Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 15
Ciúmes, o sentimento insuportável.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem,aproveitem o cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/276625/chapter/15

“Cebola pare de pensar bobagens, é claro que ela não gosta de você” a Carmem e a Irene fazem isso só pra ver se despertam raiva nela, e devem fazer isso com todos os garotos da escola. Mônica ainda estava do outro lado do refeitório, sendo que acabou de me ver falando com aquelas garotas, ela parecia chateada e ao mesmo tempo com raiva, então, ela saiu correndo dali de repente, eu não entendi muito bem o motivo, mas senti a obrigação de ir atrás dela.

-Ei Mônica, espera! – gritei quando já tinha alcançado ela, no portão da escola.

-O que foi? – ela perguntou chateada, se virando pra mim.

-Por que saiu de lá correndo?

-Por nada.

-Você está brava?

-N-não, só não acredito que esteja falando com aquelas duas, Carmem e Irene devem ser as últimas pessoas com quem você deve falar!

-Por quê?

-Por... Por que...

-Porque o que?

-Po-por nada! Só acho que se você se aproximar delas vai acabar se... Se decepcionando, é-é isso.

-Tem certeza que é isso?

-Certeza absoluta! Eu só acho que não são o tipo de pessoas amigáveis, só estou te dando um conselho, apenas isso!

-Mas eu nem as conheço direito.

-Que bom, porque só estão te usando pra fazer raiva em mim e você sabe disso.

-Pode até ser, mas e daí? Elas parecem ser legais! – na verdade eu não achava elas legais, mas a Mônica parecia estar irritada com a situação, o que eu estava gostando um pouco, então resolvi aproveitar mais o momento.

-Le-legais? Você acha elas legais? Puff! Elas não são legais, são só umas metidinhas que provocam as pessoas.

-Mas o que tem demais? Qual é o problema deu falar com elas? – falei me aproximando um pouco dela.

-Ne-nenhum! – ela disse tentando parecer firme. – Não tem problema nenhum você sair com elas, eu só estava te dando um conselho de... De amiga!

-Tudo bem. – Nesse momento, não falamos mais do assunto, paramos de falar até que eu tive uma boa ideia. – Sabe... Eu ta-tava pensando... Se...

-Se... – ela disse esperando que eu prosseguisse.

-Se você não queria ir... Ao cinema comigo? – perguntei.

-Ao cinema?

-É. Tipo uma coisa de amigos.

-É eu sei... – ela abriu um sorriso lindo, mas depois baixou a cabeça –Mas acho melhor não.

-Por-Por que não? – perguntei confuso e nervoso com a resposta.

-Bem... Eu acho que não seria uma boa ideia já que você e o Tony andaram brigando então...

-Ah sei, é claro, também acho que não seria uma boa ideia, desculpe.

-Então vamos voltar pra aula que o sinal já vai tocar.

-Tá. – concordei e comecei a acompanha-la até a porta da sala, chegamos e entramos, o Tony viu e óbvio, ficou de mau humor, parecia que a aula não acabava, o tempo passava cada vez mais devagar.

(P.V. Mônica)

Quando o sinal tocou, dei graças a Deus, faltava pouco pra mim não me ajoelhar e dizer obrigada. Que aula mais chata! Andei devagar até o portão, quando passei por ele, vi um pouco longe dali, Tony falando com a Denise, eles estavam conversado de uma maneira estranha, ela mexia nas mechas de cabelo presos na Maria Chiquinha e os enrolava nos dedos, enquanto ele se aproximava cada vez mais dela e mordia seu lábio inferior, estranhei a aproximação deles, mas não fiz nada, apenas continuei andando, estava com dor de cabeça por aquelas aulas entediantes de filosofia e minhas pernas estavam doendo, por isso fui pra casa.

Cheguei em casa, fechei a porta, e como sempre, minha mãe não estava em casa. Ela nunca estava!

(P.V. AUTORA)

Tony ainda estava na escola e por coincidência, Carmem também. Ele passava pelos corredores em direção ao portão para ir embora, quando de repente...

-Ei Tony, que bom que ainda está aqui, queria mesmo falar com você!

-Carmem? O que tá fazendo aqui? – perguntou ele confuso.

-Queria conversar, sobre a Mônica e o Cenourinha.

-É Cebola.

-Que seja! Escuta, você sabe que seu namoro está prestes a terminar não sabe?

-Do que você está falando? – ele perguntou confuso.

-Der! Não é óbvio? O seu namoro com a Mônica já era.

-Eu ainda não entendi.

-Ah é mesmo, esqueci que você é burrinho! – ela disse deixando ele bufando de raiva. – Escuta, a Mônica está cada dia mais próxima do Cebola e não se passaram nem se quer uma semana que ele está aqui e o pior de tudo é que você sabe que tem alguma coisa errada.

-Tá bom, eu admito que estranho um pouco o comportamento dela quando está perto dele, mas isso não significa que ela vai terminar comigo por causa dele, agente já ta junto há muito tempo.

-Exatamente! É aí que vem ao caso, estão juntos há uns dois ou três anos e por acaso você já disse que a ama alguma vez?

-B-bem...

-Exato! Você nunca disse. E ELA, já disse que ama você?

-Olha Carmem, isso... – ela o interrompeu:

-NÃO! Ela nunca disse que te ama... E finalmente, o ponto onde eu queria chegar... Vocês, já se beijaram?

-T-tá, eu já entendi, mas... – ela o interrompeu de novo:

-NÃO, nunca se beijaram haha, incrível, eu estou sempre certa!

-Você quer parar de me interromper.

-Escuta Tony, você anda muito afastado dela ultimamente, e acho que ela não tem sentido muito a sua falta, afinal por que sentiria já que ela tem o Cebola com ela não é mesmo, hehe?

-Isso não é da  sua conta!

-Pode até não ser, mas é da sua conta. Devia fazer alguma coisa.

-Tipo o que, dar uns murros na cara dele?

-Ai que dialogo que ridículo o seu, mas nem por isso, você acabaria no chão de qualquer jeito, nem se aguenta em pé, e se brigar com ele de novo, só vai fazer com que ela fique ainda mais brava com você.

-E por que está me ajudando com a Mônica.

-Não estou te ajudando, só quero que ela fique longe do Cebola.

-Por que? Tá afim dele? Ah já sei, começou a se interessar por ele quando soube que havia alguma coisa entre ele e a Mônica não é mesmo?... Sempre a mesma não é Carmem? Sempre tentando deixar a Mônica com raiva.

-Ai não enche, eu faço o que quiser da minha vida.

-É já sei disso.

-E o que você tem com a Denise?

-O que? Nada!

-Você está muito próximo dela ultimamente.

-Que bom, assim deixo a Mônica com um pouco de ciúmes.

-Aff! Você não entende nada de mulheres viu? – disse ela se virando e saindo dali.

(P.V. Mônica)

Nossa, mais uma Terça-feira, e isso me lembra da aula chata de ciências, e a aula de ciências me lembra da vez em que eu e Cebola nos perdemos e acabamos de detenção e... Ai meu São Pedro, como eu pude me esquecer, eu e Cebola ficamos de ir à detenção sábado, o que aconteceu? A é mesmo, eu fui à casa do Cascão com ele e acabamos esquecendo totalmente, tenho que falar pra ele assim que chegar na escola. Tomei banho, coloquei uma roupa e me aprontei bem rápido, nem tomei meu café da manhã, fui logo correndo pra escola. Cheguei lá sem folego, entrei na sala de aula, que ainda não havia começado a aula, logo vi Cebola sentado com Cascão, me senti mau por ter que ir falar com ele na frente do Cascão, mas fui lá mesmo assim:

-Cebola, posso falar as sós com você um minuto? – Cascão me olhava espantado, mas ainda sorrindo.

-Claro! – ele disse se levantando da cadeira, saímos da sala e logo comecei a falar em disparada:

-Nós nos esquecemos de ir à detenção sábado, ficamos de detenção por ter nos perdido lembra? Eu não acredito, lembrei disso hoje e o professor de ciências vai nos matar e depois dançar em nossos túmulos e...

 – Shhh! – ele me interrompeu colocando seu dedo indicador sobre meus lábios, pude sentir um arrepio assim que ele fez isso, ele logo o tirou, parecia que também ficou constrangido:

-É-é, eu não acredito que agente esqueceu, o professor vai matar mesmo agente, kk! – disse ele tentando parecer preocupado.

-É, e o que fazemos?

-Nada, só podemos esperar pra falar com o professor agora, não a nada que podemos fazer, agente esqueceu mesmo!

-Tudo bem. – eu disse. Nada mais falamos, apenas entramos na sala de aula esperando o chato do professor chegar. Não demorou muito para o sinal tocar, e como sempre eu estava sentada ao lado de Tony, o professor chegou na sala com um olhar de decepcionado para mim e Cebola, eu olhei pra ele e vi que ele também me olhava com uma cara de “estamos fritos”. O professor escreveu algumas lições de casa pra fazermos, e não demorou muito pra ele dar uma bronca na gente:

-Muito bem Mônica e Cebola, se expliquem do porque de faltarem na detenção. – Eu olhei pra Cebola de novo, eu não queria falar, então ele logo começou a dizer:

-Professor, nós acabamos nos esquecendo dos compromissos e... – ele sabia que não devia falar que eu e ele passamos a tarde juntos porque se não causaria problemas entre mim e Tony. – e então me esqueci da detenção e fui na casa do Cascão, desculpa. – ele foi sincero, disse a verdade apesar de não ter dito que eu estava com ele.

-E você Mônica, qual é a sua justificativa? – tentei não mentir, e tentei ser sincera igual ele foi, então falei a verdade:

-Professor, a verdade é que eu também esqueci, mas mesmo que tivesse lembrado, eu passei mal por causa de um brownie que foi feito com manteiga vencida, então eu chegaria atrasada ao castigo de qualquer jeito. – eu olhei pra Cascuda quando me referi ao doce, e ela sorriu pra mim, o que fez Tony ficar confuso e com um pouco de raiva por eu estar me aproximando de pessoas que não eram da nossa turma.

-Muito bem, como vocês sabem faltar na detenção é um erro grave que vai baixar a nota de vocês em todas as minhas matérias.

-Mas professor, aí não vamos conseguir créditos suficientes pra nos formar esse ano.

-Sinto muito.

-Mas...

-Mônica nada de Mas. Tem um jeito de recuperarem os créditos.

-Como? – perguntei impaciente.

-Participando do show de talentos.

-O-o q-que? –falei gaguejando, não sei se realmente teria coragem de participar.

-É, os professores dão pontos muito altos por participação em todas as matérias, e se tiver talento, ganham mais pontos ainda, e pelo que o professor Eduardo me disse, vocês realmente sabem cantar, ele me contou da apresentação de vocês dois. – eu e Cebola nos olhamos envergonhados, acho que Tony ficou um pouco incomodado, eu fiquei sem dizer nada, parecia que todos ali em volta esperavam uma resposta minha, permaneci em silêncio, não sabia o que dizer.

-Agente topa! – Falou Cebola chamando a minha atenção.

-Tudo bem então, boa sorte para os dois! – disse o professor André.

Me sentei de volta ao lugar confusa, a aula pareci não acabar nunca cabar, e eu estava doida pra dar o intervalo e esclarecer tudo com Cebola. Por que ele disse que iriamos participar? Eu não entendi.

Finalmente o sinal tocou, corri pra fora da sala e esperei Cebola sair, quando o vi passar pela porta e logo puxei seu braço para o canto do corredor. Quando ele viu que era eu que o puxava, ficou surpreso e sem jeito, soltei o braço dele e disse:

-Que história é essa de cantarmos no show de talentos?

-Eu disse que EU ia cantar no show de talentos, não vou deixar minha nota ir por água a baixo.

-Mas...

-Se você quiser pode ir falar com o professor e dizer que você não vai participar, por mim...

-Não, não, e-eu vou participar.

-Sério? Então tá, te desejo boa sorte. – levantei a cabeça me achando.

-Igualmente – disse sorrindo.

-É, acho melhor você ir se sentar com o Tony e os seus amigos... A menos que você queira... Se sentar com agente. – ele disse meio sem graça. Abri um sorriso e falei:

-Isso é um convite? – disse levantando uma de minhas sobrancelhas.

-P-pode ser, e aí?

-Valeu Cebola, mas acho melhor não, já que você já sabe da minha história com Cascão talvez entenda porque eu não quero ficar na presença dele.

-Tudo bem então, até mais.

-Até – eu respondi saindo dali. Recreio a mesma coisa de sempre, um tédio completo, pensava no que faziam na mesa da frente, olhei disfarçadamente pra ver o que eles estavam conversando, eu vi Cascão rindo, ele percebeu que eu estava olhando pra ele e sorriu pra mim, eu não fiz nada, apenas Virei o olhar para outra direção. Às vezes queria retornar a minha amizade com ele, mas não sabia se realmente estava certa do que eu pensava.

O horário de aula acabou (finalmente) estava saindo da escola e indo a caminho de casa, ainda estava andando pelos últimos corredores, e de novo olhava para o chão, como sempre, andava e pensava por isso acabava olhando para o chão, eu pensava em como seria minha apresentação no show de talentos, já que não teria escolha e ia participar a menos que eu não queira me formar esse ano. Todos os meus planos pro futuro já estavam reservados, assim que me formasse iria pra faculdade no Rio de Janeiro com Tony, ainda não sei que profissão seguiria, mas com certeza eu me decidiria quando o ano acabasse, e não ia demorar muito, nós já estamos em julho. Quando cheguei ao portão da escola, tive um pressentimento ruim, mas ao mesmo tempo nem um pouco preocupante, senti um vento passar por mim, olhei para os lados pra ver se havia alguma coisa acontecendo ao meu redor, alguma coisa que eu deveria saber. Não vi nada de diferente, mesmas árvores na calçada ao lado, mesmas pessoas esperando o ônibus do outro lado como sempre e o mesmo silencio, ignorei o meu pressentimento estranho e continuei caminhando, peguei meu celular no bolso da minha calça e mandei uma mensagem pra Magali:

Oi Magá! Vai poder ir lá em casa hoje? Vamos fazer uma festa do pijama, que tal?

Enviei a mensagem, quando de repente... Vi uma cena que eu realmente não esperava ver, de jeito nenhum, como poderia? Não acreditava no que meus olhos viam, será que eu estava sonhando? Aquilo não poderia ser verdade!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

não se esqueçam de comentar.