A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 39
Parte II - Capítulo 39 - Cercados


Notas iniciais do capítulo

VOLTI, PESSOAS QUE AMO!
Como estããoo?
Pois bem, demorei, mas to de volta, e nas notas finais tenho uma notíciaaaa! Então, até lá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273898/chapter/39

Capitulo 39

Cercados

A luz do sol refletida na brancura da neve era uma tortura para meus olhos, não me permitindo mantê-los abertos por mais que alguns segundos, o que era um risco estando em um lugar aberto e provavelmente com muitos errantes.

Não estávamos em grande número ali. Apenas eu, Delilah, Rick, Daryl e Savannah, para não chamar muito a atenção. Nossa “missão” era enterrar Gael. Queríamos fazer o mesmo com T, mas estranhamente não achamos seu corpo.

O plano inicial era irmos apenas eu, Rick e Daryl, mas as duas insistiram até conseguirem ir. Lori queria nos acompanhar, mas Rick a convenceu de que era melhor ficar para a proteção do bebê. Então, fomos para fora. Daryl se ofereceu para levar Delilah, que ainda não conseguia andar, enquanto eu ajudava Savannah, mas ela bateu o pé dizendo que conseguia. Apesar da dor que sentia ser visível em seus olhos – não só a emocional como física -, ela continuou andando apoiada em mim em passos lentos e calculados, enquanto Daryl ia atrás com a besta preparada e Rick carregava o pequeno corpo em seus braços.

Havia se passado algumas horas até resolvermos enterrá-la; durante esse tempo, o único som era o de choro e de meu coração batendo frenético. Ainda não conseguia acreditar em tudo o que havia acontecido em menos de três dias. Lia não chorara mais nenhuma vez, apenas se apegou ao seu irmão que derramava litros de lágrimas e ficou com ele dessa maneira durante o resto do tempo.

– Acho que tem uma clareira mais á frente. – Daryl falou, apontando com a cabeça um lugar ainda mais luminoso, o que normalmente quer dizer “menos árvores tampando a luz no sol”.

Metros depois chegamos ao lugar que se tratava de um pequeno espaço entre as árvores, com nãos mais que cinco metros quadrados. Agora o difícil seria cavar um lugar para colocar o corpo de Gael. Rick o colocou no chão, estendendo a mão para que Daryl lhe desse a pá. Savannah se ajoelhou ao seu lado, como se orasse, e Lia passou o outro braço á minha volta, colocando o rosto na curva do meu pescoço.

– Mais uma que não pude proteger. Não devia me surpreender. – resmungou com a voz embargada – Eu devia ter cuidado dela. Eu devia estar bem para cuidar dela. Mas sou tão fraca, idiota e inútil...

– Hey, pare com isso... Não fui culpa sua, ok? – suspirei exaltado; estava cansado das pessoas se culparem pela morte de outras – E você ainda tem Damen e Kalem... E com esse ai você tem muito com o que se preocupar.

Ela riu secamente, uma risada forçada e dura.

– Acredita mesmo que ele está vivo? Damen? – perguntou sarcasticamente – Não tenho mais essa esperança.

– A maioria de nós não tem mais esperança, mas temos que continuar, não é? – perguntei duramente, esperando que minha querida prima finalmente caísse na real. E ela apenas suspirou.

– Sabe, quando estava desmaiando, á beira da morte, eu não queria sobreviver. Eu queria morrer. Acabar com isso de uma vez, sair desse inferno. Mas acho que Deus, se ele existe, me odeia, porque fez exatamente o contrário. Como sempre. E agora, mais do que nunca, queria que Chaz tivesse conseguido me matar.

Olhei-a incrédulo, mas algo me chamou mais a atenção além do sua vontade de morrer.

– Chaz? Aquele Chaz? – perguntei sentindo uma raiva sair do meu peito e se espalhar por todo meu corpo, tornando minha visão vermelha, minha respiração alterada e minhas mãos trêmulas.

– Yep. Ele quem tentou... Me agarrar. Atirou em mim. Droga, minha perna ainda dói com os cortes que ele fez. Infeliz filho de uma... Mãe... Ruim. – lutou contra as próprias palavras, enfurecida.

Respirei fundo. Não era a primeira vez que o Accola causava problemas á nossa família. Ele era um peso que carregávamos havia pouco mais que três anos, no dia em que pediu Lia em namoro. E depois que terminaram – ou ele terminou com ela – todos ficaram indignados. Delilah nunca fora muito boa em guardar segredos, principalmente se ele a chateava, e acabou contando para os pais o que tinha acontecido. E depois de um escândalo por parte do pai dela, que queria dar uma boa surra nele, o resto da família ficou sabendo. Desde então Chaz pegava no pé de todos da família. Depois de toda essa história de zumbis não voltei a pensar nele, mas agora acho que teria imaginado que aquele imbecil sobreviveria por tanto tempo, e não queria que ele tivesse sobrevivido. Seria uma das únicas mortes que comemoraria. E ele ainda teve a coragem de fazer mais mal ainda - não só a Lia, mas a todos que viviam com ela – depois de tudo o que já tinha feito.

– Por favor, me diz que ele está morto. – falei entredentes.

– Com certeza. Com um tiro direto na cabeça. – Lia falou imitando um disparo com os dedos.

– Ele devia ter sofrido mais. – Daryl falou enquanto ajudava Rick.

Ficamos em silêncio enquanto eles cavavam e tentava firmar Delilah quando ela oscilava, pronta para cair. Savannah continuava ajoelhada na frente do corpo, como se o analisasse cuidadosamente.

– O que está fazendo? – perguntei confuso.

– Eu passei um bom tempo com essa garotinha. Ela era especial. Muito especial. Não merecia isso. Estou rezado por ela.

Delilah se agarrou mais á mim e escondeu seu rosto na curva do meu pescoço, voltando a soluçar, suas lágrimas molhando meu ombro.

– Você ainda acredita em Deus? – Daryl perguntou secamente.

– Fui criada por uma freira. O que esperava? – ela perguntou sem tirar os olhos do chão.

– Que tivesse o mínimo de sensatez e percebesse que ninguém vai nos ajudar além de nós mesmos. Não acha que deveria desistir? – perguntou mais seco ainda, parando de cavar por um momento.

– Já pensei em desistir muitas vezes. Mas se ainda estou aqui é porque Ele não desistiu de mim.

Savannah se levantou com um pouco de dificuldade e afagou carinhosamente o braço de Delilah.

– Acho que já está bom. – Rick falou pela primeira vez, após pigarrear.

Com delicadeza, ele e Daryl pegaram o corpo de Gael e colocaram dentro da cova improvisada, com jeito, sem deixar o lençol que a cobria cair. Depois disso, rapidamente a terra já estava de volta ao seu lugar, descoberta pela neve, evidenciando que alguém mexera ali.

– Porque ainda não consigo assimilar que isso tudo realmente aconteceu? – Savannah murmurou para mim.

– Talvez porque seja muito lenta? – a voz que eu menos queria escutar soou pelo lugar – Bem, finalmente os bichinhos saíram da toca... Já estava cansada de esperar.

Do outro lado, Melissa nos olhava com um sorriso doce e perigoso. Seu ombro, onde Savannah acertara a faca, estava alto por baixo de sua jaqueta provavelmente pelos curativos, mas ainda sim sua mão segurava uma arma com tanta destreza que me perguntei se ela era realmente humana.

– Mas que porra! – Savannah resmungou – Essa peste saiu do inferno? Ela devia ter morrido!

– Pensei que tivesse sido criada por uma freira, querida. – zombou Melissa – Palavrões não são pecados não?

– Se eu for pro inferno por isso acho que posso acrescentar algumas coisas na minha listinha como te levar junto... Ah, é mesmo, você foi expulsa de lá.

Melissa a ignorou e deu alguns passos á frente, e todos pegamos as armas mais próximas que tínhamos - menos Delilah que não carregava uma por razões óbvias.

– Vocês ainda não me levam á sério... Tentaram me enganar uma vez, mas agora não vai dar certo. Tenho homens espalhados por essa floresta e próximos onde estão seus amigos. Se não colaborarem, com um sinal meu eles explodem tudo. Cabum! E o que restou vai tudo pros ares. – ela falou sorrindo ao final, e então se dirigiu á Delilah – Fico feliz que tenha acordado, bela adormecida. Finalmente poderá assistir o show.

Três homens apareceram do meio das árvores, todos mal trapilhos, dois deles até fortes, e carregando armas de porte militar. As conhecia muito bem; cresci visitando bases onde minha mãe trabalhava. Eles estavam um de cada lado, nos guardando para que não tentássemos fugir. Mas, não parecendo querer se render, Rick e Daryl assentiram um para o outro e, antes que eu pudesse impedi-los, já estavam atacando. Sem ter mais o que fazer tentei deter um dos homens e segurei seu braço, pegando-o de surpresa com um soco no nariz, mas fomos interrompidos por uma série de tiros que nos fez parar.

– Se alguém mais se mexer eu atiro, e não vai ser de aviso. – Melissa rosnou com a voz desfigurada pela raiva. – Larguem suas armas. AGORA!

Larguei minha arma e pude ver Daryl e Savannah fazendo o mesmo. Olhei em volta e vi Rick jogado no chão, desacordado, com o nariz e a boca sangrando. Mas o que me chamou a atenção realmente foram os passos apressados que vinham de perto e, abruptamente, Taty entrou na minúscula clareira. Imediatamente arregalou os olhos assustada, resmungando em outra língua o que parecia ser xingamentos.

– Mais uma para a festinha. – Melissa falou irônica – Perfeito!

O homem que eu havia socado pegou-a pelo braço antes que pudesse correr de volta e a puxou para onde estávamos.

– Vamos logo – resmungou um dos homens puxando o braço de Savannah – Não aguento mais isso aqui.

O homem que segurava Taty – que era o mesmo que eu havia socado – passou a mão pelo nariz tirando o filete de sangue e me olhou sadicamente.

– Podíamos amarrar esse ai.

– Não seria ruim. – Melissa riu, deliciada – Uma morte dolorosa. E deixem o que está desacordado. Ele será a sobremesa. E amarrem as mãos do outro também. – ela apontou para Daryl, que se remexia enquanto outros dois homens que haviam surgido não sei de onde tentavam segurá-lo.

O homem com cara de sádico pegou uma corda jogada por outro e me puxou pelo braço, enquanto os outros arrastavam Savannah, Delilah, Daryl e Taty com eles. O homem me amarrou apertado contra a árvore enquanto Rick continuava desacordado no chão, seu sangue pintando a neve de vermelho.

Minha ultima visão deles, depois de então, foi enquanto desapareciam entres as árvores e Melissa piscava para mim ironicamente com um tom de malícia, enquanto eu tentava me soltar das cordas antes que pudesse virar lanche de zumbi.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

------> Caso o link da Melissa não abra, está aqui: http://data.whicdn.com/images/35426953/tumblr_m92iyiKpkb1qj622fo1_250_large.png
E então? Será para onde eles vão? -v-
Esse é o ultimo capitulo do Ethan, e então vou começar a parte III. Por favor, me digam de qual personagem vocês querem. Voltar para a Delilah? Outro? Qual? Por favor não me deixem no vácuo. =/
Beijos e até a próxima ♥