A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 7
Parte I - Capítulo 7 - Loucuras


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooi pessoal! Nesse capitulo fiz as coisas começarem a se desenvolver de verdade! Espero que gostem, porque ele é especial e adorei escrevê-lo! ^^



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Capitulo 7

Loucuras

           -...e então viajamos pelos lugares mais seguros que encontramos, até chegar aos arredores de Detroit. – Rick terminou de contar, enquanto os outros mantinham a boca cheia da deliciosa comida que Emma havia preparado.

           E foi só naquele momento que percebi que estava tão entretida na história que não tocara na comida. Então dei uma garfada enquanto pensava no que havia escutado. Não era uma legal ouvir esse tipo de história durante o jantar, mas era tão interessante que daria um ótimo filme em outros tempos.

           Ficamos em silêncio por um tempo , até que Herschel  quebrou o silêncio.

           - Bem, estou curioso para saber como dois adolescentes vivem em um lugar como esse. Vocês o encontraram?

           Ethan simplesmente abaixou a cabeça e continuou comendo como se aquela pergunta não fosse para ele. Sabia que era um assunto difícil para ele, mas uma hora ou outra teríamos que superar; não era como se pudéssemos voltar atrás, e apesar de um enorme vazio existir no meu peito, era necessário seguir em frente.

           Sabendo que Ethan não diria nada, suspirei pousando os talheres no prato.

           - Nós... – pigarreei quando minha voz falhou – Essa casa é da nossa família.

           - Uma família com uma casa preparada para uma guerra? – perguntou Maggie, como se não pudesse acreditar nisso.

           - Viemos de uma... Longa, muito longa, linhagem de militares um tanto paranoicos, por assim dizer. – expliquei ainda um pouco envergonhada por toda a atenção estar em mim. – Essa casa está aqui desde 1910. Só fomos aprimorando-a com o tempo.

           - Longa linhagem de militares... – Herschel murmurou para si mesmo, olhando para o nada. – E vocês são irmãos?

           Os olhos dele caminhavam entre mim e Ethan, que continuava fingindo que não era com ele.

           - Não. – respondi. – Somos primos. Mas apesar disso tenho muitos irmãos.

           - Muitos? – estranhou Carol – Pensei que apenas as duas crianças fossem seus irmãos.

           Olhei para a mesa, desconfortável, e um silêncio sepulcral recaiu sobre o lugar. Só não sabia se era pelo fato de meu desconforto e desespero estarem evidentes ou se pela pulsação em meus ouvidos estar tão alta que fazia todo o resto parecer silencioso. Engoli o nó na garganta.

           - Er... É... Meus pais gostavam de crianças, então adotaram muitos. Contando comigo, sete filhos. – falei mexendo as mãos nervosamente, sem tirar os olhos delas – Mas quando... Tudo isso aconteceu foi uma grande confusão, e a mais nova... Morreu. O outros não sei o que aconteceu. Fomos separados no meio de tudo isso.

           Mordi os lábios ignorando as lágrimas que ameaçavam descer. O silêncio que estava ali não era confortável, mas ao mesmo tempo era bom. Até resolverem acabar com ele.

           - Mas a culpa foi sua. – Ethan falou baixo, mas não o bastante para eu não escutar.

           Olhei-o incrédula e me levantei , murmurando um “com licença”, e indo para fora de casa. Ali pude deixar minhas lágrimas serem derramadas e xingar Ethan dos piores nomes possíveis. Minhas mãos tremiam, e eu realmente queria usá-las para estrangulá-lo. Sentia uma enorme necessidade de gritar, mas ali eu não poderia.

           Dei um sorriso sádico, um que eu não dava há meses, e fui para a parte de trás da casa, pegando End e uma sniper, com muitas munições e deixei tudo na varanda da casa. Entrei novamente em casa apenas para pegar a chave do carro de Savannah. Com certeza era errado fazer isso e a parte consciente e responsável – a que não estava com raiva, pelo menos - de minha mente dizia que eu era maluca. Mas e daí? Qual a diferença de ser louco nesse mundo? Se qualquer maneira tudo acaba do mesmo jeito. No final todos morrem. Tudo morre.

           Entrei no carro e joguei as armas no banco do passageiro. Liguei o carro e o manobrei, a tempo de ver Ethan olhar preocupado pela janela. Acionei o portão e sai com o carro antes que ele pudesse me impedir. Droga! O que eu estava fazendo?  Mas não queria voltar.

           Acelerei o carro me distanciando cada vez mais, para garantir que a visão dela não me fizesse dar meia-volta.

           - Cretino, imbecil, hipócrita, idiota, argh! – eu gritava socando o volante, tomando cuidado para não acertar a buzina.

           As lágrimas agora eram mais intensas, e logo foram parando, levando a tristeza com elas dando lugar á raiva que eu tanto precisava sentir naquele momento. Há muito tempo Ethan já me irritava. Há muito tempo eu estava pronta para explodir. Há muito tempo já havia ido a ultima gota. Eu o amava e faria qualquer coisa por ele, e vice-versa, mas todo o bem por mim que ele fazia, pagava em dobro fazendo com que eu me sentisse mal. Eu sabia exatamente o motivo, e era isso o que me dava mais ódio.

           Em poucos minutos estava aos arredores da cidade. A mesma cidade que quase me fizera perder a vida há poucos dias. Mas quem disse que eu ligava? Não me dei ao trabalho de olhar se tinha combustível o suficiente, ou qualquer coisa. A única coisa que me importava no momento era que eu tivesse munições o suficiente.

           Dirigi direto para o centro da cidade, chamando a atenção de alguns dos zumbis pelo caminho, que começaram a seguir o carro. Pisei fundo no acelerador para que o plano que eu havia elaborado durante o caminho desse certo.

           Estacionei na frente do que um dia foi uma loja de perfumes e carreguei End. Peguei a sniper e sai do carro apressada, já ouvindo os grunhidos nojentos. Abri a porta com um chute, já preparando a arma para atirar. Depois de conferir que não tinha nenhum zumbi por ali, fechei a porta tampando-a com uma enorme prateleira de aço – que consegui empurrar com muita dificuldade e subi para o telhado. De cima era possível ver as centenas de zumbis em volta, e a adrenalina corria cada vez mais forte em minhas veias.

           Peguei a sniper e ajeitei-a na mureta, mirando a cabeça de um deles. Sem esperar nem um segundo, atirei. Menos um zumbi no mundo.         

           Mira, atira. Mira, atira. Mira, atira. Mira, atira. Essa era a única coisa que se passava por minha cabeça enquanto via os zumbis caindo um a um. Primeiro os da frente que tentavam derrubar a porta. E depois os que tomavam o lugar desses.

           Já estava ali há mais ou menos meia hora e o número daquelas coisas nunca diminuía assim como eu não parava de atirar. Já estava começando a me arrepender. Como eu sairia dali se minhas munições acabassem? Se retirasse a prateleira da porta para tentar sair, seria encurralada.

           Mas a culpa foi sua, as palavras de Ethan ecoaram em minha mente quando parei de atirar. Agora podia ouvir os grunhidos que faziam meus braços se arrepiarem. E então, com toda a coragem do mundo, voltei a atirar. Até algo inesperado acontecer.

           Um barulho diferente foi ouvido e então uma luz apareceu há alguns quarteirões. Parei de atirar novamente e o barulho ficava cada vez mais alto, até a fonte dele se tornar visível. Uma moto. E eu conhecia quem a guiava, que agora atirava contra os zumbis como se aquilo fosse a coisa mais divertida do mundo.

           O que Daryl Dixon estava fazendo ali?


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Bem, eu queria pedir a ajuda de vocês com os casais! Quem acham que deve ficar junto na história? (se quiser pode colocar nome do personagem e outro criado por você! ^^). Beijooos e até a próxima!



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