Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 4
Os novos vizinhos


Notas iniciais do capítulo

boa leitura bjnhosss!!!



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(P.V. Mônica)

Cheguei  da escola e vi minha mãe preparando o almoço.

-Filha, já chegou? Tome um banho e se apronte, vamos conhecer os novos vizinhos da frente.

-Vizinhos mãe?

-Sim, você anda tão distraída ultimamente que nem se tocou que tem um caminhão de mudança ali da casa da frente.

Olhei pela janela e vi que minha mãe tinha razão, tinha mesmo um caminhão de mudança naquela casa, mas eu não estava nem um pouco afim de ir conhecer pessoas novas, ainda mais depois de ter que aturar horas, que na verdade pareciam eternidades de aula de matemática.

-Então vai rápido querida, quero nos apresentar pra eles logo.

-Mãe, temos mesmo que ir?

-Sim, temos sim.

-Porque?

-Porque eu quero parecer educada pelo menos diante de pessoas novas aqui no bairro, porque graças a você não temos a impressão de bem educadas.

-Porque graças a mim?

-Ultimamente você tem andado bem mau educada, esnobando pessoas que te conheciam á tempos, e vai ser bom sairmos um pouco, eu não estou pedindo, estou mandando, agora vai lá pra cima e se apronte de pressa, vou te esperar aqui em baixo.

-rrrrrrrr! Que saco...Já to indo mãe. -disse revirando os olhos pra minha mãe, me virando e subindo ás escadas.

Tomei um banho uma blusa vermelha fashion, short jeans curto e uma rasteirinha branca linda. Desci as escadas e minha mãe estava sentada na mesa da cozinha me esperando.

-Até que em fim...Nossa você está toda produzida!-disse minha mãe. -pra que tudo isso?

-Por nada, só estava com vontade de me vestir bem.

-Então tá, vamos?

-Tudo bem.

Minha mãe abriu a porta pegou em meu braço e fomos até a outra casa, eu estava meio desanimada mas mesmo assim fiz questão de fingir um sorriso no rosto.

-Minha mãe tocou a campainha e logo fomos atendidas por uma senhora que parecia ser bem simpática e devia ter a idade da minha mãe.

-Oi, tudo bom? em que posso ajudar?-Perguntou a mulher com um grande sorriso.

-oi, eu sou Luiza, nós seremos suas novas vizinhas, moramos naquela casa ali-minha mãe disse apontando pra nossa casa.

-ah sim, muito prazer, sou Dona Cebola, gostariam de entra um pouco?

No momento em que ela disse o nome dela, eu quase tive um ataque de risos...Cebola? fala sério, esse nome, é o nome mais estranho que eu já vi, mas eu tentei não rir porque não queria parecer grosseira.

-Não, não queremos ser inconvenientes!-minha mãe negou o pedido dela tentando ser simpática.

-A por favor, eu faço questão.

Hesitamos por um tampo e minha mãe falou:

-Tudo bem. –a mulher abriu a porta e abriu espaço pra nós passarmos, e entramos na casa.

Era uma casa bonita e pra quem tinha se mudado a tão pouco tampo, a casa estava bem organizada.

-MARIA, CEBOLA, DESCAM, TEMOS VISITAS!-gritou Dona Cebola, eu não sabia quem ela estava chamando pra descer ás escadas, acho que era com os filhos. Então desceu das escadas uma menininha que devia der uns sete ou oito anos de idade.

-Oi-ela falou docemente-Ela era uma gracinha e parecia ser bem educada.

-Essa é minha filha de sete anos Maria. -apresentou Dona Cebola.

-Oi Maria-Eu falei acenando pra garotinha.

Mas então, aconteceu uma coisa muito estranha comigo, meu coração começou a bater mais forte quando eu ouvi barulhos de passos descendo as escadas, eu não entendi muito bem o porque daquela minha reação mas quando eu vi quem descia aquelas escadas, entendi porque. Era o garoto que eu mau conhecia mas que por alguma razão, sentia algo por ele, algo que por incrível que pareça, me sinto culpada por sentir. Quando ele me viu, ele pareceu surpreso, assim como eu, mas eu gostei da reação dele, porque ele pareceu contente por me ver , ele olhou bem nos meus olhos me dando um sorriso mais lindo do mundo e disse:

-Oi...

-E esse é meu filho de 17 anos Cebola. -Disse Dona Cebola.

-Oi, é um prazer conhece-los, eu sou Luiza e essa é minha filha Mônica. -Disse minha mãe.

-Oi-Disseram Maria e Cebola.

Dona Cebola deu alguns passos até a cozinha se sentando na mesa e a Maria se sentou no colo dela e então ela começou a falar:

-Moram aqui a muito tempo, Luiza?

-sim, praticamente, a vida toda...

-E você trabalha em que?

-eu trabalho engenharia e meu marido é contador.

-Ah, eu adoro trabalhar com engenharia, como vão os negócios no seu trabalho?

..............

Elas iam falando e falando, e eu e o Cebola ficávamos nos olhando com vontade de dormir de tanto tédio que estávamos por ouvir nossas mães falarem de negócios. As nossas mães pararam de falar de repente e olharam pra nós, parecem que tinham percebido que estávamos parados ali de pé, e não estávamos gostando nada do assunto, então a mãe do Cebola resolveu falar:

-Nossa, parece que vocês não estão gostando do assunto né?!

Cebola ousou dizer: -Jura que você só notou isso agora?

As mães riram e eu aproveitei pra rir também, Cebola olhou pra mim com um sorriso e depois voltou a olhar pra mãe dele que ia dizer mais alguma coisa:

-Tudo bem filho...Porque você e a Mônica não vão para o seu quarto? Assim vocês conversam e se conhecem melhor, que tal?

Hesitamos um pouco até que Cebola disse:

-Por mim tudo bem... e por você?-Perguntou olhando pra mim.

-AH, filha vai por favor, pra fazer novos amigos .-falou minha mãe.

Fiquei em silencio e depois concordei com a cabeça e sorri, ele entendeu, e pra minha surpresa, ele pegou na minha mão e subiu as escadas...Quando chegamos ao quarto dele, ele soltou minha mão e fechou a porta...

Ficamos em silêncio por um tempo. Ele se sentou na beira da cama e me disse:

-Pode se sentar se quiser!

-tudo bem.-Concordei e me sentei do seu lado.

Ficamos calados por uns 10 segundos até que ele me disse:

-Pelo menos dessa vez agente se encontrou sem cair no chão né?!

-ahh...Você se lembra disso?

-Como não me lembraria?

-é tem razão, foi neste momento em que eu quase torci o me tornozelo... -disse isso e nós dois rimos.

-Quantos anos você tem?-ele me perguntou.

-17.-respondi.

-legal, eu também...A quanto tempo você estuda naquela escola?

-Eu não sei, já faz bastante tempo...Escuta, você é novato né?

-Sim porque?

-Só queria confirmar, porque qualquer um que se de bem em matemática, é porque já se acostumou com o jeito irritante da professora Sandra, mas você não, no primeiro dia de aula você se saiu ótimo e eu que estudo nessa escola a anos e ainda a sim sou péssima em matemática.

-Obrigada.

-Então...Tem namorada, ou já se apaixonou alguma vez?...não que eu queira me intrometer mas...

-não, não, você não se intrometeu, sei lá talvez eu não tenha encontrado a pessoa certa, eu acho...Mas e você?

-Eu?

-É. –Eu fiquei em silencio por um tempo até que ele me disse:

-Não deve ser tão difícil assim responder a minha pergunta...Afinal, você tem namorado.

-Como você sabe disso?-perguntei. Não queria que ele soubesse, não sei porque mas não queria.

-E-e-eu ou-ouvi  falar por ai...Na escola.

-A tá. Bom é que...é complicado.

-por que? Não gosta dele?

-não é isso.

-Então o que é?

-Eu não sei...Talvez eu ache que não estou sendo eu mesma perto dele, que tudo tem que depender de mim.

-Como assim depender de você?

-tem que depender de mim pra fingir que somos felizes um com o outro.

-E vocês não são?

-Não, quer dizer sim...Não, não somos.

-Então porque esta com ele?-não sei o que me deu naquela hora, mas comecei a sentir raiva por não poder responder aquela pergunta e por não fazer sentido eu estar com o Tony sendo que não sinto nada por ele, fiquei com raiva da minha vida ser perfeita sendo vista dos olhos de qualquer garota e por ser tão sem sentido vista dos meus olhos, então falei com um tom irritado:

-E por que quer saber tanto sobre a minha vida em? Até parece que me conhece.

-Estou tentando conhecer. -ele respondeu. -Talvez se você deixasse de ser o que os outros querem que você seja e começar a ser quem você é de verdade, talvez a sua vida poderia fazer mais sentido. -quando ele disse  aquilo, meu mundo caiu, eu não entendo como alguém pode saber exatamente o que você sente, sem você precisar dizer uma única palavra, por um segundo eu achei que ele conseguia ler pensamentos, mas não, ele conseguia me entender, ele conseguia ver como eu me sentia, o que eu sentia, mas como? Como ele poderia saber o que se passava na minha mente se ele mau me conhecia.

-Mas a minha vida faz sentido ok?

-Desculpe, não queria te irritar.

-mas irritou.

-Desculpe.

-Tá desculpado.

-Você tem sempre que ser tão chata?

-Eu não sou chata.

-Sim, é sim, todo mundo diz isso.

-Como assim todo mundo?

-Sei lá, pelo que eu soube, as pessoas te acham uma chata e arrogante.

-Que pessoas?

-As pessoas do colégio...Você nunca parou pra pensar nisso? Você só anda com a turminha popular, e só pensa em ficar com seu namoradinho que aliás, nem você sabe se realmente gosta dele, você nunca falou com uma única pessoa que não fosse rica ou popular. O que você quer que os outros pensem de você?

-Isso não é verdade, e quem é você pra falar de mim? Você nem me conhece .

-Só estou dizendo o que as outras pessoas dizem de você.

-E você acredita no que elas dizem?-perguntei.

-Não sei, deveria acreditar?

Hesitei um pouco e falei:

-Cebola eu tenho que ir. Agente se vê na escola. -Ele me segurou pelo braço e me disse:

-ESPERA! Já vai tão cedo assim...? –Soltei meu braço.

-Sim eu já vou, xau. –e fechei a porta.

Quando desci, minha mãe ainda estava conversando, passei por ela e falei que já ia embora.

-Já vai filha? Bom eu vou ficar mais um pouco, nos vemos em casa.

-tudo bem, xau gente.

-xau- disseram Dona Cebola, Maria e minha mãe.

Eu sai dali da cozinha e passei pela sala, a casa era grande então tínhamos que atravessar a sala pra chegar na porta da frente. Quando eu ia abrir a porta pra sair, ouvi alguém chamar meu nome:

-Mônica espera. -Quando me virei vi que era o Cebola.

-O que você quer?-perguntei ainda um pouco brava com ele.

-só queria te pedir desculpas, porque eu não tinha o direito de me intrometer na sua vida, eu não sei nada sobre você e não tenho o direito de te julgar, eu só estava acreditando no que as pessoas falavam de você, mas afinal, quem liga pro que os outros pensam?!

Ele tinha total razão, eu nunca liguei pro que os outros falavam de mim, alguns me idolatravam só pra ser conhecida como uma das garotas ou garotos populares e riquinhos, e tinha gente que me desprezava pelo fato de acharem que eu as considero inferiores, mas isso nunca foi verdade, eu nunca me considerei superior que ninguém, achei que Deus tinha nos dado livre-arbítrio, mas eu não tenho nem um tipo de liberdade ou expressão própria, nunca acham que eu sou capaz de dar alguma ideia ou sugestão descente.

-Obrigada por vir me pedir desculpas apesar de eu achar que você tem razão sobre certas coisas. A maioria dos meus amigos, não são meus amigos, porque eu não os conheço, a Carmem fica me dizendo que eu sempre deixo ela em segundo lugar pra tudo e vive tentando me destruir. O Tikara teve que passar por um teste pra andar com agente, um teste que o Tony obrigou ele a fazer, e eu mau conheço o Quim, eu só falo com ele porque a Magali gosta dele, e a Magali é a minha única amiga de verdade e que eu realmente confio.

-Eu sou seu amigo agora-ele disse sorrindo pra mim.

-Olha eu não sei como você faz isso porque eu nunca falei sobre isso com ninguém a não ser você.

-ah, então eu devo me considerar uma pessoa especial?-ele disse com um sorriso malicioso.

-bobinho!-caçoei.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado comentem por favor...!!!