My Happy Pill escrita por Gabby


Capítulo 38
Dia de Verão II


Notas iniciais do capítulo

Caraca, a Gaby já tá postando? CÊS NÃO ESPERAVAM POR ESSA, NÉ, LEITORES?! Hue Hue Mas como o pessoal foi muito lecal e deixou comentários, eu vou dar essa recompensa a vocês. Além disso, eu cumpro minhas promessas e sou uma autora de respeito, e como deixei o último capítulo incompleto, aí vai (Mentira. Se não fosse a Narumy -minha filha pródiga, que enfim retornou :p- eu estaria, de certeza, vendo o Luba agora mesmo). Luba é um youtuber dlç, do canal LubaTV, que eu tô viciada @.@ Claro, obviamente, ele não podia deixar de ser catarinense, pq a gente samba aqui :P
Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=y0wzDTutlmE



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Se alguém já te deu a mão
E não pediu mais nada em troca
Pense bem, pois é um dia especial
Eu sei que não é sempre que a gente encontra
Alguém que faça bem e nos leve desse temporal

Orihime mal podia se concentrar nas banalidades que os dois discutiam. Ulquiorra estava falante como nunca naquele dia, o que ela achou bom, mesmo na conseguindo prestar atenção no que ele dizia. Estava tão calor. E seu cabelo estava tão comprido. Chegou a sentir falta da época que o tinha na altura do ombro.

Suando, tentou fazer um coque com o próprio cabelo. No entanto, ele sempre ficava baixo e sempre acabava murchando. Ela, que se auto-intitulava comilona, perdeu a fome e não comeu todo o salgadinho. Estava com muito calor e com muita sede e tomou tanto o seu refrigerante quanto uns goles roubados rapidamente da latinha de refrigerante de Ulquiorra.

—Orihime, você ta bem? —indagou Ulquiorra, pegando a sua latinha de refrigerante. Levou a boca para tomar, mas desistiu quando percebeu que estava vazia. Dirigiu um olhar desconfiado a latinha.

Inoue lutou para não rir, se sentindo uma garota muito má.

—Estou. Por quê?

—Me parece que o seu cabelo está te incomodando.

—Estou com tanto calor. E ele está tão comprido. —lamentou a garota, suspirando. —Eu não trouxe amarrador.

—Quer que eu te faça uma trança? —Ulquiorra sugeriu. —Não vai dar para amarrá-la, mas pelo menos seu cabelo vai ficar preso por mais tempo do que se tivesse preso por esses coques soltos mal-feitos.

—Ei!

—Quer ou não?

—Quero.

—Então vem aqui.

Ulquiorra apontou com os olhos para um degrau logo abaixo do dele. Orihime apressou-se a se arrastar até seu lugar. Quando chegou, Ulquiorra pegou o cabelo ruivo e o estendeu, o penteando com as mãos.

Inoue sentiu-se um pouco envergonhada quando olhou para as pernas de Ulquiorra, flexionadas em uma calça jeans, nos seus dois lados.

—Pode ser que o meu cabelo esteja um pouco oleoso. —comentou Orihime. —E que não esteja com um cheiro muito bom, por causa do calor e do suor.

—Não vou cheirar o seu cabelo. —Ulquiorra dividiu-o em três partes para começar a fazer a trança. —Isso seria muito doentio.

Ela riu.

—Aonde aprendeu a fazer uma trança, Ulquiorra? —Orihime perguntou. —Por a caso você tinha um passado cabeludo?

—Quê?

Inoue riu, sendo seguida por Ulquiorra. Ele não podia deixar de pensar que essa cena daria uma ótima foto: o começo da trança de Orihime, o céu azul e sem nuvens, os degraus e a rua. Talvez, se tivesse chance de fazê-lo, tiraria a tal foto para capturar o momento e postaria no Instagram.

—Na verdade, aprendi para trançar o cabelo de Neliel. —Ulquiorra explicou. —Ela tem uns cabelos longos como os seus, mas são mais ondulados... Tentei aprender um bocado de penteados, mas esse foi o único que aprendi a fazer direito.

Inoue inclinou a cabeça, para olhar para o rosto de Ulquiorra. Estava maravilhosa, mesmo de tão perto; seus olhos eram cinzentos, prateados, brilhantes de algo que Ulquiorra não sabia o que era. Ela tinha feições arredondadas e meigas, e nenhum ângulo agudo.

—Que bom irmão você é. —ela sussurrou, com os lábios macios.

Ulquiorra não podia se distanciar dela, apenas se aproximar. Apercebeu-se que tinha entrado em sua órbita e era incapaz de sair dela. Orihime sabia o que vinha agora, e ficou feliz por ser correspondida por alguém. Ser desejável. Estendeu os braços, colocando a mão nos cabelos finos e escuros de Ulquiorra, que pareciam cetim. Não pôde deixar de notar o quanto eles se diferiam dos de Neliel, dos dela, que eram claros e grossos. Não pôde deixar de celebrar isso.

Os dois se beijaram. Foi apenas um toque de lábios, como uma brisa, e outro, que durou um pouco mais. Inoue se separou dele, a trança feita pela metade balançando, e ficou de frente para Ulquiorra. Os dois se beijaram mais uma vez: beijo de moça, beijo de verdade. Ela enlaçou os braços no pescoço dele, na curva dos ombros estreitos, e sorriu em sua boca. Ulquiorra envolveu a sua cintura e se distanciou, dando um beijo em seu nariz, sorrindo para ela. Ela riu, com felicidade.

Aquilo simbolizou muito para Ulquiorra. Ele sentia-se um rejeitado, desde, praticamente, que sua mãe o havia abandonado. Havia algumas vezes, mais abundantes no Natal, que ele sentia que fazia parte do grupo. Mas eram diferentes dessa vez, que não era mais ou menos importante do que os seus natais. Apenas diferente. Porque ele sentia-se aceito por uma garota linda, bondosa, perfeita a seus olhos e a de muitos outros, com uns defeitos bobos que chegavam a ser adoráveis.

Neliel estava certa quando disse que Karakura era milagrosa. Pois era a cidade de Orihime Inoue, sua pílula da felicidade.

Orihime se distanciou de Ulquiorra, levantando-se. Arrumou a franja e colocou a trança incompleta para trás, feliz.

—Estou repleta de energia positiva, Ulquiorra. Você também?

Ele assentiu, tentando adivinhar o que iria acontecer.

—Precisamos descarregar isso em alguma atividade. —ela disse. —Precisamos dançar!

O amor é maior que tudo
Do que todos, até a dor se vai
Quando o olhar é natural

Orihime e Ulquiorra chegaram ao clube, depois de uma viagem considerável de ônibus, a qual ficaram a maioria de seu tempo em pé, pois era horário de pico e as pessoas voltavam agora de seus empregos, conversando alto, reclamando, ou cansadas demais para fazer algo mais do que olhar para a janela debilmente e tentar não cair no sono.

O clube tinha uma fachada bonita, pintado com cores fortes de roxo e vermelho. Ulquiorra estava nervoso, pois nunca fora um exímio dançarino. Neliel e Grimmjow é que saíam muito para boates desde os quinze anos e acabavam levando bronca por chegar tarde. Ulquiorra era do tipo caseiro, tranquilo —conhecido, também, por sedentário— mas Orihime já parecia determinada a mudar isso.

Eles pagaram os ingressos, que não tinham custos muito altos porque a boate era destinada principalmente a jovens, e entraram.

Lá dentro, tudo estava uma confusão gostosa. Apesar de que era começo de noite —que mais parecia final de tarde, por causa do horário de verão—a boate estava escura, embora iluminada por luzes coloridas. Tocava música eletrônica e as pessoas acompanhavam-na, dançando de modo feliz. Eram adolescentes e jovens adultos, de até vinte anos¹, divertindo-se um pouco.

—Como conhece esse lugar? —Ulquiorra perguntou, gritando para ser escutado no barulho.

—Vinha com Rangiku e Rukia... —respondeu Inoue. —Bom, ainda venho, mas geralmente a Nell também vem junto! A Rangiku-san acha que esse é o único lugar de Karakura que não se pode beber e mesmo assim se diverte.

—Tatsuki não vem com vocês?

—Ela odeia esse lugar!

Ulquiorra podia entender o porquê. A boate, apesar de ter alguns ventiladores espalhados, não tinha ar condicionado. Era muito calor e, com tanta gente suada, dava-lhe a sensação de claustrofobia.

—Estou com tanto calor. —reclamou Ulquiorra, ofegante. Estava sendo empurrado para perto de Orihime por uma garota que não tinha noção de espaço enquanto dançava.

Orihime balançava e pulava conforme a música.

—Por que você não faz como eles? —ela perguntou, observando dois rapazes.

Um era alto e forte, com o cabelo escuro grudado de suor na testa e um piercing nos lábios. De certa forma, ele lembrava Grimmjow. O outro era magrelo, pequeno, e com o cabelo tingido de amarelo, como um canarinho.

Doía ver, mas ambos estavam dançando sem camisa.

—Meu Deus. —Ulquiorra exclamou, pasmo. —Aquilo é um piercing de mamilo?

Orihime olhou para o magrelo, que rodopiava a camisa de modo cômico. O amigo ria, e alguns jovens haviam se reunido para vê-los dançar.

Inoue deu de ombros.

—É, acho que é.

—Podemos sentar e tomar alguma coisa? —Ulquiorra pediu. —Vi coisas hoje que não podem ser desvistas. Acho que eu vou desmaiar.

Orihime riu e o conduziu até o balcão. Eles sentaram e pediram dois sucos com gelo, porque ambos queriam se refrescar. Enquanto esperavam, Inoue ficou distraída com o pequeno “streap-tease” dos dois caras, já que o amigo bonito do canarinho decidiu o imitar. O pessoal em volta, zoando, jogou algumas notas de dinheiro miúdo em cima dos dois. Orihime sorria e ria um pouco. Quase todas as vezes que ela vinha ali, havia algum astro da festa. Certa vez, Rukia foi uma por bater em alguém sem um motivo válido.

Quando eles terminaram o suco, começou uma música um pouco mais lenta. Não era exatamente parada, mas tinha um ritmo menos frenético e mais fácil de acompanhar.

—Ulquiorra, vamos dançar.

Algumas pessoas saíram da pista, incluindo os dois caras com alergia a camisetas, pois já estavam exaustos e precisavam descansar um pouco e se refrescar.

—Não. —Ulquiorra recusou, pagando os sucos. —Melhor não.

Orihime sorriu e o beijou, fazendo-o levantar do banco. Ela colocou as duas mãos nas bochechas de Ulquiorra, encostando sua testa na dele.

—Não foi um pedido. —ela sussurrou, em provocação.

Ulquiorra bufou, rindo um pouco, e foi para a pista de dança.

Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei nesse mundo marginal

Eles começaram a dançar lentamente, Orihime ensinando Ulquiorra a se soltar, rindo. Ela mexia os braços dele, o dava instruções, dançava também, seguindo o ritmo lento do moreno. Ele a beijou mais de uma vez e ela respondeu de um jeito tímido, corado e adorável.

Ulquiorra nunca pensou em ter um momento de casal assim —até mesmo os repudiava—, mas se sentiu deslumbrado, maravilhado, em finalmente ter um. Orihime se divertia e pensava que ela nunca havia se sentido tão descontraída na frente de Ichigo, onde planejava todos os seus movimentos —mas sempre acabava contrariando os seus planos. Os dois se surpreenderam pela naturalidade do momento.

—Você parece um robô. —Orihime comentou, ainda o ensinando a dançar.

Ficaram lá por várias músicas, em ritmos diferentes. Orihime se surpreendeu por não almejar uma lenta, onde pudesse dançar coladinha com Ulquiorra. Simplesmente apreciava a expressividade das músicas animadas, e pulava de forma maluca para acompanhar o ritmo. Ulquiorra foi a acompanhando gradativamente, do seu jeitinho singular, meio esquisito e meio fofo. Ele havia se soltado, finalmente.

O calor do clube não foi um fator importante por um bom tempo, e Ulquiorra finalmente pôde entender o porquê de tantas pessoas virem aqui se divertir. Riu até mesmo dos caras sem camisa, que haviam recomeçado a dançar, animados pelo suco pago apenas pelo dinheiro que as pessoas jogavam.

Ele não se sentia assim fazia muito tempo.

Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar que me acalma
Me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar que me acalma
Me traz força pra encarar tudo

Só pararam quando a fome de Orihime —a danada havia enfim aparecido— tornou-se insustentável. Ulquiorra não tinha fome, já que o seu interior já havia sido saciado com aquele lindo momento, mas mesmo assim acompanhou Orihime a um jantar.

Orihime comeu um yakisoba em um lanchonete perto do clube, enquanto Ulquiorra trançava seu cabelo laranja escuro por causa do suor. Vendo que até mesmo Orihime, que estava sempre muito bonita, naquelas condições não estava muito bem, Ulquiorra não queria nem saber como ele parecia —um idiota que correu uma maratona de calça jeans, com certeza.

Quando foram pedir a sobremesa, Ulquiorra quis também. Orihime comprou um sundae e ele um picolé. Os dois os tomaram no caminho para o ônibus, que não demorou muito para chegar. Desta vez, o ônibus estava quase vazio (pois estava tarde) e eles puderam sentar um do lado do outro. Apreciaram a brisa que vinha da janela, trazendo-lhes um pouco de refresco. Não conversaram nada —o que foi milagroso— pela viagem inteira.

O amor é maior que tudo
Do que todos, até a dor se vai
Quando o olhar é natural

Os dois se beijaram quando saíram do ponto de ônibus. Orihime sorriu e apertou a mão de Ulquiorra.

—Foi um dia longo. É melhor irmos dormir. —ela falou.

Ulquiorra abaixou a cabeça, cabisbaixo. Não queria separar-se dela. De repente, teve uma ideia.

—Podemos fazer uma coisa antes? —ele perguntou. —Gostaria de ir para Praça dos Desejos e tirar umas fotos. Sempre achei que você combinava muito com as flores de lá.

Inoue espremeu os lábios e depois deu de ombros.

—Está bem, então.

Os dois caminharam até a Praça dos Desejos, onde ambos tinham uma história. Ulquiorra se maravilhou novamente com as flores coloridas à luz da Lua, prateadas e brilhantes como os olhos de Inoue.

—Você percebe... —ele pegou o celular. —Percebe a harmonia das cores das flores, a luz...?

Orihime estreitou os olhos.

—Nunca tinha notado isso... Quer dizer, notava a beleza delas... Mas agora... Sim, finalmente vejo-as de verdade.

Ulquiorra sorriu para Orihime, demorando-se a olhar para ela, e depois desbloqueou o celular. Dezenas de mensagens no whattsapp e algumas ligações perdidas, que deveriam ser de Neliel. Ele não se preocupou em olhar, apenas tocou no ícone da câmera.

—O que eu faço agora? —indagou Inoue.

—Só... —Ulquiorra procurava um bom ângulo —Só aja naturalmente e vai ficar linda.

Orihime corou e lhe dirigiu um sorriso tenro. Click. Ele capturou o exato momento, flagrando as dobrinhas de suas bochechas quando ela sorria.

Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei na terceira guerra mundial

Inoue era uma modelo nata, assim como Ulquiorra era um talentoso fotógrafo. Mais tarde, ele editaria todas as fotos e elas ficariam perfeitas.

Orihime fazia várias poses, de forma natural ou de brincadeira, e Ulquiorra buscava vários ângulos. As flores apareciam em várias delas, dando um fundo colorido bonito. O escuro atrapalhava, principalmente por Ulquiorra odiar usar flash em suas fotos, mas a iluminação da Praça dos Desejos era satisfatória e exercia um certo ar de mistério nas fotografias.

Ulquiorra não quis mostrar as fotos para Orihime antes de estas estarem editadas e completamente prontas, mas comentou que era ele que fotografava Neliel —o que era verdade, na maioria das vezes—, porque Inoue adorava as fotos que Ulquiorra postava no Instagram —sempre de paisagens, objetos ou outras pessoas, mas raramente dele— e também gostava muito das fotos que Nell postava.

—Não quero ocupar o lugar de Nell como sua modelo. —comentou Orihime, quando eles conversavam sentados na fonte.

—Posso tirar fotos de duas meninas, mulher. —ele respondeu, em seu antigo tom de seriedade que espantava tanta gente.

Inoue levou um susto com o tom.

—Não esperava por essa, não é? —Ulquiorra brincou e fez uma cara engraçada. Orihime riu. —Não faço ideia de como você riu dessa.

—Ri porque fiquei assustada. Parecia um gnomo malvado.

—O quê?

Os dois riram e se beijaram.

—Gosto muito de você, Ulquiorra.

—Também gosto muito de você, Orihime. Quero namorar com você.

—Então a gente namora. Cansei de esperar.

—Esperar? Esperar o quê?

—Eu não sei. —Orihime respondeu, logo depois sorriu, pois havia pensado enfim em uma resposta. —Algo.

Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar que me acalma
Me traz força pra encarar tudo


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Notas finais do capítulo

1- A maioridade para beber e fumar, no Japão, é de vinte anos.
Leitores que comentaram no último capítulo: Ingryd, Lord, Kevyn, Silvan, Alessandra e Narumy. Cês queriam UlquiHime? Então tomem! (CÊS NÃO ESPERAVAM POR ISSO, NÉ? Eu NUNCA faço coisa boa em fanfic, então louvem ao pé da Igreja). Muuuuuitíssimo obrigado pelo incentivo de vocês. A fic já está na reta final, por isso quero saber a opinião de vocês sobre uma coisa: Eu mudo ou não o nome da fanfic? Quero mudar para "My happy pill", que significa "minha pílula da felicidade", pois eu acho mais criativo. Daí já arrumo uma capa mais bonita pra vocês.
Bye!
PS: Para os leitores da minha outra fic, vou dar um gelo pq vocês foram maus e não deixaram quase nenhuma review.