- Ai! - Berrou a voz de pato, ecoando pela torre vazia e fria. - Você me machucou.
- Pouco me importo – O garoto sorriu, malicioso.
Pansy simplesmente o olhou aterrorizada.
Draco, com um aceno fechou a porta da torre.
- O que você quer? - Perguntou Pansy, fitando-o, os olhos definitivamente esboçavam medo.
- Diga a verdade. Ou vai ser pior – O loiro começou.
- O que?
- Você derrubou Hermione de propósito? - Draco começou, e cruzou os braços na altura do peito, olhando fundo nos olhos da bulldog.
- Não! - Começou, fingindo estar ofendida. O garoto simplesmente ergueu as sobrancelhas, mostrando que não estava nenhum pouco convencido.
- Ok. Isso vai tornar as coisas piores pra você Pansy, estamos sozinhos aqui. Ninguém irá nos ver. A escolha é sua.
A garota suspirou.
- Sim. - Murmurou, e escondeu o rosto nas sombras.

- Por que fez isso? - Perguntou o loiro, os olhos agora ardiam em fúria, e por um triz ele não socou aquela cara de bulldog.
- P-Porque você é meu! - Ela disse, agora com a expressão definida – Ela te tirou de mim, você me amava! - Berrou a voz de pato, fazendo os ouvidos do garoto quererem estourar.
- Eu não sou seu, PARKISON! Eu nunca fui. Eu nunca amei você, como pode ser tão... ridícula? - Gritou com ela, que se encolheu no canto da parede.
- Mas Draquinho...
- CALE A BOCA!
- Draco, eu te amo.
- AMA? Sério? Isso não é amor, você é egoísta. Se me amasse mesmo, me deixaria ser feliz com quem eu quero e não impediria isso! Isso é egoísmo. Eu nunca ficaria com você, Pansy. Você é um nojo, e eu me arrependo até hoje de ser o que eu fui todos esses anos com Hermione e seus amigos! Mas você.. Não se arrepende, não é? Você só gosta de humilhar as pessoas pra se sentir melhor que ela e que todos, pra subir sua autoestima. Porque você é horrível, sabe disso, é um ser humano deplorável, e quer saber mais? Se continuar assim, vai continuar sozinha. Eu odeio você! - Gritou, tomando fôlego por fim.
- Draco.... - Os olhos da garota estavam com lágrimas, com toda certeza aquilo doera mais do que um Crucio.
- Shiu! - Disse ele – Você não tem argumentos.
- Já que tudo acaba aqui...
- E acaba sim.
- Já que tudo acaba aqui... - Repetiu – Preciso confessar uma coisa – Murmurou de cabeça baixa, mexendo em sua gravata da Sonserina.
- Fala – Seu tom era frio.
- Fu-Fui eu q-quem prendeu Hermione no corredor do terceiro andar. E... incriminei você, pra que ela ficasse com raiva. E desistisse de tentar algo com você – Murmurou envergonhada, e algumas lágrimas caíram – Me perdoa!
- Nunca! Nunca vou te perdoar por isso...
- Draco... Eu... o que eu posso fazer pra me redimir?

- Conte a Hermione toda a verdade.
- E DIRIGIR A PALAVRA A SANGUE RUIM? - Berrou.
Sem pensar duas vezes, ele ergueu a varinha.
- Estupeçafa! - Gritou. A garota voou para o outro lado da torre, suas costas batendo com força contra a fria parede de pedra. E sua cabeça também bateu na mesma, fazendo com que ela desmaiasse. Em uma outra situação, Malfoy sentiria culpa. Mas, naquela situação... Ele foi indiferente. A deixou ali. Correu rumo a enfermaria.
Hesitou antes de entrar na mesma. Se escondeu e espiou por trás da parede. Hermione estava deitada, com uma tala envolvendo todo seu tronco, um de seus pés para cima. Parecia coisa de filme. Estava sozinha ali.
O coração do garoto se acelerou. Ele caminhou com passos leves em direção da garota, que ressonava.
- O senhor não pode ficar aqui, não é hora de visita – Disse Madame Pomfrey, fazendo o loiro se sobressaltar –, e a senhorita Granger tomou poção do sono. Ela quebrou duas costelas e fraturou o pé. Precisa de descanso – Completou a mulher magricela.
- Desculpe. Mas... - Ele suspirou – me dê cinco minutos.
- Não mais que isso mocinho! - Disse e saiu resmungando algo como “esses adolescentes, sempre reclamando de tudo.”
- Desculpe – Ele murmurou, pegando sua mão, que apenas apertou de leve a dele, fazendo seu coração pulsar mais rápido. Ela não tinha noção do que estava fazendo, isso era um fato – Foi tudo culpa da Pansy... E-Eu sei disso. Ela te odeia, e me confessou tudo Hermione. Acredite, ou não. Eu não menti, em momento nenhum. Eu te amo, tanto. Me perdoe, por... Tudo – Ele se permitiu um suspiro.
- NÃO! - A garota gritou, fazendo Draco sobressaltar-se – NÃO! - Ela se virou na cama, era um pesadelo.
- Hermione! - Draco disse, um tento desesperado, mas não podia fazer nada, a poção que ela tomara era forte e não tinha como acordá-la.
- O DRACO NÃO! - Era seu nome. Ela estava sonhando, com ele. Seu coração disparou – ME LEVE, ME LEVE! ELE NÃO, EU A... - Em seu sonho, ela não queria arriscar dizer a verdade. Não se permitiu a isso.
SONHO, POV'S HERMIONE:
Duas escolhas. Eu não poderia escolher! Mas... ali estava. Evidente. Ou Draco, ou Rony. Aquela voz estúpida gritava em minha cabeça, enquanto o comensal segurava os dois. Era por causa de Lúcio! Maldito. Preferia ver seu filho morto, do que apaixonado por mim. Eu não podia negar... Eu não queria, eu não podia perder o Draco. Mas o Rony... Não seria apenas eu que sofreria. Eu olhava para os dois, sem saber o que fazer, as lágrimas escorriam por meus olhos como ácido.
- Chega. Foi escolhido. Será o Draco – Era Lúcio, totalmente a sangue frio. Como ele poderia ser tão cruel, até mesmo com seu próprio filho?!
- O DRACO NÃO! ME LEVE! ME LEVE! EU A... - Não permiti-me continuar a dizer, não na frente dele. Eu não admitiria que o amava. Era uma verdade que eu fui descobrir agora. Além do que, isso nunca daria certo. Draco e eu... interrompi meus pensamentos, diante da cena que enfrentava.
- Então prefere o Weasley?
- ME LEVE! NÃO ELES, LEVE A MIM! - Eu chorava, meus músculos tremiam.
-xx-
Então, Draco apertou a mão de Hermione, que se mexeu, e seus pesadelos cessaram.
- Eu te amo – Murmurou Draco a mesma.
- Vamos mocinho, seus 5 minutos já se dobraram, vá! - Era madame Pomfrey. Ele saiu dali da enfermaria, levando consigo um ultimo olhar de Hermione adormecida. Em breve a veria feliz, e sorrindo, nem que fosse sem ele.
Ele amava ela tanto. E se odiava por deixar isso bem claro só agora. As coisas podiam ser muito mais fáceis. E suas escolhas, agora causavam tantas consequências a ele. Consequências que estavam o matando internamente. Com esse pensamento, cruzou a porta de entrada do salão comunal da Sonserina, deitou-se no sofá, permitindo seu corpo de relaxar.