Caminhei pela escola tentando a todo custo ignorar os olhares maliciosos que os homens me davam. Eu tenho apenas 12 anos e minha beleza sobre humana chama atenção até mesmo dos professores.
Meu nome é Isabella Swan, moro com meus pais Charlie e Sue, o difícil de entender é porque eu não tenho nenhuma das características de nenhum dos dois. Meu cabelo é castanho avermelhado, meus olhos são cinza como uma tempestade, minha pele é branca como a neve e meus lábios vermelhos como o sangue.
Sentei-me em minha mesa, na última cadeira da turma. Apesar da minha beleza eu tenho duas doenças que só me atingem muito quando eu fico nervosa ou ansiosa. Uma das doenças é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e dislexia (caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração). Peguei meu caderno e comecei a desenhar coisas desconexas, primeiro um raio, logo depois um anel bonito, desenhei um vampiro sugando sangue humano e logo depois uma bruxa bela.
 Eu não sabia da onde saia tanta criatividade da minha mente, mas eu geralmente desenho coisas desse tipo.
– Belo desenho! – Ouvi dizerem, eu havia ouvido a aproximação e sorri ao olhar para cima, ali estava meu professor preferido.
– Obrigada! – Agradeci.
Sr. Brunner é meu professor de latim, ele é um cadeirante. Ele é o único professor que eu não via me desejando.
– Bom turma vamos falar sobre mitologia grega hoje. – Ele disse voltando a frente da sala. –Alguém aqui sabe me dizer quem foi Hércules?
– Hércules foi filho de Zeus com uma humana. – Disse uma menina.
– Como são chamadas essas crianças? – Ele voltou a questionar.
– Semideuses ou meio-sangue. – Respondi voltando a desenhar.
– Isso mesmo Isabella. – O professor disse. – Os semideuses eram a mistura perfeita de um deus com um humano. Eles também ficaram conhecidos por serem heróis. – O professor escreveu no quadro a palavra semideuses e depois deus. – Alguém aqui sabe me dizer por que deus está em minúsculo e não em maiúsculo?
– Porque Deus com letra maiúscula se trata de um único Deus, aquele que criou o mundo e segundo minha mãe que criou e deu poder a Cronos para ajuda-lo a cuidar do mundo, Cronos era seu segundo melhor anjo, mas ele não queria perder seu posto então ele comeu todos os seus filhos. Sua mulher escondeu Zeus quando ele nasceu. Zeus cresceu e despedaçou seu pai e o jogou no tártaro salvando assim seus irmãos e se tornando um dos três maiores deuses. O deuses em minúsculo se trata sobre todos os deuses que podem ser feridos e despedaçados. – Respondi sem realmente olhar, eu não sabia porque minha mãe me contava essas histórias, mas no momento eu estava agradecendo por já saber a matéria que o Sr. Brunner iria dar.
– Isso mesmo Isabella, novamente você está certa. – Ele disse sorrindo. – Zeus, Poseidon e Hades são os três grandes deuses... – O professor continuou a falar e eu me desliguei completamente.
 O céu estava se fechando lá fora, parecia que uma tempestade enorme estava a caminho. Senti meus pelos se eriçarem, senti meu corpo se arrepiar, fique olhando pela janela enquanto lá fora parecia que nada ficaria no lugar. Senti um pressentimento ruim e mesmo sem saber da onde veio eu sabia o que viria.
– Se afastem da janela. – Eu gritei já pulando pro outro lado e todos me acompanharam no susto e um raio caiu exatamente a onde eu imaginava que cairia.
 Logo uma gritaria começou e todos começaram a sair correndo. Eu me mantive encostada na parede do outro lado da sala, meu professor veio até mim e seus olhos encontraram com os meus.
– Corra. – Ele disse e eu continuei parada. – Saia daqui Isabella, antes que eles te achem.
 Eu não sabia do que ele falava eu só corri, corri porta a fora e ao chegar no estacionamento uma menina me empurrou para longe de onde um ferro iria cair, nós duas paramos no chão e quando olhei em seus olhos castanhos percebi que ela era mais velha, questão de ter 18 ou 19 anos.
– Vamos. – Ela me puxa e eu me solto.
– Quem é você? – Questionei.
– Uma amiga do Sr. Brunner. – Ela responde e me puxa em direção a um carro. – Vamos passar na sua casa, você pegará suas coisas o mais rápido possível e eu te levarei para o único lugar seguro para você no momento.
– Como é seu nome? – Questionei outra vez.
– Clarisse. – Ela responde séria. – Isabella se acalme sim, vamos cuidar de você.
– Como sabe meu nome? – Questionei sendo colocada dentro do carro.
– Como eu disse, sou amiga do Sr. Brunner. – Ela disse e acelerou o carro. Em questão de minutos estávamos atravessando a porta de minha casa, meu pai e minha mae estavam com duas malas perto do sofá.
– Chegou mesmo a hora? – Sue questionou olhando para Clarisse.
– A hora já até se passou. – Ela disse e eu os olhei.
– O que eu perdi? Vocês se conhecem? – Questionei e logo minha mãe estava me abraçando.
– Você logo vai entender querida, boa sorte em sua jornada. – Chorosa, ela beijou minha testa e se afastou.
– Boa sorte pequena. – Meu pai me deu um beijo na testa, Clarisse, quem eu nem havia visto sair, voltou e me puxou porta a fora, e minhas malas já dentro do carro ela começou a conduzir novamente o mais rápido que pode.
– Quem sou eu? Quem é você? – Questionei tentando me acalmar.
– Somos semideuses. – Quando ela disse aquela palavra eu a encarei boquiaberta.
– Tá brincando né? – Ela negou.
– Sou filha de Ares, o deus da Guerra. – Ela disse calmamente. – Seu sangue falou mais alto e os monstro te acharam. Agora é hora de ir para o acampamento e começar sua vida.
 Ela parou o carro e nós saímos. Eu peguei uma mala e ela a outra enquanto subíamos eu senti algo me atingir e me jogar longe, ao cair vi Clarisse ao longe segurando uma lança e apontando para um bicho que tinha asas de morcego e cabelo de serpente.
 Elas lutaram e eu corri em direção a Clarisse, meus instintos entrando em modo automático eu senti o vento em minha volta se agitar e antes que eu pudesse encostar na fúria uma rajada de vento estava a jogando para longe de Clarisse.
– Obrigada. – Clarisse disse. – Como fez isso?
– Não sei. – Eu disse e voltamos a correr.
Senti o bicho cravar suas patas em meu ombro e o rasgá-lo me fazendo gritar. Clarisse se virou e a pegou de surpresa acertando a lança em seu peito. Eu apaguei depois daquilo, não sei exatamente o que aconteceu, mas eu acordei em uma maca onde eu podia ver outras pessoas em outras macas, então eu vi uma coisa super bizarra e que eu já havia desenhado um. Ele era um sátiro e estava parado a minha frente.
– Olá princesa. – Ele saudou e eu nada entendi.
– Como é? – Questionei e ele riu negando com a cabeça.
– Me desculpe, com o passar do tempo você irá entender, não se preocupe com isso. – Ele disse sorrindo. – Sou Rafael.
– Um sátiro. – Eu disse e ele assentiu com a cabeça. – Onde está Clarisse?
– Descansando. Vocês tiveram uma boa briga ontem. – Ele disse.
 Eu me levantei e nós seguimos porta a fora, enquanto andávamos eu vi muitos adolescentes e crianças treinando, alguns me olharam, mas nenhum deles falou nada.
– Bem vinda ao acampamento meio-sangue! – Ouvi e me virei, lá estava o Sr. Brunner, mas ele estava em pé e era um centauro.
– Sr. Brunner. – Eu saudei meio gaguejando com o choque.
– Olá Isabella, eu sou Quiron, um centauro. – Ele disse e eu assenti.
– Como isso é possível? – Questionei. – Eu conheço a história, minha mãe sempre me contou sobre isso. – Eu sussurrei e olhei em volta. – Achei que eram apenas histórias.
– Sabemos que está confusa querida. – Quiron disse. –Vamos cuidar de você. –Ele começou a caminhar e eu o segui. – Você é diferente de todos os meios-sangues daqui Isabella.
– Por favor só Bella. – Pedi.
– Ok Bella. – Ele sorriu e voltamos a andar. – Aqueles que te criaram são humanos, mas não são seus pais, sua história começa a anos atrás.
 “Há cerca de 500 anos atrás um vampiro se apaixonou por uma bruxa. Esse amor era proibido, esses mundos nunca poderiam se colidir, mas nada pode lutar contra o amor, então sua avó a bruxa Sara teve Reneé sua mãe, ela era meia vampira e meia bruxa, os dois mundos ficaram em dúvidas, ela era poderosa e perigosa. Seus avós foram mortos, mas eles conseguiram entregar Reneé a uma família de vampiros amigos. Ela foi criada por Carlisle e Esme Cullen e aprendeu a desenvolver seus poderes.”
 “ Quando Reneé atingiu os 18 anos ela não envelheceu mais, então ela vivia por aí, agora com o controle de seu poder ela viajava o mundo e conhecia vampiros e bruxos, aprendendo o que não podia aprender sozinha. Ela visitava a família Cullen sempre que podia, e um dia ao se encaminhar a Forks onde os Cullen residiam ela conheceu um dos deuses.”
– Meu pai. – Eu disse e ele assentiu.
– Sim pequena, seu pai. – Ele disse. – Seu pai não sabia quem ela era, ela se passou por uma humana e ele não tentou saber o que tinha de errado ali, foi quando o terceiro mundo se colidiu com os outros dois. Sempre ouve algo que separasse esses mundos e naquele momento já não havia mais ninguém.
 “Então depois de uma noite seu pai voltou ao Olimpo como se nada tivesse acontecido, sua mãe, sabia quem ele era, sabia que engravidaria, mas o medo de que seu pai tomasse uma atitude precipitada sobre você ela não contou quem ela era, não contou que não havia nela nenhuma parte humana.”
 “Quando você nasceu os lideres dos três mundos se reuniram, todos com medo que você pudesse ser mais poderosa e pudesse acabar com tudo, sua mãe viu seu pai pela segunda vez apenas naquele dia, ela rugiu irritada e deixou bem claro que ninguém encostaria em você, ela contava com a família Cullen para ajudá-la como ajudaram sua avó.”
 “Todos haviam decidido que você morreria, e Alice Cullen, a vidente, já havia visto sua morte e de todos que tentassem pará-los quando o Oráculo teve uma profecia. Se você morresse seria o fim de todos os mundos. Foi então que em uma decisão você seria criada por humanos, assim seus poderes não se desenvolveriam tão rápido.”
– Deixa eu ver se entendi, eu sou metade vampira, metade bruxa e semideusa? – Questionei e ele assentiu.
– Sua beleza inumana vem da parte vampira, a parte de você ser mais quente também, as duas doenças vem da parte semideusa, isso ira lhe ajudar nas batalhas.
– E da onde vem minha intuição aguçada como hoje na sala? – Questionei e ele sorriu.
– Isso vem do seu pai. – Ele respondeu.
Nós encaminhamos para perto dos chalés enquanto ele me explicava que cada deus tinha uma chalé, eu ficaria no chalé de Hermes até meu pai resolver dizer quem ele era, a única coisa que consegui pescar sobre ele é que além de safado e cafajeste ele era um dos três grandes deuses.
 Logo que cheguei no chalé fui apresentada para alguns deles. As meninas ali sorriram, questionei se muitos ali não eram filhos de Hermes e eles me contaram que a um ano Percy, filho de Poseidon, havia salvado o mundo (ou algo assim) e havia feito um acordo com os deuses: eles assumiriam seus filhos, isso significava que o máximo de tempo que um novato ficava no chalé de Hermes antes de ir para seu próprio era de uma semana.
– Olá. – Ouvi uma voz e nos viramos. Sorri ao ver Clarisse.
– Clarisse, eu estava indo te procurar, muito obrigada por me salvar. – Eu agradeci.
– Ao dispor princesa. – Ela disse.
– Por que todo mundo que conhece minha história me chama assim? – Questionei com vergonha.
– Sua mãe agora é a Rainha do mundo das bruxas, minha cara. – Clarisse disse rindo. – Venha, os Cullen estão chegando querem lhe conhecer.
– Cullen? Os vampiros que ajudaram minha mãe? – Questionei e ela assentiu. Eu saí porta a fora com ela me direcionando a entrada e foi quando eu vi Quiron conversando com uma família.
– Ou aqui esta ela. – Clarisse disse. – Entregue. – Ela se virou para mim. – Me procure depois no chalé de Ares, eu lhe ensinarei alguns golpes.
– Ok. – Respondi e ela se foi, eu me virei para a família que me encarava.
O primeiro tinha o cabelo loiro e aparentava ter 30 anos, seus olhos eram dourados e ele era um gato. A mulher ao seu lado tinha um cabelo castanho, seus olhos dourados, um sorriso calmo no rosto, ela era maior que eu alguns centímetros. Ao seu lado um homem enorme enquanto sorria tinha covinha ele era assustador, com muitos músculos; a loira abraçada a ele era com certeza a mulher mais linda do mundo, ela tinha um corpo escultural; ao seu lado tinha um garoto loiro, ele era sério e era menor que o outro, mais magro, e parecia me estudar; ao seu lado tinha uma pequena garota ela era coisa de uns dois centímetros maior que eu, seu cabelo repicado a deixava parecendo uma fada; e ao seu lado estava minha perdição. Um cara com o cabelo acobreado revoltado, alto, não tão forte como o primeiro, mas definitivamente ele era forte, e para ajudar tinha um sorriso torto nos lábios.
– Bella esses são os Cullen: Carlisle e Esme, Emmett e Rose, Alice e Jasper, e o último se chama Edward. – Ele apresentou na sequencia que eu os vi.
– Prazer. – Eu saudei meio tímida.
– Ó querida que saudade! – Esme me abraçou.
Alisando meu cabelo gentilmente, Carlisle perguntou como eu estava depois de perceber meu ombro sendo machucado.
– Estou bem, na verdade foi por pouco. Clarisse me salvou. – Eu disse sem graça.
– Aí Alice, você não é mais a menor. – Emmett disse e gargalhou chamando a atenção de alguns. Alice por sua vez deu língua para ele.
– Vocês tem notícias da minha mãe? – Questionei e vi eles se olharem.
– Temos sim. – Rosalie disse.
– Ela deve chegar em uma semana. – Alice disse e me abraçou. – Seremos grandes amigas.
– Alice você está a deixando constrangida. – Jasper disse enquanto eu ficava vermelha.
– Bem... Vamos comer alguma coisa? Você deve estar com fome depois de ontem. – Quiron disse, olhando-me e sorrindo gentil.
– Seria ótimo. – Eu disse e o segui, sendo seguida de perto pelos Cullen.