Simplesmente Elementar escrita por Rakeel


Capítulo 48
Recomeços




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273437/chapter/48

Acordei ansiosa e depois de me arrumar me dirigi à casa dos Betone onde senhora Sr Lisandra me atendeu.

___Bom dia Rachel, entre. Pediu, eu sorrindo lhe ao cruzar a porta ela continuando ___Victor ainda esta se arrumando no quarto, mas enquanto espera pode me fazer companhia e aproveitar para contar porque Victor chegou tão animado depois de te visitar ontem. Disse envolvendo meus ombros me guiando até a cozinha, rindo com cumplicidade.

___Adoraria, mas agora será que posso falar com seu marido. Pedi, ela me lançando um olhar curioso antes de assentir.

_____Tudo bem ele esta no jardim, mas não ache que vou me esquecer da nossa conversa pendente. Afirmou sorrindo enquanto me dirigia ao jardim dos fundos.

Cruzei a varanda em seguida alcançando o gramado, mas não vi o senhor Betone, segui por mais alguns metros rumo a algumas arvores ao fundo do terreno, o mesmo parecendo bem maior agora que percorrido.

____Senhor Betone? Chamei me aproximando de um pequeno correto o mesmo estando um tanto danificado.

___Estou aqui. Respondeu, surgindo de traz da estrutura carregando ao ombro diversas tabuas que fizeram um alto baque quando as soltou no chão.

____Bom dia... O senhor está concertando? Perguntei me referindo ao correto, julgando estranho velo fazer algo do tipo.

____Sim, gosto dessas coisas. Respondeu satisfeito, voltando a seus afazeres eu ainda o observando. Era estranho velo fazer algo tão braçal, mas para ser sincera desde que si livrou da preocupação, de que alguém fizesse mal a Victor senhor Betone parecia diferente, mais amigável, feliz, humano e acho que começava a entender porque sua família sempre o defendera tanto.

___E então?... Creio que não veio até aqui para me ver trabalhar. Comentou apoiando se me um das extremidades do correto virando para me fitar trazendo me volta de meus pensamentos.

___Ha, não, na realidade queria convidar para que passassem o fim do ano com comigo e minha família. Contei, ele me fitando curioso.

___ Entendo, quer que autorize Victor á viajar com você. Supôs abaixando se para pegar algumas ferramentas no chão.

___Não, eu quero que todos venham. Corrigi, pois apesar do motivo principal do convite ser Victor ainda assim gostava dos Betone.

__Claro, porque não. Disse apenas, mesmo que parecesse, mas satisfeito com o convite do que queria demonstrar.

O observei trabalhar por mais alguns minutos antes de me despedir retornando a casa, onde seguia até a cozinha, mas antes que chegasse cruzei com Victor que acabava de chegar ao pé da escada.

___Bom dia. Disse, sorrindo ao me ver.

___Bom dia. Respondi me aproximando para beija-lo, e ele também se prontificou para isso, mas antes que pudesse alcança-lo a senhora Betone entrou na sala eu parando.

____ Só queria avisar que o café está pronto, mas, não quis interromper nada. Afirmou rindo voltando apressada para cozinha.

Eu me limitando a sorrir para Victor que ficou visivelmente constrangido.

__Vamos? Disse pegando sua mão o guiando comigo até a cozinha.

Tomamos café todos juntos, os Betone pareciam animados, e me deixava surpresa ver como podiam parecer com uma família normal, mas apesar do clima ameno e de estar muito feliz com a situação uma interrogação não parava de dar voltas em minha mente. Por algum motivo Elisa não apareceu sendo que ela não desgrudava de Victor, só faltando dormir na casa dos Betone e de uma forma isso ao invés de aliviar, me preocupava.

(...)


___Senhora Betone. Comecei chamando sua atenção, enquanto terminava de ajudá-la a arrumar a cozinha depois do café.

___Lisandra... Corrigiu, fazendo menção para que eu continua se.

___Lisandra... por acaso sabe se a Elisa vira para cá hoje? Perguntei ainda desconfiada pelo desaparecimento daquela... vaca.

___Não sei, mas acho que você não precisa mais se preocupar com as visitas dela. Respondeu brincalhona cutucando minhas costelas, enquanto dava uma piscadela, eu sorrindo em resposta enquanto secava as mãos, antes de sair rumo ao jardim.

Victor encontrava se sentado sobre o parapeito da varanda suas pernas pendendo longe do chão, me aproximei devagar parando ao seu lado, mas não me fitou permanecendo distraído.

___Victor? Chamei estalando os dedos na frente do seu rosto, ele se virando em minha direção demorando alguns segundo para focar os olhos.

___É... oi. Disse apenas ainda um pouco perdido.

___Oi... Estava pensando em que, tão compenetrado? Perguntei brincalhona.

___Não sei acho só que me distrai. Respondeu parecendo confuso o que me deixou um pouco preocupada.

___Mas esta se sentindo bem? Perguntei agarrando levemente seu braço.

___Estou. Respondeu sorrindo ao meu toque, segurando com sua contraria a mão que mantinha sobre seu braço. ___Há... Eu tenho uma coisa para você. Contou quebrando o silencio que durou por um minuto, se levantando fazendo gesto para que esperasse enquanto sumia porta á dentro voltando alguns minutos depois com algo em mãos. ___Aqui. Disse por fim me estendendo uma caixinha azul. Sentia um mix de expectativa e felicidade, pude ver que Victor permanecia atento as minhas reações, dentro da pequena caixa azul de veludo continha uma pulseira, e de sua corrente prateada pendiam dois delicados pingentes um em forma de coração e outro da letra V.

___É lindo, mas porque está me dando isso? Perguntei ainda apreciando o adorno na caixinha.

____Queria que tivesse algo para se lembrar de mim. Respondeu se aproximando, pegando a pulseira delicadamente colocando a em meu pulso.

____O esquecido aqui você, lembra? Perguntei retorica, ele abaixando o rosto, fazendo menção de dar um passo para traz, foi quando envolvi seu pescoço, me erguendo a ponta dos pés para unir nossas testas antes de continuar ___mas mesmo que seja assim eu sempre vou estar aqui para te fazer lembrar. Disse por fim, ele sorrindo quando o beijei. Sentamo-nos juntos sobre os degraus da varanda eu distraidamente brincando com os pingentes da minha nova pulseira quando ele quebrou o silencio.

____Rachel. Chamou, eu o fitando curiosa, quando após alguns segundos continuou ______... Bem...eu...eu queria te perguntar uma coisa, mas não sei bem como. Disse, inclinando o corpo para frente de modo que seus braços se apoiaram sobre as pernas.

___Apenas diga, acho que não resta muita coisa que ainda possa me surpreender. Encorajei.

____Bem Rachel... então...será que você...quer ser minha namorada? Perguntou sem jeito.

____Retiro oque eu disse sobre nada conseguir me surpreender... Brinquei, sorrindo satisfeita, enquanto ele ainda me fitava esperando uma resposta ______... mas você não precisava nem me perguntar isso. Disse por fim, desviando olhar.

____Preciso sim... Começou agarrando minhas mãos segurando as entre as suas antes de continuar ______... Eu li aquele diário e mesmo antes nunca lhe pedi diretamente...então queria fazer certo dessa vez. Completou, esperando por minha resposta que tardou para acontecer devido á surpresa. . Minha vontade era gritar o maior sim desse mundo, mas havia algo que ainda precisava confirmar.

___Entendo..., mas queria me contasse uma coisa antes que te dar a resposta. Pedi, ele assentindo para que continuasse. ____Porque você terminou comigo antes... Eu sei que não se lembrava de nada sobre mim, mas eu também não lhe exigi coisa alguma. Perguntei ainda insegura a esse respeito, e ele pareceu não esperar tal pergunta.

____Quando te vi pela “primeira vez”... Começo esboçando aspas no ar ao dizer “primeira vez” ____... tive um sentimento de dejávu e alegria, mas depois de pensar um pouco achei que terminar era o melhor a fazer, não queria que si sentisse na obrigação de continuar comigo, e achei que terminando você se afastaria, mas ao contrario disso, continuou aparecendo, oque me deixou confuso de inicio, mas tornou se inegável para mim que me sentia feliz com isso. Explicou, eu ouvindo atenta e de imediato, pude deduzir quem devia ter colocado aquelas ideias na cabeça dele.

____Rachel... bem... Você ainda não me respondeu. Disse sem jeito, após alguns segundos que eu permaneci em silencio distraída, foi quando me inclinei para frente, soltei minhas mãos da sua enlaçando seu pescoço puxando o para mim, antes de beija-lo.

____Isso serve como resposta. Perguntei separando levemente nossos lábios, ele assentindo de leve com a cabeça, eu retomando o beijo. Ao me separar me levantando.

____Tenho que ir. Disse ao me separar me levantando.

____Para onde? Perguntou segurando minha mão.

____Preciso trabalhar... Comecei explicando, mas fui interrompida.

____É uma pena você ter que ir, mas não precisa se preocupar eu faço companhia para Victor. Disse Elisa parando a nosso lado.

____Sei... Respondi apenas não querendo ceder a sua provocação. ____Até logo... Disse me dirigindo a Victor que fiz questão de beijar, fitando Elisa quando cruzei a sua frente saindo, mas por algum motivo ela continuou com o mesmo sorriso afetado no rosto. Nos dias que se passaram Elisa continuou aparecendo, mas por algum motivo mesmo vendo Victor e eu juntos ela não parecia se importar, eu não conseguindo entender sua atitude.

____Até breve senhor Max, boas festas. Despedi-me de meus meu chefe, na noite anterior á viagem, para casa que faria com os Betone. Sai do restaurante e caminhei pelas ruas escuras, sozinha por ser folga de Karol minha usual companheira, andava a passos rápidos me arrependendo por não ter pedido um taxi ou para que senhor Max me acompanhasse até a estação.

As ruas ficaram quase vazias depois que passei pela área das casas noturnas, andei apressada me sentindo um tanto paranoica. Parei em um cruzamento certificando-me que não vinha nenhum carro comecei a atravessar, quando uma mão pousou se sobre meu ombro oque me fez dar um grito antes de me virar bruscamente.

____Sou eu! Disse segurando meus ombros eu demorando alguns segundos para assimilar suas palavras.

____Ai meu Deus, Victor! Exclamei levando a mão ao peito.

___Desculpe, não quis te assustar. Afirmou


___Tudo bem, mas oque esta fazendo aqui? Perguntei pondo-me a sua frente retornando totalmente a calçada.

____É perigoso para uma garota indefesa andar sozinha há essa hora. Explicou se pegando minha mão olhando para lados enquanto me puxava para que atravessássemos a rua.

___Não sou tão indefesa assim, mas fico feliz que tenha vindo. Disse agarrando-me a seu braço, recostando minha cabeça sobre o mesmo com carinho demonstrando que gostava de sua preocupação comigo, mas ele não reagiu ao carinho apenas continuou andando a passos rápidos com a expressão seria quase carrancuda.

___Tem alguma coisa errada. Perguntei, achando estranha sua atitude.

___Não. Respondeu seco, enquanto tentava direciona-lo, pois seguia o caminho errado, andando rápido feito um louco.

____Victor, tá na cara que tem algo errado... Comecei pausando-me para suspirar... ______... eu fiz alguma coisa? Perguntei por fim, ele parecendo se acalmar antes de me responder.

___Você não fez nada só estou me sentindo estranhamente nervoso, tanto que sai de casa para dar uma volta e quando dei por mim tinha vindo atrás de você. Confessou, passando a mão sobre o cabelo parecendo confuso.

Era estranho velo assim depois de tanto tempo, o que só acentuava ainda mais minha preocupação. O encarei, seguindo á seu lado, confusa e pude notar que seu braço tremia levemente, já tinha visto aquilo antes, mas não queria acreditar que estava acontecendo de novo. Antes que pudesse concluir meus pensamentos alguém passou muito rápido ao meu lado me desequilibrando, eu só notando o que aconteceu quando Victor me ajudou a levantar. Já alguma distancia uma pessoa de capuz corria levando com ela minha bolsa.

___Você esta bem? Perguntou Victor ainda mantendo os olhos fixos no individuo que já quase desaparecia no fim da rua escura.

___Estou. Respondi fazendo uma pequena careta ao tocar o ombro que agora doía devido ao tranco.

Foi quando abruptamente Victor saiu correndo no incauto do ladrão, ele era muito rápido, e quando consegui reagir para segui-lo quase desaparecia a distancia.

Minhas pernas tremulavam em estafa, eu tendo perdido os de vista, mas não podia parar, pois se estivesse certa sobre oque ocorria com Victor, se ele pegasse o ladrão, coisa que com certeza faria, os resultados não seriam os melhores.

Parei ao meio da rua quase vazia, sem saber exatamente onde estava com apenas murros e galpões me cercando, mas um som chamou minha atenção, eu rapidamente me direcionando a ele.

Cheguei a uma grande área entre dois galpões, Victor estava á alguns metros de costas para mim, caminhando em direção ao individuo de capuz que tentava correr em pânico, tampas de bueiro eram atiradas para cima com a força da agua que jorrava com pressão a sua frente, mas ele era ágil em desviar se. Victor não corria, apenas caminhava atrás dele como se soubesse que não podia mais escapar. Corri para me aproximar.

____Toma, desculpa. Gritou o ladrão em pânico atirando minha bolça no chão a frente de Victor, vendo que ele não pararia lançou se sobre uma cerca gradada escalando-a tentando fugir.

____Victor, para. Pedi segurando seu braço, quando o alcancei, mas com um jogo de corpo fez com que  o soltasse.

Uma rajada de vento acertou o ladrão o arrancando da cerca o mesmo rodando no ar algumas vezes antes de ser atirado contra uma parede aterrissando com força contra o chão, seu gorro saindo, eu podendo então ver seu rosto... Meu Deus era uma criança...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!