora adquirido uma nova tonalidade de cores clássicas.


–Gostei desse – A voz de Dimitri bem atrás de mim, me fez quase pular do lugar. Apertei bem forte o pano em minhas mãos, enquanto pensava em alguma forma suicida, de despista-lo. Depois do ocorrido e mais cedo, a última coisa que precisava, era dele.

–Estou terminando ainda – Comentei vagamente, me virando desta vez. Seus olhos logo cruzaram com os meus, mas eu os desviei, o mais rápido que consegui.

–Não importa, está ótimo – Dimitri insistiu para meu constrangimento. Encarando meus próprios pés, tive o vislumbre de sua calça jeans azul e seus sapatos Louis vuitton. Dimitri tinha as mãos no bolso, me fazendo suspeitar que talvez ele estivesse de certa forma, acanhado.

–Quando estiver pronto, aviso você – Não mais que automaticamente, ergui meu queixo e lhe forcei um sorriso. Quando seus olhos novamente cruzaram com os meus, me xinguei mentalmente por ter corado tanto, quanto um pimentão vermelho. –Eu preciso ir – Gesticulei para a porta atrás de Dimitri, conforme me movia para terminar de guardar minhas coisas.

–Eu queria falar com você – Ele insistiu, a me ver fechar o zíper da minha mochila improvisada.

–Estou me esforçando com a comida – Respondi alegremente, tentando despista-lo.

–Eu te vi no almoço hoje – Ele comentou, ainda me observando. – Fui falar com você, mas quando me levantei, você já havia saído.

–Eu não te vi – Tentei soar a mais desinteressada possível, mas Dimitri percebeu.

–Creio que foi somente impressão minha – Ele disse depois de forçar uma tossida simbólica. Foi minha deixa. Peguei rapidamente minha mochila e tentei passar por ele. -Rose espera – Dimitri segurou meu braço com força, me forçando a parar antes mesmo, que alcançasse a porta do quarto de recreação. O susto automaticamente deve ter se refletido em minha expressão, pois ele recuou, soltando meu braço sem jeito.

–Me desculpe – Ele disse suavemente.

–Eu tenho que ir – Respondi depois de algum tempo apenas parada ali. – Tenho coisas para fazer.

–Rose sobre o que aconteceu... – Ele tentou de novo mas dessa vez, eu o interrompi.

–Sobre o que aconteceu ou melhor, não aconteceu, quero que saiba que estou bem com isso e que você e sua noiva formam um lindo casal. – A força e a forma com que as palavras saíram, não me deixaram tempo de recusar, conforme cruzava uma linha perigosa.

Sem esperar por uma resposta dele, dei as costas e comecei a caminhar para o meu dormitório.


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Notas finais do capítulo

Gosta da fic? Comente e RECOMENDE.
Faça uma autora inspirada a feliz.
Beijinhos



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