"Before my time is gone, I'll have vengeance."

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Os dias foram passando, e as dúvidas que ele tinha sobre ela, foram se tornando menores. Ele conseguiu seu histórico, descobriu muito mais do que queria sobre ela. Ela vinha de uma família complicada, tinha passado por muitos psicólogos, fugido algumas vezes, se metendo em muita coisa que não devia.

–Os psicólogos disseram para minha mãe que eu não sou uma garota normal, que eu nunca vou ser. Dizem que eu sou louca, que provavelmente é por causa do que aconteceu no passado. Mas na verdade, eles que são loucos. Eles não conseguem ver, Tate.

Sem que ele dissesse o plano, ela já o sabia. Era muito inteligente para uma garota tão doida. Mas de novo, lá estava ela no seu quarto, sentada de pernas cruzadas na cama, jogando xadrez com ele.

–Deixa eu te analisar.

–Boa sorte.

–Você tem problemas com a sua mãe. Aquele homem que fica aqui, ele é seu padrasto e você o odeia. - Ele a olhou. -Viu? Você não é tão imprevisível assim.

–Então me diz, porque você quer vingança?

–Minha mãe é uma boa mulher, não merece esse mundo. Meu pai era um idiota, batia nela todo dia, até que eu dei um jeito nele.

–Deu um jeito nele?

–Eu tinha 13 anos, ele estava gritando com ela na cozinha e a bateu. Ela correu para o quarto e se trancou, não sabia que eu estava em casa. Ele me viu, e veio para cima de mim, bêbado. Eu peguei uma faca da mesa e enfiei na barriga dele.

–E como você não foi presa?

–Ele me atacou, minha mãe testemunhou. Disse que ele era agressivo, já tinha registrado queixas e os vizinhos ouviam os gritos. Eu só me defendi.

–E como você se sentiu? Depois de o matar. - Ele perguntou a observando.

–O sangue dele escorreu quente na minha mão. Eu sabia que ele não faria mais mal a minha mãe, e eu estava ali, resolvendo tantos problemas ao mesmo tempo. Eu deveria me sentir mal, mas eu sorri. Primeiro, a adrenalina tinha tomado conta do meu corpo, e eu tinha conseguido. Aquilo... Foi bom. Eu me senti aliviada. E desde então venho pensando em sentir aquilo de novo. Todos aqueles garotos e garotas da escola, eles pensam que são diferentes. Mas na morte, aposto que são todos iguais, medrosos. Seu sangue corre da mesma cor, e é quente como o do meu pai.

–Você é louca. - Ele disse rindo.

–Você também. - Ela sorriu e fez mais uma jogada.