Decline escrita por Yumi Saito


Capítulo 49
XLIV — Interrupção.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo editado. [26/08/2014].



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P.O.V JANE SLANDER.

Hoje eu não tenho aula.

Acordei no mesmo horário de sempre, às seis da manhã. Como eu não tinha aula, decidi que tiraria a manhã para estudar. Mas para fazer isso acontecer, eu teria que me alimentar. Espero abrir a geladeira e encontrar comida, em vez de uísque.

Vem cá, que pessoa em sã consciência coloca uísque na geladeira?

Ah, minha mãe!

Me dirigi até a cozinha, coçando meu cabelo que escorria em oleosidade. Se der na telha, hoje eu tomo banho, mas não é nada certo.

Abri a geladeira e peguei um suco de caixinha que havia lá. O sabor era de pêssego, meu favorito. Antes de fechar, eu dei uma verificada no lugar, e não havia nenhuma bebida lá. Acho que a Liv se tocou que uísque tem que tomar quente.

Opa...

Não sei de nada!!!

Fechei a geladeira e puxei uma cadeira para me sentar. Fiquei encarando a mesa, até notar a presença de um pequeno papel em cima dela. Estreitei meus olhos, tentando perceber o que havia escrito lá. Sem sucesso, estendi meu braço para ler.

Era um bilhete de Armin... e ele disse que não queria me acordar. Isso não justifica nada! Eu, no lugar dele, acordaria ele para me despedir. E se Armin não quisesse acordar, de quebra, eu daria uma voadora na cara dele.

E depois eu iria fugir, é claro.

Ai, que saco. Eu adoro ele.

* * *

P.O.V CASTIEL TISSOT.

O casamento da Íridiota vai ser mês que vem.

Depois daquele acontecimento na festa de reencontro, eu nunca mais falei e nem olhei na cara de Jane. Talvez o casamento daquela inútil sirva para alguma coisa. Sinceramente? Eu tô com uma puta vontade de enfiar as minhas mãos no "coração" dela.

Ou, sei lá, arrastar ela pra algum canto e beijar ela. Depois ver a sua reação de: "Eu quero te matar, Castiel!". Depois, eu iria foder ela... mas foder forte! Ah, e depois, eu iria ir pra casa. Satisfeito, como sempre.

Ela é a ex-virgem mais gostosa que eu já peguei.

Tirando essa minha vontade estranha de pegar a Jane Slander... minha vida estava normal. Arranjei a Catherine pra ser a minha namorada. Falando nesse sentido, deu pra perceber que eu não amo ela de verdade, e só gosto dela fisicamente.

Tudo bem, eu assumo, eu sou um lixo.

Parando de falar um pouco da minha sujeira... eu entrei numa faculdade de música. Eu pensei que iria odiar no início, mas meus colegas são uns caras legais, e o curso não é tão ruim. Afinal, eu estou fazendo o que eu gosto.

Tem uns caras que até estão pensando em montar uma banda, se der, vou na deles.

— Castiel...

Era a chata da Catherine.

— O que foi?

Ela demorou um pouco a responder, até eu escutar um gemido de dor vindo dela. O que essa vadia tá aprontando agora?!

— Eu acho que me machuquei... vem me ajudar?

Nossa, cara! Quem se machuca no banho? Não, porque essa daí deve ter começado a passar sabonete no chão inteiro e depois dançar. Quando a mulher é burra, não tem conserto. Sério mesmo.

— Tá, tô indo.

Saí do sofá e caminhei até o banheiro. Abri e porta e vi que o box de vidro estava todo embaçado, não permitindo que eu visse o corpinho da Catherine. Sendo assim, decidi que iria tomar banho com ela.

Tirei minha roupa, exceto a cueca.

Abri a porta do box e me deparei com Catherine de joelhos no chão. Ela estava cabisbaixa, e um filete de sangue saía da sua coxa.

Porra! O que diabos ela fez?

— O que aconteceu, Cath?

— Me cortei, mas foi sem querer.

Ah, só que me faltava virar aquelas guriazinhas que se cortam por qualquer merda.

Mas não foi isso.

— Deixa eu ver o que aconteceu.

Ela se virou para mim, mostrando o pequeno corte na coxa dela. Decidi não perguntar o que havia provocado aquilo... porque eu estava ocupado demais olhando para outras coisas. E ver Catherine com a cabeça bem inclinada ao meu amiguinho, foi tortura.

Decidi que voltaríamos aos velhos tempos.

Não precisei agir e nem falar nada.

A vadia tirou a única peça restante de roupa minha, por conta própria.

* * *

P.O.V NATHANIEL TURNER.

Estava tudo normal até agora.

Depois que me mudei para Paris, automaticamente deixando Ambre, as coisas ficaram relativamente melhores. Eu tinha mais tempo para estudar. Tinha uma casa só minha. E o melhor: eu não tinha problemas para lidar além dos meus.

Tirar Ambre da minha vida — temporariamente — foi a melhor coisa que eu já fiz em tantos anos.

Sem falar que eu poderia sair com quem quisesse, sem rotulações. Em época de colegial, Ambre sempre me arrumava garotas... daquelas que eram o oposto meu. Que eu nunca me daria bem. E eu tinha que sair, porque senão ela iria pensar que eu era gay... e espalhar isso para todo mundo.

Eu tenho a pior irmã do mundo. Mas eu não acredito que ela seja minha irmã, tampouco um humano.

Eu passei um tempo saindo com a Melody... mas percebi que, mesmo ela sendo parecida comigo, não era a garota ideal. Só que Melody é superficial. Ela gosta das mesmas coisas que eu, para me impressionar. E eu odeio isso.

E foi aí que eu tentei parar de ficar caçando pessoas e me dedicar mais nos estudos.

Minhas notas são excelentes por isso.

Exceto um dia, em que Ambre me procurou, pedindo dinheiro para comprar drogas. Eu não dei, mas fui até Sweet Amoris tentar ver como ela estava vivendo. A "nossa" casa, que antes era um belo lugar de dois andares, com jardim perfeito e... aquelas casas perfeitas e filmes americanos, virou numa merda.

Literalmente uma merda.

Eu entrei lá dentro, e um cheiro de urina me invadiu. Foi terrível. Pelos quartos, seringas descartáveis... tocos de cigarros... ervas de maconha e roupas sujas espalhadas pelo chão.

Certa vez, eu vi uma faca com sangue — já seco —, na cozinha.

Não pedi pelo assunto, mas logo descobri o que era quando vi o braço de Ambre enfaixado.

"Quem você anda trazendo aqui?", eu perguntei.

"Não interessa", ela disse, tossindo.

Após um tempo de insistência...

"Gente barra pesada. Não queira detalhes, Nathaniel. Eles podem te machucar também."

Eu gostaria de ajudá-la... se ela não tivesse me ferrado tanto na minha vida.

Sem falar que Ambre não quer ajuda, de jeito nenhum.

* * *

P.O.V. ÍRIS LAISSER.

Eu não poderia acreditar. Pensar que eu iria me casar em um mês era loucura. Eu fico nervosa e ansiosa só de pensar. E fico ainda mais feliz sabendo que vou casar com o cara da minha vida, que vai me fazer sorrir nas melhores e piores horas.

Eu e Lysandre compramos um apartamento, no qual, definitivamente, podemos chamar de nosso. Ele é aconchegante, bonito e espaçoso.

E ano que vem eu vou me formar. Vou poder fazer uma sociedade com Leigh, já que estou cursando moda. Eu, Leigh e Rosalya trabalhamos juntos. A loja vende muito bem, e o melhor de tudo é que as roupas nós três desenhamos.

Um pouco distraída, eu escutei a porta bater. Me levantei da cama e fui correndo até a sala.

Quando abri, me deparei com Lysandre. Mal tive tempo para respirar, pois o albino me abraçou de maneira tão intensa, que eu só pude pensar em nós dois naquele momento. Nos separamos por centímetros, para que pudéssemos iniciar um beijo.

— Senti tanto — ele me beijou novamente, seguido por um selinho: —, tanto sua falta.

— Eu também — fechei a porta com as costas. — E como foi lá?

— Falaremos disso depois.

Lysandre me sentou no sofá, inciando outro beijo, um pouco mais rápido e urgente. Fui para o seu colo, sem interromper o beijo.

Ele desabotoou a frente da minha camisa, deixando que uma brisa entrasse e invadisse meu corpo. Colocou algumas mexas do meu cabelo para trás da orelha e não demorou em iniciar alguns beijos e pequenas mordidas no meu pescoço.

Sorri, tombando minha cabeça para trás.

Comecei a mexer-me lentamente em suas pernas, para provocar um pouco. Lysandre correspondeu muito bem, tirando totalmente minha camiseta e afundando sua cabeça por entre meus seios.

A campainha tocou.

A maldita campainha tocou!

Lysandre suspirou fundo. Colocou-me delicadamente ao seu lado e caminhou até a porta. Vesti minha camiseta e tentei manter a calma, eu não queria arrancar a cabeça de quem quer que fosse naquela porta.

— Oi, Castiel — escutei Lysandre falar, tentando esconder a indignação. — O que faz aqui?

— Opa, opa, opa! — ele falou, zombando. — Acho que eu interrompi os senhores na hora da missa!

— Além de ateu, é debochado — reclamei.

— Eu ia te convidar para tomar uma gelada, Lysandre — ele enfatizou o Lysandre e olhou para mim. — Mas eu vou deixar vocês aí. Foi mal ter acabado com o... — ele garalhou. — "tesão".

— Idiota — falei, irritada.

— Castiel é o maior babaca, Íris — Lysandre disse. — Não ligue para ele.

— Disso eu já sei — o ruivo reclamou.

Ele foi embora, finalmente.

* * *

P.O.V ARMIN HERTZ.

"Que história é essa de sair sem se despedir direito de mim???"

Suspirei rindo.

Um mês, minha Jane.

Um mês.


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Notas finais do capítulo

por que os franceses ñ gostam de tomar banho???
hein, jane, responde.
castiel gosta de boquete.
stop with the marijuana.

oi!!!!!!