Decline escrita por Yumi Saito


Capítulo 36
XXXI — Dirty woman.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo editado. [06/07/2014].



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P.O.V CASTIEL TISSOT.

Eu não acredito que ela não me entende. E ela ainda teve coragem de me trocar pelo Armin, aquele marica que só sabe jogar videogame. Sério isso? Sério?

Eu não acho que fui um ignorante. Eu tenho os meus motivos para estar revoltado com a minha vida. Primeiramente, meus pais nem sabem que eu sofri um puta acidente e tô andando de muleta. Isso é revoltante pra caramba. Segundo, eu perdi minha namorada pra um gamer retardado. Terceiro, eu não consegui entrar na banda da Debrah, porque ela é a maior vadia do mundo.

Cara, agora eu lembrei da época que eu li O Diário de Anne Frank. E aquela vadia dizia exatamente o que eu sinto agora: "Ninguém me entende."

Acho que foi o primeiro livro que eu li inteiro.

Eu moro sozinho e não posso fazer absolutamente nada, porque eu estou aleijado. Cara. Eu não consigo me manter em pé por muito tempo, porque eu não tenho uma droga de fôlego e eu tenho que me manter equilibrado segurando dois postes em cada braço.

"Agradeça por estar vivo, Castiel" vai sentar no colo do capeta, Jane Slander. Sua imbecil!

Do jeito que a minha vida anda agradável, não seria nem um pouco ruim estar no inferno a essa hora. Eu sempre pertenci àquele lugar, mas pelo jeito, nem o diabo me quer.

Bufei alto. Como estava deitado no sofá, comecei a jogar a bola de brinquedo de Dragon para o teto, tentava pegar ela no ar, mas a bola sempre caía no meio da minha cara.

Desisti.

Encarei o teto, ele tinha um pouco de mofo.

Lembrei da empregada que eu não contratava fazia algum tempo...

Joguei meu corpo para o lado e estendi meu braço até a mesa de centro. Alcancei meu celular e voltei para o sofá. Verifiquei minha lista de contatos para ver se eu ainda tinha o número dela... A última vez que nos falamos, algumas coisas aconteceram.

E não seria mal repetir.

Deslizei meu dedo para a tela e encontrei o nome da dita cuja.

Catherine.

— Você mesmo... — falei, clicando já no botão para ligar. Em três chamadas, ela atendeu: — Alô, Cath? Sou eu, Castiel. Então... faz um tempo que você não vem aqui e... eu não posso arrumar a minha casa.

Ela deu uma risada... ela era safada demais.

— Então... — soltei uma risada pelo nariz. — Beleza, te encontro daqui vinte minutos.

Desliguei o celular e o joguei na mesa de centro novamente. Voltei a brincar com a bolinha do Dragon, agora conseguindo pegá-la no ar.

Quando ela chegou, demorei um pouco para sair do sofá. Tinha me esquecido das minhas pernas... E como eu me esqueci das minhas pernas, esqueci que não poderia fazer sexo com a Catherine.

Fodeu.

Eu dou um jeito.

Fui até a porta e escorei meu ombro na parede. Com a mão direita, abri a porta. Puxei a maçaneta e me desencostei da parede. Catherine me olhou, senti o maior calor quando olhei pra aqueles olhos verdes, aqueles lábios vermelhos e aqueles cabelos loiros.

Ela é demais.

— Oi, Castiel — ela sorriu e arqueou a sobrancelha direita. Cara, ela é muito safada! — Fiquei sabendo que sofreu um acidente.

Catherine entrou e fechou a porta, ainda olhando pra mim. Se movimentava como se quisesse atrair sua presa. E era isso o que ela estava fazendo. Por um momento eu cheguei a pensar que ela iria sair correndo ao ver o meu estado.

Caminhamos até o sofá. Me senti livre para me livrar das muletas.

Catherine se aproximou mais de mim. Deslizou os dedos pela minha bochecha e sussurrou algo como: "Você está mais pálido", então, ela sorriu. Ela nunca sorri de uma maneira inocente, isso que me mata. Até ela se aproximar mais e simplesmente sentar em cima de mim.

Nos beijamos.

Logo, ela deslizou aqueles dedos perigosos na minha cintura. Apertou com vontade, eu juro que senti aquelas unhas grandes dela. Ótimas para arranhar minhas costas.

E desceu mais...

Quando dei por mim, a vadia estava com a mão no meu membro. Apertando fortemente e me arrancando alguns suspiros roucos. Sussurrou no meu ouvido que eu era sexy.

Eu me senti incapaz quando vi ela tirando minha calça. Mas se ela estava curtindo, eu não deveria ficar de noia. Eu só precisava aproveitar o momento... E aproveitar ela no meu colo. Literalmente cavalgando.

Depois disso, eu consegui sentir a sua boca beijando meu abdômen.

O resto eu não preciso comentar.

Eu realmente estava precisando daquilo.

[...]

Quando abri meus olhos novamente, encontrei a casa totalmente bagunçada. As roupas de Catherine continuavam na sala, inclusive as minhas também.

Ergui a cabeça e procurei pela loira. Ela estava no chão, com uma garrafa de vodka no meio dos seios. Uau, aquilo realmente foi louco demais. Ainda consigo sentir sua pela com gosto de bebida.

Caralho.

Eu casava com ela apenas pra transar, maaas... eu acho que enjoaria. Eu tenho que pegar uma folga da Catherine até recuperar minhas pernas totalmente. Depois disso, a gente retoma de novo. E eu largo ela por uns três meses, e depois corro atrás.

Ela é uma vadia, não vai se importar.

Fechei meus olhos novamente, tentando dormir. Sinceramente, eu teria de dar um jeito e fazer Catherine limpar a casa. Até eu, que mal me importo com limpeza, estava achando ridículo morar em meio a tanta sujeira.

Sem sucesso, me levantei.

Caminhei nu pela casa, enquanto Catherine dormia de boca aberta. Eu estava prevendo uma baba escorrer pelo pescoço dela e depois penetrar no meu tapete. Só espero não pisar no lugar quando ainda estiver molhado.

Fui até a cozinha e abri a geladeira, procurando por alguma comida.

Peguei um pedaço de pizza e comi sentado na mesa. Praticamente engoli-o, de tanta fome que eu sentia. Vendo que eu não tinha mais nada pra fazer, fui para o banheiro tomar banho.

E só saí meia hora depois.

Voltei para a sala e me deparei com uma grande surpresa: Catherine não estava mais lá... e tudo estava arrumado.

Estranhei.

Procurei por algum bilhete e achei um papel branco embaixo da garrafa de vodka, que se encontrava bem ajeitadinha na mesa de centro.

Com os olhos estreitos, peguei o papel, lendo-o logo em seguida:

"Castiel, foi ótimo te rever de novo. Arrumei a sala, mas o resto da casa não. Acho que não era esse o propósito da ligação, então, não vi necessidade em ajeitar a casa. Espero que melhore logo da perna."

Fechei a cara.

Ela esperou eu sumir para dar o fora.

Se vê bem que é uma vadia.

Que vontade de ir na casa dela e jogar-lhe uma nota de cinquenta, e, depois, agradecer pelo serviço que ela fez.

Inferno.

Ela está enganada se acha que se livrou de mim. Catherine deve esperar eu melhorar... E eu tenho que melhorar rápido. O médico até me deu a dica de fazer fisioterapia, mas eu prefiro me recuperar com o tempo. Vai demorar mil vezes mais, porém, eu me sinto melhor dessa forma.

Fui para meu quarto colocar um casaco. Abri meu armário e me deparei com uma foto minha e de Jane colada na porta do guarda-roupa. Revirei os olhos, que palhaçada.

Ela estava sorrindo para a foto, meio que espontaneamente. Olhos fechados, sorriso mostrando seus dentes alinhados e brancos. A cabeça estava levemente levantada. E eu... Bem, estava com o nariz enfiado no cabelo dela. Estava de olhos fechados também e um sorriso que só mostrava os olhos.

E uma expressão de: "Eu vou te pegar, Jane Slander."

Entenderam o "pegar", né? No sentido sujo.

Retirei a foto do armário e gritei pelo Dragon. Tive que gastar todo o meu fôlego para aquele cachorro vir até mim. Depois disso, joguei a foto no chão para ele brincar.

— Estraçalha isso aí, Dragon.

Ele ficou cheirando a foto.

— Mandei tu acabar com essa foto, Dragon — disse, de olhos fechados, escorado no armário. — Finge que ela é uma carne bem suculenta, quase sangrando.

Engoli em seco e abri meus olhos.

Dragon estava rasgando a foto em mil pedacinhos.

Sorri.

— Bom garoto.


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